Capítulos de Mim - 01

Um conto erótico de Passarinho
Categoria: Homossexual
Contém 967 palavras
Data: 23/12/2013 12:31:15
Assuntos: Homossexual, Gay

Essa parte não é tão importante então vou resumir...

Minha história nunca foi das mais felizes. Claro que agora aprendi uma valiosa lição. A vida sempre pode ser pior do que já é. Meu nome é Rubens, mas sempre me chamaram de Ruy, estava com 16 anos e sempre fiz o tipo CDF. Gostava e ainda gosto de estudar, mas diferente dos estereótipos não era um NERD feio. Muitos até me consideravam muito bonito. Tinha o cabelo loiro lisinho parecido com de um índio, só que loiro. Olhos verde-esmeralda, Uma inteligência admirável devo admitir, um corpo bacana. Não era malhado, mas tinha um corpo definido que de impacto, causava boa impressão. Também era gay, mas isso pouquíssimos sabiam. Era afeminado, mas somente os olhares de águia mais aguçados poderiam ficar levemente desconfiados, nunca dei motivos pra pegarem no meu pé e como era muito fechado nunca surgiu nenhum boato a esse respeito (que eu saiba).

Morava em uma cidadezinha de Pernambuco, minha mãe era solteira, meu pai nunca quis saber de mim. Ele batia muito na minha mãe e a abandonou pra ficar com outra quando ela estava grávida do Vítor. Eu tinha dois irmãos. Um mais velho e outro mais novo. Meu irmão mais velho morava em São Paulo, era casado e tinha uma filha pequena. Ele mudou de cidade quando eu era bem criança então não me lembrava dele direito. Já meu irmão mais novo, O Vítor, tinha 12 anos. Um garoto encantador que eu amava demais. Éramos extremamente apegados um com o outro e raramente brigávamos. O Vítor e eu éramos aquele tipo de irmãos que dormem abraçados um ao outro, de alguma forma eu assumi o papel do pai que ele tanto sentia falta. Por conta da minha trajetória de vida, acho, eu era muito maduro pra minha idade. Também era responsável e minha vida social pouco desenvolvida me fez mergulhar no mundo do conhecimento acadêmico de da literatura, daí a ‘inteligência’.

Minha mãe era lavadeira e era assim que ela pagava nossas despesas básicas. Como toda pequena cidade, o senso de comunidade sempre prevalecia de vez enquanto um pegava no cabelo do outro e ficava sem se falar, mas quando precisavam um do outro. Sempre estavam ali pra se ajudar. Cidade pequena era assim, um cuida do outro!

Havia pouco tempo, meu avô faleceu o que foi um baque emocional terrível. Ele era a única família que minha mãe tinha naquela cidade e era nosso porto seguro, pois muitas vezes só o dinheiro da minha mãe não era o suficiente então ele entrava com ajuda de custo. Estávamos meio desnorteados perguntando o que seria do amanhã...

Estudava numa escola pública na cidade em que morava. Quando estava na oitava série ano (Atual nono ano), perto do final de ano, o diretor me chamou na sala dele. Estranhei o pedido, mas fui:

Rubens, você sabe que tem meu apreço não sabe? – Ele disse me olhando profundamente e fiquei me perguntando onde toda essa conversa com o diretor iria me levar – Eu também o admiro muito, Matias. – Rubens, sua inteligência é invejável, tive a oportunidade de conhecer poucos alunos com tanto conhecimento. – Que nada, Matias, eu apenas me esforço! – Eu sei meu filho, eu sei. – Mas nossa cidade é pequena, muito limitada... Seu futuro pode ser grandioso, sei que seu avô faleceu recentemente, mas dia desses eu conversava com um velho amigo meu, diretor de uma escola muito conceituada em São Paulo. Ele cedeu uma bolsa de estudos para você, meu filho! Então, se você tiver como ir será uma grande oportunidade acadêmica, meu filho, de verdade...

Fiquei sem palavras... Era verdade que eu era um pouco inteligente, mas nossa, ganhar uma bolsa de estudos assim... Ele me falou mais sobre a bolsa e eu dei um abraço e agradeci. Precisava pensar e por as ideias em ordem. Chegando à minha casa, encontrei minha mãe tonta, passando mal. Nosso hospital era muito precário e qualquer coisa mais grave a pessoa devia ser remanejado a outras cidades. No hospital, os médicos disseram que a doença da minha mãe não foi diagnosticada com os equipamentos dali, mas que ela precisaria ir à capital fazer exames mais complexos.

Liguei pro meu irmão e expliquei a ele a situação. Era impossível irmos à capital, pois não tínhamos condições financeiras. Foi ai que contei a ele sobre a bolsa de estudos que eu havia ganhado e tals e ele teve a ideia de nos levar para São Paulo, a todos.

A partir daquele momento eu estava assumindo a liderança daquela família. Assim que terminaram as aulas nos mudamos. Sou filho de mãe solteira e isso me proporcionou uma infância muito triste, meu pai nunca se importou comigo. Minha mãe também nunca fez ‘o estilo carinhosa’ e isso não ajudou. Não foi fácil abandonar minha terra natal, meus conhecidos (Nunca tive grandes AMIIIIIGOS), mas sabia que a mudança era necessária, pois minha mãe era idosa e atualmente estava com um aspecto cada vez mais doentio, além do mais o choque da perca do meu avô (Meu avô era suuuuuuuper idoso, mas choca né, gente?) deve ter abalado ainda mais a saúde dela, sem contar que seria uma rica oportunidade para mim. O Vítor ficou muito triste também, mas ele confiava muito nas minhas decisões, meu irmão mais velho trabalhava de pedreiro. Não sei como, mas ele conseguiu o dinheiro das três passagens de ônibus clandestino para viajarmos.

Apesar de tudo isso estava animado com a mudança. Minha mãe poderia fazer exames mais sofisticados. Além do mais sempre fui uma pessoa muito tímida e retraída, tive poucos amigos e vi a oportunidade de me mudar de estado como uma oportunidade de mudar de personalidade, ser diferente. Contudo, não deu muito certo. Mas pelo menos perdi um pouco da minha timidez.

Continua...

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