A Casa do Sol Nascente - 03 e 04

Um conto erótico de O Corvo
Categoria: Homossexual
Contém 3304 palavras
Data: 27/12/2013 20:28:00
Última revisão: 26/06/2014 19:08:24

“My mother was a tailor

Sewed my new blue jeans

My father was a gamblin' man

Down in New Orleans

Now the only thing a gambler needs is

A suitcase and a trunk

And the only time he'll be satisfied

Is when he's on a drunk”

Nico viu George sentado lá dentro, no chão sujo com uma seringa enfincada no braço, com a boca semiaberta e o olhar vazio.

Nico ficou petrificado quando percebeu que George estava morto.

- Nico, preciso que você cuide disso – Nazaré falou ríspida.

Só que o transe que ele estava era tão hipnótico que foi como se ele estivesse com a alma fora do corpo. Nunca tinha visto um cadáver antes e agora que viu estava totalmente sem reação.

- Nico?

Sua mente vagava em pensamentos, via o corpo de George como o de um boneco, um ventríloquo, uma marionete sem vida, sem alma. Era esse o destino de todos nós? Um ardor em sua bochecha o desperta do transe.

- Ai! – levou a mão imediatamente para o rosto, tinha acabado de levar um tapa.

São Paulo – 25 de Novembro de 1982

(Natal)

“A infância é medida pelos sons, aromas e cenas antes de surgir a hora sombria da razão.”

(John Betjeman)

- Mamãe, será que o papai vai gostar do presente?

Nico tinha comprado duas gravatas para seu pai, uma azul com bolinhas brancas e a outra personalizada com o desenho que ele tinha feito de seu pai. Juntou dinheiro o ano inteiro, guardou cada mísero centavo do troco do lanche e o que rendia dos trabalhos que os vizinhos arrumavam para ele, tudo para dar esse presente de Natal para Antônio.

- Mas é claro, filho. – Patrícia não tinha certeza, desde que seu marido tinha sido influenciado a entrar no mundo dos jogos de azar, só ficava feliz quando estava bêbado. Ela apostava que Antônio nem sabia que hoje era Natal, muito menos que hoje também era aniversário de Nico.

- Que bom, mamãe.

- Vamos para casa, Nico. A mamãe ainda tem que terminar os detalhes do seu bolo.

Nico esperava por esse dia o ano inteiro, ele nem ligava para o seu aniversário. Só queria chamar a atenção de seu pai, após muitas tentativas falhas, ficou triste e desapontado, mas hoje sabia que seria um dia especial e ele daria todo o amor que seu coraçãozinho de 8 anos poderia oferecer.

A Toca do Zé – um cassino clandestino que se passava por padaria – estava lotado naquele dia, bebidas, luzes, prostitutas, cigarros e muita grana preenchiam todos os cantos daquele lugar.

As paredes eram todas cobertas de caça-níqueis, ao centro tinham as mesas de baralho e dados da sorte, mas Antônio estava na sua mesa favorita a da roleta.

- Vamos jogar a última rodada. – Ele estava bêbado, mas sabia o que fazia.

- Não vamos jogar mais, você não tem mais dinheiro – Pezão disse.

- Só mais uma rodadinha, irmão. – estava cambaleante, o cheiro de álcool fez Pezão franzir o nariz.

- Bom, podemos negociar. O que você tem a nos oferecer? – O plano de falir o bêbado entrou em ação.

- Tudo. Qualquer coisa. É só falar, pernão.

- É pezão. A única coisa que você tem a nos oferecer é sua casa.

- Ah, não sei – ele estava um pouco relutante, mas louco para jogar mais.

- Bom, se você ganhar você fica com a casa e mais 500 mil dólares, se você perder, você nos dá a casa.

- Vai amarelar agora, benzinho? – disse uma prostituta esquelética. Mal sabia Antônio que a dama da noite vinha com um brinde entre as pernas.

- Tudo bem, mas vamos rápido antes que venha o arrependimento.

Essa aposta eles não usariam fichas, Antônio pegou seu copo de cachaça e colocou sobre uma mesa verde com vários números que tinham cores ora pretos ora vermelhos. O copo pousou sobre o número 17 na cor preta. Pezão fez o mesmo, com seu copo aterrissou sobre o número 8, também na cor preta.

A roleta foi girada e uma bolinha foi jogada.

