Gente, me desculpem pela falta de educação no conto anterior, é que... Sabe aquela sensação que dá quando você faz uma coisa perfeita, se esforça, e chega um (vários) e fala que não ficou muito bom? Pois é. Era assim que eu tava me sentindo com relação ao povo criticando o tamanho dos contos. Eu acho ruim colocar a história de uma vez num conto só. Fica muito grande, cansativo e vira uma coisa de uma vez. É tipo ler um livro, ou assistir um filme: você quer saber tudo no primeiro momento pro resto ficar vazia e sem sentido, ou aproveitar cada pequeno momento?Quando todas as luzes se apagaram, eu peguei um bombom e desembrulhei. Coloquei o Gabriel deitado na cama, imóvel e pelado, e coloquei um bombom exatamente no meio do peito dele (naquela parte onde acaba as costelas e começa o diafragma), e coloquei outro bem próximo ao seu pau. Coloquei um nos seus lábios também. Comecei comendo o do peito (eu tava com fome, também) e fui lambendo sua barriga até o pau. Comi o que estava lá e subi de uma vez pra sua boca. Quando eu fui abocanhar o bombom, ele mastigou e engoliu. Eu beijei ele e senti o gostinho do bombom. Eu fui pro seu peito e comecei a lamber seus mamilos. Ele ficou com tesão.
- Me chupa. - Ele mandou.
Comecei a lamber o colo do pau dele, e fui saboreando cada centímetro daquele pau. Fiquei sugando, e ele me xingando de vários nomes e me mandando chupar igual um pirulito.
- Deixa eu provar esse cuzinho, deixa, meu amor? - Ele pediu.
- Vai com cuidado e com jeitinho. Ele ainda tá doendo da última vez.
- Pode deixar que eu vou te comer com carinho.
Ele me colocou de quatro e começou a lamber meu cuzinho. Aquela língua quentinha e molhadinha dentro do meu buraquinho que não parava de piscar pela pica do Gabriel que agora enfiava um dedo nele. Ele parou. Quando virei o rosto, ele tava colocando uma camisinha.
- Tenta descobrir qual é o efeito dessa camisinha. - Ele disse, posicionando o pau na entradinha do meu cú. Como meu cú ainda tava meio relaxado, ele viu a oportunidade, e enfiou tudo de uma só vez.
Me contorci de dor e gritei no travesseiro. Ele massageava meus quadris e minhas nádegas, enquanto bombava forte, e eu sentia meu cú gelar. Esse era o efeito da camisinha. Ele tirou o pau e sentou na cama. Sentei no pau dele e fui deixando entrar devagarinho pra ele sentir mais prazer. Ficamos na mesma posição que ontem, ele sentado na beira da cama, e eu sentado no pau dele virado pra ele. Eu comecei a subir e descer no pau dele, e eu gemia. Eu beijei ele na hora que ele gozou, aumentando mais o orgasmo. Ele começou a me punhetar, e meu pau já tava duro como rocha. Imediatamente, eu gozei na barriga dele.
Enquanto esperávamos nossas respirações voltarem ao normal, ele me segurou pela nuca e juntou nossas testas. Nossos olhos se encontraram e ele me chamou de safada. Quando saímos pra nos limpar, ele deu um tapa e um aperto leve na minha bunda.
Voltamos pro quarto e deitamos do mesmo jeito de ontem, mas estava frio, então ficamos mais aconchegados. Infelizmente, eu ia embora amanhã (sábado), então não poderíamos mais ter essas noites gostosas. Ele me disse que nosso dia ultra especial ainda estava pra chegar. Ficamos colocando bombons um na boca do outro, até a caixa acabar. Eu comi uns 2, fora aqueles que eu usei mais cedo. Foi engraçada a reação dele quando ele viu que a caixa tava vazia.
- A gente acabou com a caixa. - Ele comentou.
- "A gente"?
- É. Você comeu 2, eu comi 2... E o resto.
