WONT POWER- PRODUÇÕES™
APRESENTA:
O DIÁRIO DE JOE – PARTE 1
Chamo-me Higor. Tenho 18 anos e moro em Manhattan, no ano de 2095. Tudo está diferente. Diziam que o futuro seria divertido, mas estou mais entediado do que ouvir os meus avôs falarem da sua infância. Entrei em meu quarto e peguei uma caixa velha de coisas importantes da minha família que estava em cima do meu guarda-roupa. Eu nunca tinha olhado aquilo, por que eu odeio poeira, mas quando abri á caixa, minha atenção foi chamada para um diário preto. “O diário de Joe”, eu pude ler na capa. Joe era meu tio. O verdadeiro nome dele era Jeferson, mas o pessoal o chamava de apenas Joe. Toda vez que eu vejo uma foto dele em algum álbum de fotos da família da minha mãe, ela sempre diz que meu tio não era “normal”. Ele morreu a alguns anos atrás. A curiosidade foi grande. Abri o diário e comecei á lerOk! Bem vindo ao meu diário. Muito bem seu engraçadinho, quem é que esteja lendo meu diário, vou pedir que cuide bem dele, por que ele é muito importante para mim. E se você acha que eu não era normal, então é melhor nem começar á ler. Pois é, vou contar a minha história de adolescência...
16 de abril de 2013
Eu tinha 17 anos nesse dia, e digamos que em 2013, o mundo dos jovens era bem diferente do que de alguns na alguns anos atrás, pois queríamos sempre bagunçar, namorar e aprontar o que queríamos. Mas eu não era assim. Eu gostava de festas sim, mas eu odiava romance, odiava namorar e dar uma de príncipe para as garotas. Aquele dia, meu melhor amigo, Eduardo está organizando uma festa para comemorar o final do ensino médio e então ele convidou todos os alunos do 3°ano. A festa estava boa. Exceto por um cara babaca que não tirava os olhos de mim. Ele era o motoboy do nosso colégio. Eu já havia visto ele no colégio, mas eu não sabia o nome dele e nunca tinha falado com ele também. O garoto estava usando uma jaqueta preta de motoqueiro com um símbolo de R nas costas e usava uma luva que só cobria somente as mãos em vez dos dedos. Eu estava tomando uma latinha de cerveja.
- E ai gostou da festa? – Perguntou Edu e aproximando de mim com um tom de voz alto por causa da musica. – Tá muito louca não é?
Eduardo é praticamente um irmão para mim. Ele é meu amigo desde á 4°série do ensino fundamental e a gente sempre se ajudava quando um precisava do outro. Ele tinha 17 anos também. Tinha uma pele branca, cabelos castanhos claros que quase chegava á serem loiros e os olhos deles era verde escuro.
- Sim, até que está sendo divertida. – Eu respondi alto dando um pequeno tapinha nas costas dele. – Mas diz ai broder, qual o nome daquele garoto que está escorado naquela moto escura?
- Há, aquele é o Felipe do 3°D. – Ele respondeu. – Por quê?
- Vou socar a cara dele e depois perguntar se ele quer me namorar. – Eu disse rindo e brincando. – O maluco não para de me encarar.
- Ele deve ter te achado bonito. – Ele disse retribuindo o soquinho que eu lhe dei antes. – Vai lá falar com aquele mané.
Tomei toda á cerveja e joguei á latinha no chão e caminhei na direção dele. Quando fui chegando perto, ele cruzou os braços e me lançou um sorriso malicioso.
- O que foi qual é a sua? – Perguntei chegando bem perto dele. O jeito durão não combinava mesmo comigo, mesmo assim tentei. – Acha que eu fiz alguma coisa pra você pra estar me encarando em?
- Pois é, olá pra você também. – Ele disse com sua voz suave e com um sorriso ainda malicioso na cara. – Você parece ser um garoto bem chato, assim como me falaram.
- Quem falou o que? – Perguntei carrancudo.
- Ou calma aê mano. – Ele disse descruzando os braços e fazendo um sinal de rendição com os braços. – Não precisa fingir ser durão só pra me assustar.
Ele estava certo. Eu era o garoto mais indefeso daquela festa, mas eu adorava participar das peças teatrais do colégio, por isso estava fazendo papel de durão. Ele riu quando percebeu que tinha me desmascarado.
- Você é mesmo viado não é? – Ele perguntou debochando. – Por que veio aqui dar uma de machão só pra falar comigo? Em?
- Ei espera, você que ficou desde o inicio da festa me encarando. – Eu disse irritado. – Então não venha me chamar de viado. Viado é você.
Ele colocou sua mão no meu pescoço numa rapidez surpreendente e começou apertar, como não tinha ninguém próximo então não tinha como alguém ver e me ajudar. Eu vi que ele retirou um pequeno canivete do bolso da jaqueta e apontou para mim ainda me enforcando devagar.
- Se dizer que sou viado mais uma vez, vou matar você! – Ele disse me soltando e me empurrando para trás. – Vai pagar por isso seu viado.
