Wont Power Apresenta:
Mais uma história curta e atraente de Uisley, autor de A ESCOLHA.
A LENDA DE UM ROMANCE– PARTE 1
Eu nunca consegui lidar bem com relacionamentos, eles fugiam de mim antes mesmo de eu pensar em como eu iria fugir deles. Eu era do tipo que se enfiava nos jogos e em coisas que não são interessantes para o mundo moderno de hoje. Então eu desisti. O que pode se melhor que não casar, não ter filhos e não ter preocupações? Esse era o meu pensamento, mas tudo estava para mudar... Algo que não deveria acontecer.
Sou Will. Tenho 17 anos e moro em Londres. Estudo em uma escola particular onde praticamente sou o cara mais ignorado do colégio, mas eu já me acostumei.
Estou sentado em minha mesa, na sala de tecnologia. Tento não encarar os outros alunos que estão entrando na sala, mas minha atenção foi grandemente chamada por um individuo que acabou de cruzar a porta da sala. Eu não podia ver quem era, pois usava uma jaqueta preta e o capuz cobria todo o seu rosto. Eu não sabia se era uma garota ou se era um garoto. Viro o rosto para disfarçar que estou olhando, mas parece que não funcionou. O individuo parou do lado de minha mesa, já que as mesas são para duplas.
- Por acaso alguém se senta nessa cadeira? – A voz era masculina. Uma voz suave, agradável para as garotas.
- Não. – Respondi sem saber se eu estava vermelho ou roxo.
Ele puxou a cadeira e se sentou ao meu lado. Eu o encarei por alguns segundos e então desviei o olhar. Pude ouvir alguns cochichos e risinhos no fundo da sala, mas não me virei para ver quem era. A professora começou a aula explicando como baixar músicas e vídeos no computador da maneira correta e segura.
- Senhor Kennedy, poderia tirar o capuz, por favor? – Pediu a professora para o garoto.
- Senhora, desculpe-me, mas prefiro ficar com ele. – Respondeu o garoto.
A professora fez uma cara meio feia, mas autorizou-o a permanecer com o capuz. A aula inteira o garoto do meu lado ficou em silêncio e ele parecia olhar para baixo. Era sinistro, pelo fato de que eu não conseguia ver o seu rosto. Quando o sino bateu para o recreio, ele se levantou e saiu. Todos o encaravam e alguns riam. Peguei minhas coisas que estava em cima da mesa e sai para o refeitório do colégio. No refeitório sentei em uma mesa afastada de todo mundo e entrei em um jogo no meu celular enquanto beliscava as pequenas bolinhas de queijo que peguei de lanche. Ouvi uma cadeira de minha mesa ser puxada e levei um susto ao ver o garoto todo de preto se sentar. Ele pareceu perceber que eu estava assustado.
- Desculpe-me não queria assustá-lo. – Disse ele
- Tá tudo bem, eu só não vi você chegando. – Respondi.
- Eu nem pedi permissão para me sentar aqui, mas é que odeio tumulto demais. – ele disse. – Queria alguém para conversar e isso é bem difícil no primeiro dia de aula em um colégio que ninguém te conhece.
Bem obvio não conhecer mesmo, com aquele capuz.
- Tá tudo bem. – Eu disse.
- Você parece não gostar muito de pessoas, assim como eu. – Ele disse.
- É, as pessoas na verdade passam bem longe de mim. – Eu falei olhando para a tela do celular onde li “Game Over” em letras vermelhas. – Droga!
- Eu estou incomodando você? – Ele perguntou.
- Não é que eu perdi o jogo. Mas diz ai, por que não tira o capuz? – Perguntei.
Ele ficou alguns segundos em silêncio antes de falar qualquer coisa, então o viu colocar suas mãos no capuz e o retirar de sua cabeça. Os adolescentes mais próximos de nós pareceram ficar em silêncio. Eu não sei por que ele se escondia num capuz sinistro. O garoto sem dúvida era o mais bonito que tinha passado por aquele colégio. Ouvi uns cochichos de umas garotas. Ele me encarou com seu olhar sombrio. Eu nunca tinha visto algo tão semelhante em toda minha vida. As pupilas dele era tão escuras que se tornavam seus olhos negros. Ele era branco e seus cabelos eram uma das mais perfeitas mechas arrepiadas que eu já havia visto. Era incrível, até eu estava impressionado.
