"Bom dia, chato! Falta pouco, só mais um dia e a gente completa 18 anos!", "Hã? O que você está falando?", eu perguntei tentando puxar meu irmão para os meus braços, enquanto ainda despertava, mas ele resistia, "Vamos, a gente tem muito o que fazer.", "O que? A gente já tá de férias, esqueceu? Faz uma semana já. Então o que a gente teria para fazer?", "Não sei Lu, talvez arrumar as coisas para a festa? Nossos pais chegam hoje de tarde e a gente ainda não preparou nada.". Concordei e me levantei para o ajudar, mas antes fui tomar um banho.
Enquanto a água escorria por mim notei que o sorriso no rosto de Rafa estava diferente naquela manhã, mais espontâneo, como se ele estivesse esperando por alguma coisa especial. "Rafa, traz minha toalha, eu esqueci!", eu falei alto enquanto tirava o resto de sabão do corpo, quando ele abriu a porta com a toalha na mão observou meu corpo, "Engraçado né? A gente não se parece, somos realmente iguais, já vi história de gêmeos q tem algo diferente, uma macha, mas em nós nada difere, até no...", Rafael falou apontando para o meu pau, o que me fez rir, "A gente só não sabe se na ação fica tão igual hahaha" eu falei pegando a toalha, "Se ficar, você tem muita sorte hahaha", "Tá bom então dotado.", falei enxugando meu pau e rindo para ele. Depois do banho arrumamos a casa e uma lista de convidados para a comemoração, perdemos a hora e nem notamos quando nossos pais chegaram. "E aí, como vão nossos futuros maiores de idade?", meu pai perguntou beijando nossas cabeças, "Bem, estamos de férias e...", "E férias deixa tudo melhor.", eu completei a frase do meu irmão, nossos pais riram e foram arrumar o jantar. Chamamos o Renan, a Marcela e eu decidi chamar Amanda. Convidamos alguns primos e outros amigos. Fiquei na dúvida se chamava Lúcio ou não, preferi esperar mais um pouco, pensar mais.
A maioria dos convidados, e os mais importantes deles, confirmaram, o que fez Rafa ficar com ciúmes, por ter convidado a Marcela. Jantamos com meu pai falando tudo do trabalho e os comentários da nossa mãe focados na diversão, assim que terminamos o jantar eles foram dormir, estavam muito cansados da viagem. "Vem Lu, vamos dormir também, amanhã vai ser um grande dia.", ele disse me levando pela mão até o quarto, quando fui deitar na minha cama ele me puxou em um abraço e me deitou com ele, "Ainda tenho saudades pela viagem, dorme comigo.", "Haha, besta. Claro.", eu falei deitando ao seu lado, mas ele me puxou para seu peito, onde eu descansei a cabeça, ouvindo seus batimentos, ele me apertava forte e deu um beijo na minha cabeça. Olhei para ele e o mesmo sorria, estranhei aquilo, mas beijei seu peito e ele respirou mais fundo, como um suspiro. Dormi segurando sua mão e acordei com ele olhando para mim, com ternura em seu rosto, pensei que aquilo deveria ser normal, mas não estava seguro disso.
Fomos tomar café da manhã com nossos pais e os mesmos disseram que logo voltariam para o trabalho, conseguiram a folga apenas por alguns dias. Fiquei triste com isso, mas nada podia fazer, então aproveitei o tempo junto deles, conversamos muito e arrumamos o que restava para a festa. Algumas horas depois começaram a chegar os convidados e entre eles, Marcela. Rafael fez questão de a receber, tratando bem, mas de certa forma me distanciando, eu estranhei e não gostei muito disso, mas era nosso aniversário, então não dei bola. Renan chegou mais tarde e começamos a contar da viagem para a minha mãe, que ficou muito encantada com cada detalhe que falamos.
No celular recebi mensagens de aniversário, e vi a de Lúcio, me deixando com remorso por não tê-lo convidado, "Lucas, muitas felicidades para você! Espero que fique a cada ano melhor do que já é, gosto muito de você. Parabéns!", preferi deixar para responder todas no dia seguinte. A festa durou até às 00:30 e a maioria dos convidados já tinham ido embora, exceto por meu tio que levaria meus pais para o aeroporto.
"Amo muito vocês meus anjos, me desculpa por não poder ficar mais tempo com vocês, mas é necessário, próxima vez, daqui a um mês, ficamos mais tempo, garanto!", minha mãe disse com lágrimas nos olhos, não mostrei minha frustração para não lhe provocar o choro, apenas me despedi dos dois sem muita atenção. Rafa os acompanhou até a porta e logo veio até mim. "Eu notei que você não gostou nem um pouco, você sempre fica muito triste né?", ele disse me abraçando enquanto eu sentava na escada, "Acho que isso é fácil de notar.", eu falei me segurando para não descontar nada nele. "Queria poder fazer algo para você nunca ficar triste, sabe, eu te amo, se você fica triste, também fico. E você sabe que é como se parte de você fosse eu, como se a gente às vezes fosse um, deve ser coisa de gêmeos, não sei. Mas queria te fazer bem.", "Você acabou de fazer Rafa, você sempre faz.", eu disse beijando sua mão e olhando para frente. Notei que Rafa me olhava e depois de um tempo assim se levantou, me estendendo a mão. Segurei nela e me ergui, caindo em seus braços, "Te amo, Rafa", eu falei na nossa língua, na mesma que ele respondeu, "Também! Eu te amo muito Lu, você é a pessoa mais importante para mim.".
Seu rosto se afastou do meu, ele me olhava de uma forma como nunca tinha feito, seu braço em minha cintura, me puxando. Eu não ofereci nenhuma resistência, me corpo foi ao seu encontro, passei mais alguns segundos analisando seu rosto, tão igual ao meu, mas era perfeito, seu quase sorriso misturado ao seu rosto sério. Sua respiração se misturando com a minha, meu coração acelerando e meu pensamente freando, eu tentei falar, mas não conseguia muito, meu pensamento não acompanhava. "Rafa... Será que agora, será que isso... Eu, eu te amo...", "Não fala, Lu... também te amo e quero você para mim, chega de pensar.".
Quando meu irmão parou de falar sua boca tocou na minha, seu beijo cheio de carinho e desejo, suas mãos me segurando com força. Retribuí da mesma forma, perdi controle sobre meu corpo e pensamento, só conseguia sentir, sentir o amor e desejo pelo meu gêmeo. O corpo de Rafa me levou até a parede, onde ele me imprensava e eu o puxava para que ficássemos mais próximos, ele começou a beijar meu pescoço, "Te amo, te amo Lu, vem comigo...", ele se afastou, me abraçou por trás e começou a me guiar, sempre me enchendo de beijos na nuca.