Ele me lançou um olhar de desprezo e depois montou na sua moto e acelerou saindo correndo como se ele estivesse fugindo da policia. Eu fiquei tão nervoso com aquilo que dei um soco numa árvore próxima e acabei com um dor insuportável na mão. Fiquei até o final da festa para ajudar o Eduardo limpar a bagunça, por que os pais dele não estavam em casa e só iriam chegar no dia seguinte de tarde. Depois que limpamos tudo, eu me despedi do Edu e fui embora andando mesmo, já que minha casa não ficava tão longe dali. Já era quase meia noite e a rua estava deserta. Eu não tinha muito medo de andar sozinho na rua altas horas, mas quando ouvi um barulho de um carro estacionando com toda á velocidade atrás de mim que pareceu que os pneus iriam estourar, eu fiquei assustado e me virei para ver o que era e quando fiz isso, fui acertado com um soco na cara. Eu cai no chão meio tonto e quando abri os olhos, vi dois garotos que deviam ter a minha idade mais ou menos. Eles começaram á me dar chutes na barriga e um até acertou o meu rosto. Eu não conseguia gritar pedindo ajuda de tanta dor que eu estava sentindo. Eles me batiam e me chamavam de viado ao mesmo tempo.
-Já chega! –Exclamou uma voz conhecida.
Abri os olhos e vi Felipe se aproximar de mim. Ele se agachou e me deu um soco fraco no ombro. Consegui ver o canivete que ele tinha usado para me ameaçar antes preso bem na cintura dele, e consegui pegar sem ele perceber por que eu estava me mexendo demais no chão, e então escondi embaixo do meu corpo para poder ir á policia e entregar como prova de agressão depois. Mas é claro que ele foi esperto.
- Nunca mais fale comigo viado. – Ele disse. – E se você contar á alguém sobre o que aconteceu agora, eu vou voltar e vai ser bem pior para você.
Ele se levantou e caminhou até o carro com os outros dois garotos e foram embora. Eu fiquei caído no chão. Eu não conseguia levantar direito do chão de tanta dor no corpo. Eu precisava de ajuda, mas minha mãe estava viajando e só chegaria daqui á uns quinze dias. A única pessoa que podia me ajudar era o Eduardo que estava mais próximo. Peguei meu celular que estava no bolso direito da minha calça e disquei o número dele. Depois de uns 10 segundos, talvez 15, ele atendeu e eu falei onde eu estava e que precisava de ajuda. Fiquei esperando sentado no meio da calçada da rua. Minhas costas doíam demais por causa dos chutes e minha barriga estava dolorida. Vi o Edu se aproximar logo e quando ele me viu, correu para ajudar.
- Mano o que aconteceu com você? – Ele perguntou me ajudando a se levantar e eu coloquei meu braço por trás do pescoço dele. – Caramba, seu olho direito está roxo. Vem mano vou levar você pra minha casa. Me diz o que aconteceu aqui?
- Foi o garoto da festa. - Eu resmunguei caminhando com á ajuda do Edu. – Ele ficou bravo por que eu fui falar com ele e não sei por que ele chamou uns garotos pra me baterem.
- O Felipe fez isso? – Ele perguntou duvidando um pouco de mim. – O garoto que estava te encarando na festa fez isso?
- É Edu! – Exclamei. – Foi ele mesmo.
- Caramba mano. – Disse Edu. – Vamos denunciar isso.
- Não! – Exclamei. – Ele disse que iria voltar se eu contasse pra alguém. Deixa pra lá amigo.
- Joe, olhe o que ele fez com você. – Ele disse. – Precisa ir à delegacia e denunciar antes que ele faça isso de novo.
- Não eu estou bem. – Eu respondi.
Edu pareceu não gostar da minha decisão, mas eu que não iria arriscar. Não queria ter que ficar apanhando na rua todos os dias por causa de um motoboy que resolveu ficar zangado só por que fui falar com ele numa festa. Tudo bem que eu fiz papel de durão, mas aquilo era realmente necessário? E viado? Eu não era viado. Eu podia ser difícil com as garotas, mas eu não era viado. Edu me ajudou á deitar no sofá da casa dele quando chegamos, e ele tirou minha camiseta para verificar as marcas dos chutes e dos socos.
- Nossa Joe... Eles te machucaram pra caramba. – Ele falou passando á mão em cima de uma mancha roxa e eu gemi de dor. – O pior é que eu nem sei o que fazer.
- Tá tudo bem Edu. – Eu disse. – Não precisa se preocupar. Olha só me arruma um pouco de gelo, só pra por no olho roxo.
Edu logo voltou da cozinha com um pouco de gelo enrolado em um pano e então ele colocou no meu olho roxo. Ele colocava esperava alguns segundo e tirava. Colocava de novo e esperava alguns segundos e retirava. Depois de alguns minutos com ele fazendo aquilo, ele me ajudou á chegar ao quarto dele e pediu pra que eu deitasse na cama dele.
