A ESCOLHA – 2°TEMPORADA – PARTE 7 - FINAL
Cristian pegou a adaga que estava caída no chão e quando ele se preparava para enfiar no coração de Paulo, ele foi jogado longe. Ele chocou-se com a parede e caiu deitado no chão.
Anjo: Eu posso te ver garoto... Sua coragem irá te destruir...
Eu tentava gritar o nome do Cris, mas não conseguia. Minha garganta estava trancada. Eu estava me sufocando aos poucos. Cristian não estava sozinho. Vi Alex correr em direção dele e pegar a adaga, ele correu na direção do corpo de Paulo, mas então parou do nada. O anjo do mal se transformou em uma sombra escura, e se aproximou de Alex.
Sombra: Venha... Venha...
Alex parecia hipnotizado. Alex se virou e começou a andar na direção da sombra.
Sombra: Venha... Venha para A S SOMBRAS!
Alex caiu no chão, vi os olhos sombrios dele olhar para mim. Alex estava morrendo. As sombras dos seus olhos escureceram como se a alma dele estivesse sendo sugada.
Sombra: Ninguém pode me vencer!
A sombra se aproximou de mim. Minha visão escureceu. E minha audição cessou. Tudo ficou branco e então segundos depois eu estava em pé em um jardim imenso. A grama era a mais verde que eu já havia visto. Olhei para o lado esquerdo e vi uma porta. Uma gigantesca porta de ferro. O seu portal estava fumegando e queimando. Eu podia ouvir gritos e gemidos vindo de lá. Olhei para o lado direito e vi outra porta, mas essa era feita de ouro e brilhava mais do que uma estrela podia brilhar. Eu tinha que escolher o caminho certo e então comecei a caminhar na direção da porta de ouro, mas o chão começou a rachar e a desmoronar. Eu cai no abismo profundo da escuridão... E abri os olhos. Havia uma sombra perto de mim. Olhei para o lado e vi um menino se levantar do chão, pegar uma adaga que estava perto de um homem que parecia morto e então correr na direção de um corpo que estava no meio da sala de joelhos e enfiar no coração dele.
Sombra: O que! Não... Não! O que você feeeeeeeeeeeez!
A sombra começou a brilhar como se estivesse sendo queimada e então explodiu. A explosão destruiu todo o lugar. Vi uma coluna de fogo e sombra sair do corpo que estava de joelhos e chocar com o teto do lugar. O lugar tremeu como se estivesse acontecendo um terremoto. Tudo começou a desmoronar e a escuridão tomou conta do lugar. Todo o lugar começou a parar. As pedras que estavam caindo pararam no ar e começaram a voltar para seu lugar de origem. Meu corpo começou a se mexer sozinho, vi tudo se mexer como se estivessem voltando no tempo e então ouve outra explosão de luz.
Abri os olhos. Estava tudo calmo. Eu estava deitado no chão. Olhei para o lado e vi Paulo de joelhos. Vi que ele estava sangrando na região do peito. Vi Cristian caído do lado dele e Alex se levantando do chão. Eu me levantei também e corri na direção de Cristian. Ele estava com os olhos abertos, mas parecia que estava em choque por que não se mexia e estava com a pele gelada. Não conseguia sentir seu pulso e nem os batimentos de seu coração. Eu o abracei e comecei a chorar.
Eu: Não meu filhote, não vá... Eu jurei cuidar de você... Você tem que viver, tem que ficar comigo... Por favor, não vá...
Alex se aproximou de mim e começou a alisar minhas costas, então me abraçou. Alex estava com seus olhos cheios de lágrimas. Vi suas lágrimas pingarem no chão. Eu ouvi gemidos. Era do Paulo. Eu fui à direção dele e ele caiu deitado no chão. Eu retirei a adaga do seu peito. Ele ainda estava vivo. Ele me encarou. Os olhos deles estavam cheios de lágrimas também.
Paulo: Esse é o preço da vingança Rô. A morte. Eu sinto muito. Obrigado... Obrigado por salvar minha alma... Obrigado...