- Viu eu não gosto disso. – Ele disse ainda me encarando.
- Do que? De ser admirado? – Perguntei realmente surpreso.
- Eu não gosto de tumulto, não gosto de me sentir preso. – Ele respondeu.
- Com licença. – Interrompeu Katylen, a garota mais popular do colégio. Ela encarou Kennedy. – Olá, eu não pude deixar de notar que você é aluno novo aqui e eu ainda não sei seu nome...
- Olha eu prefiro que você não saiba. - Kennedy a interrompeu. – Agora pode voltar para suas amigas patricinhas.
Eu ri. Katylen me lançou um olhar de desprezo e eu voltei á ficar sério e abaixei a cabeça. Ela saiu zangada e empurrou um garoto que estava em sua frente com o lanche e ele caiu no chão ficando todo sujo de molho de tomate e de refrigerante. Os risos ecoaram pelo refeitório.
- Odeio garotas metidas e muito patricinhas. – Disse ele sorrindo para mim.
Eu ri pra ele. O sorriso dele era contagiante e era perfeito.
- Meu nome é Jackson Kennedy, e o seu? – Ele perguntou sorridente.
- Will. Meu nome é Will Marry. – Eu respondi. – Mas pode me chamar só de Will.
- Então Will, tem Facebook? – Ele perguntou.
- Sim. – Eu disse anotando o endereço do meu Facebook num papel do meu caderno e então entreguei a ele.
- Irei mandar convite de amizade. – Ele disse se levantando e no mesmo instante o sino bateu. – Se você puder, pode me esperar na saída do colégio? Ou posso te esperar lá?
Eu provavelmente tinha ganhado um amigo.
- Claro. – Respondi. - Eu espero você na saída.
Ele voltou a colocar o capuz para esconder seu rosto e então foi para sua sala de aula e eu para á minha. Minha próxima aula era química, e quando entrei na sala fui esbarrado por uma garota que eu nem sabia o nome.
- Eai... Hã... Qual seu nome mesmo? Há Willy. – Ela disse. – Você não pode dizer o nome do seu amigo?
Eu também tinha nojo de garota oferecida e patricinha. Encarei-a.
- Não. Ele deixou bem claro para não dar o nome dele para nenhuma garota oferecida. – Eu disse. – A propósito meu nome é Will.
Passei esbarrando no ombro dela e sentei em meu lugar. O que estava acontecendo comigo? Minha cabeça ficava relembrando aquele olhar, aquele sorriso tão perfeito. Como a aula já havia começado e o professor não era muito chato e não ligava de que os alunos usassem o celular na sala de aula, eu abri o Google no navegador do meu celular e digitei: JACKSON KENNEDY. Esperava encontrar o perfil do Facebook dele, mas a busca foi totalmente diferente. Havia apenas sites de que falavam dobre a família Kennedy, que é a mais poderosa do mundo. Abri um site, onde pude ler: O CLÃ MAIS PODEROSO DOS ESTADOS UNIDOS É A FAMÍLIA KENNEDY. Fechei o site antes de ler o resto, então abri outro onde li: A FAMÍLIA KENNEDY, UMAS DAS 13 FAMÍLIAS ILUMINATIS QUE CONTROLAM O MUNDO. Nesse mesmo site eu podia ver as fotos dos integrantes da família, fui olhando as fotos até que então uma me deixou assustado. Jackson Kennedy, estava usando uma roupa social branca com detalhes pretos. Era ele mesmo. Meu coração estava batendo forte. Eu voltei a ler a matéria do site: AS 13 FAMÍLIAS MAIS DEMONÍACAS E ILUMINISTAS DO MUNDO, ONDE OS KENNEDY ESTÃO NO TOPO, E CONTROLAM O MUNDO. Eu fechei o site e desliguei o celular. Jackson era um iluminista. Minha mãe costumava dizer que os iluminatis eram servos do demônio, onde eles entregam suas almas para obter fama, poder ou riquezas. Minha mãe dizia que eles chegavam a sacrificar pessoas ao demônio para obter o que queriam.
Sem querer acabei derrubando os meus cadernos que estavam fechados no chão e o barulho interrompeu a aula. O professor me encarou e toda sala também.
