- Luke?! O que é isso? – perguntei, ligeiramente nervoso.
- Desculpe, não consegui me controlar – disse, beijando-me o pescoço – você quer que eu pare?
- Tudo o que eu mais quero é continuar, você sabe, mas...
- SEMPRE ALGUM MAS! – Luke falou, irritado – Ok, vou dormir, boa noite.
Luke se virou de costas para mim, eu não sabia o que fazer, tudo o que eu mais queria era tê-lo junto a mim mas... Não daquele jeito! Eu precisava me preparar para aquilo, queria que fosse algo especial, queria que aquilo fosse algo para ser recordado eternamente.
- Luke – disse eu, beijando seu ombro – me desculpa.
Virando-se para mim, ele me encara e me dá um beijo.
- Desculpe-me Marc, eu preciso compreender, você precisa do seu tempo mas... Mas eu não aguento esperar! Todo o momento em que estamos juntos eu só penso em ter seu corpo junto ao meu, em possuí-lo – ao terminar a frase ele me aperta forte junto a seu corpo.
- Eu sinto o mesmo – disse eu – mas pode afrouxar um pouco o abraço? Não estou conseguindo respirar.
- Desculpe – disse ele, rindo – mas quero você assim junto a mim.
Nos beijamos e eu apoiei minha cabeça no peito de Luke, sentir seu braço em volta de meu corpo, senti-lo junto a mim, aquilo tudo era maravilhoso.
Acordei e Luke não estava na cama, estranhei, levantei e fui até o banheiro escovar os dentes. Me lavei e fui até a cozinha, comer alguma coisa quando encontro Luke e meu pai rindo.
- Criança! – meu pai disse, vindo e me dando um beijo na testa – Desculpe por ontem a noite, eu exagerei.
- Não pai, eu não deveria ter feito aquilo – eu disse, de cabeça baixa.
- Eu conversei com seu pai, Marc – Luke disse me olhando – contei que nada acontecera quando ele chegou ontem a noite.
- Não aconteceu, mas aconteceria? – meu pai disse a Luke, entre risos.
- Provavelmente – Luke respondeu, um pouco sério, mas logo abriu um sorriso – se Marc quisesse, é claro.
- Para com isso, Luke! – eu disse, envergonhado, ver meu pai e meu namorado falando sobre MINHA VIDA SEXUAL? Era demais para mim, sem dúvidas.
- Calma criança – respondeu meu pai – preciso te falar uma coisa. Amanhã vou para Roma, uma sessão de fotos maluca de Donatella, vou ficar uma semana por lá.
- Pai! – disse eu, inconformado – Você acabou de voltar de viagem, vai sair de novo? Eu entendo o seu trabalho, eu também viajo bastante, mas queria você mais perto – terminei a frase, abraçando-o.
- Não fique assim, criança – meu pai respondeu, calmo – eu volto logo. E até onde eu sei você tem várias obrigações com Zac (Zac Posen, no caso). Luke – meu pai disse, sério para Luke – Gianni vai comigo para Roma, você pode ficar com Luke?
- Será um prazer Sr. Demarchelier – Luke disse, também sério – vou adorar passar um tempo com seu filho.
Ajudei meu pai a arrumar os equipamentos e fomos ao aeroporto despachar as malas com as luzes, câmeras, lentes... Amo fotografia, mas é sempre tanta coisa envolvida, fico maluco com os cálculos que são necessários para se fazer uma boa foto.
Depois do aeroporto fui ao hospital, era o dia da alta de Zac e eu precisava ir, havia prometido para ele. Cheguei lá, seu irmão e seus pais estavam lá também, tentei ficar longe mas quando Zac me viu gritou meu nome, de longe!
- Marc! – ele disse, vindo a mim – Achei que você não fosse vir. Meus pais já estavam assinando os papeis da alta, e você não estava aqui.
- Eu prometi que viria, não prometi? – eu disse, olhando para ele.
- Prometeu, é claro – ele respondeu, parecendo aborrecido.
- O que foi? – perguntei, não entendi o aborrecimento, afinal de contas eu estava ali – Eu estou aqui agora, não estou? Porque está bravo?
- O jeito indiferente o qual você falou comigo – ele respondeu – eu achei que você gostasse de mim. – comecei a falar mas ele me interrompeu – Eu sei que eu não mereço que você goste de mim, eu sei que eu fui um cretino, mas me desculpe, você foi tão bom comigo.
Não respondi, não havia o que dizer. A enfermeira anunciou que eles estavam livres, cumprimentei os pais de Zac e me despedi dele.
- Você já vai? – ele perguntou.
- Claro Zac! A pancada foi tão forte assim? – eu disse, rindo – Eu não moro aqui no hospital, preciso ir para a casa, além do mais tenho que cuidar de muita coisa ainda.
- Não é disso que estou falando – Zac respondeu, irritado – você não vai me acompanhar até em casa?
A mãe de Zac, muito gentil, me convidou para almoçar. Eu aceitei, ela tinha sido gentil e eu quis ser gentil também. Provavelmente a senhora Westfield não sabia que eu era o responsável por seu filho estar no hospital, mas a culpa não era só minha.
Chegando a casa de Zac fomos a seu quarto, que era lindo. Zac era capitão do time de natação e isso ficava claro quando entrávamos em seu quarto. Diversas fotos, medalhas, troféus das vitórias dele, provavelmente se quisesse Zac seria aceito em qualquer universidade. Eu estava olhando algumas fotos numa estante quando ouvimos sua mãe nos chamar.
- Venham almoçar! – a mãe de Zac nos chamou.
- Já vamos! – Zac gritou tão alto que meus ouvidos chegaram a doer.
- Ok, agora estou surdo – eu disse, sério – então vamos lá.
Eu estava saindo do quarto quando Zac me segura pelo braço. Eu só pensava “Sério que ele vai encrencar comigo DENTRO da casa dele?”
- Zac, me solta! – eu disse, fazendo força para me soltar, o que era inútil, já que ele era muito mais forte que eu.
- Desculpe – ele respondeu, me soltando, e ficou me encarando.
- Ok – eu disse, sem entender nada – vamos comer algo então.
Quando eu me viro para sair do quarto ele me segura, virando-me e me abraçando.
- Desculpe, eu preciso fazer isso – ele me disse, quando me beija de surpresa! Eu fico atônito, não esperava aquilo, EU NÃO QUERIA AQUILO! – Acho que eu sempre quis você ao meu lado, implicar com você era só um pretexto para me aproximar.
Eu não falei nada, não havia nada a ser falado, saí correndo da casa de Zac sem saber ao certo o que eu deveria fazer, liguei para Luke e pedi para ele me buscar, ele percebeu meu nervosismo mas não questionou.