Dor de amor, algo que se sente, mas nao sabe explicar. É um vazio, uma angústia, uma necessidade, um desespero, sentir que a pessoa ta ali, na sua frente, mas voce nao pode abraçar, beijar, sentir a sua pele, o seu calor, aquele choque entre corpos que nao sabem viver sem o outro. Alguns dizem que amar é sofrer, que da dor do amor vem o sentimento puro que so se sente quando ama de verdade, a dor que so passa ao fechar os olhos e sair dali, de si. No final, nem todo mundo quer sentir a dor de amar, de se entregar ao extremo, de dizer foda-se ao mundo e ser feliz, o medo da dor é natural, mesmo que depois a ferida cicatrize e vire apenas uma marca de lembranças do que viveu, mas ter coragem de enfrentar o caminho da dor, isso sim, te traz o mais pleno amor.
Um dos momentos mais confusos da minha vida foi com certeza esse, deitado na minha cama, as 5:00 da manha, nao consegui dormir muito bem depois do ocorrido com o Bernardo, eu ficava pensando em que momento tudo se encaminhou pra isso, pro vazio que aquela distancia me trazia, do desespero que tomava conta de mim so de pensar em nao ver mais aquele sorriso. Eu olhava pro teto, ouvindo o barulho da cidade acordando, o som da minha respiraçao cada vez mais pesada ao pensar no que eu estava prestes a fazer, minhas maos tremiam, lagrimas saiam sem eu mesmo poder controlar.
Me sentei na cama e fiquei lendo e relendo aquela simples conversa, eu iria contar pro meu melhor amigo o que eu era, eu nao sabia as consequencias desse meu ato, ate agora tao pensado, mas eu estava com medo, de perder, de nao aguentar, de sofrer, de amar e sequer saber. Eu me levanto e vou ate a cozinha, tomo um remedio e volto pro meu quarto. Ja eram 6:00 e eu precisava me arrumar pra faculdade, fazia tudo sem pressa, com calma, era como se tudo ao redor girasse em camera lenta, e eu nao estivesse no meu corpo. Desci e encontrei minha familia a mesa.
-Bom dia! Digo sem muitas palavras.
-Bom dia! Diz minha mae me olhando meio desconfiada.
-Bom dia Leandro, aconteceu algo? Pergunta meu pai me olhando desviando sua atençao do jornal.
-Nao pai, so uma dor de cabeça, mas ja tomei remedio. Digo colocando o cafe na xicara e logo passando manteiga no pao.
-Acho que alguem tomou um fora. Diz meu irmao tirando graça.
-Sai fora muleque, nao enche. Digo ja fechando as maos.
Do nada sinto uma raiva, ira, uma vontade de descontar todas as minhas frustraçoes em alguem, mas claro que nao seria no meu irmao, ele nao tinha nada a ver com meus problemas.
-Calma mano, nao sabia que era serio, desculpa. Diz Breno me olhando com medo.
-Tudo bem mano, desculpa. Digo baixando a vizao.
Nem eu sabia exatamente o que eu tava sentindo, era algo diferente, como uma intuiçao de que algo ruim ia acontecer, uma negatividade e um receio fora do comum, e so de pensar na minha conversa com o Bernardo, se formava um no na minha garganta e meus olhos marejavam. Tentei tirar aquilo da cabeça, nao podia sofrer de vespera.
-Ja falei com o proprietario do apartamento, Leandro, ele disse que eu ja poderia dar entrada nos papeis, e se tudo der certo, na proxima semana voce podera fazer a mudança. Diz meu pai despertando.
-Ah! Que bom pai, fico feliz. Digo indiferente. - estou indo pra faculdade, tchau gente. Digo saindo rapido da mesa.
Nem esperei eles se despedirem, fui correndo pegar minha bolsa, tirei o carro da garagem e fui pra faculdade. So uma semana de aula e eu ja tava totalmente perdido do mundo onde eu costumava habitar, aquele em que tudo era preto no branco, e que eu nao era apaixonado pelos meus dois amigos, eu realmente tava em duvida, entre a felicidade e a comodidade. Eu nao podia virar as costas pra esse novo mundo, eu precisava seguir adiante, sem me importar com a dor que isso poderia me trazer, eu precisava sentir o gostinho de uma vida de verdade.
Pus os pes no predio onde estudava, e um arrepio percorreu o meu corpo, mas na mesma intensidade meu corpo impulsionou pra frente, e eu nao ia fraquejar naquele momento. Assim que entrei, sinto um corpo forte em choque com o meu.
-Ahh meu baixinho, tava com tanta saudades de voce. Diz Caio me abraçando.
Senti uma imensa vontade de beijar aquele homem, ali mesmo, mas nao me deixei levar pelo desejo, apenas sorri e respondi.
-Tambem tava com saudades braquinho, como voce ta. Digo saindo do abraço e indo rumo ao elevador.
-To otimo baixinho. Serio que vai me chamar de branquinho? Ja sei disso, nao precisa lembrar rsrs. Diz ele fazendo uma carinha de indignado.
Eu amava a energia boa que aquele muleque me passava, era o unico que me fazia bem naquele momento, e eu tava precisando me sentir bem, mesmo sendo uma ilusao momentanea, um meio pra mascarar o medo.
-Voce ta estranho, o que foi Leo? Pergunta Cario parando na minha frente.
-Eu briguei com o Bernardo, a gente vai conversar hoje. Disse baixando a cabeça.
-Ah cara, serio? Eu nao gosto desse cara, ele olha pra voce de um jeito... sei la. Diz ele com um semblante triste.
-Ohh meu loirinho, ta com ciume?? Ele gosta de me proteger, so isso. Digo dando um sorrisinho.
-Nao ri de mim, so nao gosto muito dessa proximidade, mas desde que ele fique no lugar dele, eu nao faço nada. Diz ele estufando o peito e pondo os oculos.
Essa imagem de imponencia dele me excitava, era como um macho querendo marcar o territorio.
-Ta bom machao, mais alguma coisa?
-Sim! Voce é meu.
Ele diz me pondo contra a parede, num lugar mais afastado de onde os alunos normalmente ficam. Ele cola os labios nos meus de forma firme, a sua lingua logo toma espaço na minha boca e me tira o ar, um onda de calor toma conta de mim, entao ele pára e sorri.
-Nossa! Mas a gente nem namora cara, para de ser possessivo rsrs. Digo dando um sorrisinho nervoso com a respiraçao pesada.
-Ah! Nao namoramos. Diz ele se distanciando. Voce quer sair comigo essa semana? Pergunta ele agora sorrindo e seguindo o caminho pra sala de aula.
-Claro! Pra onde?
-Surpresa!! Diz ele entrando na sala.
Dou um sorriso e me sento no meu lugar. A aula transcorreu normalmente, os professores agora ja estavam focados em dar aula, e com certeza a partir de agora nao seria mada facil. O horario dp intervalo finalmente chega, e meu estomago embrulha, sinto minha cabeça quase implodir, numa pressao absurda. Eu sabia que essa conversa com o Bernardo nao teria um bom fim, entao tava me preparando para o que estaria por vir, nao posso negar que mesmo com medo, me sentia corajoso, o que mais me impulsionava a encontra-lo. Fui ate a cantina, e o procurei, e procurei, ate que ouço a sua voz atras de mim, meu corpo imediatamente gela, parece que meu sangue nao mais percorria em meu corpo, me viro olhando pro chao.
-Entao Leo, voce ta bem?
-To sim Be, acho que esse nao e ambiente proprio pra nossa conversa, vamos ate a praça. Digo sem olhar pra ele.
-Ta bom entao, vamos. Diz ele me seguindo.
Minhas pernas tremiam e eu andava quase que tropeçando, o pior é que tudo que eu tinha pensado em falar sumiu da minha cabeça. Chegamos na praça, e fomos pra debaixo de uma arvore, que se econtrava afastada dos bancos.
-Primeiramente, quero que voce me explique o motivo de voce me tratar com indiferença desde aquele dia. Digo sentando debaixo da arvore.
-Ah leke, acho que te trato tanto como uma criança que acabo te vendo como uma, e aquele Caio nao me passa confiança, eu acho que ele pode te machucar, sei la. Diz ele olhando pro movimento das pessoas.
-Mas isso nao justifica voce estar me tratando assim. Digo triste.
-Eu sei lekinho, mas voce é ingenuo, nao ve maldade nas pessoas, eu sim vejo o que aquele cara é.
-Voce nao conhece ele Bernardo, voce nao pode dizer se ele presta ou nao. Digo irritado. - Mas eu acho que voce ainda ta me escondendo algo. Digo o olhando pela primeira vez nos olhos.
-Olha cara, eu to me sentindo estranho, desde que vi aquela cena na praia, com o Caio, eu acho que voce devia me falar de uma vez, o que eu ja desconfio. Diz Bernardo apertando os punhos e cuspindo as palavras atraves dos dentes cerrados.
Seria agora, a decisao. Eu tinha dois caminhos a seguir, o da mentira, e o da verdade, teria que escolher entre nao sentir dor e viver com o aperto no peito de se mentir pra quem se gosta, ou aceitar a dor que meu ato causaria em mim.
Opaaa galerinha, ca estou eu mais uma vez com o conto, mais uma vez peço desculpas por nao postar antes, mas enfim resolvi tudo que tinha que resolver na rua rsrs e agora vou ter muito tempo pra voces. É agora que o caldo entorna tche rsrs veremos oq vai sair dessa conversa. Valeu pelos coments e por estarem sempre me incentivando, adoro voces!!
Thiago Silva: Valeu carinha, espero que esteja gostando :)
Thiago Pedro: Tu percebeu que o conto tava estranho ne? Rsrs tbm achei quando li, mas esse ja ta melhor. Espero que consiga comentar leke, valeuuu!!
Marcos Roger: Ahh cara assim voce me deixa sem graça hihi mas to mto feliz que esteja amando, tbm me amarro em ti sr. Marcos :)
Voncrimson: Eitaaa! Cara, um homem que olha pra outro com um carinho diferenciado eh estranho, mas pode ser amizade carinha, nos nao podemos nos alimentar com falsas esperanças, pe no chao sempre ouviu muleque? Rsrs Eu tenho certeza que voce vai gostar do que vai vir depois disso tudo. Valeu por gostar assim do conto e por estar aqui ;)
Hyan: Voce sempre incentinvando ne? Rsrs fico feliz de ver que to agradando assim. E cara corre atras do Gabriel, quero saber no que vai dar hein!?. Valeu lekee!!
Geo Mateus: Valeu muleque!!!
Ru/Ruanito: Realmente ta complicada a situaçao, e dizem que quando a coisa ta ruim a tendencia e piorar ne? Rsrs valeu por acompanhar!!
Bom gente, ta ai mais uma parte, ainda tem muita agua pra rolar debaixo dessa ponte, aguardem (hehe). Desculpem os erros gente, nao revisei. Ate breve.
Abraços, Leandrinho.