Sua voz ficou fraca e seus olhos pararam. Encostei meus dedos nos olhos dele e os fechei. Paulo e Cristian estavam mortos. A desgraça. Minha vida agora era uma desgraça. Eu havia perdido tudo. Tudo! Peguei a adaga do chão. Fiquei encarando a lâmina por alguns segundo. Eu a ergui para cima e quando ia preparar para enfiar no meu peito...
Alex: Não!
Alex segurou a minha mão em que estava a adaga com muita força. Ele me abraçou e começou a chorar.
Alex: Se vai se matar então me mate primeiro. Não consigo viver sem você Rô. Eu te amo. Te amo demais.
Eu tremia... Tudo o que eu conhecia tinha ido para o mundo da escuridão. Felipe, Cristian... Só me restará ele. O menino que fez de tudo para acabar comigo na adolescência... Ele que se tornou meu verdadeiro amigo. Ele sempre esteve comigo, quando precisei... Eu estava feliz por ele estar bem. Olhei nos olhos dele, seus olhos cheios de lágrimas... E foram os olhos dele que foi a última coisa que eu vi por que depois minha visão escureceu.
Acordei assustado. Fiquei olhando o teto branquinho. A luz branca fazia minha vista doer. Eu olhei para o lado e vi que estava num quarto. Concerteza num quarto de um hospital. A porta de vidro tinha um símbolo vermelho de +. Olhei para o canto do quarto e vi Cristian dormindo numa poltrona, e Alex estava sentado numa cadeira sorrindo para mim. Ele se levantou e se aproximou passando a mão na minha cabeça.
Alex: Finalmente. Achei que iria dormir por mais uns dois dias.
Eu: Á quanto tempo eu estou aqui?
Alex: Você dormiu sem parar por dois dias inteiros Rô. O Cristian não saiu dessa sala pra nada. Incrível, ele te ama como se fosse o pai dele.
Eu: O que aconteceu? Eu podia jurar que o Cris estava... O que aconteceu comigo?
Alex: Cristian salvou você. Ele conseguiu salvar você e salvar a alma do Paulo. Essa história é a mais estranha que já aconteceu... Eu quase não acreditei quando vi o próprio demônio lá na sua sala.
Eu: Não era o demônio. Era apenas um servo dele. Pensei que iria morrer...
A porta do quarto abriu e uma moça com roupas de enfermeira entrou sorrindo para mim.
Moça: Olha quem voltou do mundo dos sonhos. Senhor Ronny, o corredor do hospital está lotada de pessoas esperando o senhor acordar.
Eu ainda estava meio zonzo. Levantei da cama coma a ajuda do Alex e da moça. Cristian acordou e logo se levantou disposta á me abraçar. Abracei-o.
Eu: Obrigado... Por estar comigo.
Ele sorriu.
Cristian: Eu que deveria agradecer por ter sido resgatado por você tio.
Eu sai do quarto e me deparei com quase todas os trabalhadores da empresa MATRIX sorrindo e batendo palmas para mim. Susi se aproximou e me abraçou.
Susi: Você deixou todo mundo preocupado. Ninguém sabia o que tinha acontecido. Você não apareceu na empresa por dois dias e quando liguei pra você, seu amigo atendeu dizendo que você estava aqui.
Eu: É quando eu voltar pra empresa vou ter muita coisa pra fazer...
Susi sorriu. Olhei para o outro lado do hospital. Felipe estava em pé me encarando. Ele parecia ter chorado por bastante tempo. Seu olhar de preocupação e desespero se encontrava com o meu. Eu não queria vê-lo. Eu o odiavaFelipe queria me trazer para casa, mas eu não aceitei. Pedi para que Alex me trouxesse eu e o Cris no carro dele para minha casa, Alex logo se encheu de disposição. Felipe ficou chateado, eu podia ver nos olhos dele, mas agora acabou tudo. Eu não queria mais vê-lo. Se ele não tinha paz comigo então ele que podia ter paz com outra pessoa.
Cheguei em casa e me joguei no sofá. Alex se sentou no outro sofá e cruzou as mãos enquanto me olhava. Cristian se sentou do meu lado.