- Francamente senhor Marry, Não sou tão idiota e já não bastasse estar no celular na hora aula e ainda atrapalha os outros?
- Desculpe. – Disse. – Desculpe professor Weity. – Não irá acontecer novamente.
Ele prosseguiu com a aula. Recolhi meus cadernos do chãoEu estava realmente com medo de Jackson. Ele era tão surreal. Era tão elegante que chegava á ser assustador. Eu estava tão interessado em uma pessoa que conheci no recreio, um garoto ainda por cima e mesmo assim o esperei na saída, e quando o vi saindo do portão para fora com o capuz ainda cobrindo seu rosto, meu sangue gelou. Se ele parecia mesmo ser da família dos Kennedy, o que estava fazendo em Londres?
- Obrigado por me esperar. – Ele disse se aproximando de mim com um sorriso nos lábios.
Ele começou a retirar seu casaco preto e por baixo ele estava com uma camiseta regata, que mostrava visivelmente seus músculos e sua boa forma, mas vi um desenho em seu pulso que também me chamou a atenção. Um símbolo. Era uma tatuagem de uma estrela de cinco pontas vermelha e no centro do hexágono da estrela havia uma pirâmide com um olho em sua superfície. Jackson era mesmo um iluminati, e não era um comum. Era membro de uma das famílias mais poderosas do mundo. Ele percebeu que eu encarava seu pulso então ele meio que escondeu a tatuagem.
- Tudo bem? – Ele perguntou.
Mas tanta coisa passava pela minha cabeça que eu até esqueci de ouvi-lo. Eu estava com medo e não sabia por que. Quando dei por mim, ele estava segurando meu braço e estava apertando. Ele me encarou.
- Venha comigo? – Ele perguntou. – Confia em mim?
Eu não sabia o que responder. Eu queria poder sair correndo de perto dele, pois não sabia se ele estava com mau pensamento. Seria provável ele querer me sacrificar? Não. Isso é muita idiotice. As histórias da minha mãe não passam de lendas. Eu olhei nos olhos sombrios dele, mas ele parecia tão lindo e... Confiável.
- Ir á onde? – Perguntei. – Confio em você, mas me diga aonde quer ir.
- Vamos á casa da minha tia. – Ele disse. – Você vai gostar. Você pode vir comigo?
- Acho que sim. – Respondi. – Mas tenho que avisar minha mãe que eu vou chegar um pouco mais tarde em casa.
- Não, não faz isso. – Ele disse parecendo ofendido. – Se não confia em mim e quer dar um alerta de onde você vai estar para sua mãe, tudo bem. Se não confia, eu entendo. A gente se conheceu hoje não é...
Ele sorriu. Eu não sabia por que, mas eu queria ir com ele. Era como se ele me hipnotizasse ou me controlasse. Olhei por cima dos ombros dele e vi os primeiros flocos de neve do dia cair do céu e então começou a aumentar. Aquilo era tão lindo. A neve. Os flocos de neve caíam em seus cabelos escuros e o deixava fantástico.
- Por que tanta intimidade? – Perguntei. – Nos conhecemos hoje e mesmo assim quer que eu vá com você á casa de sua tia?
- Sim. – Ele respondeu. – Só quero ter pelo menos um amigo nesse lugar.
- Não vai se apaixonar por mim não é? – Perguntei brincando e rindo.
- Não, não. – Ele disse rindo também. – Acho que isso não irá acontecer senhor Marry, e então vamos?
Eu o encarei seus olhos sombrios que chegavam á serem lindos. Acenei que sim com a cabeça. Queria saber quem realmente era aquele garoto. Á foto dele no site iluminati da família mais poderosa do mundo, não poderia ser uma foto falsa.
- Venha. – Ele pediu. – Pedi para o meu motorista vir me buscar num lugar aqui perto, mas primeiro, vamos almoçar.
- Mas eu não trouxe dinheiro para pagar um almoço. – Eu disse.
- Não seja bobo. – Ele disse. – Eu vou pagar.
