Coração Indeciso - Capítulo XXVIII

Um conto erótico de Arantes, Henrique.
Categoria: Homossexual
Contém 2307 palavras
Data: 14/01/2014 07:38:51
Última revisão: 14/01/2014 07:43:29

— Desculpe-me! — disse olhando para o lado, era Vanessa e Augusto de carne e osso!

— Tudo bem. — falou a mulher com traços indígenas, Vanessa. Augusto olhou para Ana que falava toda hora “Bruno”. E logo em seguida me olhou, eles estavam indo para o caixa. Logo sai daquela situação e daquele corredor.

— OhMeuDeus, o que foi isso?? — falou Ana com os olhos esbugalhados e com um sorriso oval.

— Foi um prazer à lá Vanessa e Augusto. — falei suspirei, revirando os olhos e empurrando o carrinho. — Falta o arroz e feijão, não? — tentei disfarçar.

— Ela parece ser muito educada, não? — falou Ana.

— Não sei, vai fazer lá amizade com ela. — falei. — Ei, Ana, vais dormir lá em casa?

— Vou. Me empresta ai teu telefone de novo? — falou ela.

— Puxa ai. — disse para ela que tirou o telefone. Tava meio irritada.

Ana no telefone:

“Pai, peça para mamãe reunir umas roupas para mim?”

“Tá, pai. Eu posso dormir lá?!”

“Pai, é na casa da avó do Henrique!”

“Tá, olha é aqui na Rua Marechal Floriano Peixoto”

“Tá, tchau.”

— Bora, já peguei “le haricot et le riz.” — falei.

— O que? — Ela não sabia francês — Que tu pegou?

— Peguei o feijão e o arroz, dãh! — falei.

— Ah tá. — falou ela fazendo careta atrás de mim.

— Tô te vendo. — falei.

— Era para ver mesmo. — retruncou. — Era pra ti ter feito barraco quando o carrinho bateu.

— Eu não tá louca. — Olhei para os caixas — Meu Deus, que filas imensas! — As filas adentravam os corredores. — Meu Deus isso é pós-apocalíptico?

— Num caixa de dez volumes que tem para lá — Apontou para o último corredor da direita. — Não deve ter quase ninguém, bora lá. — falou Ana.

— Se duvidar já tem gente morta lá. — falei. Fomos pelos corredores até o último corredor onde ficava um caixa de dez volumes isolado. Não sei o motivo...

— Ah, a fila não tá tão grande. — disse Ana quando vimos quinze pessoas na nossa frente.

— Também acho, vai ser rápido. — falei.

No corredor ao lado tinha um caixa de grandes volumes e lá estava uma fila imensa. Ouvi aquela voz “educadinha” num tom bem alto.

“De novo essa Jessica, Augusto? Ela ainda não aprendeu? Vive atrás de ti que droga!” falou Abismada.

“Não sei quem é essa Jessica, Vanessa. Aquela Jessica tá em Campo Grande!” falou Augusto calmo.

Ana olhou para mim rindo e mimicou “Fomos nós!”

“E eu sou a paquita da Xuxa” falou Vanessa alterada.

“Acredita se quiser!” falou Augusto num tom de pouco caso.

“AH, AUGUSTO, QUER SABER? TÔ CANSADA DA TUA CAFAJESTAGEM! ACABOU!” gritou ela.

«Foi nossa culpa?» mimicou Ana.

« Foi! » mimiquei em resposta.

— Olá — disse alguém atrás da gente. Viramo-nos para “a voz”.— É a vez de vocês! — Ana chupou o ar pelos dentes.

— Ah, meu Deus Felipe! — dei um abraço em Felipe. Por sorte só tinha ele atrás da gente. — Quanto tempo!

— Caraca, Henrique! — falou Felipe. — Como tás cara?

— Lindo, ótimo, maravilhoso. — fomos até o caixa — Conhece? — falei apontando para Ana.

— Putz, que mundo pequeno! A menina da praia! — falou ele. — E ai beleza?

— Beleza. — falou Ana tentando ficar longe de Felipe.

— Onde tás morando? — perguntou-me.

— No Condomínio das Teresas, com meus pais. — respondi. — Mas tô na casa de vovó. Lembras-te dela, não?

