==========2ª temporada==========
Então, gente... Desculpem a demora, mas é que eu esqueci de avisar no último conto que eu ia demorar pra postar a 2ª parte desse conto de propósito... Foi mal mesmo... Maass, ele tá aí. Esse ficou meio longo, e não tem erotismo, só algumas coisas sentimentais e etcOlhei pro meu despertador. Eram 4 horas da manhã, e ainda não tinha conseguido dormir. Chico estava acordando também, lambendo o próprio saco. Mas aquele saco estava cheio. Literalmente cheio. Ah, pronto. Chico não era castrado... Minha mente começou a divergir, tentando ignorar ao máximo qualquer coisa.
Vou contar como foi ontem. Cheguei em casa, meu pai estava comendo amendoins no sofá. Quando ele me perguntou sobre o encontro, eu gelei. Ele me mandou ir pro quarto. Cheguei lá, troquei de roupa e sentei na cama.
- Daniel. - Ele entrou no quarto e sentou na outra cama, ficando de frente pra mim. - O que...
- Pai, desculpa! Eu só saí com...
- Daniel, não me interrompe. - Ele respondeu, permanecendo sério. - Por que você não me disse a verdade?Daniel, me responde. Por que você não me disse que ia sair com esse rapaz?
- Porque... Eu não... Você não ia deixar...
- Por que você acha isso? Você têm 17 anos de idade! Sabe tomar conta pro próprio nariz e quebrar a cara!
- Mas da última vez que eu terminei, você não quis que eu saísse com ninguém...
- Porque você era muito novo ainda pra entrar em relacionamentos! Seu ex-namorado era um adulto, e você ainda era uma criança... Você ainda é meu bebê. Eu não quero ver você nas mãos de quem te trata mal. - Ele se levantou. - Me dá seu celular. Você tá de castigo.
- O que? Por quê?
- Você mentiu pra mim. Até você entender seu erro e blá blá blá (ele falou desse jeito), vai ficar sem seu celular por 1 semana. E vou responder todas as suas mensagens.
- NÃO!
- Não ponho créditos no seu celular então.
Não tive escolha. Meu pai é o mestre da negociação. Que ninguém me mande mensagens até sábado, por favor... Escovei os dentes e peguei o telefone fixo.
- Ah, e se você se atrever a ligar pra algum número que não seja da família ou emergência, vou descobrir, e vou fazer alguma coisa que você nem imagina. - Ele falou.
Coloquei o telefone no gancho e fui deitar. Fiquei com insônia, e aqui estou, olhando para o meu despertador. Comecei a ler pra tentar pegar no sono. Duas horas e meia mais tarde, eu consegui terminar de ler Pollyanna e dormir. Era sábado, e meu pai me mandou arrumar, pra irmos na casa da minha tia Cláudia. Era aniversário do Pedro. Teve churrasco (eita povo que adora uma carne assada), umas comemorações, um futebol de sabão, que meu time saiu o vencedor, claro. Se fosse esporte olímpico, eu representaria o Brasil, humildemente falando... Na verdade, é o único esporte que eu sou bom mesmo...
No final da tarde, acendemos uma fogueira atrás da casa e ficamos escutando o Pedro tocar violão. Nossa família devia ser de prodígios musicais, só pode. Victória colocou a cadeira dela no meu lado e começou a falar comigo.
- E aí, Dani? Como vai seu boy?
- Vicky... Não vai.
- Oh! O que aconteceu?
- Lembra do Rodrigo? Como eu terminei com ele?
- Aham..... Ah! - Ela passou o braço por cima do meu ombro.
- E você e o Felipe?
- Por isso que eu vim até você. Algum homossexual deu meu celular pra ele, sabe?
- Hehehehe... - Ri, sem graça.
- E depois de ler todas as mensagens que ele me manda sem parar... Ele realmente não quer abrir mão de mim... Precisava que você marcasse de encontrar com ele aqui em casa (ele não sabia onde ela morava) pra eu fazer uma fogueira e a gente cantar, mas vi que você e o Gabriel não estão mais se entendendo por causa do...
- Mas eu posso conseguir isso ainda.
Eu tinha liberdade pra conversar com a Vicky sobre essas coisas. Afinal, todos os nossos relacionamentos morreram à base do álcool. Não era de se surpreender que odiávamos o produto. Ela marcou num restaurante no mês seguinte e eu só precisaria marcar com o Felipe.
