- Olha, eu não sei porque, nem como, mas eu gosto de você, eu gosto desse seu jeito. Eu quero ser seu amigo. Vamos parar de brigar. Não importa quem errou. Vamos começar de novo... Prazer, sou o Guilherme. Ele disse e estendeu a mão.
Eu fiquei em duvida. Eu não sabia se ia prestar eu me aproximar do Guilherme, mas acabei aceitando ficar amigo dele. Afinal eu sentia coisas quando estava com ele, o que eu não tinha certeza, mas sentia.
- Prazer! Digo apertando a mão dele.
- Quer lanchar comigo? Pra gente se conhecer melhor.
- Não posso. Eu tenho que terminar de copiar.
- Deixa eu copiar pra você.
- Não precisa.
- Eu copio mais rápido.
- Então ta.
Eu saí de cima da mesa e fiquei em pé olhando pra ele.
- Acabei! Vamos... Qual é o seu nome mesmo?
- Thalles. Disse rindo.
A gente comprou o lanche, e voltamos para sala.
- Sabe, eu não tinha pensado que conversar com você seria interessante.
- Mas a gente não se conhecia.
- Você entendeu.
- Claro que entendi.
- Espera! Deixa eu ver se processo. Thalles e Guilherme conversando? Diz a Luara.
- Por incrível que pareça, sim. Responde o Guilherme.
O sinal bateu.
Quando ele ta levantando a Tainá o chama. Os dois vão para seus lugares e a aula começa.
Essas aulas e as próximas duas semanas passaram bem rápido. O Guilherme e eu não brigamos nenhuma vez.
No final da aula de sexta-feira ele veio até mim.
- Quer ir lá em casa me ajudar a estudar pra prova?
- Pra que? Pelo que eu soube você é um ótimo aluno.
- É, mas eu to com muita dificuldade nas razões trigonométricas.
- Serio? Seu pai é diretor, ele tem uma formação muito mais elevada que a minha, que é nenhuma ainda.
- Ta! Vou refazer o pedido. Quer ir lá em casa?
- A gente não tem tanta intimidade assim.
- Só conversar. A gente se deu tão bem hoje.
- Hoje. E se a gente brigar de novo?
- De novo? Como de novo?
- Ta bom! Quando?
- Hoje! Agora!
- Agora não dá. Tenho que ir em casa.
- Eu vou com você na sua casa e a gente vai pra minha.
- Acho melhor não!
- Vamos! Eu não vou te devorar, não. Isso não é um seqüestro.
- Não pode ser na pracinha mesmo?
- Eu quero que você conheça minha casa.
- Eu vou, mas tem que ser rápido.
- Ok! Ele disse sorrindo.
Eu tava impressionado com como ele era doce quando queria.
- Finalmente você se acertou com o Guilherme, né?! Achei que você nunca ia perceber. Diz a Luara.
- Perceber o que?
- Deixa pra lá. Olha, eu não vou vim amanhã.
- Por que? Vai pra onde?
- É aniversario da minha avó. Eu vou pra casa dela.
- Por que você não vai depois da escola?
- É a mãe do meu pai.
- A de São Paulo?
- Exatamente.
- Poxa! Vai voltar quando?
- Só segunda.
Eu me despedi da Lua, contei que ia na casa do Guilherme e depois ele e eu fomos até a minha casa.
Chegamos, entramos e fomos ao meu quarto.
- “Senhora”! Adorei esse livro. Ele diz pegando o livro que estava na minha cama.
- Já leu?
- Já. É um dos melhores do José de Alencar. E é o preferido do meu pai.
- Verdade, mas ainda prefiro “As Minas de Prata”.
- Esse eu ainda não li.
- Eu tenho aqui. Ele foi inspiração para duas novelas. Disse pegando o livro na minha estante.
- Quais?
- “As Minas de Prata” e “A Padroeira”.
- Interessante. Um livro pra virar novela tem que ser bom. Se esse virou duas eu preciso ler.
- Pode levar. Eu vou tomar um banho, você me espera?
- Sim! Vou começar a ler.
Eu fui tomar banho e quando voltei, ele estava conversando com o Thiago (Meu irmão).
- Não, cara. Se ele fizer isso vai descer. Disse o Guilherme.
- Claro que não vai.
- Interrompo?
- Não, a gente só tava conversando. Ta pronto?
- To!
Ele saiu primeiro e eu passei na cozinha pra pegar uma pêra.
- Ta aprovado!
- O que?
- Seu namoradinho. Ta aprovado.
- Que namoradinho, Thiago? O Guilherme é só meu amigo, colega na verdade.
- Vai! Quando você voltar a gente conversa.
- Thiago, não viaja, ele é só meu colega.
- Ta bom, Thalles. Pode ir.
Eu saí e a gente foi conversando sobre o livro e finalmente chegamos a casa dele que era bem grande.
- Vamos para o meu quarto.
A gente subiu e ficou lá conversando, jogamos videogame (no que eu era péssimo) e comemos.