— Claro que eu me lembro da Dona Chica! — perguntou. Vi Augusto me olhando pelo espelho convexo.

— Tchau, Felipe. — disse rindo e pagando as compras.

— Não, ei! Me esperem eu levo vocês em casa! — falou Felipe.

— Não precisa. — disse Ana.

— Ah, não precisa sim. Tô cansadérrimo! — falei.

Queria que a Ana ficasse com ele. Há semanas ela me falava dele. Eu não me lembrava dele, realmente não me lembrava. Faz tipo uns dez anos que não falava com ele.

— Bora sentar ali — apontei para um banco. Me celular gemeu.

(Na linha)

— Henrique, menino, pelo amor de Deus onde tás? — falou vovó.

— Tô no supermercado linda! — falei rindo. — A Sra. sabe quem eu encontrei?

— Hm. Quem? — falou ela num tom de impaciência.

— O bigadinho. — falei. E o Augusto me olhou semicerrando os olhos. Sorri para ele, um sorriso perverso.

— Tá, mas vem agora! — falou vovó.

— Beijinho, vó linda. — falei e vovó desligou.

— E ai, bora? Ana, não é? — falou o Felipe ao lado de Ana.

— Sim — falou Ana rindo. — Vamos. Começamos a sair do supermercado. Deixei as coisas rolarem entre eles.

— Esperem vou comprar um Milk-shake. — Fui ao stand. — Por gentileza — tentei pegar no meu bolso de trás minha carteira. — Puta merda! — tapei minha boca. Tinha um garotinho do meu lado.

— Mãe, mãe! Ele falou palavrão! — Apontando para mim.

— Não, não falei, não. Eu falei: pudim de merengue. Viu? — falei.

— Foi, filho. Foi isso, vamos! — falou e puxou o garoto para o estacionamento.

— Não, não foi! — disse o garoto incomodo.

— Ana, perdi minha carteira! —falei. — Acho que deixei no banco espera ai. Quando fui até o banco, vejo Augusto segurando a carteira.

— Tu esqueceu aqui. — falou ele batendo-a na mão e franzindo os lábios.

— Foi. — disse envergonhado. — Obrigado. — ia pegá-la. Ele não deixou.

— Tu ouviu. Eu terminei com a Vanessa... — falou.

— Por causa da Jéssica. — falei.

— A Jéssica tá em Campo Grande. Foi tu que foi lá. Lalaca? — ele me olhou.

— Não sei o que tu tás falando. — Me fingi de desentendido. Cocei meu nariz.

— Agora eu tenho certeza. — Ele se levantou e me abraçou. Todo mundo nos olhou.

— Para com isso, Augusto! Tenho que ir para casa. — tentei me soltar.

— Valeu a pena soltar tudo por ti. — Ele me beijou.

Não acreditei que ele tava fazendo aquilo em pleno 2011! Meu Deus!

“V(i)ados, vão se agarrar longe daqui!” soltou um velho ranzinza.

— Não vou deixar mais ninguém tocar no que é meu! — falou ele.

— Me leva para casa? — perguntei levantando a sobrancelha.

— Com certeza. — falou ele apertando minha cintura num abraço. — Espera um momento. — ele se virou para um entregador. — Você poderia levar até o estacionamento para mim? — falou para: o carinha que empurra as compras até o carro? Acho que é esse o título Haha’

Ana apareceu e disse: “Bora Henrique!!!”

— Vou com Augusto — disse para Ana.

— Tudo bem. — ela suspirou e revirou os olhos. — Ainda não te ligaram? — caminhamos até o estacionamento. Ana mais próxima de mim e, Augusto mais afastado. — Perdeu a vontade de tomar Milk-shake?

— Uhum. — falei balançando a cabeça — Ah, não, não me ligaram. — falei. — Por quê?

— E ai? — falou Felipe apoiado num Siena 2012.

— Vou com ele — Apoiei-me em Augusto. — Massssssss — arrastei bem o S —, a Ana vai contigo.

— Tudo bem, vem Ana. — falou ele entraram no carro.

— Queres o Milk-shake? — perguntou Augusto, ele pegou minha mão. A dele estava gelada pela primeira vez que a toquei. Ele

— Não, esquece. É bobagem. — falei. Ele abriu a porta do carro. — Querendo me comprar com um Milk-shake é? Prostituição por Milk-shake? — Eu ri, entrei.

— Tu vale muito mais que um Milk-shake. — falou ele ligando a ignição. — Muito mais. Por que tu decidiu ir lá em casa? — disse ele.

— Foi Ana... Ela me forçou. — falei.

— Sei... — falou ele sorrindo. — Tava pensando até em te dizer para tu parar de falar com ela. — falou ele. — Masss.... — falou ele.

— Posso ligar o rádio? — perguntei.

— Liga. — falou ele.

Liguei o rádio e estava tocando “Take On Me”.

—Ah, eu amo essa música. — falei fechando os olhos. — Não!! — falei segurando na perna dele. O tecido grosso da calça jeans dele. Ele tava pegando o caminho para o condomínio. Ele me deixava louco. Eu tava me segurando, mas havia falhado.

— Ah! — Ele gemeu, parando o carro. — Não faz assim, tu sabe que eu enlouqueço. — Acariciei o rosto dele e senti sua que estava crescida.

— Me beija. — falei para ele. Meu coração estava disparado. A mil por hora.

Quando chegou no trecho “I'll be gone”, intensificamos. Estávamos conectados!

Eu não sabia mais o que senti ou o que deixava de sentir. Estava com saudade dele mesmo não querendo aceitar. Uma parte de mim pulava por dentro cheio de padedês e pulos artísticos.

— Uau — ele disse depois da música acabar. Encostou-se no banco profundamente. — Nunca vivi nada igual ao que eu vivo contigo, garoto louco.

— É, talvez seja... — falei.

— E é. — retruncou ele fazendo o carro andar novamente. — Por que não queres ir para casa?

— Não, é que eu tô na casa da vovó. — falei.

— Fugiu de novo? — disse ele fazendo o retorno.

— Não. É que eu queria dar um tempo para o condomínio. — falei. — Sei lá, tô afim de te perguntar e vou. Quero sinceridade!

— Tá — falou ele.

— Por que tu ainda não tinhas terminado com a tal Vanessa? — perguntei.

— Porque o pai dela é dono de dois hospitais onde trabalho. — Sacou? — falou ele gestualizando.

— Por que tu não me disseste antes? — falei me virando para o lado. — Que droga! — falei beijando e abraçando ele.

— Por que tu tava me deixando puto só isso! Depois quando eu queria falar contigo ninguém deixava. Teus pais confirmaram que tu tavas em Goiânia — falou ele.

— Eu falei que eu não queria mais contato com a família Padilha. — falei envergonhado.

— Puta que pariu! Foi maior dificuldade para eu me aproximar da tua família! — falou ele meio alterado.

“Estamos apresentando: Anos 80~90 sem comerciais!”, falou o apresentador.

— Ah, mas logo passa! E tu falaste que eu precisava de ajuda psicológica! Minha mãe tava pensando seriamente nisso. Fique puto com isso. — falei cruzando os braços.

— Ah, amor, foi sem querer. — falou ele rindo.

“Agora Kid Abelha com Pintura íntima” falou o rádio.

— Sei, sem querer. Quero fazer uma coisa ... — falei tocando na coxa dele. Ele parou o carro e fechou os olhos.

— Vai faz. — ele disse.

— Seu safado! — falei.

— Vem meu neném. — falou ele me dando beijos no pescoço.

— Ainda tá duro! — subi minha mão até o zíper, mas logo tirei-a de lá.

— Tá... — ofegou — E tá pronto para ti.

— Hm, que gostoso. — murmurei em seu ouvido, mordendo e suspirando em sua orelha. Subi em cima dele. Comecei a beijá-lo. Acariciando seu cabelo, os fios de seu cabelo por entre meus dedos. O tecido de nossas calças tinha muito atrito. Seu volume imenso como nunca antes.

— AH! — Ele gemeu se desprendendo mais do beijo. Sentei-me mais em cima dele. Ele tinha chegado em seu ápice, ele sorriu me beijando.

Agora, na rádio, tocava “Legião Urbana – Tempo Perdido”.

— Veja o sol dessa manhã tão cinza

A tempestade que chega é da cor dos teus

Olhos: castanhos.— Olhei em seus olhos e lhe taquei outro selinho.

Olhei em seus olhos e beijei-o. Deitei minha cabeça em seu peito. Olhamos para Lua que estava quarto de crescente.

— Nosso amor vai crescer como ela? — perguntei a ele.

— Se tu quiseres... vai — falou ele. Eu olhei para ele. — Te amo — me disse. Como sempre me dissera antes... Cheio de sentimentos. — E tu sabe disso — Deixou duas lágrimas caírem.

— Eu também te amo, meu amor. — beijei-o. Meu telefone vibrou.

E quando fui tirar do bolso atendeu no viva-voz:

— Henrique, eu sei que tu tá com ele. Fica comigo! — falou Bruno, Augusto puxou o telefone do minha mão.

— Não fode, cara! Não fode com minha paciência. Tô te avisando! — falou ele desligando o telefone.

— Calma. — falei acariciando-o. — Foi só uma ligação. Nós estamos juntinhos aqui. — falei abraçando-o e beijando-o.

— Como ele sabe teu número? — perguntou-me mais calmo.

— É o mesmo de sempre horas. — falei dando de ombros. — Teu número tava bloqueado no outro aparelho.

— Caceta. — falou ele rindo.

— Tá ótimo aqui contigo, mas a vovó nunca mais vai me deixar sair de casa. — falei, saindo de cima dele.

— Puta que pariu, verdade! Tenho que te levar para casa. — falou ele — Por que a gente não se casa logo? — falou ele se inclinando para me beijar.

— Porque nós moramos no Brasil? Um país... Sei lá... Preconceituoso? — falei como se desse de ombro. — Meu Deus, nove e vinte e cinco! — falei.

— Calma a gente está a três ruas da casa da tua avó!

— Tudo bem — falei mais aliviado. Enquanto tocava “Elis Regina - Altos e Baixos”. Augusto ia mudar. — Não, por favor, deixa ai. — Toquei na mão dele acariciei-a.

— Tudo bem — disse ele parando o carro na frente do prédio. — Até logo, meu amor. — me beijou — Te amo. Hoje tu provou que perto de ti não muitas coisas para me fazer feliz.

— Para, meu namorado — sorri para ele tirando meu cabelo do rosto. — Te amo. — beijei-o. — “Nossos filhos” — falei ao mesmo tempo que Elis Regina. —, vamos tê-los, não?

— O que você quiser. — disse ele. Duas lágrimas caíram do alto de minhas bochechas.

— E eu correndo o risco de perder-te. — falei. — Que tolo. — meneei a cabeça e beijei-o.

— Tchau, amor — disse ele quando eu sai do carro. Fechou o zíper.

— Tchau, amor. Não quero saber de ninguém fazendo o que eu fiz hoje viu — soltei um risinho.

— Só tu para fazer mesmo... — retruncou ele rindo.

O seu carro foi e o vi indo, me deu um aperto no peito. Uma mensagem chegou “Olha para o lado.”. Olhei para um poste. Tinha uma figura forte e com cabelos lisos.

— E ai? Gostou da trepada com aquele idiota? — falou Bruno. Ele estava com os olhos vermelhos. Havia vários carro de porte grande e que com certeza impediram a vista de Augusto alcançar Bruno.

— Vai para casa Bruno. — falei chegando perto dele, descendo uma rampa que tinha do lado direito da calçada que era mais alta do que deveria.

— Cala a boca cara, deixa de ser idiota. Ele só te quer para isso! TREPAR — Sublinho. Agarrou meus ombros — Tu fez com ele, agora tu vai fazer comigo — falou ele prendendo meus dois braços em minhas costas com uma mão só e com a outra tapou minha boca.

Tentei parar, mas ele me empurravaGente, me desculpem por mais uma vez ficar um dia sem postar. E quanto as dicas, amo-as!! Me ajudam a melhorar cada vez mais o nosso conto! Então... Espero que tenham gostado e se deliciado com esse capítulo e que se deliciem com o que ainda vem por ai! Beijos!

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Comentários

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Muito bom, não acredito que o Bruno vai abusar do Henrique. Ah e espero que o Augusto dessa vez fique só com ele(Henrique).

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Nossa esse bruno e louco só pode, e FINALMENTE DEU UMA CHANCE AO AUGUSTO, to adorando essa história continua logo

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