O segui até um restaurante próximo, e ainda por cima era um restaurante famoso e caro. Fomos para uma mesa... Eu queria testar uma teoria. Minha mãe dizia que quando os garotos estão apaixonados ou gostando de uma garota, ele puxa a cadeira para ela antes de se sentar. Eu não era uma garota, mas mesmo assim queria testar. Quando estávamos nos aproximando da mesa, ele passou na frente... Fiquei olhando... Ele puxou a cadeira onde eu iria sentar e então deu a volta para o outro lado da mesa e puxou a outra cadeira, e se sentou. Eu sorri para mi mesmo quando me sentei. Ele percebeu.
- O que foi? – Ele perguntou lançando um sorriso de curiosidade.
- Eu lembrei uma coisa que aconteceu comigo uma vez e acabei rindo. – Respondi ainda deixando escapar uns risinhos.
O garçom veio nos atender e entregou o cardápio para mim e para ele. Antes mesmo que eu olhasse, Jackson me encarou e disse:
- Ei Will, pode pedir o que você quiser comer. Ok? Eu pago sem problema.
“Claro que paga, pelo jeito é mesmo membro da família mais poderosa do mundo”, pensei comigo. Eu voltei a olhar o cardápio e pedi um tipo de comida que eu nunca tinha ouvido falar, mas pela figura do cardápio, parecia bom. Ele pediu a mesma coisa que eu.
- Então, gostei da tatuagem no pulso. – Eu disse. – Onde você fez?
Ele demorou um pouco para responder, típico quando alguém esta inventando uma mentira. Se ele mentisse, eu deveria mesmo confiar nele?
- Em algum lugar em Manhattan. – Ele respondeu. – Nem lembro mais.
- Então não morava aqui? – Perguntei.
- Não. Eu moro em Washington D.C, fiz a tatuagem em uma viagem que fiz para Manhattan. Eu vim para cá por que cansei de lá. – Ele disse, parecendo nervoso. - Aquela cidade ficou um saco.
Não demorou muito para que os pratos que pedimos chegassem é mesa. Aquilo era realmente bom. Jackson comia me encarando e isso estava me deixando com vergonha. Eu nunca tive interesse por outro garoto, mas talvez eu devesse deixar rolar, só para experimentar. Mas se Jackson estava realmente gostando de mim, seria estranho... Eu o conheci de manhã. Depois de devorarmos a comida, tomarmos um litro de coca-cola todinho, Jackson pagou a conta e fomos para o lugar onde o motorista dele estava estacionado.
- Há meu deus! – Exclamei ao ver o carro que o garoto usava para sair.
- O que? –Ele perguntou sorrindo. – Esse carrinho já é velho.
Um carrinho? Uma limusine que eu tinha certeza ser uma das mais caras e modernas do mundo e ele ainda dizia “apenas um carrinho”. O carro tinha tudo por dento. Televisão, videogame, bebidas e até notebook. Tudo. Eu estava surpreso.
- Você parece estar impressionado. – Ele mencionou sorrindo. - Estou certo.
- Acho que sim. – Eu respondi retribuindo o sorrisoImpressionado mesmo foi quando o carro passou próximo ao Big Ben. Era fantástico aquele lugar. Era o lugar que eu mais gostava de visitar. Acho que o Jackson percebeu que eu estava impressionado ao ver o palácio do Big Ben.
- O Big Ben é realmente fantástico. – Ele disse.
- É lindo. – Eu respondi. – Eu queria poder conhecer o palácio. Queria poder entrar lá dentro, conhecer a casa real. É um dos sonhos da minha lista.
Ele sorriu meigamente.
- E quais são os outros sonhos da sua lista? – Ele perguntou curioso.
- São apenas quatro. – Eu disse. – O primeiro é o de conhecer o palácio real, o segundo é ser feliz com uma pessoa, a terceira é conhecer o mundo e a última e quase impossível é viver uma lenda.
- Viver uma lenda? – Ele disse sorrindo como se meus sonhos o divertissem. – Você quer viver uma coisa que não existe?
- Mais ou menos isso. – Falei olhando pela janela do carro. – Eu quero viver algo que não acontece todos os dias, algo que é difícil de acontecer hoje.
- Entendo. – Ele disse sorrindo.
