Capitulo quatro: Choque.
Como dormi naquela noite? sinceramente não sei. As imagens do que fizemos ficavam dançando Macarena em minha mente tornando impossível ignora-las. O que eramos agora? Ainda éramos amigos? Amantes? Namorados? Ou algo diferente disso? Isso ficou me atormentando até o momento em que caí no sono sem sonhos.
Meu celular despertou as oito da manhã tocando Born this way da Lady Gaga. Olhei pela janela e ao contrario do Brasil que já estaria claro, aqui o sol ainda estava nascendo.
Sentei na cama e esfreguei meus olhos para espantar o sono. Levantei da cama e fui até a janela e vi que a persiana da janela de Nathan estava aberta, mas ele não estava lá. Deveria ter ido para a escola já que aqui o ano letivo começa em setembro e termina em maio.
Fui ao banheiro e fiz minha higiene pessoal antes de descer para tonar café da manhã com meu pai e Cindy.
Cindy era esposa do meu pai a quase um ano depois de quatro anos de namoro. No inicio eu não gostei muito dela, pois achei que ela queria tomar o lugar da minha mãe. Mas com o tempo percebi que ela só queria fazer parte de nossa vida e não tomar o lugar de ninguém.
Quando cheguei a cozinha, ela e meu pai arrumavam a mesa de café da manhã. Ela sorriu ao me ver, largou a frigideira da pia que chiou ao ser resfriada e abriu os braços para mim. Eu corri até aquela mulher baixinha de pele clara e longos cabelos castanhos e encaracolados e a abracei com força.
– Senti tanta saudade do meu bebê – ela disse começando a chorar – Fui no seu quarto ontem quando cheguei do restaurante, mas você estava dormindo.
– Deixa de ser boba Cindy, poderia ter me acordado.
Ela se afastou de mim o suficiente para que seus olhos cor de caramelo fitassem os meus cor de avelã. Ela sorriu e me deu um beijo na testa e desarumou meu cabelo.
– Tá, tá vocês estavam com saudades um do outro. Todo mundo sabe disso – Meu pai disse indo até a frigideira e pegou duas salsichas – Mas eu estou morrendo de fome. Aliás, Falando m morrendo, Lilian quer te matar por não ligar pra ela quando chegou Lucas.
Esqueci completamente de ligar para minha mãe quando cheguei ontem e pelo que conheço da minha mãe, ela deve realmente querer me matar. Tomamos café da manhã juntos cono uma familia e depois fomos assistir televisão. Eles me deixaram escolher o que assisti e coloquei na nickelodeon onde estava passando Bob Esponja. Devo confessar que amo desenhos animados desde pequeno e por mais que eu fosse crescendo, essa paixão não diminuiu, pelo contrário, ela aumentou.
Estava quase no final do programa quando meu pai me mandou ligar para minha mãe e eu obedeci. Foi quase trinta minutos dela reclamando comigo me chamando de irresponsável, relapso e de egoísta pois não pensei em como ela fica preocupada todas as vezes que vou ver meu pai. ouvi tudo em silêncio, pois se falasse algo começariamos a discutir e eu não queria isso. No final ela perguntou como todos estavam e se eu havia chegado bem. E fez a única pergunta que eu não queria que ela tivesse feito.
– Contou para o seu pai?
Meu coração veio até minha boca e voltou rapidamente. Tanto eu quanto minha mãe achávamos que ele deveria saber sobre mim e concordavamos que deveria ser eu a contar para ele. O problema era que eu não tinha coragem para fazê-lo. Mas prometi a minha mãe que não voltaria para o Brasil sem me assumir para ele.
– Ainda não – disse dando graças a Deus por nem meu pai e nem Cindy falarem português para entender o que eu falava – Nem falei direito com ele ainda, muito menos sobre isso.
– Você prometeu que contaria para ele nessa viagem Lucas – ela me censurou – Não o deixe no escuro filho. Ele é seu pai e vai te entender.
– Eu sei mãe, Mas é difícil sair dor armário assim de repente.
Ela riu do outro lado da linha.
– É engraçado quando você fala "sair do armário". Você dá pinta toda vez
– Por que será né mamy – e juntos rimos.
