No dia 17 de fevereiro eu falei com a tia dele e peguei um monte de foto dele bebê e criança e levei pra casa pra poder fazer um vídeo nosso. Ia ficar lindo. Contei pra tia Elvira o meu intuito, mas é claro que disse que era um vídeo só dele.
Fiquei os três dias montando, mas consegui acabar. Tive que fazer dois, afinal a tia pensava que era só dele. Mas não foi difícil. Coloquei mais de cem fotos da gente, desde a infância até a idade onde estávamos. Tinham várias fotos nossas juntos, se beijando, se abraçando e tudo o que a gente tinha direito.
Além desse vídeo, comprei também uma calça e uma jaqueta jeans e no tão esperado dia entreguei logo pela manha.
- Não vai abrir? – perguntei vendo a cara de surpresa dele.
- Ah é – disse desenrolando os presentes.
Ele abriu a calça e a jaqueta e ficou muito feliz. Me abraçou e me beijou de um jeito tão meigo que eu fiquei ainda mais apaixonado por ele. Como que ele podia ser tão fofo?
- Não são só esses. Coloca esse CD em seu DVD – disse entregando o CD do vídeo pra ele.
- O que é isso?
- Coloca que você verá!
Ele colocou o CD no DVD e veio até mim. Deitou no meu colo, eu fiquei acariciando seu rosto e nós ficamos vendo as fotos passando. Quando acabou ele tava chorando.
Ele me abraçou e ficou agradecendo e me beijando, pude sentir a emoção que ele transmitia com aquele abraço e aquilo me deixou muito feliz.
Depois de um certo tempo nós descemos e eu mostrei pra tia Elvira o vídeo que tinha feito dele, e ela amou também. Disse que eu levava jeito pra cineasta e tudo mais. Mas a minha carreira já estava escolhida.
Fomos pra faculdade quase atrasados aquele dia. Como era aniversário dele a gente nem se preocupou com horários, mas no fim das contas conseguimos chegar lá antes da primeira aula.
A manhã foi bem tranquila aquele dia, consegui prestar bastante atenção nas aulas e absorvi bastante o conteúdo daquele dia. Eu estava me dando muito bem na faculdade, estava realmente orgulhoso de mim mesmo.
Quando saímos da universidade aquele dia, ocorreram diversas surpresas... Fui com Daniel pra casa dele e quando chegamos lá tomamos um susto: estavam lá seus pais, sua irmã, e sua avó!
- O que vocês estão fazendo aqui? – disse ele arregalando os olhos.
- Ora, viemos pro seu aniversario, que pergunta – disse sua mãe abraçando e beijando ele.
Foi a maior farra, a sessão de abraços e beijos demorou mais de dez minutos. Quando todos o cumprimentaram e parabenizaram-no, ele teve a primeira surpresa.
- Dani, aproveitando que estamos aqui, quero contar-lhe uma coisa – disse sua mãe.
- Oba – disse ele sorrindo – Adoro fofoca, fala aí mãe.
- Filho, não sei se você vai gostar ou não da ideia, mas espero que aceite numa boa.
- Ah, não me deixa curioso! Fala logo mãe!
- Daniel, você vai ter mais um irmãozinho – disse a mãe dele colocando a mão na barriga.
Ele arregalou os olhos e ficou calado.
- Você tá grávida mãe?
- Sim, de quatro meses.
- E por que não me contou antes?
- Porque eu não sabia. Descobri esses dias.
- Ai que legal – disse ele sorrindo – Eu vou ter mais um irmão. Ou irmã. Mas espero que seja irmão pra mim poder ensinar ele a jogar futebol...
- Não tá bravo?
- Claro que não, por que ficaria?
- Ah, não sei. Você já esta com 20 anos, e eu já não sou mais nenhuma criança não é...
- Ah, nada haver mãe. Relaxa. Adorei a novidade. Mas ele vai nascer aqui ou lá?
- Com toda a certeza nos EUA meu filho. O Brasil não é país para se viver. Vamos continuar lá.
- Tudo bem, vocês que sabem.
- Daniel vem aqui – disse o pai dele.
Ele andou até o pai e ficou em pé na frente dele.
- Que foi?
- Fecha seus olhos.
- É pra já – disse ele fechando os olhos.
O pai dele levantou e colocou as mãos na frente dos olhos dele e começou a andar até a porta.
- Onde tá me levando?
- Pro seu presente de aniversário filho – disse meu sogro sorridente.
Ele abriu a porta e todo mundo foi atrás dos dois, sem saber o que estava acontecendo. O pai dele começou a descer a rua até próximo do campinho de futebol e entrou em uma ruazinha sem saída mais a frente.
Andou até onde tinha um carro e lá fez com que ele abrisse os olhos.
- Feliz aniversário, filho – disse o pai dele beijando o rosto do meu namorado. Eu abri a boca de surpresa.
A principio ele não fez nada, só ficou olhando o automóvel parado no lugar onde ele estava. Ele nem se mexia. Parecia uma estatua. Depois de um certo tempo ele disse:
- Isso é pra mim?
- Todo seu! – disse a mãe dele.
Ele soltou um grito de excitação e alegria e foi até o carro pra poder olhar pra ele melhor. Era um EcoSport verde. Lindo! Eu não saí do meu lugar, fiquei apenas olhando a felicidade do meu namorado. Se ele estava feliz eu também estava.
Ele abraçou os pais e pegou as chaves. Entrou e ligou o carro. Era perfeito. Motor silencioso do jeito que ele gostava. Ele quase enfartou de tanta felicidade. Saiu pela rua com o carro buzinando e acelerando, parecia uma criança quando ganhava um doce.
Depois de se divertir com seu mais novo presente ele estacionou e saiu.
- O que você ganhou? – perguntou ele pra irmã dele, afinal o aniversario também era dela.
- O mesmo que você. Mas o meu é rosa.
- Ai que gay – disse ele rindo. - Nossa pai, dois carros... Você deve ter ficado falido...
- Não se preocupa, os negócios estão indo muito bem. E vocês dois merecem muito mais do que isso.
Eles sorriram e abraçaram o pai. Os dois irmãos estavam nas nuvens.
Voltamos pra casa dele onde comemos bolo de aniversario que foi feito pela tia Elvira e depois de algum tempo os pais, a irmã e a avó dele foram embora pros EUA novamente:
- Mas vocês tem que ir hoje mesmo? – perguntava ele.
- Sim, filho – disse o pai dele – Tenho que voltar pra empresa porque os negócios não podem parar.
- E quando eu vou ver vocês de novo?
- Por que você não vai pra lá nas suas férias? – perguntou a irmã dele. – Você precisa melhorar seu inglês mano. E lá tem várias gatinhas que você vai adorar.
Eu fiquei roxo de ciúmes.
- Ah posso ir sim mana. Mas to bem onde eu to.
- Ta decidido então. Nas férias da faculdade você vai pra lá – disse o pai dele.
- Mas eu nem concordei – discordou ele. – Mas tudo bem, eu posso ir sim.
A família dele foi embora e ficamos só eu, ele e a tia Elvira.
- Feliz Dani? – perguntou ela.
- Muito tia. Não pensei que eu ia ganhar isso! Meu pai é demais...
- É mesmo! E que legal hein! Vai ganhar um irmãozinho!
- É! Nossa maior legal mesmo...
A gente riu. A mãe do Daniel tinha pouco mais de quarenta anos, seria uma gravidez de risco... Mas ela parecia muito feliz e animada com a ideia.
A noite voltei pra casa. Tomei um banho bem demorado e jantei. Acabei indo deitar pois não tinha nada para fazer, mas antes que pudesse pegar no sono meu celular tocou:
- Alô – disse meio sonolento.
- Oi amor, te acordei? – perguntou o Daniel.
- Não amor, ainda não tinha dormido!
- Que ótimo! Levanta e coloca uma roupa. A gente vai sair.
- Ah é? E você sabe se eu concordo? – falei rindo.
- Concorda. Vamos inaugurar meu carro.
- Hum, e onde vamos?
- Surpresa amor. Passo aí em cinco minutos. Anda logo.
- Ta bom.
Desliguei o celular me levantei rapidamente e troquei de roupa. Me perfumei e em segundos ele buzinou. Falei pra minha mãe que ia sair com ele pra inaugurar o carro novo e ela aceitou numa boa. Saí de casa e entrei no carro dele.
- Aonde a gente vai? – perguntei curioso.
- Logo verá.
Ele ligou o som do carro e deu partida. Ele dirigia bem, apesar de ter tido dificuldades pra passar na baliza. Era um ótimo motorista.
- Você tá feliz? – perguntei olhando nos olhos dele.
- Muito amor, muito mesmo.
- Que bom amor! Fico feliz também então.
- Obrigado. Meu pai é demais... Mas não precisava de tanto...
- Ah, não reclama vai! – disse sorrindo – Me fala, onde a gente vai?
- Já disse que é surpresa!
Ele estava me lavando pra outra cidade. Não conhecia aquele local.
- Amor você trouxe seu RG né? - ´perguntou ele.
- Trouxe – disse ficando encucado.
- Então perfeito.
Pra que ele queria meu RG? Aquilo estava estranho, mas eu confiava nele.
Poucos minutos depois ele foi parando o carro e nos fomos entrando em um estabelecimento. Não tinha notado o que era.
Entramos e ele pediu meu RG e entregou pra uma moça que estava por trás de um balcão. Me devolveu meu documento e continuou andando com o carro, entrou em um tipo de garagem e estacionou, desligando o automóvel.
- Eu não acredito que você me trouxe em um motel Daniel! – disse sorrindo.
Ele deu um sorriso safado.
- Qual é o problema?
- Nenhum. Mas que safadinho que você é em amor – disse começando a beijar ele.
Descemos do carro e fomos pra suíte. Era lindo o local. Iluminação bem baixa, tinha um cheiro gostoso de flor do campo e era todo espelhado as paredes e o teto.
Antes mesmo de fechar a porta ele já começou a me beijar, passava a mão pela minha bunda e descia até o meio das minhas pernas. Não demorou muito e eu já estava completamente excitado.
Ele fechou a porta e me empurrou pra cama. Subiu em cima de mim e começou a me despir. Parecia um lobo no cio de tanto desejo que ele estava aquela noite. Já fazia mais de duas semanas que a gente não transava.
Em menos de dez minutos eu já estava pelado e ele já estava me chupando de uma maneira alucinante. Como ele fazia aquilo bem, como ele me deixava louco com sua boca no meu membro...
Ficou me chupando por um bom tempo, mas depois ele parou e ficou pelado. Sentou no meu peito e colocou o pau dele na minha boca. Não me fiz de rogado, chupei de uma maneira bem safada e fiz com que ele quase gozasse em minha boca, mas parei antes que isso acontecesse.
Ele desceu de cima de mim e me levou ao banheiro. Entramos na hidromassagem e começamos a nos beijar bem devagar. Ficamos mais ou menos vinte minutos nos beijando e depois voltamos pra cama. Deitei de bruços. Como era aniversario dele resolvi me entregar pra ele primeiro. Assim ele poderia sentir seu primeiro orgasmo com vinte anos.
Ele veio por cima de mim e começou a me penetrar bem devagar. Aquela foi a primeira vez que a gente transou sem camisinha. Era uma sensação nova, eu nunca tinha sentido o pau dele em mim sem camisinha, estava adorando.
Não demorou muito e ele já começou a bombar devagar. Quando me acostumei com seus quase vinte centímetros em meu cuzinho. Era mágico. Ele gemia incondicionalmente e eu urrava de tanto prazer.
