2º CAPÍTULO
-Eu...Eu...
Não sabia nem o que dizer.
-É que o Sam pensava que você era um banguelo sem dentes... Disse minha avó sorrindo e eu fiquei vermelho igual um tomate maduro.
-Ah é banguelo??? Respondeu o Bernardo que exibiu os dentes brancos com um sorriso bem irônico.
-Meu Deus do Céu que quer isso... Eu só no pensamento.
Não estava acreditando que naquele fim de mundo pudesse existir um rapaz tão lindo, e olha que é lindo mesmo eu diria perfeito, estava sem graça mais ao mesmo tempo animado e sorri pra ele.
-Vamos que já está ficando tarde, leve as malas para a caminhonete meu filho..
-Como quiser dona Gema...
Eu olhava aquele rapaz de braços fortes e a pele branca queimada pelo sol, linsongeado, parecia bobo olhando ele se movimentando e sorria sozinho. Ele deveria ter por volta de 17 a 18 anos e seu corpo era forte e viril, com certeza deveria malhar pesado, cabelos lisos e bagunçados o que o deixava charmoso e o rosto parecia escupido de tão bonito, confesso que sentir tesão, apesar de nunca ter tocado em um homem na minha vida.
-Humm, já vi que o interior pode ser melhor do que eu imaginava...Fiquei sorrindo sozinho.
-Vamos Sam já está tarde, precisamos pegar a estrada de terra agora para fazenda...
-Ainda tem estrada de terra ainda???
-Sim e uma longa ainda...
-Essa não... Meu sorriso fechou.
Demoramos uns 25 minutos para chegar na fazenda, os portões se abriram e a imensa casa de varada de cor amarela e janelas de vidro da cor branca estavam iluminados, como era linda a casa dos meus avós... O caminho parecia um pergaminho.
Eu nem consegui me concentrar só tinha olhos para o Benardo que nem me dava bola, saímos todos da caminhonete e ele pegou as malas e minha vó saiu na frente me puxando...
-Vem vamos ver seu avó o Francisco vai ficar muito feliz em vê-lo, tomara que o reconheça...
-É vó já faz 10 anos que eu não venho aqui, muitas coisas mudaram... E mudaram mesmo.
Falei olhando para o Bernardo.
A casa era aconchegante e o frio que fazia lá fora era diminuído com a lareira que ficava na sala e o meu avó estava com um livro na mão em uma poltrona, quando ele me viu ele retirou os óculos...
-Francisco meu querido esse é o nosso neto o Samuel o Sam lembra dele???
Ele mandou eu me aproximar...
-Chega mais perto...
-Não está me reconhecendo vô...
-Hum, eu já lembrei de você... Sorrindo.
Eu e minha vó nos olhamos com um sorriso.
-Ah é?? Que bom vô e então?
-Você é aquele soldadinho de chumbo do livro que eu li??
-Não vô...
-O soldadinho do exercito?
-Também não vô...
-E quem é você??
-O Senhor não se lembra né???
-Céus!!!
Eu me aproximei da minha vó e eu olhar era entristecido...
-Vó o que que ouve com o vô???
-Ah meu filho o Chico deu pra esquecer das coisas, até de mim ele esquece as vezes... Eu me preocupo muito sabe querido?
-A senhora já o levou ao médico , isso pode ser sério??
-Ele é teimoso, não quer sair por nada dessa fazenda. Mais agora você vai tomar um banho e jantar deve está cansando...
-Muito vó...
-Onde eu coloco as malas??
Ai meu Deus eu suspirava quando o caipira bonitão surgia...
-NO quarto do fim do corredor e aproveita leva logo o Sam que eu vou esquentar o jantar...
Ele começou subir as escadas de madeira e eu continuava parado.
-Tu vai continuar ai parado igual uma palmeira???
Ele foi grosseiro, com sua voz grossa...
-Claro que não, não sou palmeira...
-Mais parece, tu fica parado ou fica olhando ai parecendo um jumento...
-Ei eu não sou jumento... E ver se me respeita garoto... Eu fiquei irritado e ele parecia debochar...
-Vamos logo e deixa de prosa...
Eu comecei a da risadas e ele parou no topo escada bem sério...
-Tá rindo de que almofadinha??
-De nada, estou rindo de nada...
Ele me encarou e começou subir com as malas e chegamos lá estava arrumado, era simples e a cor das paredes era alaranjando e parecia velho.
-Eu vou dormir aqui???