- Bobo. - Dei um beijo no rosto dele e deitei no braço dele.
Depois de 3 minutos...
- Bebê, você tá com sono?
- Não. Mais ou menos. Por quê?
- Você tá aqui há um tempinho, e nem entrou na piscina.
- Você quer entrar agora?! - Perguntei. - E também, eu não trouxe sunga.
- Quem disse que a gente vai de sunga? - Nisso, ele levantou e tirou a roupa toda, até ficar pelado.
Tirei a roupa também, mas me arrependi no exato momento que sou carregado por ele. Fiquei me debatendo, pois não podia gritar, senão acordaria todo mundo. O fato é que eu ODEIO, com todas as pedras, que me carreguem sem avisar. Um dos meus maiores medos na vida é, literalmente, perder o chão (por isso não ando de elevador, principalmente na hora de descer). A única exceção é meu pai, pois eu sei que estou seguro com ele. Gabriel se jogou comigo na piscina. O idiota, ao invés de checar a temperatura antes, deixou a água gelar nosso sangue e me dar um leve choque térmico.
- AH! TÁ GELADA! AI!
- Desculpa, desculpa, desculpa! - Ele repetia, querendo me abraçar.
Num pulo, saí da piscina e me enxuguei com a toalha de trás do balcão. Fui pro quarto, me vesti e coloquei minha blusa verde oliva característica do meu pijama usual. Deitei na cama dele e me cobri com o edredom. Quando ele chegou no quarto, uns dois minutos depois, ele vestiu suas roupas e deitou atrás de mim.
- Bebê, me desculpaEu tava com tanta raiva dele, que nem fiz algum barulho que pudesse ser chamado de resposta.
- Você tá com raiva de mim... Tá bom, não falo mais nadaEu senti ele se levantar e ouvi ele puxando a bicama. Nisso, eu me virei, encontrei os olhos dele e abri meus braços. Ele sorriu, empurrou a bicama e deitou-se comigo.
- Me desculpa? - Ele perguntou, inocente.
Dei um selinho nele. - Aham.
- Sabe... Você tem uma voz muito bonita. E quando tá cantando, sua voz parece com a do Renato Russo, sabia?
- Sério? Duas pessoas me disseram isso, mas eu acho minha voz muito fina pra parecer com a dele.
- Canta uma música... Faroeste Caboclo?
- Nem! Essa música tem uns 10 minutos! Eu não lembro dela toda!
- Eu canto e você me ajuda, então. Ok? - Ele peguntou.
- Ok.
Ele foi cantando e eu completando alguns versos. Caí de vez no sono no peito de Gabriel quando o João de Santo Cristo encontrou seu tio Pablo (pros que tão de mimimi, que falarem que era um neto bastardo de seu bisavô, lembrem que neto de seu bisavô é seu pai ou tio... Ouvi isso três vezes já desde que eu comentei essa parte da música e tive que explicar...), eu acho.
- E agora, bebê? Bebê?
- Zzzz....
- Hahaha, boa noite, meu fofo.
No dia seguinte, eu acordei sozinho na cama. Fico impressionado como, dormindo antes do Gabriel, consigo acordar bem depois dele. Ele diz que acorda e fica me assistindo dormindo. Balancei a cabeça, dissipei o surto de memória, escovei os dentes e desci para a cozinha. Dei bom dia pra todo mundo e fiquei feliz que não fui o último a acordar, visto que Carol ainda tava no quarto dela. Gabriel estava na sala, conversando no telefoneMas só duas semanas dá? Segunda à sexta? Meio pesado, né não? Segunda eu passo aí e confirmo. Tchau, fêssor.
- Quem era no telefone?
- Meu instrutor de Muay Thai. Ele me chamou pra participar de um torneio estadual! - Ele ficou feliz e ia me carregar, mas parou antes de tocar em mim. Eu acenei com a cabeça, e ele me segurou pelas coxas e me levantou. Eu estava feliz por ele, mas ainda estava com fome.
- Vamos comer.
- Você vai, não vai? - Ele perguntou, igual quando uma criança te convida pra algum evento muito importante pra ela.
- Lógico! E perder ver você mostrando esse corpo?
Nos beijamos e ele me sentou na cadeira da cozinha.
- Adivinha quem vai participar de um torneio estadual de Muay Thai? - Perguntou ele, orgulhoso.
- Quem? - Perguntou o pai.
- Eu falei pra adivinhar! - Ele reclamou.
- Ah! Aquele menino que eu dei carona uma vez com você! - Disse a mãe dele. - Qual era o nome dele...
- Não, é um mais baixinho. - Disse Felipe. Queria entrar na brincadeira também, mas Gabriel já tava ficando sem graça.
- Tá bom, filhão. Tô orgulhoso de você! - Parabenizou o pai.
Passei manteiga e mortadela num pão de sal enquanto assistia aquele lindo momento familiar. Bebi café com leite. Fiquei lá até o almoço, porque meu pai já estava voltando de viagem, e precisava contar muita coisa pra ele (sim, meu pai e eu não escondemos nada um do outro, exceto uma coisa que ele escondeu que mudou minha vida drasticamente que vou deixar pra mais tarde). Arrumei minha mochila e Gabriel me lembrou da festa da Karina.
- Espera, a festa dela é pra gata dela? - Perguntei surpreso. Eu amo o Chico, mas não a ponto de dar uma festa de debutante pra ele.
- Não, é de aniversário de 18 dela, mas a gata é o centro da festa. Tem que levar presente pras duas.
E eu sabia exatamente o que levar. Karina me disse, no começo da minha vida na escola, que queria umas botas marrons estilo caubói com strass do lado que estavam numa revista que ela viu> ( http://bit.ly/19E2UAn ) . Eu sabia exatamente onde comprar. Despedi de todos, enfiei o Chico na mochila (de novo, sem reclamar), esperei o ônibus que, graças a Deus, veio rápido e vazio. Não tinha trânsito.
Cheguei em casa, deixei tudo jogado no quarto, peguei minha carteira e peguei um ônibus pro shopping. Passei na primeira sapataria que eu lembrei, achei as botas com desconto (quando as coisas estão dando certo pra você, tem feijão nesse pote de sorvete aí...) comprei, pedi pra mulher embrulhar e passei numa pet-shop chique. Procurei um item em especial. Achei um colarinho. Não era o que eu queria, mas> ( http://bit.ly/JGFn7q < NÃO é o Chico). Ele ia ficar muito fashion pra festa. Comprei, também, ervas afrodisíacas para gatos (o que?) uma caixa de transporte rosa e uma fita para enfeitar a "caixa de núpcias". Chico era castrado, mas ainda gostava de fazer... Coisas, então seria o presente perfeito!
Cheguei em casa, e vi o carro do meu pai entrando. Fiquei muito feliz! Eu não consigo ficar longe do meu pai por muito tempo. Corri até ele e ele colocou as malas no chão pra me abraçar. Fui contando a minha semana pra ele, enquanto ele separava as roupas limpas das sujas da mala dele. Eu contei sobre o Victor e ele ficou sério. E PARECE MACUMBA, mas assim que eu falei sobre isso, alguém tocou a campainha. Era ele. Dei um abraço nele, e minha tia tava atrás, com meus dois primos e meu tio. Cumprimentei todos e tia Cláudia deu uma piscada de um olho só pra mim.
- Vicky, posso falar uma coisa com você? - Falei com a Victória. - Em particular.
- Claro, Dani!
Tivemos que ir pro quintal de trás, porque meu quarto tava ocupado pelo meu irmão, e meus tios e meu pai estavam colocando assunto em dia. Aproveitei e peguei o preguiçoso do Chico de dentro da mochila e comecei a dar banho no tanque.
