Olá galera do CDC!
Hoje voltarei a comentar os comentários dos contos, a partir desse capítulo:
> liehzinhaa: Me perdoe se o capítulo 09 ficou bem confuso, mas tentarei deixar os próximos mais claros!
> Thiago Silva: Eu espero que não acabe também. Cada capítulo eu construo de acordo com o meu estado quando eu começo a escrevê-los, por isso não tenho como dizer se eles estarão juntos ou não.
> Dhcs: Me perdoe também pela confusão causado pela leitura. Esse capítulo que você vai ler vai ser o capítulo que irá dar o rumo ao final desse conto.
Obrigado sempre pelos feedbacks, e boa leitura!
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EU: Realmente nós precisamos fazer ter uma boa conversa. Por favor, entre. - e sai da frente da porta, permitindo que ele entrasse. Ele se sentou no sofá e eu me sentei ao lado dele.
EU: É bom você ter uma boa explicação para o que aconteceu naquele aeroporto! Eu não gostei de ter sido ignorado como eu fui.
BRUNO: Eu sei... - ele arfou e disse - O Alex e o Estêvão foram pessoas importantes na minha família. O problema é que eles não sabiam que eu sou gay, Aliás, nem eu, né?! E eles são preconceituosos com os gays.
EU: E então você preferiu fingir que eu não existia para não desaponta-los. Não é isso?!
BRUNO: Me desculpe, meu amor! Foi um motivo bem idiota, eu sei. Mas eu não sabia como agir...
Eu fiquei tocado pela argumentação dele. Não que a vergonha fosse um motivo para me ignorar, mas eu bem sei que o medo pode nos fazer agir como imaturos. E também eu amo muito o meu homenzarrão, e por isso não consigo ficar chateado com ele. Quem nunca errou que atire a primeira pedra!
EU: Eu te perdoo. - Ele mudou a cara de triste para uma de alegria - Você sabe: eu te amo!
BRUNO: Obrigado, Hugo! OBRIGADO! Eu te amo muito, tá?! - Ele segurou as minhas mãos, alegre, e me beijou, mas logo depois ele ficou sério e perguntou - Amor, por enquanto, podemos agir como amigos enquanto estivermos perto deles? É só para não criar ainda mais atritos com eles. Por favor?
EU: Tá certo... - apesar de ter concordado, eu estava infeliz, por ter que fingir que éramos amigos, se já nos assumimos para nossos pais. Mas eu aceitei me esconder dentro de "Nárnia" enquanto Alex e Estêvão estivessem por perto.
Íamos dar uns amassos na sala, mas me lembrei que o Alex estava no quarto com a Faby. Eles que, até agora, não desceram para ver quem havia chegado.
EU: Amor, não podemos namorar aqui agora, pois o Alex está aí em cima - apontei para o meu quarto - com a Faby.
BRUNO: Com a Faby? Meu primo e ela??
EU: Pois é! Eu também fiz essa cara quando eu soube - Bruno fazia a cara de surpresa dele - Vamos subir pra ver como eles estão.
Subimos Bruno e eu até o meu quarto. Quanto mais nos aproximávamos da porta do meu quarto, mais alto ficavam os gemidos.
EU: Eu não acredito!!! - Falei baixinho para o meu namorado.
A Faby e o Alex estavam se masturbando um ao outro, no MEU QUARTO!
BRUNO: Eu estou bastante impressionado com o que eu estou vendo...
Se Faby e Alex acham que eu iria permitir que eles ficassem se pegando no meu imaculado quarto, eles estão muito enganados! Eles iriam ver só!
EU: Bruno! - Falei ainda baixo, quase num sussurro - Vai lá na cozinha e traga dois copos de água, daqueles azuis.
BRUNO: Vou lá buscar.
E ele desceu para a cozinha. Os copos azuis cabiam mais de meio litro de água. Segundos depois Bruno aparece com os copos cheios.
EU: Me dê um - e levantei a mão, e Bruno me entregou um dos copos cheios de água - Eles estão com fogo, pois agora eu irei apagá-los.
Entrei de supetão no quarto e joguei água neles (#EstragaPrazer). E o mais engraçado é que o meu namorado fez o mesmo. Eu apaguei o fogo da Faby, e o Bruno, o do Alex. Demos tanta risada vendo eles molhados, pegos no flagra, nas preliminares. O pau do Alex até murchou na hora com a situação. #Arrasei.
Agora vou aproveitar pra fazer uma cena:
EU: Que pouca vergonha era essa que estava acontecendo aqui?
Fabiana ficou vermelha e baixou a cabeça. O mesmo fez o Alex. Juro que tentei ficar sério, com cara de bravo, mas vendo eles ali, molhados e envergonhados, eu não resisti e comecei a gargalhar. Eu e o Bruno.
EU: Ahahahah! Vamos vão se enxugar no banheiro! Ihihihihihi! Isso está ridículo, não é Bruno?
BRUNO: Com certeza! Hahahahaha!