-Não é eu que vou dormir aqui... Super irônico.
-Cara você parece um cavalo dando coice de tão mal educado...
-E que tu fica bancando o esquisito ai parece até que é de outro mundo. Ah já sei ele deve está caindo na real aqui não é a cidade que tu vivia não o almofadinha...
- E você é um caipira grosseirão metido a besta...
-Tu é um fresco...
Ele jogou as malas no chão e saiu igual um touro... E eu fui atrás dele...
-Ei espera também não precisa ficar zangado assim não...
-Já chega eu vou é dormir que é o melhor que faço.
-Benardo você não ia ficar pra jantar??
Minha vó surgindo...
-Brigado dona Gema mais eu vou matar a broca em casa mesmo... Boa noite.
Ele saiu batendo a porta bem forte...
-Xi o que foi que deu nele???
Eu me virei sorrindo...
-Acho que levou um coice...
Dei risadas.
O jantar foi delicioso e eu adorei, meu avô não lembrou de mim mesmo, e eu acebei indo dormir cedo, a minha vó disse que depois o quarto eu poderia e arrumado do meu jeito e que uma pintura resolveria o problema...
No outro dia eu nem consigo amanhecer domindo, o barulho dos animais era insuportável, galo cantando e outros animais e um grito que parecia um coral, eu peguei o travesseiro e coloquei nos ouvidos e mesmo assim era insuportável...
-Ai mais que droga, ninguém consegue dormir dese jeito...
Eu me direcionei até a janela e em baixo era o Benardo com uma vaca tirando leite e ela estava berrando...
-Só podia ser o caipira!!!
-Ixi u chato de alho malhada (rindo).
-Ou grosseirão será que dava pra você e essa sua vaca fecharem a matraca, eu estou querendo dormi...
Ele olhou pra vaca e disse a acariciando...
-Liga não malhada esse é o fresco da cidade que eu te falei...
-Eu não sou fresco e você só pode ser maluco falando com uma vaca (dando risadas) Patético...
-É fica rindo seu fresco...
Eu fechei a janela e resolvi tomar logo banho no banheiro de baixo, e pra minha surpresa não tinha chuveiro elétrico a água parecia uma pedra de gelo e eu dei um grito que fez minha vó surgir com as mãos suja de massa de trigo...
-Santo Deus o que houve Sam???
Eu coloquei a cabeça pra fora tremendo...
-Essa água está muito fria, parece gelo...
O Benardo surgiu com um litro de leite e começou a sorrir...
-Que frescura... (risos).
-Ou grosseirão para de ri de mim seu mal educado de 5º categoria...
-5º o que?? Catinga??? (risos).
-Mais além de mal educado é surdo do ouvido...
-Será que dava pra pararem com isso agora?? Parecem duas galinhas brigando por pintinhos..,
-Descupa Dona Gema, eu deixei o leite da malhada em cima da mesa e tó indo nessa...
Depois do banho eu me deliciei com as delicias da minha avó e resolvi caminhar pela fazenda pra conhecer melhor...
E Estranhei uma coisa, na fazenda não tinha rosa só existia somente o caule com os espinhos e eram por toda parte, e tinha outras flores como girasol e Cravos que era minha favorita...
-Nossa por que aqui não tem rosas??? Só vejo os espinhos... Que coisa...
-Bom dia...
Eu me virei e era o Bento o caseiro da fazenda que trabalhava anos na fazenda, era o pai do grosseirão...
- Bom dia Seu Bento...
-Ainda lembra de mim seu SAM?
-Eu lembro sim e muitas coisas ainda, eu tinha 6 anos a última vez que vim aqui... Trabalha aqui a anos né?
-30 anos...
Depois da conversa com o Bento eu ha vistei o Benardo entrando no meio do mato e eu estranhei...
-O que esse grosseirão vai fazer no meio do mato???
Eu resolvi segui-lo e e fui logo atrás dele, parecia ter pressa para chegar no seu destino eu me apressei também e acabei perdendo ele de vista...
-Cadê ele?? Cadê???
Eu ficava em círculos até uma rasteira me derrubar no chão e ele surgir... Eu tremia
-Estava me seguindo almofadinha??? Responde o que está fazendo aqui????
Ele estava furioso e eu nem sabia o que dizer.
CONTINUA...
Agradeço os comentários de todos vocês gente, continuem comentando que ainda tem muito mais, o Bernado esconde um segredo que será revelado no decorrer da história...