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Cheguei no apê e meu irmão estava lá com uma mulher, ele a apresentou como sua namorada, Cibele, ela era quase da altura dele, morena clara, cabelo preto, e lábios grandes. Bem bonita até. Conversei um pouco com eles e fui fazer umas coisas.
Gente, eu não falo muito do Carlos nessa parte, mas eu conversava bastante com ele, coisas diárias, contava as novidades, e ele a mesma coisa. Naquele tempo ele não estava namorando ninguém, dizia ter uns casos com alguns, até mandava fotos, mas que não era nada sério. O engraçado é que todo menino ele falava “ai Patri, estou apaixonado”. Nunca era verdade, só fogo mesmo.
Chegou final do mês e Marcelo falou que iria para a casa dos pais, desde o momento que ele avisou eu passei a estar sempre com o celular. Na esperança de receber uma ligação.
Quando passou essa fase minha deprê (depois de receber noticias do Marcus), eu voltei a caminhar na orla de noite, eu não praticava mais vôlei, nem academia e tinha engordado então eu decidi correr algumas noites pra voltar a forma. E foi em uma noite que eu estava correndo que encontrei o Pedro com um pessoal, nos cumprimentamos e conversamos.
- Pois é. Tu tem visto o Marcelo?
- Sim, às vezes. Mas ele viajou.
- A ta. Nunca mais encontrei com ele, acho que ele tá me ignorando...
- Tu conhece o Marcelo, ele vai te ignorar até tu ir falar com ele, orgulhoso.
- É, quando ele voltar eu vou falar com ele.
- Beleza, vou indo, Pedro. Tchau.
Isso sim chamou minha atenção, tava rolando alguma coisa entre aqueles dois e eu tava cada vez mais curioso.
Já tinha passado dois dias que o Marcelo tinha ido e nada de ligações, até que de manhã eu recebo a ligação do baixinho.
- Oi piradão lindo! – tinha barulho de vento no fundo, aquele chiado.
- Oi meu baixinho. Tá na praia não é? E eu aqui sofrendo de saudades.
- Tô na casa de praia da minha namorada que eu amo tanto haha.
- É hein? Vai lá ficar com ela!
- haha ô amor deixa de ser besta. Tô na casa da minha tia, não convido a menina para esses passeios não. Já falei que eu te amo?
- Não!
- Eu te amooo, pirado. Tô morrendo de saudades, do teu beijo principalmente.
- Também te amo, rapazinho. É fácil matar essa saudade, no dia que eu não aguentar mais eu vou até aí e te sequestro, aí nós iremos sumir do mapa.
- É sério? Tô esperando aqui.
- Opa, já tô me arrumando porque já não aguento mais.
- Logo iremos nos ver, amor. Logo tudo vai voltar a ser como era. Vou ter que desligar agora, o pai não pode me ver com o celular do Marcelo. Se cuida, idiota. Te amo muito, não se esqueça. Beijoooos!
- Tô morrendo sem tu aqui, mas vou aguentar até cê voltar. Te amo, te amo, te amo! Beijos, meu marquinho.
E esse era o motivo que eu tinha para aguentar mais um tempo e tentar viver bem.
Foi em novembro que avisei da minha viagem a Portugal, tinha lugar para ficar lá com o Carlos, também tinha economizado bastante dinheiro e pedido um tanto para o meu irmão. Meu irmão apresentou a namorada a todos da família, estava sério mesmo. E quando o Marcelo chegou de viagem já estava quase na metade de novembro eu fui falar com ele.
- E aí Marcelo, pode falar? – falei apertando a sua mão.
- Posso, entra aí.
Eu entrei e fui para a sala, ele foi buscar uma garrafa de whisky, nos serviu e se sentou.
- Como foi lá? – perguntei.
- Tudo normal, mano. O Marcus mandou o de sempre: um beijo, um abraço, um Eu te amo. E essa carta aqui – peguei a carta e guardei no meu bolso.
- A ta. Obrigado por ser nosso correio, tu está sendo muito importante para nós. Mas eu quero te perguntar uma coisa, sobre o Pedro.
- Iiih, já até imagino. Já disse que não sou gay.
- E por que tu se afastou dele?
- Patrick, ele se declarou pra mim, eu não sou, não quero, nem pretendo ser gay. Eu tô falando de verdade, não sinto atração por homens, nem por ele. Nós nos beijamos e eu não senti nada, só um pouco de raiva. Então preferi me afastar até pra ele não se iludir.
- Nossa... Tu tem que falar isso pra ele, Marcelo. Ele falou comigo um dia e ele tava triste.
- Vou falar quando ele vier aqui.
Nós conversamos mais um pouco, ele contou do Marcus, sobre o aniversário, até disse que a tal namorada era bem bonita, mas parecia ser fresca. Eu estava pensando em Marcelo agora como um amigo, era bom não ter mais raiva dele.
Pulando para dezembro por falta de novidades, faltavam poucos dias para o meu aniversário, eu tinha marcado um churras em um clube com uns amigos e primos. E no dia do meu aniversário eu recebi mensagens de vários colegas, o Carlos me mandou uma mensagem linda também, lembro que até chorei. Passei na casa dos meus pais e eles me desejaram felicidades, e blábláblá, meu pai não pediu desculpa, até hoje não pediu na verdade. Eu senti falta do meu baixinho mas eu entendia e não procurei pensar muito nisso, porque eu tinha que aproveitar com meus amigos. Fui até o clube que seria o churras, tinha muita gente bem mais do que eu havia convidado, mas por mim tudo bem. Muita bebida, comida, rolou futebol e tudo mais. Quando eram mais ou menos 20 horas eu já estava em casa estourado. E fui dormir, mas meu celular tocou e era o Marcelo.
- Oi Marcelo...
- Oi Patrick, tu tá com uma voz de cansado, mas vem aqui em casa, por favor.
- Passo aí amanhã, agora tô realmente muito cansado, mano.
- Porra nenhuma Patrick, vem agora, preciso te falar umas coisas. Tô te esperando aqui vem logo pô!
Falou e desligou, eu tava na morte, mas me arrumei pra ir lá, se ele falou que tava precisando de mim eu não poderia deixar ele na mão depois de tudo que ele tinha feito para mim. Então eu fui ver o que tinha acontecido com eleMais uma parte. Desculpem os erros, eu tento escrever bacana. Adoro o apoio de vocês, os comentários e as opiniões. Obrigado de coração (:
Abraços!