A Faby foi se trocar na suíte do meu quarto, e o Alex foi pro banheiro da casa. Enquanto isso Bruno e eu fomos enxugar o meu quarto e trocar a roupa de cama, que estava molhada.
EU: Ai, amor! Será que eu exagerei demais ao aprontar essa maldade com eles?
BRUNO: Claro que não! Eles queriam fazer sacanagem no seu quarto, você tinha o direito de fazer uma sacanagem com eles também. Estais quites! - Disse ele, imitando um sotaque português "made in China".
Eles se arrumaram e foram embora. O pior é que o Bruno teve que levá-los, porque foi ele que trouxe o Alex até a minha casa - ele me disse depois.
Bom... Lá ia eu ficar em casa a tarde toda. Mas aproveitei para fazer exercícios da escola, pois amanhã volto pra aula.
*****
Lá estava eu na escola. Meus pais tinham que ir cedo pro trabalho e eu acabei pegando a carona deles e cheguei na escola junto com o porteiro. Ainda era 6h, e as aulas só começavam uma hora e meia mais tarde. Não imaginava eu que, em uma hora e meia, teria revelações que mudariam a minha vida amorosa pra sempre!
A primeira revelação aconteceu meia hora depois que eu cheguei. Estava sentado num banco de cimento, perto da portaria da escola, mas longe suficiente para não ser notado com facilidade.
O segundo aluno que chegou ao colégio foi o Diogo. Gente, eu nunca vi o Diogo tão pra baixo como ele estava! Ele tinha um olhar tão morto, mas tão morto, que mais parecia um zumbi. Parecia que ele não estava feliz faz muito tempo. Logo em seguida chega um dos amigos dele, que formavam a trupe maldita dele. Ele parecia estar preocupado com o Diogo. Os dois se sentaram num banco que estava afastado de mim, mas não muito longe, e eu consegui ouvir a conversa deles com nitidez.
EDUARDO: Ô Diogo! - disse ele, alcançando-o - Precisamos conversar. Você tá muito pra baixo nesses últimos dias. Você nunca ficou assim por nada e ninguém, e agora parece que não é você que está aqui! Me conte o que está acontecendo.
DIOGO: Nada não, Edu! É besteira.
EDUARDO: Eu não engulo essa! Nós não somos amigos?! Compartilhamos segredos, e não importa o que for, eu continuarei sendo seu amigo.
E ficaram os dois se olhando, o Edu e o Diogo. Não demorou nada e Edu se irritou com o silêncio dele. E falou num tom de voz ameaçador.
EDUARDO: Quer saber?! Você não confia em mim! Só venha falar comigo quando você quiser me contar o que houve!
E Edu se virou para o corredor principal da escola. A amizade entre eles estava por um fio. Quando ele ia dar o primeiro passo, Diogo o segura pelo braço, fazendo que Edu se voltasse pra ele.
DIOGO: Tudo bem, eu te conto! - disse, de cabeça baixa. Edu volta a se sentar ao lado dele.
EDUARDO: Pode confiar em mim! Sou teu amigo e prometo não contar pra ninguém o que você disser aqui.
DIOGO: Eu estou apaixonado pelo Hugo!
O QUÊÊÊÊÊÊÊ?! O Diogo, que era o meu inimigo na escola, disse que está apaixonado por mim?! O.O Por essa eu não esperava!
Eduardo começou a gargalhar, achando que o Diogo estava fazendo alguma piada para descontrair o clima pesado dali. Ele só percebeu que aquela declaração era séria quando viu que o amigo não estava rindo e estava de cabeça baixa.
EDUARDO: É sério isso, Diogo? Você está apaixonado pelo Hugo?
Diogo balançou a cabeça afirmativamente, e em seguida, explicou:
DIOGO: Eu sei que é muito estranho eu confessar que estou apaixonado pelo Hugo. Mas é verdade. No início eu o perturbava mesmo porque sempre fazíamos isso, era divertido.
De uns tempos pra cá, eu comecei a reparar nele. Não era a beleza física que me atraía a ele, mas a personalidade forte que ele tem. Por isso eu concentrava minhas forças nele, para destruir essa imagem que ele passava. Mas aí fui vendo com quem ele andava, com quem conversava e como ele vivia aqui, e vi que ele tinha uma vida boa, e eu invejava isso!
E eu vi como ele tratou a Fabiana e o Bruno, os amigos dele, e me peguei desejando ser amigo dele, estar ao lado dele, dormir na mesma cama que ele. Eu pensava todo o tempo nele, seja para irritá-lo, quanto para desejá-lo. Só no dia em que ele me deu um ombro amigo, mesmo não merecendo nada dele, foi que eu me dei conta de que eu o amo!
Eu não acreditando naquilo em que estou ouvindo! O Diogo disse que me ama! Toda aquelas manifestações de ódio contra mim era, na verdade, um modo de me dizer "Eu te amo"!