Alex: Eu sei que não deveria ter trazido você. Eu vi como o Fê ficou magoado. Ele ficou desesperado quando soube que você estava no hospital por que tinha desmaiado. Não sei o que aconteceu pra você estar fazendo isso com ele.
Eu: Achei que você estivesse feliz. Sempre gostou de mim.
Cristian: Tio, eu acho que vou pular na piscina...
Eu: Tudo bem. Vai lá.
Alex: E vê se não dá um jeito de se matar afogado ta!
Depois que o Cris se afastou, Alex me encarou também.
Alex: Eu sempre dei em cima de você, eu sempre quis e beijar mesmo depois que você se casou com o Fê, mas isso era errado. O Felipe é meu amigo. Ele é meu amigo desde infância pow, eu sei que eu não deveria fazer isso com ele e nem você. O lipe te ama.
Eu: Não ama nada! Ele disse para uma mulher loira que ele não tinha paz aqui.
Alex: Como? Como você sabe? Como pode provar?
Eu: Eu vi. Eu vi quando ele disse isso. A mulher ainda até pediu para que ele ficasse no Rio e não voltasse para cá. E ainda teve a cara de pau de falar que se ele ficasse ele iria se divertir com ela.
Alex: Como você viu isso? Como?
Eu: A aquela sombra me mostrou tudo.
Alex: Há e você acreditou? Cara aquela sombra era o demônio. Ele queria te ver destruído, queria te ver péssimo e triste. E você caiu na dele.
Eu fiquei pensativo. Alex parecia nervoso, olhando para o jardim toda hora. Eu o encarei me preparando para responder, mas ele parecia interessado em outra coisa. Segui o olhar dele até o Cristian.
Eu: EI! OU, EU TO AQUI!
Alex: Há desculpa! O Cristian tem mania de ficar minutos em baixo da água e estou preocupado.
Eu: Como sabe? Vocês tomaram banho juntos?
Alex: Sim. Na piscina lá em casa. Ele me pediu se podia entrar na piscina e me chamou para tomar banho também. Eu acho que estava precisando de diversão e entrei... Você não vai ficar bravo né?
Eu: Alex. Aqui ó. Olhe nos meus olhos... Você não o beijou né?
Alex não respondeu. Fez uma carinha de santo e se levantou do sofá.
Alex: Acho que preciso ir indo...
Eu: Não! Só vai sair quando disser á verdade. Você o beijou?
Alex: Rô, não fica zangado não... Tipo eu perdi o controle...
Eu: Hã... Eu não to acreditando...
Alex: Mas que tem, ele não ficou bravo e...
Eu: Cale á boca que eu to pensando...
Alex: Pensando? No que?
Eu: Com o que eu vou bater em você é claro.
Alex: Mas... Ma ele... Ele pediu desculpa e ele era fofo e perdi o controle e ai foi tarde de mais.
Eu sorri. Levantei do sofá e me aproximei do Alex. Coloquei a mão no peito dele.
Eu: Você não está gostando dele né?
Alex: Acho que não. Num sei. Foi só um beijo. Juro que perdi o controle. Ele fez uma carinha muito fofa e eu não resisti. Ele pediu desculpa e ele era tão fofinho quando pedia desculpas que não aguentei.
Eu: E o que ele fez quando você o beijou?
Alex: Eu pedi desculpa por ter feito aquilo e ele disse que estava tudo bem.
Eu: Vixe, se ele estiver gostando de você eu te bato ta.
Abracei o Alex.
Alex: Por que você e abraçou?
Eu: por que você é meu melhor amigo e por que eu te amo. Só cuida bem do Cristian ta? Se ele estiver gostando de você.
Alex sorriu.
Alex: Acha mesmo que ele ta gostando de mim?
Eu: Não sei. Pergunta pra ele.
Alex: E se ele estiver gostando? Você deixaria eu cuidar dele?
Eu: Eu acho que você é muito mais velho que ele, mas tudo bem. O Cris que deve decidir isso, afinal não sou o pai biológico dele para proibir as escolhas que ele fizer. Se ele pedir mina opinião eu darei, do contrário... Vai lá. Vai falar com ele.