Jackson parecia uma boa pessoa. Ele aparentava ser perigoso, mesmo com toda á sua beleza, às vezes ele me dava arrepios, mas mesmo com arrepios eu estava me sentindo seguro com ele. Eu estava gostando da companhia dele. Mais alguns minutos depois o carro para na frente de um portão luxuoso. A casa devia ser gigantesca, por que o muro alto coberto de pequenos capins verdes rodeava uma quadra inteira de Londres. Havia uma torre de guarda que cuidava e comandava a entrada dos veículos. O motorista passou um tipo de cartão num mecanismo e o portão se abriu. O carro entrou na casa. Passamos alguns metros por uma densa estrada onde dos dois lados tinham pinheiros altos e verdes, até que então o carro contornou uma pequena rotatória que tinha na frente da casa, se é que aquilo não era um palácio. Aquela casa era extremamente elegante e atraente. A pintura era branca com detalhes dourados. As janelas eram grandes e luxuosas.
- Parece até um palácio. – Eu disse saindo do carro e Jackson também. – É tão grande.
Ele riu.
- É por que você ainda não viu a minha casa, em Washington D.C. – Ele mencionou.
Jackson abriu a porta da casa e entrou me chamando para conhecer lá dentro. No centro da entrada principal da casa, havia uma estatua cópia do Pensador.
- Essa estatua é fantástica. – Ele disse se aproximando da estatua e acariciando o concreto. – Venha vou mostrar meu quarto.
Havia duas escadarias, uma esquerda e á outra direita. Subimos a escada da direita e atravessamos um longo corredor luxuoso até então ele parar em frente á porta que parecia ser a do seu quarto. Ele vasculhou sua mochila até encontrar uma pequena chave com um símbolo de J na trava aonde ia ao mecanismo da fechadura.
- A chave do seu quarto tem a inicial do seu nome. – Eu mencionei. – Legal.
- É. Meu irmão também tem uma chave com a inicial do nome dele. – Ele disse. – As chaves e as portas têm um mecanismo que só aceita a letra forjada da chave. Portanto eu não consigo abrir á porta do quarto do meu irmão e nem ele o meu e isso é bom, pelo menos ele não meche nas minhas coisas, apesar de que eu tenho curiosidade de mexer nas coisas dele.
- Legal você tem um irmão. – Eu disse. – Ele é mais velho que você ou mais novo?
- Ele é meu irmão gêmeo. – Ele respondeu. – Ele veio também. Deve estar enfiado em algum lugar de Londres. Ele é do tipo mais radical, do tipo que gosta de adrenalina.
Ele tinha um irmão gêmeo? Eu não tinha visto isso no site. O quarto dele era um sonho. Jackson era mesmo um príncipe em seu império. Ele pediu que eu me sentasse na beirada de sua cama e assim eu fiz, ele ligou a TV que era realmente gigante e estava passando um clipe romântico da Katy Perry, Unconditionally no canal dos famosos. O clipe era Fantástico.
- Espere. – Ele disse. – Vou tirar essa roupa.
Ele pegou seu short no guarda-roupa e depois entrou no banheiro que tinha em seu quarto e fechou a porta. Queria imaginá-lo sem camisa, ele devia ser bem gato sem camisa. Um minuto e meio depois ele abriu a porta. Eu fui para outro mundo. Não sei como... Ele devia ter uns 17 anos? Talvez 18 e mesmo assim era tudo aquilo. Ele devia ter passado metade de sua adolescência numa academia, de tão malhado que ele era. Eu queria ter lembrado de ter disfarçado melhor, mas acho que foi tarde de mais...
- É só um corpo... – Ele disse rindo. – Eu parei de malhar um tempo atrás...
- Eu... Eu não queria... Digo... O que você é? – Eu perguntei. Não me culpe, quando fico nervoso eu sempre me enrolo demais e acabo revelando as coisas.
Ele ficou sério.
- Por que está me perguntando isso?
- Nada, deixa quieto. – Eu disse.
Ele se aproximou e se sentou ao meu lado e segurou minha mão e depois segurou meu pulso com a outra mão e ele começou a apertar forte. Ele estava me deixando com medo.
- Está com medo. – Ele disse soltando meu braço. – A aceleração do seu pulso está mega acelerada então quando é a apertada, dá pra sentir a aceleração. Então está com medo.