Fiquei ali com ele até umas seis horas até eu resolver ir embora. Quando eu olho pra janela parece que o céu ia desabar.
- Caralho! Diz o Guilherme.
- Como eu vou embora desse jeito?
- Eu te levo de carro.
- E você tem idade pra dirigir?
- Tenho dezoito.
- Então eu aceito.
- Só vou pegar a chave... Fala Tainá! Diz ele atendendo o celular e saindo do quarto.
Quando ele volta me encontra admirando suas fotos.
- Lindo, né?! Eu sei que sou.
- Vai me levar agora?
- Bom, se você quiser ficar eu não me importo.
- Eu tenho que ir.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Então vamos.
Nós entramos no carro e fomos ate a minha casa.
- Tchau!
- Não vai me convidar pra entrar?
- Quer entrar?
- Não, só to brincando. Tenho que ir. Daqui a pouco meu pai ta chegando.
- Então tchau! De novo.
- Tchau! Até amanhã.
Eu saí correndo do carro e entrei e casa.
- Demorou, em!
- Para de palhaçada, que eu já falei que ele não é meu namorado. A gente nem ta ficando.
- Serio? Você foi pra casa do boy e não rolou nada?
- Eu tenho decência.
- Até demais, né bicha?!
- Eu não gosto que você me chame assim. Não sei porque vocês me chamam assim.
- Eu chamo todo mundo assim, mas desculpa!
- Nossa mãe ainda não chegou? Pergunto indo até a cozinha beber água.
- Não.
- E o pai? Pergunto enquanto subo a escada.
- Também não!
Eu fui pro meu quarto e fiquei lendo o livro até a Lua me ligar.
- E aí, como foi lá com o Guilherme?
- Foi normal. Nós conversamos, jogamos videogame.
- Só isso?
- E o que mais eu faria?
- Sei lá... Sexo?
- Eu não sou uma piriguete igual a você.
- É eu sei. Se nem beijar você beijou imagina transar.
- Já pedi pra não comentar isso.
- Como eu não vou comentar? Você é o único adolescente do mundo que não sabe o gosto de uma língua.
- É que minha boca não foi feita pra qualquer um enfiar a língua. O beijo pra mim é uma coisa especial que tem que ser dado em uma pessoa especial.
- E blá, blá, blá. Já conheço esse papo.
- Não é “esse papo”, é a verdade. Minha boca não foi achada no lixão.
- Ta bom, Thalles! Vou desligar. Tenho uma coisa pra fazer.
- Uma coisa?
- É, depois eu te conto.
- Ta! Boa noite!
Ela desligou e eu fui comer alguma coisa na cozinha.
- Oi! Diz a minha mãe.
- Oi! Digo pegando uma maçã.
- Onde estão seus irmãos?
- A Taila tava na casa do Jhonatan, o Thiago foi pra escola e o Tadeu eu não faço nem idéia.
- Ta! Eu vou preparar o jantar e te chamo quando acabar.
- Ok! Digo subindo novamente as escadas.
Minha mãe e eu nunca fomos próximos. Na verdade ele não é próxima de nenhum de nós, ela vive pro trabalho e fica muito pouco a gente.
Eu subi pro meu quarto e fiquei lendo até a hora do jantar.
Jantei, subi, assisti a novela (Não é bem o meu tipo de entretenimento, mas...) e fui dormir.
Como todo dia, acordei cedo, só que como era sábado eu fiquei mais um tempo na cama pensando.
As oito e meia eu levantei, tomei banho, voltei pro quarto, me sentei na varanda (ou sacada se preferirem) do meu quarto e fiquei ouvindo musica com o fone no ouvido e admirando o sol que nem parecia ter chovido no outro dia até o Tadeu me atrapalhar.
- Thalles! Ele diz me cutucando.
- O que é?
- Seu amigo está lá embaixo.
- Que amigo?
- O Gostosinho que te trouxe ontem.
- O Guilherme?
- Sei lá o nome dele. Só sei que ele é gostoso. Muito gostoso. Muito mesmo.
- Eu já entendi, Tadeu. Ele é uma delicia.
- Mando subir, ou você vai descer?
- Manda ele subir.
O Tadeu saiu e minutos depois o Guilherme apareceu.
- Bom dia! Ele diz.
- Bom dia! Mas o que você quer?
- Te devolver o livro.
- Já acabou? Pergunto indignado, já que o livro tinha mais de duzentas paginas.
- Já! E, por sinal, é ótimo.
- Duvido! Ninguém consegue ler mais de duzentas paginas num dia.
- Duvida? Bom, vamos lá. Estácio... Ele continuou contando a historia do livro.
- Sabe o que isso ta parecendo? Com o resumo que vem no começo do livro.
- É... Você me pegou. Eu não terminei. Decorei o resumo.
- Então... O que você realmente veio fazer aqui.
- Meu pai vai me emprestar o carro hoje e nós, meus amigos e eu, vamos na praia, você que ir?
- Não, obrigado! Detesto areia.
- Vamos! Vai ser legal!
- Eu não gosto de areia, nem de sol, nem de calor, nem de água gelada. Prefiro ficar em casa, ler um livro...