Alex me encarou por alguns segundo e depois olhou para o jardim.
Alex: E se ele não gostar e ficar bravo comigo?
Eu: Poxa, vai logo falar com ele.
Alex se levantou e saiu pela porta que saia para o jardim. Logo depois vi Felipe entrar na sala. Droga! Esqueci que a digital dele abria a porta da casa.
Felipe: Por que está fazendo isso comigo?
Eu: por que você é cafajeste.
Felipe: Então agora eu sou cafajeste? Depois de todos esses anos eu aqui com você, ai você resolve dizer que eu sou cafajeste. Diga-me por que eu sou assim tão cafajeste como você diz.
Eu: Cai fora da minha casa. Volta pro Rio. Vai se divertir. Por que não aceitou o convite da sua namoradinha secreta. Aquela loira. Se eu á encontrar juro que a mato.
Felipe: Que namorada secreta? Do que você está falando?
Eu: Você é tão sínico. Por que ainda está aqui? Você disse pra ela que não tem paz aqui.
Felipe ficou meio pálido.
Felipe: Como sabe que eu falei isso? Como sabe da mulher loira?
Eu: Não interessa. Agora vá embora.
Felipe: Não. Não vou embora até você me deixar explicar tudo. Você nem sabe o que realmente aconteceu e já quer me jogar no lixo.
Eu: O que você quer explicar?
Felipe: A garota loira que você viu, que eu não sei como viu, era a minha prima. Eu sai pra comer um lanche com ela e os meus outros primos. Quando meus outros primos foram embora, ela ficou comigo e acabei falando para ela que eu estava preocupado com você e se eu pudesse eu te chamaria para ir lá no Rio pra gente ficar um tempo lá, mas ai eu disse que meus pais não entendia por que eu gostava tanto de você em vez de uma garota. A minha prima disse que eu deveria passar um tempo mais com a nossa família, pra gente se divertir mais. E sobre eu ter falado que eu não tinha paz aqui, você entendeu errado. Eu quis dizer que eu não tinha paz por que o pessoal da imprensa fica o dia inteiro no seu pé e a gente mal tem tempo para ficar em paz juntos. Eu só queria passar um tempo com você só nós dois... Juntos.
Eu: Você me ama mesmo Fê?
Felipe: é claro que eu te amo. Acredite em mim, por favor.
Ele me abraçou. Correspondi com outro abraço.
Eu: Desculpa-me ta bom... Eu sou um babaca. É que eu tenho ciúmes de você. E o ciúmes acaba me deixando nervoso e falo as coisas sem pensar. Eu te amo. Eu te amo demais.
Ele me beijou. Eu tinha que admitir que eu o amava muito. Felipe ouviu o barulho da água da piscina lá fora.
Felipe: Tem alguém lá fora?
Eu: é só o Alex e o Cristian tomando banho na piscina.
Felipe: E quem é esse Cristian?
Eu: é o menino que você viu lá no hospital que estava perto de mim.
Felipe: Ele é o que do Alex?
Eu: Nada. Por enquanto. Mas se você quiser, ele pode ser o nosso filhote.
Felipe me encarou por uns minutos. Vi a preocupação nos olhos dele, mas ele não iria negar... Ele mesmo já havia dito que queria um filho, bebe, as queriaALEX
Eu já tinha entrado na piscina há alguns minutos e não tinha coragem para falar com o Cristian. Ele parecia tão feliz que eu tinha medo de estragar a alegria dele. Foi ai que eu o vi mergulhar e vir na minha direção e do nada ele subiu para superfície e apoiou sua mão no meu peito. Nossos corpos ficaram coladinhos.
Cristian: Sabe, não consegui esquecer aquele beijo... E o mais difícil de acreditar é que eu posso estar mesmo...
Não o deixei terminar de falar... Apenas o beijei lentamentefim?
Comentário do autor:
Por enquanto é só meu caros leitores. Agradecendo á vocês pelo carinho, pelo voto, comentário... Beijos até a próxima...
Fim da segunda temporada...