Quando cheguei todo mundo exceto o Lucas estavam tomando café. Contei o acontecido e eles ficaram mais calmos. Recebi a noticia que minha avo estava bem e que já estava em casa, tudo não passou de uma gripe forte, fiquei mais aliviado e fui tomar um bom banho para poder tirar o cheiro de hospital do corpo.
Demorei um pouco na ducha e quando sai desci pra comer alguma coisa. Me alimentei e depois dessa maratona fui dormir um pouco. Como sempre fui dorminhoco assim que deitei na cama eu apaguei, nem vi que horas eram.
Por volta das cinco da tarde eu acordei. Desci e jantei, porque naquela hora não se podia chamar uma refeição de almoço. Voltei pro meu quarto e liguei pro Dani pra saber noticias da Dona Celeste:
- Oie Dani, tudo bem?
- Aham e você?
- Bem. Como esta sua avo?
- Ta bem graças a Deus, já foi pro quarto e já esta acordada se recuperando.
- Ai que bom meu lindo! E você já descansou?
- Já sim Léo, to em casa, acabei de acordar.
- Eu também. O que você ta fazendo?
- Vou almoçar, alias, jantar e depois vou pro hospital. Minha irmã ta comigo.
- Ah sim, entendi. Se precisar de alguma coisa você me avisa ta bom?
- Pode deixar. Obrigado por tudo viu?
- Não precisa agradecer não, fiz nada alem da minha obrigação!
- Seu bobo... Agora eu vou tomar banho e comer. Depois a gente se fala.
- Ta bom. Se cuida. Beijos.
- Outro, tchau.
- Tchau.
Quando desliguei o celular fiquei mais tranqüilo em saber que a Dona Celeste já estava melhor, apesar de todos os transtornos eu gostava dela, ela era uma boa senhora, sempre muito atenciosa e prestativa.
Fiquei no quarto pensando um pouco e depois fui pra sala. Como não tinha nada pra fazer fui no quarto da minha irmã encher o saco dela.
- Oi!
- Oi Léo, lembrou que eu existo?
- Ai como é boba você né? Eu não esqueço de você, ao contrario!
Dei um beijo no rosto dela e me sentei no chão perto da cama dela.
- Como você ta?
- To ótima e você?
- Bem também. Quais são as novidades?
- Xiii Léo, nenhuma, elas me odeiam. – Ela deu risada.
- Elas quem mana? Fala que eu bato em quem for.
Ela soltou uma gargalhada.
- As novidades me odeiam seu mané.
- Ah ta – Dessa vez eu que ri.
A gente ficou jogando conversa fora ate que o celular dela tocou e eu saí de fininho pra não incomoda-la. Fui ver o que meu irmão Rafael estava fazendo, e como era de se esperar estava jogando vídeo-game.
- Posso entrar?
- Entra...
Ele ainda continuava não gostando muito de mim, e eu ia resolver isso nesse momento.
- Tudo bem maninho?
- Aham – Ele nem olhou no meu rosto.
- Rafa, preciso falar com você, pode por favor desligar esse jogo e prestar um pouco de atenção em mim?
- Não. O que você quer? Fala logo.
- Conversar com você. – Num ato de raiva eu desliguei a televisão e o vídeo-game. – Presta atenção em mim uma vez na vida!
- Que saco, o que você quer?
- Por que você me trata assim?
- Assim como?
- Mal.
- Não te trato mal.
- Trata sim, não deixa nem eu jogar com você. Me evita, não conversa comigo, não me procura, não olha nem na minha cara! Eu te fiz alguma coisa?
- Não.
- Então por que você faz isso?
- Você ta fazendo tempestade num copo d’água Léo, eu não te evito.
- Se não me evita me explica então por que você só conversa com a Giselle?
- Ela me entende.
- E eu não te entenderia?
- Acho que não. Você é homem e homem não entendem certas coisas.
- Acho que justamente por ser homem eu te entenderia Rafa! A gente é do mesmo sexo então fica mais fácil de se comunicar.
- Sei.
- Não vou insistir em nada. Só queria entender o por que de você não gostar de mim e tudo mais. Mas já que você sente confiança na Giselle e não em mim você que sabe o que tem que fazer.