- Cara, a gente mora em uma cidade com praias linda e você quer ficar em casa.
- É, eu sou assim.
- Por favor! Vai ser legal! Muito legal.
- Por que você insiste tanto? Você tem muitos amigos, e todos muito mais legais que eu.
- Pior que não! Se você convivesse com eles saberia que não falam nada de inteligente, nem sei como eles chegaram ao terceiro ano. Só sabem falar de balada, sexo, festa, bebidas... Isso me irrita as vezes. Já você gosta de coisas que eu gosto.
- Menos de praia.
- Você pode levar a Luara.
- A Luara ta viajando e eu não gosto de praia.
- Eu preciso de você pra... Pra me contar mais sobre o livro. Vamos?
- Eu não...
- Thalles, posso falar com você? Diz o Tadeu entrando no quarto e me interrompendo.
- Fala!
- Vem aqui no corredor.
- O que foi, Tadeu?
- O que ta acontecendo com você? Não ta percebendo que o bofe ta te cantando? Ele ta querendo te possuir.
- Que cantando, garoto?! Ele só gosta de falar de livros.
- Meu pai! Primeiro ele te leva na casa dele, depois te trás em casa e agora te convida pra ir a praia ele quer o seu corpo nu, escuta o que eu to te falando.
- Você tava escutando atrás da porta?
- Tava, mas isso é outra coisa, o importante é você aceitar e ir pra praia com ele.
- Mas eu...
- Mas nada. Você vai!
- Ta, eu vou!
- Então vai lá e fala com ele.
Eu entro e digo pro Guilherme que aceito o convite.
- Quer que eu te pegue ou a gente se encontra lá?
- Prefiro te encontrar lá.
- Mas vai de verdade, hein?!
- Eu não minto.
- Vou te esperar. Meio dia a gente vai chegar lá.
- Ta bom!
Nós conversamos mais um pouco e ele foi embora.
- Hoje você, finalmente, vai saber como é bom beijar. Disse o Tadeu entrando no meu quarto e deitando na minha cama.
- Eu não vou beijar ele. Ele é só um amigo.
- Você quer ser amigo, ele quer outra coisa.
- Dá licença que eu vou voltar a ler meu livro.
- Você e seus livros. Acho que isso vicia, por isso que eu não leio.
Ele saiu, eu voltei pra varanda e fiquei lá até o Felipe me ligar.
- Ta fazendo o que, Tah?
- Lendo!
- Novidade... Quer fazer alguma coisa agora de tarde?
- Não dá! Eu vou na praia.
- Você na praia? Vai chover... De novo.
- É. O Guilherme insistiu tanto que...
- Você vai na praia com o Guilherme?
- Isso!
- E... Eu posso ir?
- Acho que sim, afinal, ele deve dar mais atenção pros amigos dele que pra mim. Vai ser bom ter você pra conversar.
- Que horas eu posso passar ai?
- O Guilherme marcou de me encontrar na praia meio dia. Eu vou sair de casa umas onze e meia.
- Então onze e meia eu to aí. Tem noticias da Lua?
- Não. A ultima vez que falei com ela foi ontem a noite.
A gente conversou mais um pouco e eu voltei a ler só que agora na cama.
O alarme do meu celular tocou as onze horas e eu fui tomar banho.
Acabei o banho e me vesti. Quando saí do banheiro o Felipe tava me esperando no meu quarto.
- Vamos?
- Só vou pegar os meus óculos.
- Você vai pra praia. Tem certeza que quer levar os óculos?
- Não é o de grau. É o escuro.
- Ah, ta!
Eu peguei meus óculos, passei protetor e saí com o Lipe.
Como eu morava bem perto da praia fomos andando e chagamos bem rápido.
Quando cheguei vi o Guilherme na água, mas preferi não chamar ele. Eu achei um lugar e sentei. O Felipe tirou a camisa e sentou do meu lado. O Felipe era maravilhoso fisicamente falando, mas nunca tive segundas intenções com ele.
Depois de algum tempo ali sentado e olhando os surfistas deliciosos o Guilherme corre em minha direção e senta do meu lado (Claro, o que o Felipe não está) sem camisa.
- Por que não me avisou que tinha chegado?
- Não queria atrapalhar sua diversão.
- Eu tava te esperando. Se não fosse a Tainá, eu ia pensar que você furou comigo. Ela que te viu.
- Eu também vi ela passando aqui.
- Vamos pra lá! Ele disse apontando pra onde estavam os amigos dele.
- Prefiro ficar aqui com o Lipe.
- Ah, nem vi você aí. Tudo bem? Ele disse ao Lipe.
- Tudo! Tah, vou pra água.
- Tudo bem! Vou te esperar aqui.
- Não sabia que ele vinha. Ele disse depois que o Lipe saiu.
- Ele me ligou e tava sem fazer nada, aí chamei ele pra vir.
- Hum... Não vai entrar na água?
- Prefiro não.
- Por que? A água ta ótima.
- É... É que eu não sei nadar.
- