PROVÍNCIAS DO AMOR, SEGUNDA TEMPORADA, PARTE 1: O NOVO FELIPE.
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Dessa vez esse conto será quase todo narrado por Felipe.
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Eu – Estou em uma nova cidade, nova escola, novos destinos, novas esperanças, enfim nova vida, estou muito feliz por desabrochar e sair debaixo da saia da minha mãe, estou me sentindo mais adulto agora e mais independente, estou indo pra minha primeira aula agora, ah esqueci de dizer que estou fazendo faculdade de artes dramáticas, e estou caminhando para a minha primeira aula de dança, não conheço ninguém então vai ser um pouco difícil, mas vamos ver o que precisamos.
Professora – E então calouros preparados? 5, 6, 7, 8, bem vindos a faculdade, essa é a introdução a dança meu nome é Priscilla Alencar e se vocês ainda não sofrem de desmordia corporal grave é porque não se esforçaram, eu quero deixar bem claro calouros talvez tenham uns dois aqui nessa sala que sejam bons o bastante pra chegarem no topo quanto ao resto obrigada por pagar o aluguel do meu loft em Ipanema. Hei qual é o seu nome – falou ela com uma menina.
Menina – Lídia.
Priscilla – Não, a partir de hoje o seu nome é glacê, ou corta a bunda fora porque você está precisando perder um pouquinho dela. – falou ela para a menina que saiu triste.
A aula segue até que ela manda parar o som e vira pra mim.
Priscilla – Segura o som aê, desculpa a minha conversa com a Glacê te ofendeu? – falou ela a mim.
Eu – Não.
Priscilla – Qual é o seu nome?
Eu – Felipe.
Priscilla – Eu acho que você era um grande astro no Grajaú. (Pombos é uma cidade bem pobrezinha daqui)
Eu – Na verdade eu vim de Vila Caroline.
Priscilla – Vila Caroline? É pior ainda, você já viu no mapa? Vila Caroline parece um cocô gigante. Você dirigiu até Copacabana pra me ensinar a dar aula?
Eu – Não eu vim pra aprender. – falei um pouco cabisbaixo.
Priscilla – Lição número 1: As voltas piqués de vocês são patéticas, e as atitudes esnobes estão me irritando muito. MÚSICA. – falou ela gritando.
Voltamos a dançar, e ela começou a pegar no meu pé.
Priscilla – VAMOS LÁ, ENERGIA NOS DEDOS. MAIS ALTO MAIS ALTO. NO CHÃO, MAIS ALTO – gritava ela.
Nesse momento tropecei e cai.
Eu – Eu preciso de uma ajuda.
Priscilla – Não querido, não vim aqui pra te ajudar. Vim aqui pra lhe dar um grande “bem vindo” ao Rio de Janeiro. Você é horrível – falou ela pra mim.
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EM VILA CAROLINE.
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Selma e Ellen estão conversando na sala.
Selma – Sinto tanta falta do meu bebê.
Ellen – Ele mal saiu de casa, ainda nem deu pra sentir falta.
Selma – Porque você não é mãe dele é apenas a irmã.
Ellen – Ele tá bem.
Selma – E porque ele ainda não deu notícias? Eu estou muito preocupada, eu não devia ter o deixado ir morar sozinho – falou ela se sentando.
Ellen – Calma, ele tá bem notícias ruins sempre chegam logo, tenha calma.
Selma – Vou tentar ter.
Nessa hora o celular de Ellen toca e ela ver que sou eu ligando.
Ellen – Oi Felipe tudo bem com você? E o Rio de Janeiro é legal?
Selma olhou pra ela com os olhos arregalados.
Eu – Oi querida estou ótimo e estou com saudades cadê a mamãe?
Ellen – Sua mãe tá aqui morrendo de saudades.
Selma – Deixa-me falar com ele.
Ellen – Ela quer falar com você vou passar o celular pra ela.
Selma – Meu amor?
Eu – Oi mãe, estou com tanta saudade.
Selma – Oi me anjo eu também estou, como você está?
Eu – Estou ótimo mãe.
Selma – Que bom meu amor. – falou ela já chorando
Eu – Mãe me desculpa, mas tenho que desligar, já está tarde e vou dormir pois tenho aula amanhã cedo.
Selma – Tudo bem meu amor, bons sonhos, tchau meu amor te amo.
Eu – Também te amo mãe tchau. – falei desligando.
Eu – É bom saber que sentem a minha falta, Copacabana pode me fazer um garoto muito solitário. Sinto falta do meu irmão, sinto falta do Luan. Não tenho notícias dele há dois meses. Talvez ele esteja tentando me dar o espaço que preciso pra conseguir fazer isso sozinho. Se render certo? Tenho certeza que é isso. Minha colega de quarto parece legal. Ainda não a conheci oficialmente. Ela está geralmente ocupada com a companhia, mas ela parece legal. Demora pra me acostumar com os banheiros unissex. Cansei da opinião de todos com meu ritual noturno. Comecei a tomar banho às 3h da manhã quando ninguém está por perto. Tudo estava indo bem quando escuto a voz de um cara cantando Sister Christian de Night Ranger.
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Sister Christian, oh the time has come.
And you know that you're the only one to say okay.
Where you goin', what you looking for.
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Eu – Sem querer me peguei indo espiar o cara tomando banho, quando ele abre a porta e sai só de toalha, eu morrendo de vergonha voltei para a pia e continuei organizando meus pertences.
?? – Ei, você é novato certo?
Eu – Sim, sou Felipe Barros eu estou teatro musical.
?? – Eu também, sou Heleno Santana e estou no primeiro ano.
Eu – Oi. (Heleno, malhado, loiro, 1,75m, 65kg, olhos verdes).
Heleno – Sobreviveu a sua primeira aula com a Priscilla, deve ser bom.
Eu – Ela é sempre tão horrível?
Heleno – Sim, ela é durona, mas não teria conseguido o coro do renascimento no verão passado se ela não tivesse me forçado tanto.
Eu – Você esteve na Broadway?
Heleno – Trabalhador de aço número 3, o show durou 3 performances, gosto de vir aqui a noite também, as pessoas me perturbam por causa do meu ritual de hidratação.
Eu – A mim também.
Heleno – Somos atores, certo? Nossa pele é como pincel, como tela.
Eu – Não tenho dormido muito ultimamente, na verdade. Não há muito ruído de cidade em Vila Caroline. Só acho que para tudo leva um pouco para se acostumar, mas...
Heleno – Vai ficar bem.
Eu – Vou.
Heleno – Só lembre-se, está aqui é porque é o melhor dos melhores acredite nisso. – falou ele se afastando pra ir embora.
Heleno – E caso esteja se perguntando e eu sei que está. Sou bissexual.
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CONTINUA.
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É ISSO PESSOAL, NÃO DEIXEM DE COMENTAR.