É preferível, mil vezes dar por dinheiro a muitos, do que ser puta de um só, que nos sustenta e fica jogando isso na cara, a todo instante. Humilhando, desconfiando, agredindo verbal e até fisicamente. Um preço muito caro a pagar, pela ¨respeitável¨ condição de esposa.
Estive ausente por quase três anos. Depois de perder um bebê numa gravidez complicada, fragilizada, cometi o erro de aceitar a obstinada proposta de uma pessoa, que de início, parecia maravilhosa. Mas, nem tudo que reluz é ouro.
Vivendo maritalmente, a máscara caiu, expondo a face verdadeira de alguém sem caráter, insegura, causadora de tantos problemas, que nem vale a pena comentar aqui.
Quando deixei de ser garota de programa, tinha uma clientela selecionada. Pessoas com quem eu transava por prazer. O michê era apenas um detalhe. Já nem anunciava mais em jornais, de tão procurada que era. Me dava ao luxo de só aceitar novos clientes quando indicados por alguém conhecido.
E agora lá estava eu, 34 anos, dois filhos pré-adolescentes e uma pequenina, tendo que recomeçar. Três anos mais velha, sócia numa clinica de estética, que mal rende para pagar o aluguel e salários da recepcionista. Cheguei a entrar em depressão. Desperdicei mil dias da minha vida, sendo fiel a alguém que não merecia.
Só me restou voltar a fazer aquilo no qual, modéstia a parte, eu sou boa. Vender o corpo. Arrependida por ter jogado fora o celular com todos os contatos. O jeito foi comprar um novo. Anunciar em jornal, sem saber quem viria a ser meu parceiro de cama.
Lembrava com saudades de fulano, cicrano, beltrano e tantos outros. Carinhosos, bom de cama e que sabiam tratar uma mulher, puta ou não. Nos hotéis, cruzei com muitas meninas novas, lindas, cara de universitárias. Eu que tinha sido uma das mais badaladas, agora era só outra iniciante. E pior, mais coroa.
Foi quando reencontrei Aline. Uma do meu tempo. Nunca fomos amigas, aliás, havia até uma certa antipatia recíproca. Rivalidade, inveja, sei lá. Nesse universo inexiste amizade. Quando muito, apenas o coleguismo:
- Sheila, nossa, que bom te ver!
Seu abraço apertado parecia ser sincero. Eu retribuí, trocando beijos na face, feliz por ver um rosto conhecido. Meu elogio foi de coração, porque ela realmente continuava bonita e maravilhosa:
- Oi, Aline. tu estás mais linda do que antes!
Fomos conversando até um quiosque da praça. Enquanto tomávamos café, colocamos o papo em dia. Fiquei sabendo sobre outras garotas conhecidas. Contei todo o drama que tinha vivido até então. Ela me surpreendeu, com palavras carinhosas de conforto e até propôs:
- Olha, Sheila, sei que é barra recomeçar nessa idade. Eu com 29 já estou pensando em parar, imagine só você! Vou te apresentar lá pro pessoal do site de acompanhantes. Os clientes lá são tudo gente fina e a grana é alta.
Como estávamos perto, fomos andando. Aline com um vestido curto e justo, saltos altos. Eu com blusa decotada, mini saia e sandálias de salto. Ambas com cabelos arrumados e maquiadas. ¨Uniformizadas¨ para o trabalho, chamando a atenção de todos que passavam.
A três quadras dali chegamos num prédio de escritórios, na rua Marechal Deodoro. Desde o saguão e no elevador, fomos alvo de olhares insistentes. Ela tocou a campainha do conjunto comercial. Ali dentro parecia um posto de telemarketing. Algumas moças atendendo ligações.
Aline falou com uma delas, que levantou e foi até uma sala anexa. De lá surgiu um senhor vestido de forma informal, com agasalho esportivo e tênis. Se identificou como Roberto, o gerente. Aline me apresentou e ele me avaliou, olhando da cabeça aos pés. Meus 1,70m, 58 kg bem distribuídos em seios e nádegas fartas, cabelos longos e lisos, e o ponto alto, o rosto harmonioso. Pelo jeito, gostou do que viu.
Explicou sobre o site de acompanhantes para executivos. Virou a tela do computador e me mostrou. Nela havia fotos de várias garotas seminuas. Parou na da Aline, clicando e abrindo nova página, com outras lindas fotos. No perfil constava os gostos, que atendia casais e fazia anal, horário disponível, além do preço por hora.
Disse que a Aline era muito procurada, por ser mais madura. Que eu preenchia os requisitos, porém, a equipe estava completa e deveria ficar na espera. Fiquei pasma ao ver Aline dizer que eu era legal, uma ótima profissional, estava precisando muito e que ele deveria me contratar.