Era domingo. Eu e meu pai acordamos, caminhamos com o Chico até o shopping e voltamos, arrumamos a casa e almoçamos. Passei o resto do dia sem nada pra fazer. Meu celular estava privado de mim. Fiquei assistindo TV e comendo amendoins o resto do dia todo (é viciante a sensação de descascar o amendoim e comer), até cair no sono. No dia seguinte, acordei, fiz meu ritual pra ir pra escola e meu pai me levou. Subi pra minha sala e esperei a aula começar, pra terminar, e depois continuar meus dias num ritmo monótono, repetitivo e infinito.
Quando o professor de história chegou, ele já foi anotando no quadro sobre um trabalho que teríamos que fazer. A parte boa desse trabalho é que, só com ele, eu já passaria de ano direto, e só precisaria fazer o ENEM e a segunda prova. A parte ruim, é que era em grupo, e não poderia ser individual. Esperaria até todos os grupos ficarem cheios pra eu entrar no que sobrasse, mas eu tinha sido chamado por alguns meninos. Eles eram até legais. Já tinha esquecido de como era ter amigos héteros, e, aparentemente, eles não tinham problema com a minha sexualidade, então... O trabalho era um resumo sobre qualquer cidade importante do mundo e sua história e cultura. Após um longo debate entre os meninos, eu sugeri Atenas ou Esparta, da Grécia. Todos preferiram Esparta, e eu fiquei responsável pela parte da mitologia.
Eles mal sabiam que era a mais fácil. Quando se escuta Grécia, a primeira coisa que vem na cabeça é mitologia e deuses, por isso achavam que era o que mais tinha pra estudar. As outras aulas foram correndo, até o intervalo. Quando bateu o sinal, eu voei pela porta e desci as escadas. Fui pro meu esconderijo da vez que eu terminei com o Gabriel pela primeira vez, e sentei lá. Depois de muito tempo, reparei que ele tinha aparecido no anterior e sentado lá. Ficava mandando mensagens (provavelmente pra mim, mas né...) e dava um soco no chão quando eu "não respondia".
- Ele tá tão sozinho, tadinho. - Uma voz falou do meu lado. Se não fosse pelo telhado baixo, eu pulava ali mesmo.
- Emily! Cacete! Como cê me achou? - Sussurrei.
- Não é difícil... Você tá no meio do caminho.
- Do caminho de quem?! Só se for do Joe, a cadeira que anda sozinha, né?
- Quem?
- Esquece... Ah, Emily! ... O que que eu faço? Eu AMO ele, mas eu tenho medo dele fazer de novo.
- Esquece ele! A gente não vai te deixar ficar com ele de novo.
- Cada vez que eu tento me distanciar mais, acabo me machucando, e ele também.
- É só deixar de pensar nele...
- E o pior, é que ele não vai desistir fácil de mim...
- Você tá me escutando?
- Tô, mas eu não tô nem aí. - Falei brincando.
O sinal bateu e o Gabriel se levantou. Vi que ele tinha deixado um papel pra trás. Saímos do esconderijo e me dirigi ao lugar, sem ser notado. Peguei o papel e abri. Era uma cifra. Não sabia de que música era, porque ele tinha apagado as legendas, deixando só o som do violão, mas no final tava escrito: "Não me esqueci disso, e nem quero esquecer <3". Decidi ler depois. Quando o sinal tocou pra hora de ir embora, eu corri pela porta e pelo portão da escola sem nem despedir do ar que tava respirando. Entrei no carro do meu pai e começamos a andar.
- Pai, me leva pra casa da tia Cláudia?
- Por quê? Você quer almoçar lá de novo?
- Aham!
Ele tirou o celular do bolso e pediu pra eu discar o número do telefone da minha tia. Quando eu apertei o botãozinho verde, coloquei no alto falante.
- Alô?
- E aí, Cláudia... O Daniel pediu pra almoçar aí na sua casa e...
- Se vocês podem almoçar aqui? Claro! Daniel tá com saudade da comida da tia, né?
- É, uai! - Falei.
- Vem mesmo.
- Ok. Tchau.
Pronto. Agora era só chegar, almoçar e pedir o violão do Pedro ou da Victória pra tocar a bendita música. Chegando lá, abracei minha tia e a Victória, mas o Pedro não estava, e fui almoçar. Terminando o almoço, vou pro quarto da Victória e pego o violão emprestado.