Conforme as estocadas aumentavam eu arrebitava mais a minha bunda, até que fiquei de quatro por completo e ele me pegou de jeito.
Ele gozou dentro de mim. Pude sentir o leite dele quente invadindo o meu interior. Aquilo me deixou alucinado. Ele urrava de tanto prazer e eu cai cansado na cama.
Ele veio por cima de mim novamente, nem me deu tempo para pensar. Quando percebi ele já estava sentando no meu pau. Quando entrou tudo ele ficou rebolando pra poder se acostumar. Quando parou de doer ele começou a cavalgar rápido. Não deu nem tempo mudarmos de posição. Em menos de dez minutos eu gozei na bunda dele.
Ficamos abraçadinhos por um tempo, depois tomamos um bom e relaxante banho e voltamos para nossas casas.
Cheguei no meu quarto o Lucas já estava dormindo. Olhei no relógio: mais de duas horas da manha. Tirei a roupa e fiquei só de cueca, acabei adormecendo em menos de cinco minutos, estava exausto.
No dia seguinte para acordar foi um verdadeiro sacrifício, mas por fim consegui. A aula não teve novidade aquela manha, tudo transcorreu normalmente.
Eu e o Daniel íamos de carro pra faculdade daquele dia em diante. Isso facilitou nossa vida, porque pegar ônibus logo cedo ninguém merece. Eu não nasci pra isso.
Na noite daquele dia eu recebi uma noticia que mudou a minha vida a partir daquele dia. Quando cheguei da casa do Daniel, por volta das sete da noite, percebi um barulho muito estranho no banheiro do quarto da minha mãe. Fui lá para poder verificar o que estava acontecendo.
- Mãe, você está bem?
- Sim filho, só estou enjoada...
- Comeu algo que lhe fez mal?
- Creio que sim meu amor – disse ela me olhando.
- Ah, se deita um pouco...
- É uma boa ideia. – ela começou a andar até a cama dela, mas antes de chegar na porta do banheiro parou e abaixou a cabeça.
- Ta tudo bem mãe?
- Sim filho, só estou um pouco tonta.
- Vem, eu te ajudo a ir pra cama.
- Não precisa – disse ela voltando a andar – Eu vou sozinha.
Antes de chegar na cama ela desmaiou.
- Mãe! – gritei. – Giselle, Rafael... Venham aqui. A mãe desmaiou...
Meus irmãos foram pro quarto dela e nós a deitamos na cama, em poucos minutos ela recobrou os sentidos.
- Você está bem?
- Sim, só estou tonta...
- É melhor você ir ao medico – disse a Giselle.
- Nem pensar, só estou um pouco enjoada e tonta, não é nada demais...
- Vou ligar pro papai – disse o Rafael.
Em meia hora meu pai estava em casa.
- O que houve? – perguntou indo até minha mãe.
- Nada. Só estou tonta. Mas já passou. Não precisava ter vindo+
- Vamos, eu vou te levar ao medico. Não é a primeira vez essa semana.
- Pai, ela tava vomitando – disse eu pro meu pai.
- De novo? Já fez isso hoje cedo.
- Ah, deve ser uma virose sei lá – disse ela.
- Não custa ir ao medico e ver – disse meu pai levantando ela e ajudando ela a sair do quarto.
Fomos todos pro hospital. Quando chegamos ela foi submetida a uma serie de exames de sangue. Em poucos minutos ficamos sabendo o resultado:
- O que deu nos exames? – perguntou meu pai.
- Nada demais papai – disse o médico. – A senhora não tem nada demais dona Ivone. Nada que não se resolvam em sete meses. Parabéns, a senhora está grávida!
- Grávida? – repetiram ela e meu pai.
- Exato. Minhas suspeitas se concretizaram. Seus sintomas não podiam dizer outra coisa.
- Nossa, mas de quanto tempo? – perguntou a minha mãe.
- Pouco mais de dois meses. A senhora precisa fazer o pré natal o quanto antes.
