Continuando...
Marcos sabia como atormentar minha vida, como se não bastasse estar no meu trabalho estava atormentando a minha relação com meu irmão. Claro que ele estava em seus momentos de carência ou de paixonite mas eu não era o cara certo para ele.
...
Christian me ignorou por duas semanas eu não estava entendendo aquela reação, aquilo não era reação de irmão, assim como eu tinha meus pensamentos reprimidos voltado a ele, ele tinhas os pensamentos voltado pra mim.
Passei a ignorar Marcos também, que foi culpado na história por me beijar contra a minha vontade. Acho que nada venha acontecer em nossas vidas se formos forçados a fazer ou se fizer por obrigação.
-Marcelo eu vim aqui te pedir desculpas.
-Guarda elas ai, estou trabalhando agora.
-Cara foi só um beijo.
-Um beijo forçado, eu não pedi aquele beijo.
-Eu sei, estou me sentindo muito mal por ter feito aquilo, estava afim de você e acho que me precipitei com as coisas.
-Você não me ouviu, em momento algum eu quis ficar com você.
-Eu sou tão feio assim ?
-O problema não é ser feio ou bonito, não sou o cara certo para você.
-Mas não entendi a atitude do seu irmão, sair correndo.
-Eu entendi, ver um irmão beijando outro cara deve ser muito ruim. Menti, eu sabia o verdadeiro motivo.
-Pode ser que seja, tem certeza que vocês são irmãos mesmos.
-Tenho. Disse olhando para o teto.
-Mesmo assim eu peço desculpas pela minha atitude, não vou ganhar nada agindo desta forma contigo.
-Finalmente você está certo em algo.
-Posso ter chances com você ?
-Não sei, magoei pessoas então no momento o melhor a ser feito é ficarmos cada um na sua.
-Tudo bem você está certo.
Nossa conversa acabou ali, acho que era o momento de refletirmos, pensar em nossas atitudes eu não era mais um moleque já era um homem e estava aprendendo com a vida.
...
Depois do serviço eu resolvi passar na casa de Christian precisava esclarecer as coisas com ele, explicar o que ele havia visto e deixar bem claro o que houve.
Novamente eu estava ali na porta de sua casa, já tinha me cansado de aparecer por lá, horas boas horas ruins. Tomei coragem novamente e toquei a campainha, mas para o meu desgosto quem atendeu foi a mãe de Christian.
-Oi o Christian está por ai.
-Ele esta indisposto melhor você ir embora não quero que os vizinhos te vejam novamente por aqui.
-Caso a senhora não sabe ele é meu irmão e eu tenho todo o direito de vê-lo
-Olha eu não sei o que você anda fazendo a ele, mas ele não está bem esses dias e acho que a culpa e toda sua.
-Como a senhora pode ser tão ridícula, me julgar sem ao menos conhecer, a senhora pode chamar o Christian ou eu vou ter que ligar e avisar que estou aqui na porta.
-Tudo bem, mas eu já disse e vou reforçar, se afasta do meu filho enquanto você ainda tem tempo.
Suzana deu de ombros e foi chamar Christian, eu não entendia porque ela não gostava de mim, nunca fiz nada a ela ou que pudesse prejudica-la. Christian desceu com cara de poucos amigos.
-A gente precisa conversar Chris.
-Conversar o que Marcelo, seu namorado não veio com você ?
-Que mané namorado, para de ser infantil, eu vim aqui me explicar.
-Você não precisa se explicar, precisava de um macho pra meter a pica não é ?
-Cala sua boca, não quero que se refira a mim desta forma esta ouvindo, você não sabe das coisas e fica falando merda.
-Você merece ser feliz.
-Vai deixar eu me explicar ?
-Fala o que você tem pra dizer, tenho mais o que fazer.
-Olha em primeiro lugar eu não sei o que te levava lá, segundo eu estava saindo da construtora quando Marcos me agarrou, ele insistiu para sair com ele mas disse que não foi ai que ele me roubou um beijo.
-E você bem que gostou do beijo.
-Olha eu não estou entendendo essa sua reação.
-A reação de que ainda te amo e você disse que ainda existia um sentimento por mim.
-Eu não menti em relação a isso, mas não queria que você nutrisse falsas esperanças.
-Porque é tão difícil ? Porque não podemos seguir o nosso coração ?
-As vezes nosso coração não nos leva a destino correto.
-Então você prefere reprimir esse amor ?
-Um amor proibido ? Acho que sim.
-Não vejo algo proibido nisso, mas é sua opinião, se me der licença vou entrar.
-E a gente como fica ?
-Não existe a gente Marcelo.
-Você ainda é meu irmão.
-Eu sei mas por enquanto prefiro ficar sozinho, não quero ter decepções ou ver coisas.
-Do que você esta insinuando.
-Não estou insinuando nada, faça do seu jeito.
-Para Chris.
-Melhor você ir Marcelo, a conversa já acabou...
-Se isso faz você se sentir bem tudo bem, estou indo até mais, você sabe onde me encontrar e além de tudo somos irmãos
Christian deu as costas e entrou sem pronunciar mais nada. Eu por um lado entendia sua reação ele não sabia das consequências que teria se namorasse o próprio irmão todo o preconceito e o pior de tudo ter que enfrentar a própria mãe que nunca me suportou.
Eu não entendia toda aquela reação de Suzana mas eu não podia fazer nada a não ser ficar calado na minha, pois querendo ou não ela era a responsável por Christian.
...
Alguns dias se passou e não tive novidade nenhuma de Christian, não sabia se ele estava magoado ainda mas soube a proporção que tudo isso causou...
Meu telefone tocou era Christian.
-Alo Chris ?
-Celo... Sua voz estava num tom triste.
Do nada Christian começou a chorar no telefone, soluçava eu não estava entendendo aquilo fiquei aterrorizado.
-O que aconteceu Christian fala...
-Minha mãe vai deixar o Brasil e eu vou ter que ir junto...
Naquela hora meu mundo desabou... Fiquei sem chão...