- E então? - Ela falou.
- Seu último namorado... Você falou com ele recentemente?
- O que? De onde veio isso?
- Falou ou não?
- Dani, eu não quero falar nele a...
- Você ainda ama ele, e eu sei disso. - Interrompi. - Por que você não fala com ele?
- Ele deve tá muito ocupado bebendo por aí, e usando drogas adoidado na casa dele.
- O Gabriel não me falou nada de drogas. - Deixei escapulir.
- Quem?
- Nada!
Ela se aproximou olhando sério no fundo dos meus olhos.
- Como você conhece esse cara, e por que esse assunto surgiu do nada?
Suspirei. - Vicky. Eu te contei sobre o cara que eu tô namorando, né? O seu ex-cunhado...
Eu via a confusa procura de palavras da parte dela.
- E esses dias eu estava conversando com o Felipe. Ele quer pedir desculpas pelo que ele fez.
- Não acredito nele.
- Ah, mas pode acreditar. O pai dele falou que ele não olha nem pra uma taça de vinho desde... Cê sabe.
- Ele... Tá... Não bebendo mais? - Ela não é boa com palavras quando ela está chocada. - Eu quero conversar com ele.
- Eu sugiro fazer uma surpresa. Que tal um dia, você prepara seu violão, a gente leva ele pra um lugar e você toca a música de vocês?
Ela ficou vermelha e correu pra dentro de casa, enquanto eu secava o gato com uma toalhinha.
- Ela ficou com vergonha de novo. Hahahahaha.
Minha tia fez o almoço. Almocei, pensando na festa e no torneio de Muay Thai. Limpei a caixa de transporte rosa que eu comprei, cobri com um forrinho e coloquei um saquinho de ervas dentro, pra ele não se sentir excitado ainda, e amarrei a fita em cima. Prendi Chico no banheiro comigo, pra ele não se sujar enquanto eu tomasse banho. Me arrumei com uma roupa de esporte fino que eu tinha (meu pai insistia que tivéssemos roupas diferentes pra cada ocasião. Um terno só não dava) e passei perfume. Coloquei o colarinho no Chico e joguei um pouco de perfume nele. Estávamos gatos! Ok, sem trocadilhos.
A família da minha tia estava indo embora, enquanto meu pai se ofereceu pra me levar. Era na orla da Lagoa da Pampulha. É um lugar muito lindo, pra quem nunca foi, mas vou logo avisando sobre o mau cheiro (não é TODA a lagoa, só numa travessia de uma das avenidas). Sugiro não ir antes da copa, porque estão reformando lá perto e tá feio, mas enfim... Cheguei lá e encontrei Gabriel sentado na porta.
- Oi, bebê! - Ele me abraçou. Era a primeira vez que eu o via de uma roupa mais formal.
- Ei, meu fofo!
Ele olhou pra caixa. - Ei... Chico? Você vai dar seu gato de presente?
- Uma noite só. - E pisquei com um olho.
Fomos até o portão e um segurança nos parou e pediu identidades. Eu mostrei a minha e Gabriel mostrou a dele. O cara olhou na lista e tirou uma pulseirinha branca do bolso (dessas de papel que você não consegue tirar nem a pau) e colocou em volta do pulso do Gabriel. O segurança explicou que era pra pedir bebida com álcool.
Subimos as escadas e olhamos para o lugar. ELA PODIA TER FEITO UMA FESTA MAIS SIMPLES, TIPO NUM SALÃO DE UM HOTEL 5 ESTRELAS, MAS NÃÃÃÃOO, TEM QUE HUMILHAR MESMO COM AQUELA CASA. Só o jardim da frente era do tamanho da minha casa. Entramos no prédio (parei de chamar aquilo de casa) e eu coloquei as ervas embaixo do forro. Karina estava recebendo os presentes, com a gata dela do lado. Era uma gata vira-lata, o que mostra que a menina ainda tinha alguma humildade restante. Ela abraçou o Gabriel, e ele deixou os presentes na mesa. Abracei ela e deixei a caixa em cima da mesa. Deixei a caixa do Chico do lado.