- Qual música você vai tocar? - Ela perguntou.
- Essa. - Tirei o papel do bolso. Ela pegou e analisou a cifra.
- Tem certeza que não quer que eu toque pra você?
- Por quê?
- Dá aqui.
Entreguei o violão pra ela e ela o afinou.
- Te prepara, porque a música é enorme. - Ela falou.
Quando ela começou a tocar, não reconheci qual música era aquela, até ela começar a cantar.
- ♪Não tinha medo tal João de Santo Cristo,
Era o que todos diziam quando ele se perdeu.
Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda,
Só pra sentir no sangue o ódio que Jesus lhe deu.♫
Aquilo foi o fim do pavio da minha bomba de sentimentos. Comecei a chorar, e ela continuou a música. Ela honrou os 10 minutos de música, e ainda no final disse: "Não me esqueci disso, e nem quero esquecer... Menor que três... Não, é um coração! Own...". Quando ela terminou de tocar, ela me abraçou e enxugou algumas lágrimas minhas, porque elas não paravam de sair, daí ela desistiu e me deitou no colo dela, enquanto ela mexia com meu cabelo.
- O que tem nessa música? - Perguntou Vicky.
- O que? Como assim?
- Por que você tá chorando?
- Ah... - Enxuguei uma lágrima. - Um dia, eu tava deitado com a cabeça no peito dele... E ele é um amante de Legião... Aí, ele começou a cantar essa música, e eu fui lembrando os versos aos poucos... Ele foi cantando essa música durante os dias também, e eu completando... Parecíamos mesmo com um casal desses de filmes...
Ela levantou minha cabeça do colo dela e olhou no fundo dos meus olhos.
- Daniel. - Ela falou, num tom sério. - Você já vai terminar o ensino médio. Depois disso é faculdade, trabalho e namoro. Trabalho é opcional, mas namoro é obrigatório. Você simplesmente não aguenta a pressão dos seus estudos, e precisa de uma válvula de escape...
- Isso vai chegar a algum lugar, porque você meio que tá machucando meus ombros...
- Ah, desculpa. - Ela voltou a ficar séria. - Você quer voltar com ele?Daniel, esquece a traição. Lembra do seu primeiro beijo com ele. Ah, me conta como foi?
- Ai, Deus... A gente tava no meio fio da rua de casa, aí eu falei com ele que pro meu pai perdoar ele e tal... Aí ele me beijou de uma vez. Eu tava distraído, e foi uma sensação boa, mas eu fiquei assustado e parei o beijo... - Sem perceber, eu tava mordendo meu lábio de baixo, do jeito que eu fazia quando olhava para o Gabriel, quando ele tava distraído e dava pra ver o contorno do corpo dele pela camisa. -... Preciso falar com ele!
- Ai, ai! Vicky, a cupido! - Ela dizia.
- Daniel, eu preciso voltar pro trabalho... Você quer que eu te deixe em casa, ou você volta sozinho?
- Vou com você, pai! - Respondi. - Tchau, Vicky! Tchau, tia Cláudia!
Subimos no carro e voltamos pra casa. Meu pai estava sério, e eu pensei que aquela era a oportunidade perfeita pra falar com ele.
- Pai...
- Oi?
- Me desculpa por ter saído sem te falar...
- Por que você tá pedindo desculpas?
- Porque, pai, meu coração tá em um milhão de pedaços! Eu precisava esquecer do Gabriel pelo menos por uma noite!
- Danie...
- E, assim como foi antigamente, eu pensei que você não ia deixar sair com outro cara! E se você não deixasse, eu ia ficar desesperado! O Rafael foi a primeira pessoa que me ofereceu um ombro pra chorar (literalmente), e eu só não queria chorar sozinho...
Eu comecei a chorar, e meu pai ficou calado. Acho que eu desmaiei dentro do carro, porque eu não lembro do que aconteceu depois disso, só sei que acordei de noite na minha cama, e meu pai no escritório dele trabalhando. Fiquei com medo da reação dele. Fui na cozinha e preparei algo pra comer. Meu pai escutou meu barulho e foi pra cozinha. Nos encaramos como quando dois cachorros brigando por território se encaram. Ele me abraçou e eu retribuí, sem entender coisa alguma.
- Daniel... Você e o Victor são as únicas coisas que eu tenho que têm valor. Eu não quero te perder, depois que eu perdi sua mãe... Você é a única coisa que me restou dela... - Ele começou a chorar. CHORAR, SIM. MEU PAI, CHORANDO.
- Pai... Você não vai me perder... Eu sei me cuidar agora...
- Não sabe não. Eu te peguei no colo desse jeito... - Ele me levantou e me carregou no colo. - E você não passava de um bolinho de carne humana com olhinhos azuis da cor do céu. Eu...
- Pai... Eu já sei dessa história... Você beijou meu nariz e me chamou pelo meu nome pela primeira vez, e eu caí no sono...
- Nããão. Você é meu bolinho de carne.
Senti a embriaguez na sua voz. Não tinha cheiro de álcool, mas ele estava sonso demais pra fazer qualquer coisa. Levei ele na cama dele, ele escovou os dentes e deitou, comigo no braço dele, me abraçando. Não deu nem cinco minutos e eu já estava livre do abraço dele. Voltei pra cozinha pra terminar de lanchar e fiquei até de madrugada fazendo o relatório de Esparta, sobre mitologia. Estava sem sono, afinal, havia dormido a tarde toda.
Quando eu fui dormir um pouco, às 4 da manhã, não consegui. Fiquei deitado, pensando por que meu pai tava estranho antes de dormir. Milhões de motivos correram pela minha cabeça, até eu ficar cansado e meu despertador tocar. Fudeu. Tava morto de sono.
Fui tomar banho e troquei de roupa. Finalmente tinha um uniforme, que era só uma camisa preta com o símbolo da escola no peito esquerdo. Desci as escadas e fui acordar meu pai. Ele estava estirado na cama, e babando no travesseiro.
- Pai. Pai, acorda... Você tem que ir trabalharTá...
Ele se levantou e foi lavar o rosto. Eu peguei minha mochila, e abri a porta, e escutei chuva. Ótimo. Peguei minha sombrinha e entrei no carro, com meu pai atrás. Chegamos na escola, e eu despedi do meu pai com um abraço. Abri minha sombrinha e entrei.
As aulas foram passando, e eu fui apenas querendo dormir. Quando chegou no intervalo, Karina entrou na minha sala e me viu.
- Daniel! - Ela chamou. - Adivinha!
- O quê?
- Eu falei pra adivinhar, bosta!
- Hm... Você emagreceu?
- Não, mas... Você acha? Enfim, a Jade tá grávida! - Ela falou, animada.
- Sério? Ah, droga, deia ter visto antes que o Chico não era castrado...
- Do que você tá falando? Foi o melhor presente que eu ganhei... Fora suas botas, claro. Olha como elas ficam lindas.
Ela estava vestindo as botas que eu comprei pra ela. Ela tava muito feliz, e bonita.
- Ah, e eu esqueci as fotos do Chico... Enfim, mal posso esperar pra Jade ter filhotes! Eles vão ser tão fofinhos!
- Hahaha!
Ela se levantou e virou pra mim. - Ah, antes que eu me esqueça... Rafael não parou de falar de você esse fim de semana todo...
- Fala com ele que eu também não esqueci do que ele fez por mim.
Ela foi embora, e eu deitei a cabeça na mesa. Com toda essa situação, não tive tempo pra pensar no Rafael. Eu tava quase dormindo, quando sinto um pedaço de papel cair na minha frente. Não tinha ninguém ali. Abri o papel, e nele tava escrito: "Se você ainda quiser, o torneio de Muay Thai vai acontecer essa sexta, lá no ***". Eu não falei onde era, porque a gente não lembra onde foi...
- Eu te prometi, não foi? - Falei sozinho. - Tô com saudades tambémNesse tempo que eu fiquei fora, eu fiquei com saudades de escrever também... Precisava de férias, tanto do trabalho quanto de vocês rsrsrs. Aiai...
Gente, o moleque tá desesperado, aquele amigo meu que eu falei que era bissexual... Acho que eu não mencionei que ele é passivo apenas, mencionei? Enfim, estou tentando arranjar um namorado pra ele que more em BH, please *-*
Ele tem 17 anos, é loiro do cabelo escurinho, olhos verdes escuros, quase amarelos... Ele é branquinho e meio tímido também... Se quiserem conhecê-lo, é só me chamar pelo e-mail:
danielmeida@hotmail.com
(Aiai, tô fazendo propaganda de namoro aqui rsrs)...