Ficamos algum tempo sem falar. Ainda soluçando, eu dei um jeito e ergui meu calção, mas não conseguia encarar o Seu Jaílton. Ele continuou sentado no sofá, tomando fôlego. Com algum esforço, consegui me levantar e fui em direção à cozinha, tomei um copo d'água e voltei com um outro, entregando a ele que, surpreso, disse, sem a usual docilidade na voz:
– Achei que você tivesse ido embora.
– Fui só tomar água. Não quero ir embora agora, a menos que o senhor queira que eu vá e...
Como ele permaneceu clado, e pensando que ele realmente não me queria mais ali, apenas forcei um sorriso tímido e me virei, indo em direção a porta. Eu não queria sair dali, não agora. Queria ficar com ele! Queria mais! E para minha total satisfação, ele quebrou o silêncio:
– Fica! Eu não quero que você vá. – E depois de tomar mais gole d'água e de pigarrear – Senta aí... se você conseguir...
Fiz como ele mandou, sentando meio que de lado e apoiando as costas entre o braço e o encosto do sofá. Olhei pra ele, que, mais refeito, disse:
– Eu achei que você precisava aprender a ser forte. Ser um homem! Não que isso significa você ser o que não é... não é isso. Porra! é que eu não vi outra forma de te fazer acordar a não ser na base do chinelo e...
Engolindo em seco, sem encará-lo, as lágrimas ainda escorrendo pelo meu rosto:
– Eu entendi a lição... – mais alguns soluços – e gostei do que o senhor fez e...
– Hoje você provou pra você mesmo que é um sujeito forte. Só precisa deixar essa força sair de dentro de você, encarar os fatos com mais naturalidade.... enfrentar aqueles que querem te colocar pra baixo simplesmente porque você é um “veado”.
– Seu Jaílton... não fala assim... eu morro de vergonha de ver o senhor falando assim comigo e... e ainda mais se a Dona Marta souber e...
– Que nada! [Risos] A Marta nem de longe desconfia sobre isso. Se ela ao menos desconfiasse, j´[a teria te enchido de sermões. [Riso] – Pra Marta, “veado” é coisa do capeta, é pecado...
[Risos]
– Mas várias vezes... ai!... ai...! – tentei mudar de posição e senti uma dor imensa na bunda – Várias vezes vocês me questionaram sobre eu não ser casado... ai...! Tanto que eu pensei que vocês desconfiavam. Por isso me esquivava sempre que o assunto “casamento” vinha à tona e...
Ele sorriu e se levantou. Foi em direção a janela e olhando pra fora, continuou:
– Eu disse a ela que você se abriu comigo. Que me contou sobre uma desilusão que você teve com uma moça... que já estavam prestes a se casar quando você descobriu que ela te traía e... e que não gostava de tocar no assunto... que me pediu segredo e tudo o mais.
– Ai!... Seu Jaílton! E o senhor acha que ela caiu nessa?
Voltando pro sofá, ele me disse:
– Claro! Pode ver que ela não tocou mais nesse assunto quando você vem aqui em casa.
– Isso é verdade. Ai..! Hum...! Que dor!
– Que dor, o quê, rapaz! [Riso] Você é um homem ou um saco de pancadas?
– [Riso] Acho que a partir de hoje quero ser um saco de pancadas!
Surpreso pela minha atitude, ele me encarou sem entender, e eu tratei de explicar.
– É isso mesmo. Obrigado pelo que fez comigo! No fundo, no fundo... eu... eu gostei e...
– Gostou? Você gritava mais do que um veado prestes a ser abatido e agora vem me dizer que gostou? Como assim? Como você “gostou”?
Naquele momento eu sentia que poderia me abrir com aquele senhor, por quem, se antes eu já nutria um respeito muito grande, a partir daquela surra passei a respeitar mais ainda. Engolindo qualquer falso pudor, eu assumi que havia gostado da “prensa” que ele havia me dado. Que havia gostado de ser colocado em seu colo e de ter apanhado como se daquilo dependesse o meu crescimento como homem, como quem eu era de fato. Ele não escondeu a surpresa, porém mais estarrecido ficou quando eu passei a lhe contar sobre o único homem que havia me feito sentir aquelas coisas, e que foi o responsável pela minha decisão de ser, ou melhor, de me assumir, ainda que somente para mim mesmo, a minha orientação sexual.