A casa de Nico era simples, nada muito moderno, exceto pela TV que ocupava um espaço primordial no centro da sala. Não eram ricos, não tinham luxo, mas tinham uma vida confortável. Patrícia fez questão de decorar a casa tanto para o Natal quanto para a festa de Nico, com direito a pinheiro de Natal, guirlandas, balões, enfeites e os presentes sobre a mesa.

- Mamãe, o papai está demorando tanto. – Nico falava enquanto puxava o vestido pastel de sua mãe.

Patrícia sabia que era verdade, desde que entrou no vício seu marido mudou muito, não tinha mais horários, emprego ou responsabilidade. Ela que trabalhava costurando para fora e sustentava a casa. Suas mãos não eram mais macias, eram puros retalhos de cicatrizes e calos.

- Papai deve estar ocupado, filho. Então para te compensar eu vou te mostrar seu presente que eu e o papai fizemos.

Antônio não tinha nenhuma relação com o presente, ele nem sabia que seu filho fazia aniversário, só que Patrícia não podia estragar a infância de seu filho o puxando contra seu pai. Era uma mentira branca, pelo menos assim ela pensava.

- OBAAAA! – Nico ficou mais eufórico que de costume. Estava muito ansioso já que tinha visto sua mãe se ocupar com esse presente por dias, o fazendo ficar cada vez mais curioso.

Patrícia vai até embaixo do pinheiro e pega uma caixa preta com um laço azul marinho abraçado. Nico prontamente pegou a caixa e começou a abrir. Ver a felicidade de seu pequeno era maior que ganhar qualquer prêmio.

Nico retira um urso de pelúcia marrom de olhos negros dentro da caixa e fica encantado. Seus olhos arregalados e sorridentes fitam sua mãe com alegria e volta a pousar sobre o urso.

- E então? Gostou? – Patrícia perguntou com carinho.

- É o melhor presente que eu já ganhei, meu Deus. Obrigado mamãe. – A criança estava tão feliz que seus olhos marejaram.

- Não chora, amor. – A mãe abraçou seu pequeno e o urso.

- Nico, você já escolheu o nome dele? – ela se afastou com delicadeza.

- Ton, igual ao apelido do papai.

- Ton? O Antônio vai se confundir quando você brincar com o seu urso. Que tal Tonton?

- Adorei! Você é demais. Além de linda você é muito inteligente, mamãe. – E Nico começou a brincar de aviãozinho com o Tonton.

- Caralho, merda! – A porta se abriu violentamente. Antônio puxou a mulher pelos cabelos e foram até o quarto.

Nico assistiu ao pai abrir um baú onde guardava tudo que ganhava das apostas, estava vazio. Depois ele abriu uma mala onde havia sacado toda a economia da família, falando que ia fazer investimentos, mas não é difícil imaginar o destino de todo o dinheiro.

- Nico, vai brincar com seu ursinho e tampa os ouvidos, mamãe está bem. – Foi a última coisa que Nico viu antes de Antônio fechar a porta.

O pequeno estava assustado, por isso resolveu obedecer a mãe, foi para o canto da sala e se encolheu. Colocou o urso em cima das pernas cruzadas e tapou seus ouvidos.

Os sons que viam do quarto eram tão intensos que ultrapassavam a barreia de som que Nico havia criado sobre o rosto.

Ele não sabia o significado de falência, que seu pai havia falado. Só que entendeu muito bem quando foi dito “perdemos a casa”. Será que eles iriam se mudar? E seus amigos do bairro? Não queria sair dali.

Gritos da sua mãe chicoteavam a atmosfera o fazendo se encolher cada vez mais. Barulhos de tapas, objetos caindo eram proferidos juntamente com a grossa voz do seu pai berrando “A culpa é sua”.

Antônio saiu do quarto furioso. Foi à cozinha e voltou com uma garrafa de vodca. Sentou-se ao sofá e deixou que a bebida rasgasse sua garganta.

A campainha da casa toca.

-Inferno! – A contragosto o bêbado foi atender a porta.

Uma mulher ruiva e bem vestida entrou pela porta juntamente com um menino franzino, da mesma idade de Nico, também ruivo. Os olhos azuis como águas-marinhas eram como faróis, os dela frios como blocos de gelo, os dele aconchegantes como o céu.

A mulher encarou de cima a baixo o pai da criança. Ao reprovar o que via, virou seu rosto para o lado e girou seus olhos na órbita.

Rafael – o pequeno ruivo – avistou um menino assustado e com olhar baixo no canto da sala. Os olhos dos dois se cruzaram, que o fez quebrar a visão e ficar com as bochechas vermelhas.