- Léo deixa de ser besta brother, eu gosto de você, só não me sinto a vontade com você... Sei lá tenho vergonha eu acho...
- Vergonha de que Rafa? Relaxa cara, já disse sou seu irmão, não vou te julgar nem te discriminar, e sim te ajudar se for necessário.
- Sei. Olha desculpa se eu to agindo errado com você, sei que você só quer me ajudar e tudo mais, mas sei lá, é difícil. Mas eu prometo que vou tentar conversar mais com você ta?
- Assim que se fala. E olha, procura o Lucas também, tenho certeza que ele vai gostar muito da sua atitude.
- Ah como ele eu já não sei. Ele é o oposto de mim. Ah sei lá...
- Te entendo cabeça dura.
A gente sorriu e ele me deu um abraço fraternal muito gostoso.
- Que bom que nos entendemos. Agora eu vou deixar você jogar em paz.
- Se quiser fica...
- Não, vou sair. Se cuida – Fiz um cafuné na cabeça dele e saí do quarto.
Fui para o meu quarto e encontrei o Lucas no computador. Não gostava de dividir mas era o jeito.
- Fazendo o que aí cabeção? – Perguntei olhando na tela do computador.
- Mexendo no orkut. Não tem nada pra fazer!
- Isso é verdade. Vamos sair?
- Pra onde?
- Shopping sei lá. Vamos no cinema. Assim a gente se distrai.
- É pode ser. Só nós dois?
- Se quiser chama seus amigos sei lá.
- Não, melhor não.
- Você quem sabe. Vou tomar banho então.
- Ta, vai que depois vou eu.
- Beleza.
Tomei uma ducha rapidinha e voltei pra me arrumar. Me vesti e ele foi pro banho. Voltou em pouco tempo e também se arrumou.
Pedi dinheiro pro meu pai e nos saímos. Fomos a pé mesmo pois o shopping não era tão longe de nossa casa. Modéstia a parte eu e meu irmão somos bem gatos, então fizemos sucesso entre as meninas naquela noite.
Andamos por diversas vezes no shopping ate decidirmos a sessão que iríamos assistir. Acabamos pegando a sessão das oito e meia com um filme de ação que não lembro o nome agora. Compramos pipoca e refrigerante e entramos na sala. Estava um pouco cheia, mas acabamos encontrando lugar na ultima fileira como a gente gostava.
O filme ainda ia demorar um pouco pra começar, dei uma olhada ao meu redor e vi algumas meninas nos observando.
- Lu olha, tem um monte de menina dando mole pra gente.
- Cadê? – Ele ficou interessado.
- Ali, na esquerda! – Eu apontei disfarçadamente com o pescoço e ele já notou o grupo.
- Ah mas não tem nenhuma que valha a pena.
- Tem, olha aquela loirinha no meio delas. É gatinha.
- Hum, verdade, não tinha reparado nela.
A gente ficou jogando charme pra elas. Claro que eu não ia fazer nada alem de provocar, afinal eu tinha um compromisso com o meu amor, mas um charme de provocação não faria mal a ninguém não é?
Os trailers dos filmes começaram a passar. Não demorou muito e uma das moças sentou ao meu lado.
- Oi gato, tudo bem?
O Lucas ouviu e olhou disfarçadamente.
- Oi linda, tudo e você?
- Melhor agora.
Ambos deram um sorriso tímido.
- Posso saber o nome desse monumento? – Ela disse.
- Leonardo e o seu?
- Bruna.
- Prazer Bruna.
- O prazer é todo meu. Esta acompanhado?
- Estou, pelo meu irmão. – Mostrei ele a ela.
- Nossa, qual dos dois é mais lindo?
Eu e o Lucas demos um sorriso tímido e ela também.
- Posso ficar aqui? Se não se importam é claro?
- Pode sim, fica a vontade.
O Lucas cochichou no meu ouvido:
- Essa não dá, é muito atirada.
- Também achei. Mas é boa.
O filme começou e o silencio reinou na sala. A menina do meu lado chegou mais perto de mim e para não ser deselegante com ela eu não sai do lugar, mas não queria ficar com ela.
Já na metade do filme ela sussurra ao meu ouvido.
- Você é lindo sabia?