Passei a atender através dessa agência, com clientes selecionados, políticos, empresários e até times de futebol. Teve ocasiões que recebi cachê sem precisar ir para a cama, apenas desfilando junto com os clientes, como se fosse a amante deles. Estive até em festa familiar como namorada de um solteirão gay.
Certo dia, Aline me liga, dizendo que estava com problemas, pedindo para eu substituir ela, num programa a três. No meu portfólio está explicito que não atendo casais, porém, não podia recusar um pedido da amiga. Peguei um táxi e rumei para um motel, na saída para Ponta Grossa.
Me identifiquei na portaria, sendo encaminhada para uma suíte. Na garagem, um veículo importado, bem luxuoso. Toquei na campainha e quem abriu, foi uma loira bem alta, só de calcinha. Ao entrar no quarto, notei um homem já nu, deitado na cama. Pela aparência, tinha mais de cinquenta, talvez sessenta anos.
O homem fez sinal para eu me aproximar. Se apresentou como Ulisses. A grandona era a Taissi. Pediu para eu me despir. Meio chateada, fui tirando a roupa, ficando totalmente nua, só com as sandálias de salto. Ela fazia um boquete nele, com muita vontade e maestria.
Com o dedo indicador, ele fez sinal para eu subir na cama. A loira, muito bonita por sinal, tirou a calcinha e surpresa, vi aparecer um pênis enorme. ¨Ela¨ era ¨ele¨ e muito bem dotada! A vara enorme destoava daquele corpaço tão feminino e mais ainda do rosto de boneca. Deveria ter uns vinte anos. Pegou uma camisinha e encapou a barra de carne.
Preocupada, pensei que ela iria transar comigo e ele daria uma de ¨voyeur¨. Mas, me enganei. Ulisses ficou de quatro e Taissi penetrou o cu dele. Pelo jeito, ele era acostumado a ser passivo. A rola grossa foi entrando, com ele gemendo e se masturbando. Ela começou o tira e põe, e eu ali, assistindo, sem saber o que estava fazer.
Depois de um tempo, as bombadas dela ficaram mais fortes e profundas. Ele gemia e gritava:
- Ahhh, mete, mete fundo!
De repente, disse ¨-para, para que vou gozar!¨. Taissi tirou a pirocona e ele, colocou rapidamente uma camisinha. Veio para cima de mim e me penetrou. Mal começou a socar, gozou enchendo a camisinha de porra. Ficou ali, caído na cama por alguns instantes, depois pediu para ¨ela¨ transar comigo!
Taissi trocou a camisinha e bem profissional, passou gel e veio colocar aquela rola enorme no meu cuzinho. Pensei em impedir, porém, o cachê era tipo ¨A¨, o mais caro e deixei acontecer. Ela enfiou tendo a gentileza de fazer com cuidado, pelo jeito colocando pouco mais que a ponta.
Começou a socar e de repente, eu passei a sentir prazer. Me veio a vontade de manipular o grelhinho, porém, achei que não deveria ter orgasmo, me resguardando para outros programas. A boneca era mesmo hábil em sodomizar. Logo, era eu que estava desejando mais e mais.
Fui atendida, recebendo aquele caibro enorme e grosso, preenchendo o cuzinho por inteiro. Quando eu estava gostando, sentindo um enorme prazer, ela gozou. Deu para sentir ao ter o quadril agarrado, seu ventre esmagando os glúteos, o pau penetrado de forma profunda.
Ulisses pagou uma nota para ela, pelo maço de notas de cem que deu a ela. Para mim, apesar de eu receber pela agência, que já havia cobrado através do cartão de crédito, ainda me deu um extra de duzentos reais.
Voltei para a cidade de táxi, junto com a Taissi. No caminho, ela contou que Ulisses era casado e adorava ser enrabado. Porém, talvez por não se assumir, tinha que em seguida gozar dentro de uma mulher. Vai entender.
O que me deixou mais surpresa, foi ela contar que na sua agência, todas transexuais são também ativas. Que na maioria dos programas, os clientes querem ser passivos na transa. Todos são dito héteros e via de regra casados. As travestis só passivas, são pouco procuradas. Ela mesma, apesar de preferir ser passiva, tem de atuar como ativa. E comentou:
- Ainda bem que existe o Cialis para ajudar a gente...
Desci na praça Osório. Perto do natal, as pessoas apressadas, cheias de sacolas carregando seus presentes. As árvores com suas ultimas flores, já antevendo a chegada da outono, quando as folhas caem. Mas, na certeza que nova primavera virá e as flores voltarão a desabrochar. Assim como eu...
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