- Suponho que o senhor seja o Antônio – ela falava com o sorriso azedo.

- O que você quer? – Ele foi inciso.

- Bem, eu estou na minha casa e a quero. Estou esperando você e sua família saírem daqui.

Nico se levantou e ficou encostado na parede o que fez o ruivinho olhar novamente. Ele olhou timidamente e se encantou, estava enfeitiçado com sua beleza.

- Sua casa? Essa casa é minha! – Antônio avançou na mulher, mas foi impedido por Pezão.

- Esse documento que você assinou diz outra coisa. – A voz de Nazaré era fria e fatal como agulha.

Antônio começou a chorar e a implorar aos pés da mulher que estava com seu futuro em mãos. Nazaré não se fez de rogada, estava adorando a situação, só apresentou uma proposta quando estava ficando entediada.

- Eu rasgo esse papel e deixo a casa para você, mas claro você precisa me dar algo em troca.

Um riso entredentes, frouxo como de um bipolar tomou o corpo de Antônio. Ele se levantou e começou a beijar as mãos da mulher que logo tratou de afastar e limpar no vestido preto.

- Pode pedir qualquer coisa. Qualquer coisa.

- Eu percebi que seu filho é muito bonito, com esses cabelinhos que parecem de anjo e esses traços delicados. Enfim, eu tenho uma casa fora do país que tem várias crianças que prestam favores sexuais para pessoas importantes e com seu filho, tenho certeza que os negócios vão lucrar bastante.

O pai de Nico o olhou e o fitou por menos de dois segundos, seco, com um olhar vazio e sem emoção apenas disse.

- Levem ele.

Nazaré agora dava um sorriso de felicidade. Pôs os braços ao redor dos ombros de Rafael e em direção à porta entregou o papel para Pezão.

- Você sabe o que fazer. – disse antes de sair.

Pezão rasgou o papel e puxou Nico pelos braços.

- Papai por favor, me ajuda! Não deixa eles me levarem. Eu prometo que vou ser uma criança melhor. Por favor! – Nico berrava e se contorcia tentando se libertar das mãos do tirano.

Antônio não se moveu, não sentiu pena, não sentiu remorso, nada. Apenas o vazio.

Ao quarto, uma mulher ensanguentada, se arrastava pelo chão. Com sua mão direita esticada como se fosse agarrar alguma coisa, suplicava.

- Não! Meu filho não! NÃOOOOO – o eco de sua voz perpetuou aquela casa, demonizando o lugar assim que a porta era fechada.

Nico estava chorando em frente a uma casa no meio do mato, ele estava lá com o Pezão impaciente.

Um velho caminhão de carga parou em frente aos dois. Na parte da carga, Pezão levantou um pedaço da lona que cobria toda a extensão traseira do veículo, caixas sobre caixas foram vistas. Ele contou. A terceira caixa de frente para trás foi removida, lá havia uma grade. Pezão abriu o cadeado da grade juntamente com sua porta mandando Nico entrar à força. Ali dentro era tudo oco, as caixas só ocupavam o perímetro do caminhão para esconder o conteúdo de dentro e passar pela polícia. O interior daquele lugar estava imundo, o único lugar que tinha para sentar era no barro, que sujou o jeans azul novo que sua mãe tinha costurado e lhe dado essa manhã. O cheiro de podre e as moscas tornaram da viagem a primeira das muitas torturas que Nico ainda enfrentaria pela frente. Seu ursinho Tonton que ele agarrava e se recusava a soltar era a única coisa que lhe fazia se lembrar da sua mãe.

Nova Orleans – 27 de Novembro dedias se passaram desde que seu pai o abandonou. Dois dias de viagem. O caminhão o levou até o Paraguai e de lá um avião maltrapilho os levou até o destino final. Nova Orleans.

O primeiro dia de Nico na casa foi conturbado. Lá ele conheceu várias crianças contrabandeadas. Todas pelo mesmo motivo: prostituição. O lema da Casa era simples. Lucrar para não morrer.

Tudo que estava com Nico foi jogado fora, inclusive seus jeans novos. Tonton tinha entrado na mira também, mas depois de muito choro Nazaré cedeu e o deixou com o urso, achando que ia ser a única forma dele calar a boca.

Cada um tinha um quarto, cada um cuidava do seu quarto, existia apenas um banheiro, de forma alguma eles poderiam sair da Casa, comida e roupas eram dadas, mas geravam dívidas. Cada programa lucrava uma quantia para o prostituto, mas sempre as dívidas eram maiores que os lucros.