EDUARDO: Eu tô surpreso, cara! Nunca imaginei ouvir isso de você. Mas me explica: se você o ama tanto, como me disse agora há pouco, por que você fez aqueles panfletos, aqueles que fizemos, na verdade, e que fez com que Hugo sofresse tanto e o fizesse ir embora?
DIOGO: Você sabe, a gente fez aquilo por ódio! O Hugo tinha nos humilhado na escola naquele dia e eu, assim como você, estava puto por termos sido desprezados. Por isso que eu fiz aquela montagem com uma foto dele e vocês me ajudaram a imprimir e espalhar os panfletos.
Meu Deus!... - foi o que eu pensei, e comecei a chorar sem fazer barulho.
DIOGO: Mas eu não imaginava que ele iria ficar realmente magoado com isso. Quando o vi chorando eu me senti bem, vingado. Mas depois um mar de arrependimento invadiu o meu coração. Me senti um lixo ao ver que Hugo estava destruído... - O Diogo embargou a voz em pranto. Ele não conseguiu falar mais nada depois, disso. O que me surpreendeu foi que o Edu o levantou do banco e o abraçou bem forte. Os dois choravam muito.
Enquanto os dois choravam abraçados, eu chorava ao processar tudo aquilo que o Diogo disse. Eu estava confuso com as frases "Eu te amo" com "Eu fiz os panfletos". Minhas lágrimas passeavam pelo meu rosto, minha cabeça estava a mil, meu coração estava machucado. Eu deveria imaginar que aquela humilhação que passei na escola tinha o dedo do Diogo, mas eu nunca imaginaria que ele chegaria a fazer tamanha crueldade! Voltei a prestar atenção à conversa deles.
EDUARDO: Calma, calma... - eles se separaram do abraço e Diogo voltou a sentar-se, enquanto Edu continuava em pé - Se você realmente o ama, vai parecer estranho o que eu vou te dizer, vai atrás dele e confessa o seu amor por ele! Se ele for merecedor desse amor, ele vai aceitar, ou pelo menos te dar uma chance. Se ele não quiser nada com você, siga em frente e procure por um novo amor. Pode ser que o novo amor esteja perto de você, mas que você ainda não consegue ver.
O Diogo parou de chorar, se levantou e abraçou o amigo ali. Depois disse, após se desfazerem do abraço:
DIOGO: Vou seguir o seu conselho! Irei atrás de Hugo! Só espero que ele me perdoe e me ame assim como eu amo - disse, saindo dali e se dirigindo para dentro da escola.
EDUARDO: Só espero que consiga ver o quão grande é o meu amor por você... - comentou consigo mesmo, em voz baixa.
O.O O_O! O que acabou de acontecer ali?! O meu inimigo me ama, me humilhou da pior forma possível e o amigo dele vive uma paixão não correspondida! Que coisa!
Eduardo também saiu, em direção ao pátio interno da escola.
Quando eu ia sair dali também, eu escuto uma voz irritada. Presto melhor atenção e reconheço-a como a do meu Bruno. Ele parece discutir com alguém. E advinha com quem?? ¬_¬
ALEX: Você vai fazer o que eu quiser. Não esqueça que você está nas minhas mãos!
BRUNO: Seu idiota! Você acha que vai pra frente me chantageando? Um dia você me paga!
ALEX: Eu??? Te pagar?? Imagina a cara do seu "namorado" - fez aspas com as mãos - quando souber que você o traiu com a Fabiana depois de estarem namorando?!
MAS O QUÊÊÊ??? O Bruno me traiu com a Fabiana?
ALEX: Não esqueça que eu tenho uma gravação com a confissão sua, e fotos de vocês dois indo pro motel... E eu espalhei os arquivos em diversos servidores nas nuvens. E você ainda acha que eu vou te pagar?? Faça algo comigo que o Hugo vai receber todos esses arquivos via email, e aí vamos ver se vocês ainda namorarão!
BRUNO: Idiota! Você aproveita que Fabiana e eu estávamos bêbados e carentes de sexo. Mas eu amo o Hugo!
SLAP! Eu ouvi o som do tapa que Alex deu no Bruno.
ALEX: Cale essa boca imunda! Você não ama homem, seu viado! E acho que você já sabe o que pode acontecer se você ficarem juntos na minha frente, né?! - E saiu da frente da escola, andando pela rua enquanto Bruno entrava na escola, visivelmente irritado.
Minha cabeça vai explodir com tantas revelações que eu ouvi hoje! Eu estou confuso e não sei mais o que fazer. Meu rosto continuava molhado com minhas lágrimas. Eu também entrei na escola e me sentei na sala, o mais afastado de todos os alunos.
Eu estava em modo automático: meu corpo estava ali, reagindo às situações, mas a minha mente estava bem longe dali, estava em algum lugar distante, processando tudo o que eu ouvi hoje pela manhã. Eu nem senti o dia passar, pois quando me dei conta, eu estava deitado na cama do meu quarto, chorando pelo meu péssimo momento da vida. De tanto chorar, eu acabei dormindo.