Meus pais se abraçaram e ficaram muito felizes com a noticia.
Voltamos pra casa e quando o Lucas ficou sabendo ele ficou nas nuvens. Mais um irmão! Quem diria.
- O restante do mês de fevereiro foi tranqüilo. Em março nós acabamos fazendo algumas apresentações com a banda, mas nada que tivesse mudança.
Em abril descobrimos que a minha mãe estava grávida de gêmeos, ou melhor de gêmeas, duas meninas iriam fazer parte de nossa família. Ela já estava com mais de quatro meses mas a barriga dela já era de seis. Estava enorme. A mãe do Daniel estava grávida de um menino e estava com pouco mais de seis meses. Era muita coincidência. Nossas mães grávidas ao mesmo tempo.
Ainda em abril de 2007 o Lucas começou a namorar. O nome da menina era Luciana e ela era muito simpática. Nos damos super bem e eu aprovei o relacionamento. Pelo jeito ele não estava mais sentindo atração por homens... Pelo menos era o que parecia...
Maio teve o nascimento da filha da Ana, que foi chamada de Maria Clara. Ela era a cara do pai mas tinha os olhos azuis da mãe. Ela era linda. Mamãe e bebê passavam bem. No lugar da Ana na banda ficou a Jaque, ela estava super feliz.
Em junho Ana e Felipe oficializaram o relacionamento perante a igreja. Em uma cerimônia simples mas muito bonita eles se casaram. Acabei sendo convidado para ser um dos padrinhos do noivo, e é claro que eu aceitei.
A festa de casamento foi muito linda. Foram poucos convidados então deu pra gente se divertir bastante. Daniel foi um dos padrinhos da noiva. Ele estava lindo com aquele terno escuro...
Durante todas as férias de julho eu não fiz nada. Fiquei só em casa tomando sol e procurando estagio pela internet. Na ultima semana de férias consegui uma entrevista em uma multinacional. E para o meu agrado e pra minha completa felicidade consegui o estagio. Ia trabalhar de segunda a sexta das duas da tarde as oito da noite. Era perfeito.
Daniel chegou antes de agosto. Pudemos namorar um pouco antes das aulas voltarem. O estágio era muito legal. Eu fiquei responsável pelo processo seletivo dos funcionários, ou seja, eu quem ligava pra eles marcando os testes e as dinâmicas, que também eram aplicados por mim.
Com o passar do mês de agosto a minha mãe foi ficando impossibilitada de fazer esforços e meu pai contratou uma empregada. Ela se chama Júlia e trabalha conosco até hoje. Acabou se tornando babá de minhas irmãs.
Um dia antes do meu aniversário de dezenove anos, o Daniel já deu o meu presente. Uma roupa social. Linda. Amei meu presente daquele ano.
Não tivemos muita comemoração porque a minha mãe estava realmente enorme. A barriga dela estava gigante. Ela tava de seis meses, mas parecia nove de tão grande a barriga. Mas era de se entender, afinal eram gêmeas.
No mês de setembro o meu cunhado nasceu. Ele veio ao mundo no dia dezenove de setembro e recebeu o nome de Gabriel. Até aquele momento eu não tinha visto ele pessoalmente, apenas por foto, mas ele era lindo.
Em outubro o Dani começou a trabalhar em uma farmácia próxima a nossa casa. Ele era balconista. O meu emprego ia de vento em polpa. Estava adorando fazer as contratações dos funcionários, era muito legal.
De duas a três vezes por mês o Carlos arranjava alguma apresentação pra banda. Estava bem difícil pra gente agora. Todos os integrantes estavam na faculdade e trabalhando, mas mesmo com todas as divergências a gente conseguia tempo e ia nos shows.
Dia três de novembro nasceram as minhas irmãs. Receberam o nome de Carla e Tamires. Elas eram lindas, as duas loirinhas e dos olhinhos verdes, assim como eu. A família inteira estava babando por elas, uma mais linda que a outra.
