Anna esta em um vestido preto. Ele vai até pouco acima do meio da cocha mostrando suas belas pernas. De manga comprida cobrindo todos seus braços. Justo mas não agarrado, marcando sua cintura e levemente seus seios. Na altura do colo, indo do pescoço até pouco abaixo dos seios, e entre eles, é em um preto quase transparente. Ela está usando um salto rosa que deduzo ser 15 por estar mais alta que eu quando normalmente nosso comprimento é quase equivalente. Seu cabelo cai em cascatas pelos ombros se destacando na negritude de sua roupa. Seus olhos brilham por entre seus longos cílios delineados. Seus lábio em um batom rosa claro.
Olho-a estupefata por um tempo. Anna a todo momento com o sorriso no rosto. Sinto minha boca entreaberta mas não consigo fecha-la. Ela então pega em minha mão me puxando para o carro no qual seu tio nos levaria: Vamos logo Julia.
Ela entra no carro na minha frente e não consigo evitar meu olhar à suas pernas. Engulo em seco e entro. Seu tio mal olha para mim. O caminho permaneço em silencio. Vejo-a me fitar vários momentos durante o percurso.
Chegamos no local. A boate por fora era discreta, quase apagada. Uma parede branca até o meio de sua altura total, na outra metade um marrom envelhecidi. Bem na parte superior um enorme letreiro em neon na cor vermelha reluz com o nome da boate. A porta grande e de madeira negra. Um segurança guarda a entrada com uma prancheta em mãos. Casais e pares de amigas chegam a todo momento. Anna vai na frente e sigo-a. Uma pequena fila de 5 pessoas existe. Assim que alcançamos a porta o grande segurança pergunta: Nome?
-Anna Ferreira e essa é minha acompanhante - diz me olhando nos olhos. Sustento seu olhar, perdida no castanho claro de seus olhos.
O homem procura o nome na lista, pega duas pulseiras azul e nos entrega sem erguer os olhos. A entrada é um túnel de pano que leva até o interior da boate de forma que não se visualiza o interior. Antes de entrarmos Anna para: Estende o braço esquerdo
Sem questionar elevo o braço. Ela então lentamente sobe minimamente a manga de meu blazer, passando seus dedos delicadamente em minha pele. Tento disfarçar o arrepio que percorre meu corpo, inutilmente. Anna percebe minha reação ao seu toque, me olha nos olhos e lança um sorriso de canto de boca. Seus olhos brilhando se voltam ao meu braço e prendem uma das pulseiras em mim. Suas mãos me soltam entao e ela coloca a outra pulseira em seu braço.
Seguimos o túnel de pano até ele se abrir a 3 metros da pista de dança lotada. Tento capturar todo o local rapidamente. O recinto, uma sala quase quadrada, parecia uma adega com bebidas e mais bebidas nas paredes. Em minha direita separado por uma grade baixa há vários sofás, poltronas e pufes de diferentes cores. A minha frente pessoas dançando ao meio da fumaça e das luzes. A minha esquerda para frente vejo entrada de banheiro masculino e feminino, com pequenas placas em neon. Ainda do lado esquerdo, atrás, um bar. Mal iluminada e com pouca visibilidade a boate é uma mistura na dose certa de moderno com rústico. Anna me guia aos pufes. Minha mente tem plena consciência de suas mãos em minha cintura, a ponta de seus dedos pressionando minha pele.
O som está um pouco mais baixo mas não é possível ainda ouvi-la nitidamente. Anna entao se aproxima de mim de modo que nossos corpos fiquem bem juntos, sua boca na altura de meu ouvido: Vamos dar os parabéns para o Matheus e depois nos divertir.
Suspiro discretamente e aceno afirmativamente com a cabeça. Ela pega em minhas mãos e me guia por entre os corpos dançando até encontrarmos um menino alto, levemente bronzeado, boca fina com um sorriso largo, cabelos curtos e loiros. Ele recebe Anna com um abraço exagerado. Assim que se soltam Anna se posta ao meu lado sorrindo muito: Matheus essa é minha amiga. - a ultima palavra quase inaudível. - Julia.
Matheus pega minha mão e num movimento floreado a beija.
-É realmente um prazer te conhecer Julia. - seus olhos percorrem meu corpo de baixo a cima parando fixamente em meus olhos.
-Parabéns. - digo simplesmente
Nesse momento um menino chega para parabenizar Matheus e Anna me puxa pela mão até o bar, chega e senta em um dos bancos ao redor do balcão. Me sento em um ao seu lado silenciosamente.
-Vai querer o quê? - me pergunta emburrada olhando para todos lugares menos meus olhos.
-Suco.
Assim que o barman chega ela pede uma coca e um suco. Me sinto deslocada no lugar. Anna disfarçadamente me observa. Tomamos nossas bebidas, eu fito as pessoas dançar e ela a mim.