- Edu, não precisa, sério... Eu durmo no chão. – Eu disse, por que não seria justo eu dormir na cama e ele no chão. Afinal ele não tinha culpa de eu ter apanhado na rua.
- Não ta tudo bem. –Ele disse saindo do quarto e voltando com um colchão de solteiro, que então colocou do lado da cama. – Vou dormir aqui no colchão e se você precisar de algo é só me chamar que eu pego pra você. Amanhã a gente vai ao médico.
Agradeci por ele estar me ajudando e logo dormi com um pouco de dificuldade por que eu ainda sentia dores. Acordei de manhã bem melhor, pois eu já conseguia andar bem e as dores não estavam tão frequentes. Eu disse para o Edu que não precisaria de eu ir ao médico, então ele me acompanhou até em casa. Eu passei um bom tempo olhando o canivete que consegui pegar da cintura do Felipe. Eu guardaria aquilo, caso eu precisasse ir á delegacia.
Passaram-se uns cinco dias, eu precisava fazer umas compras por que estava faltando algumas coisas em casa e então fui ao mercado mais próximo de casa. Quando eu voltei e ia entrar em casa, uma moto estacionou na frente da minha casa. Encarei a moto escura e depois o motoqueiro que estava usando um capacete preto com a viseira prata. Ele retirou o capacete e saiu da moto vindo na minha direção sorrindo maliciosamente para mim. Eu estava com medo dele. Joguei as compras no chão e entrei correndo em casa e fechei á porta, mas ele correu e empurrou a porta com força e ela chocou-se com a parede. Corri com a esperança de chegar até meu quarto por que a porta tinha chave, mas ele me alcançou e me jogou contra a parede, me prendendo entre seu corpo e a parede.
- Ei calma... – Ele resmungou no me ouvido. – Eu só quero o que é meu.
- Do que você está falando? – Perguntei com um pouco de dificuldade já que meu rosto estava prensado contra a parede.
- Você ficou com meu canivete á última vez que nos vimos. – Ele disse apertando meu pescoço. – Devolva?
- Está no meu quarto. – Eu disse. – Me deixe pega-lo?
Ele apertou mais forte meu pescoço e depois foi me soltando devagar e me deu tapinhas no rosto.
- Vá pegar logo, por que estou com pressa. – Ele disse. – Mas se você fizer algo eu vou te machucar.
- Não vou fazer nada. – Eu disse me afastando dele.
Ele ficou esperando na sala enquanto eu fui até meu quarto pegar o canivete. Meu coração batia forte. Eu estava com muito medo. Abri á gaveta do meu guarda-roupa e peguei o pequeno canivete de cabo preto. Eu precisava fazer algo. Não iria deixar ele me bater de novo. Eu tinha uma ideia. Desci até a sala e ele estava olhando as fotografias que estavam sobre o raque. Ele me encarou. Eu estava com o canivete na mão, com á lamina destampada. Ele se aproximou de mim e havia raiva no seu olhar. Quando ele se aproximou o suficiente de mim e ia começar á falar algo eu consegui enfiar a pequena faca na barriga dele que ficou encravada na carne. Ele gritou de dor e caiu de joelhos no chão. Eu corri até a cozinha e peguei um facão de cortar carne e voltei até á sala e apontei para ele.
- Seu desgraçado! – Ele gritou retirando o canivete da sua barriga. – O que foi? Vai me matar com esse facão? Vamos ver se você é homem o suficiente para isso.
Ele se levantou se apoiando no sofá que estava próximo. O sangue dele pingava no chão. Ele veio mancando para perto de mim. Eu estava tremendo de medo. Ele foi chegando perto de mais.
- Vai para trás seu mané! – Eu gritei com o facão tremendo na minha mão.
Mas ele não se afastou, foi chegando mais perto. Eu não tinha mais coragem para esfaqueá-lo com uma faca de cortar carne. Iria matá-lo se eu fizesse isso. Ele segurou minha mão bem forte e retirou o facão, que logo o jogou no chão.
- Eu não ia te machucar garoto. – Ele disse parecendo bravo. – Só queria o meu canivete de volta caramba. Não precisava enfiá-lo na minha barriga.
- Sai de perto de mim. – Eu disse ma afastando dele.
Ele caminhou até o sofá mancando e se sentou. Ele estava sagrando bastante, e se continuasse daquele jeito, iria ter uma hemorragia logo. Ele dava pequeno gemidos de dor enquanto pressionava o corte com a mão que parecia ter sido bem profundo. Ás mãos dele estava cheias de sangue. Eu passei á mão na minha cabeça. Ai ,eu não acredito,que eu estava pensando em ajudá-loContinua
Wont Power - Produções™ apresenta em parceria com Eduardo Sampaio e a Casa dos Contos ©, o mais novo conto de romance, recheado de conflitos. Um conto divertido, atraente e perigoso. Aproveitem.
Atenção: As partes continuativas podem ser postadas dentre 1 á 15 dias. Informamos que os erros de ortografia e gramatical são de inteira responsabilidade do roteirista. Em breve a empolgante continuação da leitura do Diário de Joe.