Como Chamas 4x13: A ROCK CHRISTIMAS!
- Não coloque em cima! Eu disse.
- Então aonde? Resmungou Kristen.
- Aqui. Falou Marcie pegando a grande bola dourada de enfeite de Natal e pendurou na árvore na sala de estar da minha casa.
Já havia se passado duas semanas depois do desastre da cerimônia de renovação de votos matrimoniais dos meus pais, e Nick não havia morrido. Pelo contrario, a policia o pegou e o levou de volta para Porto Seguro para que pudesse responder por seus crimes em sua cidade e eu não me importei. Estava aliviado.
John foi embora com ele, mas prometeu que vinha me visitar logo. Era bom ter uma vida normal novamente.
Felipe havia voltado para sua casa, mas não por muito tempo. Ele estava pensando em comprar um apartamento para morar sozinho, mas ainda não havia decidido aonde. Não havíamos reato, e eu nem sabia se o faríamos em um futuro próximo. Ele vinha e conversamos, tudo exatamente como era antes. Só que desta vez ele era solteiro.
- Oh, isto está lindo. Disse minha mãe.
- Obrigado. Tem certeza de que quer dar uma festa aqui hoje a noite? Perguntei.
- Bom, acho que sim. Agora que tudo acabou, acho que devemos seguir em frente. E não seria Natal se eu não fizesse nada.
- Verdade. Concordou Kristen sem perceber.
Marcie e eu sorrimos. Acho que todos nós precisamos de um estímulo. Nos dois estávamos solteiros e meio tristes, mas mesmo assim tínhamos um ao outro e para mim isso já bastava. Todos os anos, minha mãe dava uma festa de Natal, convidavam os vizinhos, alguns sócios e eu chamava meus amigos, sim, agora no plural porque antes era estritamente Marcie e eu. Mas hoje viria Kristen, Jordan, Amanda e com um pouco de sorte Gregori apareceria. Afinal, ele podia estar bravo, mas não iria dispensar uma boa companhia no Natal, certo?
- Ele disse que tinha um compromisso, mas disse que nos o veríamos assim mesmo. Eu disse a Marcie depois que desliguei a ligação com ele.
Eu queria mesmo me desculpar com ele. Outra grande coisa esse ano seria Felipe e sua família vindo a festa. Pena que não me apresentaria como namorado dele.
Desci da escada aonde estava e então vi um homem moreno, alto, forte e com um rosto estranhamente familiar na porta, me encarando.
- Mãe? Chamei.
- O que?
- Quem é aquele? Perguntei apontando para ele sem me importar se ele estava vendo ou não.
- Contratamos ele para se vestir de papai noel. Porque?
- Ah. Nada.
Eu disse e me virei para voltar para as meninas, mesmo que eu esteja ficando louco, podia jurar que aquele cara esquisito estava me olhando cheio de ódio.
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Exatamente as onze da noite, a festa estava em seu auge. Marcie, Kristen, Jordan e eu estávamos nos no meu quarto, sentados em forma de retângulo na minha cama, cada um em uma extremidade. É claro que estávamos rindo e conversando sobre tudo, enquanto a festa rolava lá em baixo. Então a porta se abriu e Gregori entrou.
- Oi. Disse ele andando ate nos carregando uma bandeja de salgadinhos.
- O que esta fazendo com isso? Perguntei antes que qualquer um pudesse falar alguma coisa.
- Estou trabalhando de garçom. Ele respondeu seco.
- Pensei que você fosse rico... Comentou Kristen dando de ombros. Marcie, Jordan e eu olhamos com olhos arregalados para ela. Essa menina não tem jeito. Por isso eu a amo.
- Meu pai é dono da companhia de festas, isso não quer dizer que eu não possa dar uma força de vez em quando.
- Oook.
- Pode tirar uns minutos de folga? Queríamos conversar com você. Eu disse, e mesmo com uma cara nada feliz, ele aceitou. Largou a bandeja na minha mesinha do computador e se aproximou da cama, mas ficou de pé.
- Bom, primeiramente eu queria te pedir desculpas por mim e por ter bolado toda essa mentira. Marcie é uma garota esperta, mas até você reconhece que ela não teria bolado um plano desses.