- Obrigado - Eu respondi sem graça – Você também é.
- Ai que fofo.
Dei um sorriso.
- Minha amiga gostou do seu irmão, será que ele pode conversar um pouco com ela depois do filme?
- Depende dele, quem é sua amiga?
- Aquela loirinha ali.
Ela me apontou discretamente a loira que já tinha sido notada por mim e pelo Lucas.
- Nossa que gata ela.
Ela fez uma cara de quem não gostou muito e se calou.
- Depois do filme você apresenta ela pro meu irmão ta?
- Beleza.
Ela não disse mais nada, acho que não gostou do que eu falei da amiga dela, mas pelo menos assim ela não insistiria mais em mim. Eu acho.
O filme acabou as dez e meia e nos saímos rumo a praça de alimentação. Comemos hambúrgueres como sempre. Estávamos no meio do lanche quando as duas meninas aparecem do nada e começam a falar com a gente.
- Oi meninos. – Disseram as duas ao mesmo tempo.
- Oi meninas. – Dissemos nós ao mesmo tempo.
- Podemos sentar com vocês?
- Claro. Querem hambúrguer?
- Não obrigada. A gente já comeu.
- Hum sim. – Disse eu.
- Essa é minha amiga Luana.
A gente se cumprimentou e toda aquela coisa de primeira vista. Ela e meu irmão começaram a conversar e eu fiquei falando com a Bruna.
Já passava das onze quando eu e ele fomos embora pra casa. No meio do caminho começamos a conversar sobre elas.
- Você vai ficar? – Eu perguntei.
- Não sei. Acho que sim. Ela é legal.
- Hum sim.
- E você?
- Não, nem rola, muito atiradinha. Não gosto de mulher fácil e eu sou difícil de conquistar.
Ele riu.
- Esse é meu mano.
A gente voltou pra casa e não tocou mais nesse assunto. Quando chegamos fomos direto pro nosso quarto e nos deitamos. Era bom ver que eu e ele estávamos amigos de nov que nem antes. Nunca existiu segredos entre nós dois, tudo o que eu aprendi foi com ele...
Os demais dias foram bem tranquilos. Não houveram muitas novidades. O estado de saúde da Dona Celeste estava muito melhor. A pneumonia estava bem fraca e ela reagiu bem a ponte de safena que foi feita nela.
As aulas estavam em ritmo acelerado pois já estava chegando as férias de fim de ano. O mês de novembro foi muito corrido, varias provas e trabalhos a serem entregues.
Os preparativos pra formatura também andavam de vento em poupa, todos do meu grupo iam fazer. A cerimônia era em marco do outro ano então ainda tinha tempo pra ver tudo.
Na ultima semana de aula foi uma tristeza. Todos se despedindo e chorando de emoção por deixar a escola. Alguns assim como eu gostavam de lá, mas outros como o Igor, por exemplo, odiavam aquele lugar com todas as forças.
O ultimo dia de aula foi muito legal. Nos fizemos um amigo secreto na sala. La não existia diferenças entre nos, todos se gostavam, se davam bem, nossa sala era bem unida.
Foi super legal, eu tirei uma garota que ficava na fileira da porta como amiga secreta, ela se chamava Fernanda, era legal mas eu não falava muito com ela. Mesmo assim dei o meu presente e nos abraçamos.
Quem me tirou foi um menino que também sentava na fileira da porta, ele se chamava Gabriel. Nós éramos até que colegas mas nada muito estravagante.
O amigo do Daniel foi o Igor e quem tirou o Daniel foi a Claudia. Que coincidência. Ele ganhou um boné e eu um relógio até que bonito, mas eu não gostava de relógios então dei pro Lucas.
Finalmente férias. Nem acredito que aquele ano já estava acabando. Já era dezembro! Como passou rápido. Ia fazer um ano que eu morava lá e seis meses que eu estava com o Dani.
Com relação a nós dois, não teve mais como a gente ficar junto. Desde a operação da vó dele os pais dele estavam lá na casa com ele, então não deu pra gente se curtir. Mas eu tinha um plano pra gente ficar junto, e esse plano tinha que dar certo!
Votem e Comentem.
Amanhã posto mais!!!!
E um ótimo inicio de ano a todos!!!!!!!!!!!