Ele se levantou e pegou o notebook dele que estava fechado em cima de uma cômoda luxuosa que parecia até ter sido feita de ouro. Ele voltou a se sentar ao meu lado e abriu o notebook e depois abriu o seu navegador. Depois de alguns segundos ele abriu o Facebook dele e o vi digitar meu nome no campo de busca.
- É esse o seu Facebook? – Ele perguntou virando a tela para o meu lado.
- É sim. – Respondi ao ver minha foto de perfil.
Ouvimos um batido na porta. A porta se abriu e vi o próprio Jackson entrar. Incrível, o irmão dele era quase idêntico com ele. O garoto se aproximou sorridente de mim e eu até fiquei em dúvida se o Jackson ao meu lado era realmente... O Jackson.
- Quem o seu amigo maninho? – Perguntou o garoto se aproximando de mim.
- É o Will. – Respondeu Jackson. – E Will, esse é meu irmão Luan. Ele é meio irritante e enjoado, mas é um cara bacana.
- Nem sou seu panaca! – Exclamou Luan dando um soquinho no ombro de Jackson.
Luan me encarou e estendeu suas mãos para me cumprimentar. O símbolo da estrela de cinco pontas com uma pirâmide e um olho em sua superfície no centro era totalmente visível no pulso dele, mas a tatuagem dele era preta. Estendi minha mão e o cumprimentei. O sorriso dele era idêntico ao do irmão.
- Foi bom conhecer você Will... – Disse Luan se distanciando e indo para a porta.
- Você já vai aprontar? – Perguntou Jackson ao irmão.
- Não, hoje estou de folga. – Respondeu Luan rindo. – Mas amanhã... Vou invadir as pistas de Londres.
Luan saiu do quarto.
- Invadir a pista de Londres? – Perguntei.
- Sim... Ele gosta de adrenalina... Amanhã ele vai entrar em uma corrida que é... Tipo proibido aqui em Londres.
- Há entendo. – Disse.
- Pronto! – Ele disse. – Agora é só você aceitar o convite e seremos amigo no Facebook.
- Eu aceito quando chegar em casa. – Falei me levantando da beirada da cama. – Jackson, me ajude a sair de sua casa agora? Eu preciso ir embora e sua casa é meio grande e os guardas...
- Já quer ir embora? Mas você mal chegou. – Ele disse. – Está com medo de mim não é?
- Não, não é isso. – Eu respondi. – É que demoramos lá no restaurante e se eu demorar muito, provavelmente minha mãe irá mandar toda a policia de Londres á minha procura.
Ele pegou seu celular no bolso do Short. O celular era realmente de gente rica. Eu não teria um daquele nem num sonho.
- Ligue pra ela. – Ele disse estendendo seu celular para mim. – Avisa pra ela que você está na minha casa. Diz que está fazendo um trabalho...
OK. Eu estava com medo mesmo dele. Tá legal que ele ali sem camisa era bem gatinho, mas mesmo assim ele era sombrio e assustador também. Ele parecia querer que eu ficasse ali com ele de qualquer jeito.
- Não precisa. – Eu disse. – Desculpe, mas preciso mesmo ir...
Quando disse isso, percebi que ele estava me encarando permanentemente e que seu rosto estava se aproximando de mim... Seus lábios estavam mais próximo dos meus, agora eu podia sentir um aroma adocicado do seu perfume, que era um aroma delicioso. Senti seu rosto se encontrar ao meu. Ele não me beijou. Ele encostou sua bochecha lisa e macia na minha.
- Desculpa por isso... – Ele resmungou e então me beijou intensamente.
Sua boca era incrivelmente deliciosa. Meu coração batia assustado. Quando ele parou de me beijar ele olhou nos meus olhos e encostou sua testa na minha e me abraçou.
-... Mas eu acho que fiquei um pouco atraído por você. – Ele completou sua frase com um olhar de preocupado. – Desculpe. Isso não deveria ter ocorrido, eu... Eu não deveria ter feito isso.
Ele se levantou da beirada da cama, e parecia meio irritado. Ele abriu uma porta do seu guarda-roupa e vi ele retirar uma adaga prata que estava dentro de uma caixa de vidro pequena. A adaga tinha um desenho de três “S” um do lado do outro, “SSS”, e também havia uma estrela de cinco pontas desenhada no cabo da adaga. Ele se aproximou de mim, e dessa vez fiquei apavorado por dentro, mas só o que ele fez foi cortar seu braço. O corte foi profundo, e o sangue começou a lavar seu braço e a pingar no chão. Eu me levantei e corri pra perto dele.