- O que é isso, Dani? - Ela perguntou.
- Uma noite de "felinúpcias". Se você e sua gata não se importarem, claro.
Ela riu alto e chamou um garçom. - Anota que a seção de fotos da Jade (a gata) vai ser em casal agora, e leve estes dois pro meu quarto. Eles precisam de um tempo a sós.
O garçom colocou a gata dentro da caixa e depois eu abracei ela. Gabriel estava me esperando, e eu me juntei a ele. Procuramos uma mesa, e alguém me chamou. Olhei e vi Emily e algumas meninas da nossa sala.
- Amor, eu não sei se é uma boa ideia... - Contestou Gabriel.
- Por que não?
- Depois que eu te bati, elas começaram a me odiar.
- Vamos resolver isso hoje. Você é meu fofo. Aposto que elas vão te perdoar.
Aproximamos da mesa e Emily me chamou pra sentar lá. Elas olharam torto pro Gabriel.
- Gente, eu sei que começamos com o pé errado, mas... - Eu fiquei sem palavras. No momento que eu olhei pro Gabriel, ele me deu um beijo. Um beijo romântico, apaixonado e meloso. Quando acabamos, as meninas olharam incrédulas pra nós. - Isso que eu queria dizer. Se vocês não quiserem o Gabriel perto...
- Que isso! Senta aí. Se tá tudo bem pra você, pra gente tá ótimo! - Disse a Mariana.
Nos sentamos, e depois de algumas conversas que excluíram o Gabriel (conversas mais femininas), ele levanta e decide ir pegar um coquetel pra ele. Pedi um sem álcool pra mim. Alguns minutos mais tarde, ele volta com os nossos e senta de novo.
- O seu é de morango, por que eu sei que você gosta de morangos, e o meu é de abacaxi. - Ele falou.
- Nossa, isso é bom! Deixa eu experimentar o seu.
- Nada de álcool para menores, ouviu, mocinho? - Ele disse, num tom de brincadeira.
- Meu aniversário é mês que vem! Não vale! - Fechei a cara de novo, pra fazer pirraça com ele.
- Tá bom, um golinho.
Bebi um gole do coquetel dele, e detestei. É sério, como as pessoas sentem prazer pelo álcool? Até hoje eu tenho repulsa a álcool.
- Tá vendo? Nada de álcool pra você! - Ele falou.
- Aé? Nada de beijo pra você, então!
Ele enfiou a boca no meu canudo e bebeu um pouco do meu coquetel.
- Pronto, agora minha boca tá com gostinho de morango. Você não vai resistir! - Ele me provocou.
- Quem te garante? - Aproximei, com uma cara safada.
- Eu me garanto. - Ele sussurrou, antes de nos beijarmos.
- Esses dois são muito fofos, olha. - Comentou uma das meninas. - Tira uma foto.
Eu senti o flash da câmera e abri os olhos. A foto saiu tão perfeita, tão linda.
- Essa vai pro face! - Disse Emily, segundos antes de me ocorrer uma coisa.
- Não! - Gritei. - Não posta isso no facebook.
- Por que não, bebê? - Gabriel me perguntou.
- Bom, o Victor tem a Victória no facebook, e a Victória tem você no facebook, e se isso cair no feed dele, vai ser o meu fim, vai ser o seu fim e o mais importante, vai ser o nosso fim!
- Poxa! Como você pensou nisso tão rápido? - Perguntou Bianca.
- O medo do seu irmão extra homofóbico descobrir que você é gay te faz pensar melhor nas coisas. Mas enfim, me passem essa foto, não postem no face...
- Você tem vergonha de me assumir pro seu irmão...
- Gabriel, não é nada disso, é que...
- Vou sair pra tomar um ar. - Ele se levanto e saiu.