Conversamos mais um pouco e depois desliguei pensando no quão cara tinha saído essa ligação.
Continuei a assistir desenho na TV até que a campainha toca e me dou conta de que já é uma da tarde. Digo a meu pai e Cindy que eles podem mudar de canal e vou atender a porta.
Não era surpresa alguma que ela tivesse vindo me ver ou que estivesse mais bonita do que a ultima vez que a vi. Jessica largou a mochila na varanda e pulou em meu colo no momento em que eu abri a porta gritando histericamente de tanta felicidade. Se Nathan era meu melhor amigo, Jess era minha melhor amiga. Nos conhecemos na escola quando tínhamos sete anos e foi amor a primeira vista. Não amor como o que eu sentia por Nathan, mas sim amor de irmão.
– Eu senti tantas saudades Lu – Ela conseguiu dizer chorando.
– Também senti Jess – e não era mentira. Eu amava aquela garota tanto que foi dela que eu senti mais falta quando fui para o Brasil e não de Nathan.
– Vem cá amigo que tenho tanta coisa para te contar! – ela pegou a mochila do chão e me levou escada acima cumprimentando meu pai e Cindy rapidamente – Sr e Sra StonKovick.
– Oi Jessica – meu pai gritou em resposta para ela.
Subi as escadas praticamente arrastado e ela trancou a porta do meu quarto assim que entramos. Pela janela eu vida Nathan em seu quarto mexendo em sua mochila, porém antes que eu pudesse admirá-lo por mais tempo Jess fechou a persiana.
Jessica tinha a pele clara como a de Nathan e o Mesco cabelo liso e dourado dando a impressão de que eram irmãos. Sua pele macia e sem nenhuma mancha ou imperfeição dava a ela uma aparência de boneca tamanha sua beleza.
Ela tirou o casaco rosa e o jogou em minha cama E sentou em cima dela com as pernas cruzadas. Fiz o mesmo ficando de frente a ela.
– Adorei o cabelo Lucas. Deu sei lá... Um Up no visual! – ela me elogiou.
– Obrigado – disse sem jeito – Nem sei o que dizer dr você. Está linda garota!
Ela inclinou a cabeça para o lado e sorriu amando ser elogiada.
– Sabia que o Matt e a Kim estão namorando? – ela começou com as fofocas que eu adorava.
— Sei sim garota. O Matt me contou pelo Facebook. Levei um susto né. Ele tem lá aquele jeitinho afeminado e depois daquela historia que o primo dele contou eu tinha certeza de que ele era gay.
— Ele pode ser bi, mas sinceramente acho que ele está usando a Kimberly como disfarce.
– Sabe que também pensei nisso, mas não falei nada.
– Se lembra do Ben lá da escola? – e sem esperar pela resposta acrescentou – A Vick pegou a mãe dele e o diretor da escola se pegando na diretoria. Eles não viram, mas toda a escola já sabe.
– Isso explica por que aquele idiota sempre passa de ano! Porque convenhamos, o Ben é burrinho demais.
Ela caiu na gargalhada concordando.
– Eu estou namorando – Ela disse me pegando desprevenido – tem só três dias e por isso não te contei.
– Namorando com quem?
Alguém bateu na porta nos desviando do assunto.
– Luck? – a voz de Nathan me chamou do outro lado fazendo meu coração acelerar.
Jess se levantou da cama e abriu a porta em um rompante.
— Ninguém te convidou — disse de forma ríspida como sempre falava com Nathan. Eles nunca se deram muito bem.
— Eu tenho livre acesso a casa querida. Não preciso de convite – respondeu no mesmo tom de voz.
Depois ambos caíram na gargalhada me causando estranhamento
— Vem cá linda — ele a puxou pela cintura e beijou-lhe.
Senti meu coração se estilhaçar ao ver aquela cena. O garoto que eu amava com minha melhor amigaDesculpem a demora, mas por algum motivo o site não estava abrindo aqui em casa impossibilitando que eu postas se novos capítulos. Mil desculpas e espero que gostem de mais esse capitulo e aguardem os próximos