Galera do meu amado coração! Sinto que não tem jeito de eu me desculpar com vocês o suficiente por ter demorado esse tempo todo! Me desculpem, de verdade! É que nessas últimas semanas, minha rotina foi mais ou menos assim:
Acordar, café, trabalho, almoçar, sair pra ONG (sou voluntário numa de animais em MG), voltar, terminar o trabalho, jantar, tomar banho e lazer por pouco tempo antes de dormir... Tava tenso, mas agora, eu resolvi a situação (mais tarde eu conto com o que eu trabalho) e estou de férias, então vai ser contos sem parar!
PS: O Gabriel tava reclamando disso. Adoro quando ele fica com raiva. *----*Fui atender meu celular. Era o Victor. Meu Deus, ele ainda tinha o meu número.
- Alô?
- *Fala, maninho! Quanto tempo! Onde você e o pai estão?*
- O pai tá pra São Paulo, e eu tô na casa de um amigo meu.
Gabriel olhou para mim com uma cara fechada.
- Amigo? - Ele sussurrou, com raiva.
- Fica quieto! - Sussurrei.
- *É que eu cheguei em casa, e não vi vocês dois. Quando você volta?*
- Sábado.
- *Nussa. Vô ficar na casa da tia, então. Falou.*
- Tchau.
Gabriel estava olhando pro outro lado.
- Amor? O que foi?
- Por que você tá me chamando de amor? Achei que eu fosse só um amigo.
- Amor. Olha pra mim. - Ele olhou pros meus olhos. - Se eu falasse pro meu irmão que você era meu namorado, o que você acha que ele ia fazer comigo?Ele ia me achar em qualquer lugar e te esquartejar, antes de me dar uns bons tapas na cara. Eu tenho medo do que pode acontecer...
Ele me abraçou e eu dei um beijo nele. Aquele era diferente... Tinha um pouco de medo, de receio. Tentei animá-lo, fazendo um carinho no seu pau, mas o ônibus chegou. Subimos, pagamos as passagens e sentamos.
- Você vai dormir lá em casa! Você vai adorar! - Ele disse, animado.
- Por que eu vou adorar? - Eu disse, achando que ele ia falar que eu ia ficar juntinho dele.
- Você ainda não viu tudo da minha casa.
Ele soltou uma risada maléfica e eu fiquei curioso. O que será que tinha lá? Será que tinha um spa com massagistas suecas? Ou uma hidromassagem (e tinha, mas não era isso)? Porque quando se tratava da família de Gabriel, você podia até imaginar que eles tinham um mordomo. Não estou brincando.
A mochila (agora que eu lembrei que eu tinha pego uma mochila, e não uma mala) começou a se mexer, e eu abri. Chico estava querendo atenção. Sempre quando ele quer atenção, ele certifica-se que eu ou meu pai estejam olhando pra ele e ele começa a abrir os braços e fechá-los, como se estivesse batendo palmas. Isso continua até alguém brincar com ele ou fazer carinho nele.
A viagem continuou, e teve uma parte engraçada: tinha duas idosas na cadeira alta atrás da gente (sim, eu ainda tenho espírito de criança de correr loucamente assim que passa da catraca pra pegar os bancos altos). Quando eu deitei no peito do Gabriel (ele tava escorado na janela), uma das velhas olhou pra gente estranhando. Aí ela começou a fofocar com a amiga dela. Quando ela ficou quieta, tive certeza de que ela estava olhando pra gente. Encontrei meus olhos com os de Gabriel por uns 6 segundos antes dele tocar seus lábios nos meus. Aquele foi um beijo romântico, como dos filmes: FOI PERFEITO, tanto pra irritar as idosas quanto porque eu amava o Gabriel.
- É, tá na hora do almoço, e tô surpreso que esse ônibus esteja vazio assim. - Disse ele.
- Não fale isso! - Eu sabia que era nesse ponto que ele lotava, porque passava perto do centro da cidade.
- Falei cedo demais. Hahahahaha! - Não posso deixar isso de lado, mas... A risada dele é tão fofa.
O ônibus começou a encher muito, e rápido. Eu saí do abraço de Gabriel, porque algumas pessoas poderiam se sentir incomodadas com isso. Um par de velhinhas não faria mal, mas uma gangue, talvez... E falando em gangue, uma porra de um bando de funkeiros entrou no ônibus. Escutando funk. Alto. Um deles passou o olho em todo mundo do ônibus até me ver. Ele olhou e sussurrou pro amigo dele, rindo. Eu não tinha reparado, mas a minha mão e a do Gabriel ainda estavam com os dedos entrelaçados, uma fazendo carinho na outra.