- Eu vou com você.
Saímos de lá e fomos para o jardim de trás. Ele era lindo. Gabriel ficou escorado numa cerca de madeira. Pulei e sentei em cima da cerca.
- Amor, eu já te contei várias da história do cara que...
- Eu já sei da história, Daniel.
Eu levei um choque. Era a primeira vez que ele me chamava de Daniel de primeira. Às vezes, ele me chamava quando eu não estava ouvindo, após várias tentativas de me chamar por apelidos carinhosos.
- Você quer conversar, vamos conversar sobre o futuro, então. Estamos tentando escapar dele há algum tempo, né?
- Tudo bem.
- Dani... Você planeja se casar um dia. Um dia você vai ter que confessar isso pra ele. Não dá pra fugir igual fizemos quinta. Coloque os papéis na mesa com o Victor. O máximo que ele pode fazer é te dar uma surra. Você aguenta!
- Não! Eu aguento socos como os seus. Você tem energia e precisão. Os do meu irmão são carregados com força bruta e estupidez.
- Deixe seu pai quebrar a notícia, então.
Não havia pensado nisso. Na verdade, já sim, mas seria ainda muito arriscado. Fiquei com medo do que meu pai faria quando eu contei pra ele. Ele ficou calmo e racionalizou direito. "Você não cresceu com mãe... É normal uma coisa assim". Só que o Victor não pensaria assim. Nem sei como ele pensaria, e tenho medo.
- Gabriel, eu tenho que te contar uma coisa. - Falei. - Aproveitando, enquanto a gente tá aqui, sozinho e calmo.
- Que foi?
- Nesses dias que eu fiquei na sua casa, eu... Meio que beijei o Felipe.
- O que? - Ele perguntou, meio confuso.
- Quando eu tava tocando Sweet Child o' Mine, ele me beijou, mas só porque eu tava lembrando ele da Victória. E aquele dia que você tava no vestiário, eu achei que era você na piscina, mas era ele. Eu beijei sem nem ter visto. Vocês se parecem muito.
Quando eu pensei que ele ia embora, ou brigar comigo, eu fechei os olhos e ele me abraçou. Eu comecei a chorar no ombro dele.
- Calma, bebê.
- Me desculpa! Eu não sei onde enfiar minha cara!
- Eu sei. - Ele me deu um beijo.
Nos beijamos por uns 20 segundos. Até que ele reagiu bem a notícia. O único problema, era que eu não conhecia Gabriel tão bem quanto deveria. A música começou a ficar dançante, até que ele me convidou pra dançar. Eu era um péssimo dançarino, mas isso não parecia problema pra ele. Dançamos todas as músicas, até eu ficar cansado. A festa foi rolando, os convidados chegando, até que nos avisam sobre a valsa. Pensei em chamar o Gabriel, obviamente. Seríamos o primeiro casal gay na pista de dança.
- Eu vou no banheiro. - Ele avisou.
O garçom chegou com aperitivos, e eu comi como um elefante. Depois de uns 15 minutos, eu notei a falta do Gabriel. Tava quase dando meia noite, perto da hora da valsa. Eu procurei por Gabriel no banheiro, achando que ele pudesse ter sofrido algum acidente lá dentro, ou alguma coisa. Não tava lá. Procurei no quintal de trás. Também não. Distante da pista de dança, numa salinha separada do resto da festa, estava Gabriel, sentado, meio tonto. Andei até lá e parei na metade do caminho. Uma menina havia se juntado a ele com dois coquetéis na mão. Eu estranhei, e os dois começaram a andar pra mesa da Emily. Corri até lá e agi normalmente. A menina chegou em mim com Gabriel cambaleando atrás.
- Me conta mais sobre seu amigo? Gostei dele. - Ela me falou.
- Mas ele não tinha namorada? - Falei, tentando despistar.
- Ele me disse que era solteiro. - Quando ela disse isso, meu mundo caiu.