– Como? Seu pai? Mas... você mesmo nos disse que não o conheceu e... e toda aqueloa história de que a sua mãe e... aqueles homens... a ausência paterna!?
– É verdade... quer dizer... com exceção da ausência do meu pai... o resto é fato.
[…]
– Ô louco, Marquinho... então você era apaixonado pelo seu pai e... e ele, sabia disso? Quando foi que você se descobriu atraído por ele?
– Sempre fomos muito próximos... mesmo com a separação dos meus pais eu continuei visitando ele regularmente... eu sempre fui esperto e desde cedo já sabia que meu negócio era... o senhor sabe.
– [Risos] Sei... você tem cara de que sempre deu valor a uma vara!
– Seu Jaílton... o que é isso?
– Brincadeira, filho... continua, vai...espera... vou pegar um refresco!
[Risos]
Depois que ele voltou e de eu bebericar meu suco, eu continuei:
– Então foi assim... eles se separaram quando eu ainda era moleque novo. A cama da minha mãe nem esfriou já tinha outro homem no lugar do meu pai... e outro... e mais outro... eu já ia na casa dele frequentemente, ou melhor, na pensão para onde ele foi depois que saiu de casa.frequentemente... eu contava tudo, tudo o que ouvia a noite... ele me prometeu que logo iríamos nos mudar... pra longe daquele lugar...
Mais uma pausa, onde Seu Jaílton aproveitou para acender um cigarro, enquanto eu terminava de tomar o meu suco.
– Continua, Marquinho.
Notei que ele parecia excitado com o que eu falava, pois pegou uma almofada e colocou no colo, pretextando estar com o braço cansado.
– Daí que fomos morar na fazenda da minha tia, onde ele continua morando até hoje... e logo veio a doença e a morte dela. Ele sofreu mais que eu, pois eu nem havia tido contato com ela antes disso e...
– Ela morava em outra cidade? Por isso você não a conheceu antes?
– É... ela morava no campo...
– E o que mais?
A almofada se moveu, sinal de que o Seu Jaílton estava mesmo com o cacete duro. Tentando esconder que havia percebido esse fato, eu continuei contando a parte da história que só eu conhecia.
– O tempo foi passando e quando vi, eu já tinha completado dezoito anos. Já tinha prestado vestibular e tudo... mas ele me tratava como se eu fosse um moleque. Alegando que não queria que eu fosse leviano como a minha mãe, ele me tratava com autoridade, chegando mesmo a ser bronco, estúpido. Qualquer deslize era motivo para uma surra de me deixar as pernas marcadas. Ele nunca tinha sido assim antes, e eu me assustei quando da primeira vez que ele pegou a cinta e depois de me jogar em cima da cama, me deu uma surra nas pernas que eu não me esqueço até hoje. Com o tempo eu fui gostando disso. Muitas vezes, depois de apanhar, me acabava na punheta. Outras, sem deixar ele perceber, gozava enquanto ele me batia...
– E eu ainda te fiz lembrar, não é?
– É... mas, por mais estranho que possa parecer... eu chorei é claro, mas... eu acabei falando pra ele depois que queria sentir aquilo de novo e...
– As cintadas?
– Não... a superioridade dele sobre mim, como pai e... como homem!
– Ô louco! Você disse isso pro teu pai, Marquinho? [Risos] E ele?
– A princípio ficou estranho... calado... depois gritou pra eu sair da frente dele e passou uns dois dias sem falar comigo. Eu quase enlouqueci... afinal... era louco por ele...
Mais um cigarro, e novamente a almofada se mexeu. Só pra cutucar, perguntei:
– Posso continuar, Seu Jaílton?
– Claro, filho... continua logo, Marquinho... anda!
[Risos]
– Então uma noite, quando ele chegou da lida – é assim que ele é acostumado a se referir ao trabalho na fazenda. Eu estava no quarto, deitado de costas pra porta. Fazia calor e eu usava só um shorts, como esse que o senhor está usando – apontei pra ele, na direção de suas pernas. Eu sabia que era ele, mas mesmo assim não virei, embora estivesse sentindo o meu coração quase saindo pela boca... ele se aproximou e sentou na cama, me virando pra ele e disse:
“ – Aquilo que você falou, Marcos... é verdade?”
