Oi meninas sei que não estou usando toda minha criatividade nesse conto, mas vou explicar o por que, é porque estou ocupada com uns trabalhos. Inclusive hoje trabalhei demais, minhas mãos machucadas não me deixa mentir. Meu pai está com uma gripe forte e passou pra mim, imaginem como eu estou animada... É, desculpem. E outros problemas de saúde, sério a minha vontade é só dormir, mas não consigo. Nem comer hoje comi :( . Chega de falar de mim, vou escrever o conto vendo da janela um tiozinho voar de asa delta à motor. Pra mim que tenho medo de altura, esse cara louco está procurando a morte e não sabe onde encontrar. Ou talvez ele só queira sentir um ar fresco perto das nuvens, pois aqui embaixo na terra, 32°.
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- Engraçado, né? - O rapaz sorriu apertando a mão de Amora.
- O quê? Um idiota segurando minha mão sem permissão ou um velho gordo querer matar o cavalo? - Puxou a mão, saiu andar rumo aos cavalos.
- Adoro desafios, rsrs.
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Durante a cavalgada Almir se afastou com Robert para ver parte da propriedade que será usada em uma construção, com o investimento de sócios.
O cavalo de Amora se assustou com uma cobra, empinou e a derrubou de costas no chão. Rafael pulou do cavalo assustado, correu ao encontro de Amora achando que ela estava machucada. A encontrou rindo, gargalhando na verdade, com a cobra nas mãos.
- Ei, não devia brincar com isso. Você está bem? Se machucou?
- Quer segurá-la?
- Não! Amora, solta ela. Deixa ela voltar pra família dela, vai.
Amora percebeu o medo estampado no rosto do rapaz, se levantou com a cobra, olhando-o com cara de quem vai aprontar. Ameçou jogar nele, ele deu um passo para trás.
- Não brinca com isso Amora, um tio meu foi picado por cobra e teve que amputar a perna senão morreria.
- Tadinho dele, rsrs. - Jogou a cobra para cima, ela caiu nos pés de Rafael.
Ele se assustou, correu sem olhar o rumo, bateu em uma pedra, caiu rolando uma ribanceira de 30 metros, batendo a perna em uma pedra. Do alto do morro Amora podia ver o osso da perna do garoto sair da carne. Rafael estava desacordado. Ela simplesmente montou em seu cavalo, colocou novamente os fones de ouvido, cavalgando lentamente de volta para a casa da fazenda.
Almir ouviu um barulho, estavam vendo uma cachoeira, ponto turistico da fazenda. Viu o cavalo que seu filho montava próximo ao barranco, assustado, relinxando, batendo as patas, pisoteando algo.
Em um momento de lucidez, mesmo sentindo muita dor, Rafael encontrou forças para gritar por socorro. Desmaiou novamente, vendo seu pai e Robert atravessando o riacho com o cavalo à galope.
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Trancada no quarto com som de rock no último volume, Amora acompanhava o ritmo da guitarra no CD, tocando sua guitarra. Ana batia na porta, Amora fingia não escutar. Seu celular tocou uma, duas, na terceira vez atendeu:
- Fala, Ana.
- Cadê o menino Rafael?
- Acho que eu não tenho cara de babá, ainda mais de marmanjo. É só isso? Você tá me atrapalhando tocar "Metal contra as nuvens".
- Seu pai acabou de chegar e olhar dele diz que algo ruim aconteceu. Amora, sai do quarto e vem pra sala.
- Tchau, Ana.
Desligou, continuou tocando.
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- Ana ligue para a clínica e diga que é uma emergência, Rafael quebrou a perna. Vai precisar operar, mande prepararem a sala de cirurgia, vamos levá-lo de carro.
- Sim.
- Amora... Ela está no quarto?
- Calma Robert, ela só está tocando e ouvindo música...
- Cala a boca! Eu preciso que tudo dê certo, entende? Trate de fazer aquela menina colaborar ou eu vou perder o resto do meu juízo. Ela estava com ele... Essa menina é o demônio!
Soltou o braço Ana, empurrando ela na parede.
"Demônio igual ao pai" Ana pensou ao ver o novo roxo no braço que ele segurava. Maquiagem, foi passar no braço, Amora iria se irritar muito se a visse marcada. Sempre tentava agradar a menina, era esnobada, recebia palavras ofensivas, agora a aparente maldade em negar socorro à uma pessoa ferida, era inacreditável. Semelhanças demais com Robert, gênio forte, mandona, inconsequênte, e o olhar, exatamente o mesmo.
"Não... Não pode ser. Absurdo, ela não é filha de sangue do Robert." Ana se maquiava, conversando com seus pensamentos no silêncio da alma.
Por ainda amar Robert perdoava a maioria de seus erros, porém ele sempre soube de seu,desejo de ser mãe, colocar uma criança bastarda na sua casa era o mesmo que esfregar em sua face que ela tinha ovário podre, mas os espermatozóides dele eram fortes e fecundos.
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Amora tomou um comprimido, dois, três, um litro de vodka, Ana bateu na porta, sem sinal de vid a do outro lado da porta. O CD parou de tocar, guitarra quieta, nenhum barulho. Mal sinal..... Abriu a porta após chamar dezenas de vezes, sem reposta, usando a chave reserva.
Amora estava deitada no chão ao lado do litro de bebida vazio, espumava pela boca, se debatia, quando por fim desmaiou.