- Agora que você está de banho tomado e apresentável, vou te mostrar seu primeiro cliente. Ele é um cliente muito especial e você deve ser muito bonzinho com ele, senão eu vou ficar muito brava e você imagina o que vai acontecer, não é?

Nazaré estava agachada falando enquanto olhava dentro de seus olhos. Falaram para Nico que era só deitar e deixar o cliente fazer o resto. Ele estava com medo, ia sentir dor, muita dor, sabia disso.

A cafetina o levou, segurando suas mãos, até o quarto de número 13. O governador estava deitado na cama, pelado. Ao ver o pequeno Nico, deu um sorriso. Nazaré o colocou dentro do quarto, saiu e fechou a porta atrás de si.

Nico ficou desesperado, aquele homem começou agarrá-lo e ele só queria sua mãe. Então gritou com toda a força de seus pulmões enquanto lágrimas inundavam amaldiçoando seu coração.

- SOCORROOO!

O governador ficou em ira. Deu um tapa tão forte no menino que ele caiu desmaiado no chão.

Nova Orleans – 17 de Dezembro de 1994

(De volta ao presente)

- Ai! – levou a mão imediatamente para o rosto, tinha acabado de levar um tapa.

- Escravo sujo, quando sua dona fala, você deve atender e falar senhora. – olhos de Nazaré faltavam pular da órbita.

- Você ficou louca? Nunca mais faça isso com ele! – Rafael entrou na frente de Nico e estava de prontidão, cuidando do seu território. Instintivamente, avançou moralmente em cima da mãe a pegando de surpresa. Ele só pensava que não deixaria mais ninguém machucar seu Nico.

Se Nazaré estava com o ódio ele evoluiu para puro cólera em um átimo.

- Pezão, tira ele daqui agora. Se precisar, use a força. – ela balbuciava baixo e frio. Sua voz cortava a pele como uma navalha no inverno.

Pezão prontamente atendeu empurrando Rafael pelas costas, brutamente. Passou com ele pela porta do banheiro e fechou a porta atrás de si. Como um bom puxa-saco ficou de guarda na porta, impedindo qualquer um de entrar.

Nico tinha medo de Nazaré, sempre teve. Passou a maior parte da sua vida sob ordens dela. Tinha medo pela sua vida e agora pela de Rafael também. Sonhava todo dia em fugir daquele lugar, só que os poucos que tentaram fugir acabaram nos noticiários. Mortos. Claro que ela fazia de tudo para parecer briga de gangues e para isso contava com a ajuda do governador de Luisiana que tinha os policiais na mão.

- Enfim. Nico, preciso que você cuide disso. Leva o corpo para a cozinha e desmembra as partes. Joga os pedaços para os cachorros comerem, afinal a inflação está altíssima e não podemos nos dar o luxo de gastar comprando ração não.

Não só Nico, mas todos que estavam no banheiro ficaram perplexos. Sabiam das maldades dela, mas não conseguiam se acostumar com as suas insanidades.

Aquilo foi a gota d’água para ele.

- Você é má. É o pior tipo de pessoa que existe, você não deve ser considerada como ser humano. Chamar você de demônio iria ofendê-los...

Outro tapa deixou o rosto de Nico em chamas, num vermelho tão rubro quanto o sangue.

- Você acha que eu sou má? Cala sua boca, escravo. Quando eu mandar você obedece. É assim que funciona. Se você acha que eu sou má, diga isso para seus pais que venderam você igual a um objeto que você é. Nem eles te suportaram. Venderam você por nada. O banco ia tomar a casa de qualquer forma, eles só prorrogaram os dias de mendigos deles. E você não tem ideia do quanto seu pai ficou feliz em se livrar do viadinho do filho dele. Ele não te suportava mais, se não fosse por mim, você já estaria em um orfanato ou passando fome na rua. Você é um nada. Um lixo tem mais valor que você porque pode ainda ser reciclado. Você nem isso consegue, inútil e imprestável. Só serve para dá o cú mesmo, seu verme. Agora saia da minha frente e fique no seu quarto que não quero te ver mais hoje.

Ele estava com as mãos apoiadas no joelho. As lembranças do passado de Nico voltaram vívidas para sua mente, o peso em seu peito estava grande demais. Seus olhos ardiam incontrolavelmente. Sua visão ficou embaçada e ao piscar as lágrimas escorreram. Filetes de água salgada.

