Fábio se aproximou dele, na beira do sofá, e o beijou pela segunda vez. E desta vez, o Davi abriu a boca, permitindo que a língua quente do outro invadisse o céu de sua boca.
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O Davi se deixou levar por suas emoções e pelas ondas de prazer que queimava o eu corpo. Os braços definidos e tatuados do Fábio envolveu a cintura dele, o puxando mais pra perto, deixando os dois coladinhos. Fábio sentiu a inexperiência dele, mas fez questão de acalmá-lo e deixá-lo relaxado. Fábio foi beijando o pescoço do Davi, que foi a loucura com os arrepios que sentia. Por um minuto, ele esqueceu todas as condenações, e pela primeira vez, deixou o seu “eu” falar mais alto. Fábio foi aos pouquinhos, envergando o corpo do Davi no sofá, e veio por cima dele, sentindo ainda mais o calor de seu corpo. Fábio estava excitadíssimo, e sua língua perturbava os sentidos do Davi. Ele lambia a orelha do outro, ao mesmo tempo em que chupava e devorava sua boca. Davi jamais sentira algo igual em sua vida. Ali, naquele momento, ele pôde definir o que era a felicidade. Para o seu coração, ele não estava fazendo nada demais... Mas para sua cabeça... Fábio tirou a camisa, exibindo um corpo escultural, o que lhe dava ainda mais ar de Bad Boy. Ele obrigou carinhosamente o Davi a tocar em seu corpo, descendo com a mão dele até o seu pau. Davi ficou trêmulo, sua saliva secou de sua boca, e sua barriga dava calafrios.
- Ei! O Fábio segurou o queixo dele, e falava com a voz melancólica. – Relaxa meu anjinho. Pode pegar, tocar... Ele é todo seu.
- Eu não posso. Isso não e certo. – ele tentava dizer, mas o Fábio o calava com sua língua quente.
- Deixa eu te mostrar o quanto é bom ser amado. Fica comigo Eu to cheio de tesão em você.
- Não! Para! Me desculpa, mas eu não posso. – Davi se ajeitou, pegou a mochila do chão e saiu dali correndo.
Ao entrar no ônibus a caminho da casa do amigo, ele chorava. Seu coração estava em pedaços, mais uma força maior dizia que se ele continuasse, uma desgraça poderia acontecer. Mais calmo, ele tocou a campainha. Prometeu que não iria contar nada ao amigo.
- Oi Davi.
- Oi. – ele entrou sem encarar o amigo.
- Que cara é essa? Aprontou alguma coisa?
- Claro que não né Rafa? E os seus pais?
- Minha mãe tá na cozinha e o meu pai precisou dormir na casa da minha avó.
- Aconteceu alguma coisa com ela?
- Não. É que ele ficou de levá-la ao médico cedo. Bom,vamos para o quarto? Já arrumei sua cama. Nem estou acreditando que pela primeira vez, o meu amigo Davi dormirá em minha casa. Nem minha mãe acreditou. – ele riu.
- Pra tudo na vida tem uma primeira vez.
- Não sei por que, mas acho que você está estranho...
- É impressão sua Rafael.
Davi preferiu não contar nada ao amigo. Não que fosse por falta de confiança, mas ele achou melhor reservar o assunto, pois não queria murmurinhos futuros. Ele estava ali na casa do amigo, mas o seu pensamento estava no Fábio. Sabia que ele jamais o veria novamente, depois de sua atitude.
- As coisas não são tão simples Davi. Você não pode prejudicá-lo, simplesmente porque o ama. Todos iriam me condenar. E o meu pai? Meu Deus, eu nem quero pensar no que poderia acontecer. Me faça esquecê-lo Deus. Por favor, me faça esquecê-lo. – ele dizia em pensamentos, e completamente longe.
- Davi, eu estou falando com você. – Rafa cutucou o braço dele.
- Hã? Desculpa! É que... Eu... Tava pensando no coral.
- No coral? Conta outra. Eu te conheço. Não confia mais em mim para contar as coisas?
-Não é isso bobo. Claro que confio. Eu juro que estava pesando no coral.
Davi se ajeitou no quarto do amigo, e logo em seguida tomou um banho. Debaixo do chuveiro, ele se lembrava do calor e do toque do Fábio. Passou a mão nos lábios, e ria baixinho. Seu corpo ainda estava em êxtase. – Meu primeiro beijo. Meu primeiro beijo. – ele repetia várias vezes à mesma frase, e deixava a água fria cair sobre o seu corpo. Ele tinha um lindo corpo, mais a bunda era a que mais chamava atenção, pois esta era um pouco avantajada, o que causou o delírio do Fábio. Ao desligar, ele ficou em silêncio por um instante, como se uma certeza pairasse em sua cabeça.
- É isso Davi! Eu preciso descobrir o outro lado da vida. Chega! Chega Davi! Eu quero opinar, eu quero experimentar, eu quero viver! EU PRECISO VIVER!
