Eu - Você tá bem?
Falo pondo a mão no seu ombro. Ele se levanta bruscamente, pega suas roupas e sai do quarto sem falar nada. Eu fico ali deitado, imóvel, até que escuto a batida da porta da frente. Ele foi embora.
Eu fico me sentido um lixo. Usado e descartado.
No final da tarde Dani vem até minha casa.
Dani - Josh, o que você tem? Tá tão distante da gente...
Eu - Eu tô sempre com vocês.
Dani - Fisicamente. Você tá sempre disperso, as vezes parece triste. Me fala, o que tá rolando contigo.
Eu - Não tem nada acontecendo. De verdade. Esquece isso.
Escuto baterem na porta e vou atender, são Thyago e Lipe.
Thyago - Nos te ligamos a tarde toda.
Eu - Foi mal. Meu celular tá no silencioso. E eu tô muito afim de falar com ninguém. Me desculpem.
Lipe - Aconteceu alguma coisa?
Dani - Acabei de perguntar a mesma coisa.
Eu - Será que vocês podem parar de perguntar isso?
Lipe - O Caio aqui, foi ele que te deixou assim?
Eu - Não...
Lipe - Então fala quem foi, que eu quebro esse filho da puta!
Eu - Galera, por favor, eu só quero ficar sozinho...
E morrer.
Dani - Nada disso. Não vamos te deixar sozinho.
Eles ficaram me fazendo companhia a noite toda. Foram embora quase 10:00hr.
Depois que eles vão embora eu vou pro meu quarto. Deito na minha cama e começo a pensar em Caio e eu. Em tudo o que aconteceu entre nós. Do seu beijo, do seu toque, da forma que ele me olhava enquanto transávamos... Aquilo não pode ter sido só uma transa pra ele. Tem que ter significado algo.
No dia seguinte ele passou por mim e nem olhou na minha cara. Tentei falar com ele mas fui complemente ignorado.
Nos dias seguintes ele também me evitava ao máximo que podia. Mesmo quando estávamos todos juntos, ele não falava comigo. Era como se eu não existisse.
Certo dia decidi que falaria com ele! Já que ele não falaria comigo na faculdade, fui até sua casa.
Toco a campainha e logo ele aparece.
Caio - Que... Que você veio fazer aqui?
Eu - Preciso falar contigo. Eu preciso entender o que rolou entre nós. Eu estou gostando de verdade de você cara.
Ele fica calado me encarando. Ponho as mãos em seus ombros mas ele me afasta.
Caio - Você não tem que entender nada, por que não tem nada rolando entre nos. Agora vê se me deixa em paz!
Eu - Eu não significo nada pra você?
Caio - Definitivamente não. Cai fora.
Ele fala me dando as costas.
Eu - Eu não acredito em você.
Falo segurando seu braço, mas ele me empurra. Eu caio, bato com a cabeça no chão e perco a consciência.
Acordo alguns minutos depois com e ele me balançando e chamando meu nome.
Caio - Marcelo! Marcelo! Não faz isso comigo, por favor. Marcelo!
Ele tava desesperado.
Eu - O que aconteceu?
Falo atordoado.
Caio - Você caiu e bateu a cabeça. Cara, você me assustou pra caramba. Eu pensei que tivesse perdido voc...
Eu - Pensou que tivesse me matado. Cê tem razão, eu vou ficar melhor longe de você!
Falo tentando me levantar. Ele tenta me ajudar mais eu não deixo.
Eu - Não encosta em mim!
De repente sinto que vou cair de novo e ele me segura.
Caio - Eu vou te levar pro hospital.
Eu - Não precisa.
Caio - Fica calado e vem logo.
Já na sala do médico.
Dr. - O que aconteceu contigo.
Caio - Ele caiu e bateu a cabeça.
Eu - Eu já to bem.
Dr. - Deixa eu checar sua cabeça. Me diz quando doer.
Ele fazia pressão na minha cabeça com a ponta dos dedos.
Eu - Aii... Tá doendo aí.
Ele fez todos aqueles procedimentos de costume.
Dr. - Parece que esta tudo normal.
Eu - É?
Dr. - Você teve uma leve concussão.
Caio - Nada serio né?
Dr. - A principio não, mas alguém vai ter que te acordar algumas horas durante a noite e seguir a instruções que eu vou passar pra que sua condição não piore.
Caio - Eu posso fazer isso.
Ele fala sorrindo pra mim.
Ele me leva até minha casa. Quando chegamos, explico o que houve pro meu pai e pra minha madrasta.
Henrique - Você não precisa ficar rapaz. Eu posso cuidar dele. Muito obrigado por ter o levado ao médico.
Vanessa - Eu te ligo pra informar se a condição dele mudar. Mas acho que ele vai sobreviver.
Ela fala sorrindo.
Vanessa é médica. Ela cuida de mim como se fosse minha mãe.
Vanessa - Eu cuido dele.
Caio - Tudo bem. Mas por favor, me liga mesmo.
Eu - Eu te acompanho até a porta.
Saímos da cozinha e fomos até a porta.
Eu - Valeu por ter me levado ao médico.
Caio - Eu faria isso por qualquer um.
Eu - Certo...
Caio - Não quis dizer que você é qualquer um.
Eu - Caio, o que é que eu sou pra você? Só uma experiência pra você?
Caio - Nao.
Eu - Você só queria me comer e jogar fora depois?
Caio - Não!
Eu - Então me diz porra! O que diabos eu sou pra você?!
Caio - Eu...
Eu - Você só encontrou um jeito mais cruel e de me fazer sofrer... Vai embora Caio.
Eu baixo a cabeça, vou pro meu quarto e ele vai embora.
Thiago Pedro, kyryaq, Thiago Silva, Stiler, ofpm, fabi26, Geo Mateus, agatha1986, mathewolivero, Sr. Obito, chbds1, Otilia Sabrina... Grande abraço à todos vocês. Até amanha.
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