Mais uma parte postada e enfim cheguei na parte em que a história se desenvolve. Bom ver que já existem "torcidas" a favor e contra os personagens. Muito legal ver o número de leituras e ler os comentários de vocês. Brigadão e espero que gostem de mais essa parte.
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- Fala Nuno. Com quem você vai? Comigo ou com esse merda aí?
Pensei por um segundo e me preocupei com todas as pessoas que estavam saindo da faculdade e já começavam a prestar atenção na história. Tomei uma decisão e tive que aprender a lidar com ela.
- Eu vou com você, Gustavo.
- Então entra no carro.
O olhar de Raul foi o que mais me doeu nesses dois anos. Após essa escolha, fui com Guto até o seu apartamento e tivemos uma conversa que mudou tudo, ou quase tudo:
- Ainda bem que você me escolher, Nuno.
- Eu ainda tô pensando se eu deveria ter feito isso mesmo.
- Você não vai se arrepender.
Ele se aproximou pra me beijar e eu cedi.
- Guto, a gente precisa conversar.
- Tava com saudade da sua boca, do seu beijo.
- Eu também, mas depois a gente se beija. Me escuta?
Ele se sentou na minha frente com um sorriso lindo, apaixonante.
- Gustavo, o que vai ser diferente?
- Eu gosto muito de você, Nuno.
- Você gosta? Eu amo você, Gustavo. O mínimo que eu espero é que você me ame também.
- Eu sei, mas não é fácil pra mim admitir essas coisas. Eu não sou igual a você. Eu não tenho hábito de me abrir e falar tudo que eu sinto.
- Mas comigo você pode ser assim.
- Eu tô aprendendo isso. E eu amo você sim.
- E por que se casou com a Marcela então? Por que age como se eu fosse um idiota e tivesse disponível pra você o tempo todo?
- Eu escuto demais o meu pai. Ele quer governar a minha vida e eu não posso fazer muita coisa.
- Por que não?
- Tem muita coisa nessa história que é melhor você não saber.
- Gustavo, eu só quero que você esteja inteiro pra mim. É horrível ter que dividir você com aquela mulher e me sentir um lixo como eu tenho me sentido.
- Você estragou tudo, Nuno. Eu estava preparando o terreno pra facilitar as coisas e você resolve chutar o balde.
- Espera, quem estragou tudo foi você. Você fez uma escolha. E eu tô arrependido de ter vindo com você.
Me levantei em direção à porta, mas ele me abraçou.
- Não vai embora. Eu preciso de você. Eu preciso do seu beijo. Eu preciso desse amor que você diz ter.
- Eu já provei que eu te amo várias vezes.
- Eu sei, amor. Fica comigo?
Mais beijos. Ele era minha cliptonita. Fomos pra cama e lá eu não me segurei. Sua boca percorria meu corpo e fui me deixando levar. Enquanto tirava sua roupa, admirava o homem que estava comigo, ainda que por alguns minutos ou horas.
Seu pau duro já encostava no meu corpo e eu me lembrava porque ele era tão inesquecível. Quando sentiu minha boca em seu membro, ouvi um gemido que há muito não ouvia. Sua voz, rouca pelo tesão, me mandava chupar mais rápido e eu obedecia. Quando sentiu que iria gozar, me olhou nos olhos e foi breve:
- Eu vou provar que eu amo você.
E abocanhou meu pau, como nunca havia feito antes. Em meio a sua falta de habilidade, senti um prazer incrível em perceber que ele estava se abrindo pra mim, de uma forma nova, mas reveladora. Mais do que me chupar, ele se colocou de quatro e fui me induzindo a lamber seu cuzinho virgem.
Aquilo era o máximo de prazer que ele havia me dado. Lógico que eu adorava fazer sexo com ele, mesmo como passivo. Mas estava sendo tudo diferente. Sem esperar que ele mandasse ou pedisse algo, coloquei a camisinha, peguei um lubrificante que eu já sabia onde estava, e fui o penetrando.
Mesmo com uma expressão horrível de dor, ele aguentou firme:
- Mete, Nuno. Me come vai.
Não recusei seu pedido e fui metendo, enfiando tudo. Em meio ao vai e vem, sua expressão de dor foi se transformando em prazer e ele se soltando cada vez mais. Quando eu esperava algo mais selvagem, ele me beijava. A todo momento, Gustavo demonstrava estar inteiro ali. Ainda que fosse sua estratégia pra me manter preso a ele, estava funcionando bem.
Quando não aguentei mais, avisei que ia gozar e ele pediu que o fizesse no seu rosto. Estava tudo perfeito demais. Para mim e para ele, sensações inéditas e com certeza inesquecíveis.
Quando o êxtase passou, ele me olhou, após ter limpado o rosto:
- Gostou?
- Muito. E você?
- Foi incrível, apesar da dor. Mas eu sei que foi incrível porque foi com você.
Nos beijamos e tive a sensação que estávamos começando tudo do zero, como se fosse outra história. Mas o celular dele tocando e “Marcela” aparecendo no visor me puxou pra realidade.
Me levantei ao perceber que ele teria que atender o telefone, mas ele segurou.
- Eu não vou atender, Nuno.
- Gustavo, como vai ser de agora em diante?
- Dois anos. Eu te peço dois anos pra eu acabar com essa farsa de casamento. Assim que eu conseguir o que meu pai quer, eu vou ser inteiro seu.
- Como assim?
- Meu pai tem planos pro meu casamento, pra família da Marcela. Eu preciso desse prazo.
- Dois anos é muito tempo, Guto.
- Se você me ama, saberá esperar.
- Eu não sei. Agora me leva pra casa, por favor.
- Levo. Mas lembre-se que eu te amo. Eu me mostrei pra você hoje como eu nunca tinha feito. Fica comigo e me espera, por favor.
Nos beijamos e eu já tinha tomado minha decisão. Dois anos de espera por ele. Dois anos privados da minha vida, por conta de um amor. Dois anos sem pensar em me envolver com ninguém, mas sem a possibilidade de tê-lo somente pra mim.
Nesse tempo, Raul não mais me procurou. Também pudera, a minha recusa na porta da faculdade havia deixado marcas nele e no fundo, bem no fundo, fiquei feliz em saber que ele ia tocar sua vida sem mim.
Daniel, muito estudioso, demonstrava mais força que eu em vários momentos e eu me orgulhava do meu irmão.
Enquanto eu só conseguia me preocupar com Gustavo e suas questões, Daniel insistia na ideia de pesquisar sobre nosso pai, o que eu me mantinha indiferente por motivos claros.
Aguentando toda a pressão, estava me preparando para viajar com Gustavo. Lembrando de tudo que passamos juntos, pudemos finalmente viver uma história só nossa.
Faltando apenas uma semana para as nossas férias se encerrarem, Guto demonstrava carinho comigo, mas no quarto. Fora do hotel, éramos apenas amigos e eu tinha que lidar com isso.
Enquanto ele estava na piscina e eu percebia vários olhares em cima dele, meu celular tocou de um número privado.
- Alô.
- Nuno? Passa o celular pro Gustavo agora. Eu sei que ele está com você.
- Marcela?
CONTINUA...