- Jackson! Droga, por que fez isso. – Eu exclamei. - Você ficou louco?
Eu olhei nos olhos dele, e ele parecia meio tonto... Ele estava perdendo muito sangue.
- Estou bem... – Ele disse segurando meu braço. A adaga caiu no chão.
O ajudei a se sentar na cama. Sai correndo do quarto.
- Luan! – Exclamei alto.
Alguns segundos depois uma mulher magra e loira, bem vestida e usava um colar de perola no pescoço se aproximou de mim. Ela devia ter uns 35 anos e devia ser uma mulher desejada por muitos homens.
- Quem é você garoto? – Ela perguntou parecendo ter medo de mim.
- Desculpe, eu explico depois. – Eu disse meio assustado. – É o Jackson ele cortou o próprio braço e está perdendo muito sangue.
A mulher me encarou parecendo séria.
- Há de novo! – Ela exclamou pegando seu celular e discando um número. – Susan venha correndo para o quarto do Jack, e traga os equipamentos médicos.
Ela se aproximou do quarto de Jackson, eu fiquei na porta enquanto ela foi até ele. Pude ouvir ela brigando com o Jackson.
- Eu não acredito Jack, você fez isso de novo. – Disse a mulher. – Você vai acabar pegando hemorragia e se matando moleque.
Alguns minutos depois outra mulher morena, que eu presumo ser a Susan, apareceu apressada e entrou no quarto de Jackson e fechou a porta na minha cara. Mas que droga! E agora? Preciso ir embora, mas tenho medo dos guardas... A porta do quarto se abriu de novo e a mulher loira saiu e fechou a porta novamente. Pude ouvir um grito alto de dor do Jackson. A mulher me encarou.
- Quem é você? – Ela perguntou.
- Meu nome é Will... Sou amigo do Jackson. – Respondi. – Ele vai ficar bem?
- Vai, Susan vai cuidar dele. Ele já se acostumou a fazer isso. Sempre se corta quando fica zangado ou triste. – Ela disse. – A propósito, por que ele se cortou dessa vez? Vocês brigaram e ele ficou zangado?
- Não. – Eu disse não querendo mencionar o beijo. – Eu não sei o que aconteceu e derrepentemente ele pegou a adaga no armário e se cortou do nada.
- Tá tudo bem. – Ela disse sorrindo e se aproximando de mim e colocando seus braços por traz dos meus ombros. – Sou tia dele. Acho melhor você ir embora, vou pedir ao motorista que leve você em sua casa. Não se preocupe com ele, vai ficar bem.
- Ok, se a senhora diz. - Respondi.
Ela me acompanhou até a limousine e pediu para o motorista me lavar para minha casa, e antes que o motorista pudesse partir, ela se aproximou da janela do carro e sorriu.
- Will, Jack não é do tipo que arranja amigos. Ele sempre vive isolado e vive fugindo das pessoas. Foi um milagre ele ter aceitado ir em um colégio comum, com muitos adolescentes. - Ela disse. - Se você é mesmo amigo do Jack, então deve ser especial pra elecontinua
OBS: As partes continuativas podem ser publicadas dentre um á 15 dias e informamos que erros ortográficos e de gramática são totalmente de inteira responsabilidade do autor. Wont Power Produções de contos e histórias agradece.
COMENTÁRIO DO AUTOR.
OUTRO CONTO NOVO MEU, EXCLUSIVAMENTE PARA O PUBLICO HOMOSSEXUAL. É COM ORGULHO QUE ESCREVO Á HISTÓRIAS DESSES DOIS JOVENS. UMA HISTÓRIA COM POUCAS PARTES, MAS QUEM SABE PODE ATRAIR VOCÊ LEITOR PARA Á PRÓXIMA PARTE CONTINUATIVA. OBRIGADO POR LER E TALVEZ PELOS COMENTÁRIOS. DESDE JÁ, UM GRANDE ABRAÇO.
ASS: UISLEY, autor de A ESCOLHA e AMOR E SANGUE.
EM BREVE A CONTINUAÇÃO DE A LENDA DE UM ROMANCE.