Minha mãe não teve nenhuma complicação com o parto e estava muito bem. Todos nós estávamos amando ter mais dois bebes em casa, elas vieram pra alegrar a nossa vida.
O fim do ano estava se aproximando e eu e Daniel entramos em férias na faculdade. Agora restava só mais um ano pra mim poder concluir. Devido as festividades do natal e ano novo eu não estava trabalhando.
O natal foi na minha casa. Daniel e tia Elvira passaram lá conosco. Nosso relacionamento ia de vento em polpa, cada vez mais apaixonados e entregues um ao outro. Nada poderia estragar a nossa felicidade.
O ano novo foi muito legal. Também foi na minha casa. Os pais, irmãos e a avó do Dani ficaram com a gente. Conheci meu cunhado que era lindo assim como o irmão. Os três bebes juntos pela primeira vez... Quando aquela turminha crescesse ia ser muito engraçado...
Meus quatro avós, alguns tios e primos também passaram o ano novo com a gente, afinal de contas todos queriam conhecer as bebes. Elas fizeram muito sucesso com todos.
Em meados de janeiro meus sogros, cunhados e a avó do Dani foram embora. Tia Elvira precisou voltar pra sua casa na praia devido a um problema de saúde com a senhora que estava morando lá na casa dela. Daniel acabou morando sozinho.
Em fevereiro as aulas voltaram e eu já tinha voltado ao emprego. O ritmo de contratação era grande, a empresa estava em crescimento e todos os dias vinham diversos novos funcionários.
O aniversario de vinte e um anos do Dani aquele ano foi na minha casa. Juntei todos nossos amigos e os amigos dele da faculdade e realizei uma festa surpresa pra ele. Foi muito divertido. Eu comprei um jogo de xadrez pra ele. Ele adorou.
Minhas irmãs estavam muito sapecas. Sorriam pra qualquer um que apareciam na frente delas. Por incrível que pareça elas não choravam de madrugada, eram bem calmas.
Em março de 2008 eu resolvi ir morar com o Daniel. Ninguém sabia de nosso relacionamento, mas como lá em casa já estava bem cheio eu resolvi ter a minha independência. Falei com meus pais e eles me apoiaram em minha decisão.
Em abril o Lucas reuniu toda a família e anunciou o noivado com Luciana. Ficamos surpresos, mas ficamos felizes. Eles noivaram dia vinte de abril.
Maio chegou e com ele também chegou mais um show do RBD em São Paulo. Dessa vez dia dez e onze de maio no Via Funchal. Carlos conseguiu ingressos para toda a banda na parte mais próxima do palco.
Dia nove chegou e nós fomos pra fila as oito da noite. Íamos no show do dia dez. Quando chegamos não tinha muita gente na fila, pudemos guardar um bom lugar.
Quando amanheceu fizemos o mesmo esquema da outra vez. De três em três fomos voltando pra casa pra poder tomar banho e trocar de roupa. Antes da uma da tarde estávamos todos prontos.
Estávamos muitíssimos animados para poder vê-los pela terceira vez. Aquele era um show fechado, então não foram muitas pessoas. Ao todo sete mil.
As cinco os portões se abriram e nos entramos. Ficamos mais uma vez colados com o palco. Era uma visão privilegiada.
As sete o show começou. Eles estavam simplesmente perfeitos. Cantamos, gritamos e choramos com eles. Não tem explicação a sensação de te-los tão próximo.
Quando o show acabou o Carlos nos puxou de lado. Subimos algumas escadas e ficamos em um corredor vazio.
- Por que estamos aqui? – perguntou o Dani.
- Vocês vão no camarim.
- QUE? – gritamos todos juntos.
- Vocês vão no camarim. Consegui permissão.
Naquele momento comecei a tremer. Como assim ir no camarim? Eu ia morrer do coração...
Ficamos esperando um certo tempo até que um segurança veio até o Carlos e nos liberou para prosseguirmos. Nem sei o caminho que fizemos, todos nos estávamos tremendo. Ansiosos e nervosos com a situação.