- Aé? Desde quando?
- Ele disse que eles terminaram hoje ainda.
Raiva. Ódio. Fúria. Ira. Acho que não tem mais palavras pra descrever o que eu sentia naquele momento. Quer saber? Se é assim, ÓTIMO.
- Ele é super legal. Ele gosta de brigar com qualquer um que ele ve na rua, então toma cuidado com ele. - Falei. - Por que vocês não vão praquele cantinho ali conversar? Eu sei que ele vai gostar de você.
Gabriel não estava tão bêbado, mas estava o suficiente pra esquecer de mim e da minha conversa com sua nova "amiga".
- Brigada! - Ela agradeceu, feliz. - Vem, Gabriel.
Ele seguiu atrás como um capacho. Abaixei a cabeça e Emily começou a me animar, trazendo comida e etc. Nada conseguia me animar. Eu me virei pro canto que eu apontei pros dois, e ele tava passando a mão na coxa dela e sussurrando no ouvido dela.
- Eu não vou conseguir ficar aqui mais... Vou pegar o Chico e ir embora. - Falei. - Até segunda, gente.
Me aproximei da Karina e falei que eu ia embora. Ela perguntou o porquê, e eu apontei pro sofázinho dos dois e ela me abraçou. Ela chamou um garçom.
- Pega o gato que tá com a Jade e a caixa. - Ela pediu.
- Não, a caixa é pra Jade!
- Tem certeza?
- É, porque o Chico ia A-DO-RAR ter uma caixa rosa pra ele!
Nós rimos e o garçom trouxe meu gato nos braços. Ele tava tirando fotos com a gata. Ele parecia um modelo!
- Depois você pega as fotos comigo. - Ela falou.
- Pode deixar!
Saí da festa com Chico nos braços. O segurança me parou e me entregou uma garrafa de vodca. Eu mostrei que não tinha pulseira. Ele me pediu perdão e me entregou um potinho cheio de doces.
- Isso vai te alegrar. - Ele sorriu. Sorri de volta e fui pro pro ponto de ônibus.
- Daniel! Daniel, espera! - Alguém me chamou. Quando eu me virei, um rapaz alto, bonito e musculoso estava descendo as escadas. - É Daniel, né?
- Sou eu, sim. Por quê?
- Eu sou o irmão da Karina. Rafael. - Ele apertou a minha mão. - Eu posso te levar até em casa, se você quiser.
- Sua irmã que pediu isso?
- Não! Eu tava reparando em você desde o início da festa, e você ficou triste de repente... Deixa eu te levar.
- Não precisa. Meu ponto é aqui do lado.
- Pegar ônibus nessa hora é perigoso. Deixa de bobagem e vem.
- Mas e a festa? - Perguntei.
- Cara. Eu moro aqui. Não perderia muito da festa.
A simpatia dele era o que me levou a entrar de novo e ir pra garagem. O cara tinha um Honda Civic cinza escuro. Chico foi pro chão do banco de trás. Eu sentei no banco da frente, coloquei o cinto e Rafael começou a dirigir o carro.
- Você quer ir num restaurante? - Ele convidou.
- Desculpa, Rafael... Deixa pra outro dia...
- Então tá. Mas eu vou cobrar isso, tá?
- Hahahaha, ok!
Eu dei as direções mais curtas pra minha casa, ele parou o carro na rampa da garagem. Antes de sair, ele se despediu, mas eu não consegui me levantar do carro.
- Daniel? Tá tudo bem?
- Não! - E comecei a chorar. Ele me abraçou e eu coloquei a cabeça no peito dele. O cheiro dele era bomGente, esse foi o último conto do ano! O próximo vai ser postado, provavelmente, depois do dia 10. Considerem como um final de temporada! Feliz ano novo pra vocês, meus amados leitores, e muito sexo em 2014!!! ;D
No próximo vai ter reviravoltas.... Hahahaha, tirem suas conclusões nos comentários!