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Eu fui para o local que vocês já devem imaginar certinho como que é de tão citado que já foi. Claro, a orla!
Aquele lugar me trazia uma paz imensa, mesmo com os acontecimentos que já haviam ocorridos ali. Caminhei até sentar no banco que me trazia lembranças boas e que me deixavam triste também por já terem passado. A saudade de tempos tranquilos.
Tirei meu celular e fiquei vendo fotos nossas, a pior atitude, e só aquele momento eu desmoronei, chorei em silêncio para não chamar tanta atenção. Fiquei até o sol começar a esquentar e aí que eu me dei conta que ainda nem tinha almoçado, não que eu ligasse também. Pensei que já estava na hora de ir, mas não queria ir para casa dos meus pais, nem para o apê porque não queria ver o Marcus e com certeza ele passaria por lá, decidir ir à casa do Edu que sempre me recebia e continuava sendo meu melhor amigo.
- Oi tia, o Edu está? – falei para a mãe do Edu.
- Oi filho, quanto tempo que você não aparece por aqui, você se mudou?
- Foi tia, com o meu irmão.
- Ata, entra, o Dudu tá lá no quarto.
- Obrigado – falei entrando.
- Ah e chama ele pra vocês almoçarem.
Concordei e fui até o quarto dele, dei a batida que costumávamos fazer na porta e ele gritou de dentro.
- Entreee mestre!
- haha oi Edu. Tá estudando? – falei o abraçando.
- Estava só revisando uns assuntos aqui. Mas qual a reclamação? Porque eu virei procon, só me procura pra isso.
- Nossa Edu, assim tu me chateia mano. Eu tô em falta contigo mesmo... Tá aí, vou sair para todos os lugares contigo agora, até tu mandar me prenderem.
- Essa eu duvido – falou estendendo sua mão.
- Então fechou! – falei apertando sua mão.
- Mas qual o problema?
- A fome é o problema, tua mãe chamou a gente pra almoçar.
- Haha vamos então.
Nós descemos e almoçamos nós três. Os pais do Edu eram separados ele tinha um irmão mais velho que foi com o pai para outro estado. Foi um clima bom estar em família novamente era ótimo, mesmo que não fosse a minha, talvez eu só precisasse dessa mudança de rotina um pouco. Assim que terminamos fiquei na casa do Edu conversando até umas 16 horas porque ele teria que ir pra faculdade, combinamos uma balada naquela sexta-feira.
Peguei meu capacete e saímos da casa dele, o acompanhei até o ponto de ônibus e esperei ele subir no dele. Assim que ele se foi eu sair em direção à minha moto, quando avistei de longe o Marcus encostado nela de braços cruzados olhando para o relógio. Caminhei até lá e ele não me viu chegando por trás.
- Marcus, eu juro que não quero escutar nada e nem sei como tu me encontrou aqui, então, por favor, me deixa ir – falei tudo de uma vez e ele se virou com os olhos vermelhos e inchados ainda, claro que meu coração apertou, mas não deixaria isso transparecer.
- Não trick, tu tem que me escutar, eu não sei quando vou te ver de novo. Não faz isso, se tu me ama ainda pelo menos um pouco me escuta dessa vez.
- Não me pede isso e não me chantageia com “se ainda me ama”. Porra, eu tô mal pra caralho e tu ainda vem me procurar pra dar adeus e tornar mais difícil pra nós dois.
- Não quero falar que é a ultima vez, mas é provável que seja, não desperdiça, trick – falou ele tentando pegar na minha mão mas eu segurei o capacete – Olha, eu tenho que ir viajar daqui a menos de duas horas, não vou tomar muito do teu tempo. Vamos para a orla por favor?
- Não, não vou pra orla contigo, lá tem muito sentimento. Sobe aí que a gente vai pra outro lugar.
Ele colocou o capacete e eu o meu, montamos na moto e eu o levei para uma praça que tinha próximo a casa dele e estava quase deserta. O caminho todo ele foi agarrado forte em mim. Chegamos e ele sentou-se em um banco de baixo de uma árvore e eu me encostei na árvore.
- Tô ouvindo – falei.
- Não vou te enrolar, nós não temos nada concreto por causa dos problemas, mas eu te amo de verdade e um dia quando eu puder assumir o nosso namoro e viver ele eu volto e te faço o homem mais feliz do mundo. Prometo.
- Um dia? Haha oh Marcus, tu me chamou pra isso?
- Não faz isso, trick. Tá sendo difícil pra mim também, poxa.
- É, tão difícil que teve consolo de um amigão.
- Como cê conseguiu se tornar frio em horas? – falou se levantando e vindo para mais perto de mim.
- Tu deverias saber a resposta, o mágico aqui foi tu.
- Sei outra mágica também – falou colocando a mão no meu peito e a esquerda no meu ombro. Ele tentou me beijar mas eu sair.
- Eu vou te levar pra casa, chega de papinho. Vamos seguir em frente, vai ser melhor para nós dois.
- Mas Patrick... – o interrompi.
- Chega Marcus, coloca a porra desse capacete e vamos... Por favor. Eu só quero esquecer isso. Anda...
Ele fez que sim com a cabeça, caminhamos até onde a moto estava, colocamos os capacetes e subimos na moto, no caminho para a sua casa que ele me abraçou forte mesmo. Eu não estava mais aguentando segurar o choro, mas consegui. Chegamos à sua casa e eu estacionei lá na frente. O Marcelo estava colocando uma mochila na porta mala do seu carro. Quando nos viu ele sorriu, mas nenhum de nós dois retribuiu e seu sorriso se desfez. Marcus subiu dizendo que iria tomar um banho e antes perguntando se eu esperaria ele ir, eu disse que sim e ele foi. O Marcelo agora me olhava triste.
- Como que tu tá? – perguntou-me olhando para o chão.
- Que pergunta hein Marcelo?
- É verdade, desculpa. Cê é corajoso e forte, vai superar, trick.
- É...
Ficou um silêncio estranho entre nós e logo o Marcus voltou, Marcelo entrou no carro que estava pronto para partir e fomos nos despedir.
- Posso te dar um abraço? – Perguntou.
- Sim... – Nós nos abraçamos e aquele foi nosso abraço mais sincero, sem mais mentiras e nossos sentimentos estavam expostos.
- Desculpa por essas minhas besteiras, tu não merece. A gente já conversou tudo que precisávamos, então... É isso, vou indo... Tchau.
Ele se virou e eu o acompanhei até ele entrar no carro, bati a porta assim que ele entrou. Ficamos nos olhando pela janela e eu selei sua boca com a minha. É, eu precisava.
- Sem mais ilusões. Boa sorte em tudo Marcus – falei e ele confirmou com a cabeça. Fui embora para o apê, só precisava dormir depois de tanta confusão. Confesso que estava mais leve, mais livre e com o coração dolorido, mas nós superamos tudo.
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Primeiro, me dei uma folga ontem porque estava doente (ainda estou um pouco), sei que vocês entendem NÃO É? haha
Segundo, o conto está em uma fase bad, acho que essa é a ultima parte triste, e eu sei que está chato esse drama adolescente, mas vai melhorar #juro haha.
Terceiro, adoroooo vocês! Obrigado pelos comentários e por não abandonarem o conto nessa parte chata.
Obrigado por lerem, desculpem-me os erros (é o sono).
Abraços a todos!