Chegamos em uma porta e o segurança bateu. Abriu em seguida e disse:
- Podem entrar.
Entramos um de cada vez. Fui o terceiro. Quando entrei e vi eles lá, sentados nos esperando eu quis desmaiar. Como poderia ser verdade?
Minha primeira reação foi correr até o Poncho. Abracei ele muito forte e comecei a chorar inconsolavelmente. Ele dizia para mim me acalmar, mas isso só me fazia chorar cada vez mais. Eu estava com meu ídolo, estava abraçado com ele.
Depois de muito chorar eu consegui conversar com ele.
Disse que amava ele com toda minha alma e ele agradeceu. Ele disse que estava muito feliz da gente ter conseguido realizar o nosso sonho de conhecer eles. Aquilo me fez chorar ainda mais.
Depois de abraçar ele eu fui direto pra Anahí. Colei nela e me desesperei a chorar. Com ela era diferente, ela me passava uma calma tão grande. Uma sensação de que estava tudo bem...
Conversei com ela também e depois abracei a Dulce. Também chorei é claro. Ela também pediu pra mim não chorar e me disse umas palavras muito lindas...
Abracei o restante do grupo e ficamos conversando com eles. Ficamos mais de meia hora no camarim deles, tiramos fotos, pegamos autógrafos, choramos mais e rimos mais. Foi mágico. Com certeza foi o melhor dia da nossa vida. Não tenho duvida disso.
Antes de sair eu abracei cada um deles de novo e chorei novamente. O Poncho é lindo, gostoso e ainda por cima cheiroso! Não é a toa que existem milhares de mulheres (e homens) aos pés dele.
Nos despedimos soluçando e fomos embora. Eles são lindos e simpáticos, nos parabenizaram pela banda e tudo mais... tiramos mais de mil fotos aquele dia... Dia perfeito!
Em junho não tivemos mudanças. Morar com o Dani era maravilhoso. A gente podia transar a hora que quisesse sem ter que ter medo de ninguém. Eu estava nas nuvens com o meu namoro que aquela altura já era casamento.
Julho entramos novamente em férias. Dessa vez ele não foi pros EUA, ficou no Brasil afinal ele estava trabalhando na farmácia. A gente levava uma vida muito boa. Pagávamos as contas em dia e não deixávamos faltar nada em casa.
Quando voltaram as aulas em agosto, a gente contratou uma empregada. O nome dela é Maria e ela é um amor de pessoa.
Meu aniversário foi maravilhoso. Ganhei muitas coisas. Do Dani eu ganhei um celular novo. Lindo. Completei vinte anos. Como o tempo passa... Parece que foi ontem que eu estava com seis anos brincando com meu irmão no interior de São Paulo.
Em setembro começaram os preparativos pra formatura de fim de ano. Eu estava quase enlouquecendo com o trabalho de conclusão de curso. Mais dois meses eu me formava e concluía a faculdade. Estava nas nuvens.
Devido a pressão que estava tendo na faculdade por causa do trabalho e o ritmo de estudo para as ultimas provas eu tive que sair do meu emprego. Foi uma pena porque eu adorava aquele lugar. Mas era necessário.
Quando chegou o mês de novembro eu fiquei uma pilha de nervos. Nem namorava direito com o Dani devido ao ritmo das provas. Ele também estava em semana de provas e também estava estudando que nem um doido coitadinho. Mas no fim das contas deu tudo certo.
Minhas irmãzinhas começaram a engatinhar em novembro. Com a aproximação do ultimo show do RBD em São Paulo, no dia 29 de novembro, o Carlos decidiu juntar todos os integrantes e dar um comunicado:
- Galera, acabou. O ultimo show deles é depois de amanha. Acabou.
- A gente sabe – disse a Aline.
- Então quero dizer que pra vocês também acabou. Não adianta continuar com uma banda sendo que os verdadeiros já estão se separando...