- Ok, o que mais? Ele perguntou agora olhando para ela.
Marcie olhou para mim pedindo socorro, mas eu não fiz nada. Cedo ou tarde ela teria que aprender que não posso ajudá-la a fazer tudo.
Ela respirou fundo e se levantou.
- Eu beijei Brad porque estava com inveja de Dan. Estamos acostumados a brigar pela atenção de garotos e de algum jeito eu sempre levo a melhor. Mas desta vez, mesmo depois daquele beijo, Brad não quis saber de mim. E do Dan que ele está atras e isso não vai mudar. Perdi você por nada.
Gregori riu, debochado.
- Eu deveria te perdoar agora ?
- Não, porque eu beijei outro cara por nada. Fiz uma coisa errada e quero que me desculpe, mas entendo completamente se não o fizer.
- Eu sempre gostei de você, Dan. Sempre tive inveja do seu jeito marrento e esperto de levar a vida. Inveja de como ainda cuida dos seus amigos mesmo atolado em problemas.
- Eu também gosto de você. Respondi.
Então ele se voltou para Marcie.
- Eu odeio... o tanto que amo você.
Então ele a pegou nos braços e a beijou. Abracei Kristen e peguei a mão de Jordan. Era bom que estava tudo em ordem de novo. Eu amo minha vida.
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- Oh, meu Deus. Dan, olha! Grunhiu Marcie.
Me virei para ver quem estava entrando na minha casa e prendi o fôlego. Jeremiah estava mais gato que nunca de smoking e estava de mãos dadas com Alice. Os dois pareciam perfeitos juntos. Não digo isso só porque a quero longe de Felipe. Ok, talvez um pouco. Mais são fofos!
- Oi. Disse Jeremiah.
- Oi? Fala serio! Eu sabia que ia rolar! Hahaha! Falei rindo e abraçando-os dois. Alice riu também. Linda e legal como sempre.
- Dan? Pode ir pegar mais bebidas no porão? Disse minha mãe.
- Claro.
- Quer uma ajuda? Perguntou uma voz atras de mim.
Me virei e dei de cara com Felipe, sorridente e lindo como sempre.
- Sim, senhor! Falei puxando o pela mão.
Fomos para o porão. Descemos as escadas ate o frizer e para pegar algumas garrafas, mas quando abri a porta, Felipe puxou meu corpo para perto do dele e me beijou carinhosamente.
- Porque fez isso? Perguntei.
- Porque te quero de volta.
- E acha que é simples assim? Falei.
- Bom, eu achei...
- Deixa pra lá, é simples sim. E beijei ele novamente, com mais vontade desta vez. Depois de alguns minutos, voltamos com as garrafas para cima e começamos a ceia de verdade.
No meio do jantar, notei que todo mundo estava comendo, menos o papai-noel. Aquele cara me dava arrepios, mas nem mesmo ele merecia passar a noite de Natal isolado em sua cadeira.
Fui ate ele. Nossa, aquele olhos eram mesmo familiares... Mas de onde?
- Olá, você não vai comer? Perguntei da maneira mais simpática que consegui.
Ele se virou serio para mim.
- Não.
- Esta com sede pelo menos?
- Não.
- Você só diz não?
Ele abriu a boca para dizer, mas então fechou e deu um risinho.
- Garoto esperto.
- Nossa, duas palavras, um avanço. Tem certeza de que não quer comer?
- Tenho, obrigado. Ele disse sinceramente.
- Olha para aquelas pessoas. Rindo e comendo como se tivessem sido boazinhas o ano todo.
- Eu certamente não fui. Eu deixei escapar sem querer, mas logo me arrependi.
- O que você fez? Ele perguntou.
- Ah, nada demais. E já acabou de qualquer forma.
- Você não pode esconder o passado.
- Como assim? Perguntei.
- Digo, você pode esquecê-lo, mas ele não se esquecerá de você.
Depois disso voltei para a mesa. Aquilo havia sido de longe a coisa mais bizarra da noite, bem, nem toda noite é perfeita.
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Desculpem a demora. Era pra ter postado antes. Obrigado e desculpem de novo.