Ele se vestiu rapidamente, e pegou a sua mochila. Saiu feito um furacão do quarto.
- Aonde você vai Davi? – Rafa ficou perplexo.
- Resolver um assunto inacabado. Depois converso com você. Peça desculpa a sua mãe por mim.
- Calma! Eu vou com você.
- Não! É um assunto meu. Tchau! – ele abriu a porta e corria para pegar um táxi. Nem ele mesmo acreditava no que estava fazendo. Adrenalina invadiu o corpo dele e o seu coração parecia que ia explodir, assim como seu corpo.
Ser feliz não é esperar que as coias aconteçam ao nosso redor. Nada cai do céu. Devemos testar o tempo, vencer as batalhas que existem dentro de nós, sofrer o suficiente para que sejamos sábios e aí sim, buscar a felicidade. Era isso que ele ia fazer.
- Pode parar aqui mesmo motorista.
Ele tirou 25 reais da carteira e deu ao motorista. Desceu do carro e olhou para o prédio vizinho ao seu. Ele estava na própria rua onde mora, e foi correr atrás de sua felicidade, mesmo não sabendo quais eram as intenções verdadeiras do Fábio. Sua única certeza era a de que amava aquele rapaz. Com ou sem tatuagem, com todos os defeitos, ele amava o Fábio.
Passou pelo porteiro que autorizou a sua subida. Ele estava nervoso, seu coração acelerava e sua garganta estava seca. Será que ele vai querer me ver depois do que eu fiz? – ele pensava. Bom, tocou a campainha e esperou que ele atendesse.
Pela demora, ele ia se virando para ir embora, quando o Fábio,apenas de cueca Box preta, atendeu a porta.
- O que você quer? – disse ele sério.
- Eu quero que você me ensine a amar. Eu quero que você me mostre o que é ser feliz. – ele segurou o choro. Sentia-se vergonhoso por não ter experiência alguma na vida.
Fábio continuava a olhar para ele, e pediu que entrasse. Davi estava muito nervoso. Nem sabia por onde começar. Sentia um friozinho na barriga.
- Você quer mesmo isso?- Fabio perguntou sério.
- Se você não se importar em me ensinar, sim!
- Eu quero tanto você. – Fabio segurou a mãe dele e viu que ele estava tremendo. – Fica calmo. Eu jamais faria alguma coisa que te machucasse. Confia em mim. Eu descobri que te amo Davi.
- E eu também descobrir que amo você. Eu sei que as pessoas lá fora irão me crucificar, mas eu não consigo mais esconder quem eu sou de verdade. – ele foi aos prantos, tamanha era dor que sentia durante tanto tempo. Fábio o abraçou forte, jurando proteger ele.
- Eu estarei com você. Olha pra mim. Eu estarei com você. Eu te amo demais. Desde a primeira vez que eu te vi. E olha que eu já venho te observando um tempão.
Eles se beijaram. Desta vez foi um beijo calmo, sereno, de duas pessoas que buscavam o amor. Fábio encostou a cabeça do Davi em seu peito, e fazia carinho nos cabelos dele. Davi por sua vez, percorria com as mãos, sobre o peito definido do outro.
- Eu sei não sei explicar este momento, mas o meu coração está tão contente por dentro. Eu pensei que este dia nunca chegaria, e pra mim, está sendo maravilhoso. Eu olho pra você, e vejo o quanto somos diferentes um do outro, mas são nossas diferenças que nos atrai, que nos une.
- Você tem uma boca tão gostosa de beijar, sabia? – Fábio riu para ele; o sorriso mais lindo que o Davi pôde receber.
- E seus olhos são como esmeraldas de tão verdes e vibrantes. Acho que seja por isso que me fez cair em tentação. – os dois riram abraçados. Pareciam duas crianças.
- Então quer dizer que, há muito tempo eu vinha mexendo com você? Viu como eu sou irresistível? – ele falou com orgulho.
- Você é sempre assim? – Pretensioso? – Davi mordiscou o canto da boca dele. Posso te pedir uma coisa? –Davi olhou nos olhos dele.
- Claro. O que você quiser.
- Me mostra como se ama alguém. Eu quero ir pra cama com você!
- É o que eu mais quero também. Vem comigo. Vamos por quarto. Lá eu posso ficar agarradinho com você.
Aquele seria só o começo de um intenso e grande amor. Mas muitas barreiras virão pela frente, e os dois terão de superar juntos estes desafios. Davi sabia que um tsunami estava por vim, mas naquele momento, o que ele mais queria era estar cercado dos beijos e abraços do seu amor.
CONTINUA...
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Meus Amores, fico tão feliz em saber que estou agradando vocês com este novo conto. Não quero decepcioná-los em nenhum capítulo. Um beijo carinhoso em cada um. E agradeço muito por todos os comentários. Continuem expressando a opinião de vocês... Amo lê o que vocês escrevem.