- A gente também acha tio – disse a Aline. – Íamos te comunicar isso. Estamos nos aposentando.
- Perfeito. Vou entregar a cada um uma copia do contrato. Yo si soy Rebelde não existe mais a partir de agora.
A gente acabou chorando. Relembrando de cada show que tivemos, de cada grito da platéia e lembrando principalmente do encontro com os verdadeiros RBD. Esse dia estava na memória de cada um de nos.
A gente, com toda a certeza, foi no show de despedida. Um dia antes fomos pra fila. Mais de quinze mil pessoas. Dessa vez na arena Skol no Anhembi em São Paulo. Massa. Ficamos na área VIP novamente, bem próximo do palco. Pudemos curtir cada minuto do show.
Choramos mais do que da outra vez ainda. Talvez por esse ser o ultimo show e talvez também por a gente ter lembrado de tudo que passamos com eles e por eles... Mais um dia mágico!
Concluí o curso na faculdade com notas altas o que me deixou muito feliz. Daniel passou de semestre com notas realmente altas também. A gente tava muito feliz.
Dezembro chegou. O terceiro ao lado do Dani. O amor, a união e o companheirismo continuava o mesmo, nada conseguia separar a gente.
Véspera de natal. Daniel acorda com uma ligação em seu celular:
- Alo? – disse com voz de sono.
- Oi filho, tudo bem? – disse seu pai.
- Oi pai, tudo ótimo e você?
- Tudo bem. Dani vem pra cá!
- Como é pai?
- Vem pros EUA. Trás o Léo com você.
- Mas por que de ultima hora?
- Sua avó quer ver você. Ela não está bem.
- O que ela tem?
- Ah filho, as mesmas coisas de sempre né.
- Ai meu Deus...
- Vem filho, compra a passagem e vem. Trás o Léo se você quiser.
- Pode deixar. A gente vai no primeiro voo.
- Combinado.
Eles desligaram e o Dani me deu a noticia. Fiquei feliz mas ao mesmo tempo triste, coitada da dona Celeste.
A gente embarcou dia de natal de madrugada, chegamos na casa dos pais dele por volta da hora do almoço.
Almoçamos todos a mesa. Meu cunhado está uma graça. Fala tudo já e anda mais do que um vendedor ambulante. Muito lindo. Minha cunhada está namorando com um americano lindo. Ele é um deus grego. Mas nem comentei com o Dani pra ele não ficar com ciúmes.
O reveillon foi muito lindo. Os fogos de artifício iluminaram o céu da cidade dos meus sogros. É uma cena maravilhosa. Os Estados Unidos é um país muito bonito e sofisticado. Não é nada parecido com o Brasil.
Dia primeiro de janeiro Daniel e eu embarcamos de volta para o Brasil. Saímos do país mais influente do mundo de madrugada, chegamos por volta das três da tarde.
Visitei minha família. Minhas irmãzinhas que também já estão andando vieram correndo até onde eu estava. Peguei cada uma delas e fiquei brincando com as duas um pouco.
Por volta das onze eu voltei pra casa e fui direto pra cama com o Daniel. Tivemos a nossa primeira noite de amor de 2009. dormimos agarradinhos e acordamos por volta das onze da manha.
Apesar de todos as dificuldades de uma relação homossexual, Daniel e eu vivemos bem. Creio que o amor que sentimos um pelo outro é maior do que as barreiras e também é maior que o preconceito que a sociedade GLBT sofre hoje em dia.
Estamos juntos a três anos e quatro meses. Não sei se vamos ficar juntos o resto da vida, afinal só quem sabe das coisas é Deus, mas que seja eterno enquanto dure.
Com Daniel eu aprendi uma coisa: a amar. Ele é o homem da minha vida, é com ele que eu quero viver, é com ele que eu quero ficar, é com ele que eu sou feliz. Nenhuma outra pessoa pode mudar o meu sentimento por ele.
Com ele eu tive a descoberta do verdadeiro amor.
FIM.
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