Ai... Já passam do meio dia e a minha cabeça ainda dói. Levanto cambaleante atrás de algo que faça o mundo parar de girar,me enfio até o pescoço embaixo da torneira e sinto a água escorrer.Alcanço a poltrona mais próxima e simplesmente me deixo cair.Flashes da noite anterior então me tomam.Um olhar...Negro...Bem delineado...Afogaria-me neles.Fecho os olhos e agora vejo uma boca...De lábios cheios e majestosamente desenhados molhadinhos a convidar.Percebo minha boca responder ao convite.E lembro o beijo a ponto de sentir o gosto.Deslizo a ponta dos dedos nos meus próprios lábios...Por instinto olho pra cama.Uma mulher nua ainda dorme.
O lençol de seda mal a cobre... Posso ver o arfar lento de sua respiração elevando os seios. Revelando os biquinhos eriçados pelo atrito. Nunca pensei em ver outra mulher assim.Engulo em seco buscando na memória qualquer indicio minimamente lésbico na minha personalidade,porém a maciez daquela pele morena e o cheiro de fêmea inebriante são minhas únicas lembranças.
Já ligava pela décima vez pro Flavio,meu namorado de 3 anos.Ansiosa para vê-lo,invadi o escritório e se fizesse parte das minhas fantasias um ménage a trois ele teria se dado muitíssimo bem.Sai atordoada e fiz cadeira cativa no primeiro bar pé sujo que encontrei.Misturei meio mundo de drinks,justo eu que até no beber socialmente dos fins de semana não passava de uma taça de vinho.O nível de álcool no meu sangue já beirava o coma quando ela apareceu.Salto alto,pouca roupa...Mulata de curvas generosas.Reparei numa mulher e assumo.Acompanhei cada passo seu até o mastro onde começou seu show.Movimentos que pulsavam em mim.Aos poucos fui me aproximando.
Os homens gritavam eufóricos,notas de dinheiro balançavam no ar...Eu...Suava frio.Entorpecida.Presenciei com olhos atentos as primeiras peças de roupa serem tiradas e ela me olhou.A única fêmea a contempla-la.Talvez a única fêmea naquele lugar.Olhando-a.Devorando-a involuntariamente.
Agora debruçada no chão, foi com o andar de felina que ela veio até mim. Encostou a boca carnuda na minha orelha e sussurrou o verbo absolutamente desnecessário.No segundo seguinte eu estava no palco.Guiada pela mão deixei me envolver pela batida,ela girou meu corpo e me abraçou por trás,rebolava enquanto sentia seu halito no meu pescoço.Abafei na minha mente a multidão gritando excitada e me concentrei no seu corpo.Nossa dança era claramente uma tentativa de coito.Virei o rosto e procurei sua boca...Ela desviou.Me abraçou...Seios colados desafiando as leis da física,brigando pra ocupar o mesmo espaço.Deslizando os lábios no meu rosto,ignorando minha boca sedenta da dela foi tirando o que faltava da roupa.
Nua,ela se afastou.Subiu no mastro e desceu graciosa.Começava a sentir ciúmes quando fui puxada pela blusa e contemplada com um beijo carregado de tesão.Aproveitei pra sentir melhor sua textura e escorreguei uma mão por entre as suas pernas.Molhada.A Morena se contorceu surpresa e gemeu no meu ouvido...Fim da musica.
Levanto da poltrona.Sinto a boca seca.Bebo quase meio litro de água.Posso vê-la daqui,posso sentir em mim inteira o desejo por ela,me debruço na geladeira e volto a devagar.
Esperei o bar fechar.Sentada na calçada do outro lado da rua vi quando ela chamou um taxi.Blusa branca,calça jeans.Corri na sua direção oferecendo carona.Sorriso lindo.Pensou duas vezes.Aceitou.
Não deixei ela em casa.Lembro de quase bater o carro quando ela enfiou a mão dentro da minha calça.Pensei em parar no acostamento,mas a perspectiva de tê-la aberta e molhada na minha cama me fez dirigir como uma psicopata.Fui agarrada logo no elevador do prédio.Blusa desabotoada,mordidas e chupadas fortes nos seios.A essa altura já escorria a ponto de sentir a calcinha encharcada.Adivinhando meu pensamento ela se abaixou.Sem cerimônia desceu minhas vestes e me abocanhou a buceta.Gritei alto. Se alguém resolvesse usar o elevador eu teria que fazer minhas malas.
CONTINUA