Saiu dali correndo, abrindo a porta e fugindo para seu quarto. Rafael o viu e correu em direção. Nico empurrou a porta do quarto 13 e se jogou em sua cama, se enrolando entre os lençóis. Gritos de agonia saíram de sua boca. A última vez que chorou assim foi depois da sua primeira vez onde tinha sido deflorado na Casa. O ar que chegava aos seus pulmões não eram suficientes para suprir sua necessidade de gritar. Rafael entrou no quarto e fechou a porta. Se deitou ao lado dele e o agarrou num abraço forte e aconchegante. Nico devolveu o abraço e deixou com que Rafael o protegesse dele mesmo. Nico estava em uma luta contra si.

- Eu sei que quebrei minha promessa de não deixar ninguém te machucar, me perdoa por isso. É tudo culpa minha.

Os gritos de Nico não cessaram, o jovem estava em pedaços.

- Shh, nós vamos sair daqui. Eu juro pela minha vida. Nós vamos ter nossa casinha, vamos ficar juntos. Vamos adotar vários cãozinhos e vamos amá-los e cuidá-los. Sempre um protegendo o outro. – A voz de Rafael estava embargada também. Tinha começado a chorar.

- Eu vou te amar e te respeitar. Vamos ficar velhinhos e juntinhos. Toda noite fria eu vou te esquentar com meu corpo. Cada vez que você tiver pesadelos eu vou estar lá afagando seu cabelo, guardar seu sono até você dormir. E mesmo que você não consiga dormir eu vou ficar acordado do seu lado. Eu vou ser o homem mais feliz do mundo ao ouvir você rindo. Minha alma vai se completar com seu sorriso. E mesmo se um dia você me mandar dormir no sofá, saiba que eu vou feliz porque eu te amo, Nico.

Rafael conseguiu fazer Nico parar de chorar. Pelo menos parar de chorar de infelicidade. Ele só confirmou que o para sempre seria muito pouco tempo ao lado de Rafael.

E os dois se beijaram.

“Pesquisas divulgadas pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, em Janeiro de 2005, denunciou a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes em 937 municípios brasileiros.

Estima-se que cem mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente só no Brasil.

Segundo a ONU, o Brasil ocupa o primeiro lugar em Exploração Sexual Infanto-Juvenil na América Latina e o segundo no mundo. Nos Estados Unidos, esse número aumenta para trezentas mil crianças.”

“Minha mãe era uma costureira

Ela costurou meus novos jeans

Meu pai era um apostador

Em Nova Orleans.

A única coisa que um apostador precisa

É uma mala e um cofre

E a única hora que ele se sente satisfeito

É quando está todo bêbado”

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Comentários

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Uau, você é incrível! Meu Deus que escrita maravilhosa! Rica em detalhes, a ponto de me fazer sentir desconfortável com o sofrimento do personagem; Não precisa agradecer por ser cordial não, eu é que agradeço por escrever uma história tão incrível =)

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Já é o segundo monstro que eu vejo que não deveria nunca receber o titulo de pai, como uma pessoa faz isso com outra, principalmente seu próprio filho. Seu conto esta 10, continua.

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Nossa coitadinho do Nico pelo menos ele tem o Rafael né. Nossa muito bom o teu conto

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Pocha que PAI é esse que dá o filho pra prostituição? affs que triste e revoltante

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Meu Rei infelizmente nao fui a primeira a comentar por causa da minha net =/ mas estou aqui pra te apoiar amor... Essa Nazare e um monstro, infelizmente no mumndo real realmente existe pessoas assim como ela sem coracao e sentimento,espero que o Nico e o Rafael saiam dessa vida. Meu Rei te desejo um ano repleto de amor,paz,saude e acima de tudo cheio de felicidades,quero que vc seja muito feliz.Te amo minha vidaaaaa!!!!!!! Bjs

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Cara incrivelmente triste. Nossa senti a dor e a angústia dos dois(principalmente do Nico), ah o Rafa é mais fofo por tentar proteger o Nico. E cara vê se o final é mega feliz pra eles, porque depois de tanto sofrimento, eles merecem ser felizes. Nossa essa Nazaré é mais que um monstro sério. O conto está incrível. E que 2014 chegue repletos de felicidades e realizações pra ti. Abraços.

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É necessário que a Nazaré pague por tudo que ela fez...o Nico está certo, os demônios se sentiriam ofendidos

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Agora posso dizer que você ê uma inspiração, sua história me ajudou a tentar a voltar a escrever :D

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