- Uai, zé! Se eu soubesse que fruta pegava esse ônibus, nem subia! - Gritou o amigo.
Olhei para Gabriel e fiquei aliviado. Ele não tinha escutado. Estava admirando a vista da janela. Vocês sabem como o cara é pacífico, né? Eu já falei da vez que ele me bateu... À toa? Pois é! Calmo, calmo. Olhei pra janela também, aí eu notei que o funk abaixou. Olhei para os funkeiros e o que tinha gritado fez um gesto apontando para ele e para mim, enfiando seu dedo indicador de uma mão num círculo feito pelos dedos de outra. Fechei a cara e voltei a admirar o exterior.
- Dani. - Chamou Gabriel.
- Oi?
- Se eles fizerem mais alguma coisa, você tenta me segurar, entendido?
- Por favor, se você fizer alguma coisa nesse ônibus lotado...
- Relaxa, meu amor! - Ele disse, deitando minha cabeça no ombro dele.
Eu tenho muito medo do Gabriel. Tá, eu amo ele, mas o fato de que ele pode quebrar o crânio de alguém com as mãos me assusta. E se eu não puder controlá-lo? E se eu fizer alguma besteirinha que o irrite e ele desconte a raiva em mim?
Finalmente, chegamos ao nosso ponto. Parecia que tinha demorado uma eternidade, mas chegamos. Quando descemos do ônibus, começamos a andar. Chegamos na casa do Gabriel e ele abriu a porta. Sua mãe estava assistindo TV com a irmãzinha de Gabriel, e me cumprimentou de forma bem educada e me fez sentir em casa. Gabriel me puxou até o final do corredor e abriu uma porta. Era o escritório do pai do Gabriel.
- Ei, pai.
- E aí, filhão! - Ele olhou pra mim. - E aí, Dani-boy?
- E aí, sogrão!
Devo admitir que aquela cena foi engraçada. Gabriel fechou a porta e passamos pelo corredor e subimos as escadas. Felipe estava no quarto, com um violão na mão. Ele me cumprimentou e eu reparei que ele tava tentando se lembrar de alguma coisa.
- Ah, que legal! Você toca? - Tentei puxar assunto.
- Não, ainda tô aprendendo... Você sabe tocar alguma?
Peguei o violão e comecei a tocar uma das poucas que eu sei: Sweet Child O' Mine do Guns N' Roses. Minha versão acústica era boa, não querendo ser exibido. Felipe tentava acompanhar meus dedos, mas como eu gosto de tocar violão invertido (minha mão esquerda no corpo e a minha direita no braço), era difícil pra ele. Eu não consegui terminar a música, porque eu travei na metade. Quando eu devolvi o violão, eu senti uma pressão contra minha boca. Um beijo.
- Felipe! Você tá louco? - Sussurrei.
- Me desculpa... - Ele disse, quase chorando. - Minha ex-namorada gostava muito dessa música, e ver você cantando me fez lembrar dela e...
- Tá tudo bem. - Abracei ele e ele deitou a cabeça no meu ombro.
- Sua boca é gostosa. - Ele disse, soluçando de choro.
- Cala a boca e aprecia o momento. - Pelo menos eu fiz ele rir.
- Amor, você va-OK, volto mais tarde. - Disse Gabriel, entrando e saindo do quarto do Felipe ao mesmo tempo.
Devo admitir que o cabelo do Felipe era gostoso de passar a mão, e o beijo dele também era gostoso. Deve ser uma maldição de família. Ficamos em silêncio por uns dois minutos daquele jeito. Eu achei aquele momento lindoGente, amanhã, talvez eu poste mais, mas não levantem suas esperanças... A ceia de Natal ainda está me puxando. E Feliz Natal para os meus fãs, especialmente para os que acompanham desde o começo.
Ah, e o 'a-safado': Apenas uma pessoa pode me escravizar... Se é que você me entende. E sua TV vai queimar, porque só a minha pode ter suporte pra pendrive!
E 'Vitor Heartfillia': Você é fã de Fairy Tail também? *O* Meu anime favorito. Sem mais.
Feliz Natal pra vocês!