“ – É, pai...”
Parei de falar quando percebi que Seu Jaílton segurava o cigarro numa mão, enquanto a outra estava debaixo da almofada, com certeza acariciando a rola. Ele mantinha o olhar fixo em mim, esperando que eu continuasse, o que fiz sem mais demoras.
– Então, depois que falei que era verdade aquilo que eu tinha dito, ele ainda me perguntou seu eu tinha certeza, ao que respondi que sim, que era aquilo que eu queria com ele e que sempre quis, desde que eu me entendia por gente... então, num movimento rápido, ele arrancou o meu sorts, como o senhor fez agora a pouco, e me bateu novamente. Bateu, bateu, mas eram palmadas diferentes. Doíam, é claro, mas ao mesmo tempoe pela primeira vez na minha vida, me fizeram sentir algo novo, diferente, que eu jamais havia sentido com outra pessoa até aquele momento. Eu gritava desesperadamente, mas não eram gritos de dor... embora sentisse minha bunda queimando com as palmadas... ele me colocou no colo, como o senhor fez, mas ao invés de continuar a bater ele...
– Você é parecido com ele? Digo, no tamanho?
[Risos]
– Não. O papai é um pouco mais baixo que o senhor. Também é assim... forte e robusto... troncudo. Foi o único dentre os irmãos homens que serviu ao exército. Pelo tamanhão, eu acho. [Riso]
– Continua, Marquinho! Anda!
– Tá gostando, Seu Jaílton?
Descaradamente, ainda fiquei um tempo olhando ele mexer no pinto por baixo da almofada. Ele percebeu e, num movimento rápido, tirou ela do seu colo e me mostrou o volume que a rola dura feito pedra fazia.
– Isso aqui responde a sua pergunta, filho?
– Claro! – sorri fazendo sinal afirmativo. – Bom... como eu ia dizendo... ele me colocou no colo, mas, ao invés de me bater, ele abriu a minha bunda e cuspiu dentro do meu cu, enfiando um dedo inteiro. Eu gritei, pois aquilo doeu muito, e ele disse que era pra ter calma, que ele só estava preparando meu cu... tentei relaxar, como ele havia pedido que eu fizesse, e quando percebi, papai já tinha introduzido três dedos. Ele girava eles, cuspindo para lubrificar o meu cu quando sentia que era necessário. Eu delirava e gritava para que ele não parasse com aquilo, que estava adorando e queria mais. Que sempre quis!
– Caralho, Marquinho! Você é doido, menino!
[Risos]
– Doido? Ele que me deixou doido com aquela tortura, Seu Jaílton! Mas deixa eu continuar...
– Isso... continua!
– Aí eu comecei a implorar pra ele me comer... nisso ele parou e tirou os dedos do meu cu, me fazendo sair do colo dele e disse que não poderia fazer aquilo, que não era certo fazermos nem aquilo que ele estávamos fazendo, que dirá ele me comer. Então, sem pensar em mais nada, eu me aproximei do meu pai e o empurrei na cama. Ele caiu deitado de barriga pra cima e eu me atirei no meio das pernas dele, abrindo o zíper da calça e liberando a rola dele, que não chegava a estar dura, mas já marcava presença e... meti ela na boca. Sem me importar com o forte cheiro nem com o gosto, uma vez que naquele dia havia feito muito calor e ele tinha acabado de chegar do trabalho. Meu pai ainda tentou me afastar, mas minha língua acabou ganhando essa batalha, e ele cedeu. Eu chupei a rola dele até que ele, não suportando mais, me encheu a goela de porra... ele urrava e falava palavrões enquanto gozava, não permitindo que eu tirasse a boca do seu pau. Em seguida, me obrigou com tapas na cara a limpar com a língua o que havia escorrido e sujado seus pelos e saco, o que fiz com capricho. O seu pau não baixava. Aliás, Seu Jaílton, eu nunca tinha visto um pinto tão grosso quanto o do meu pai...
Aí é que a coisa esquentou de vez...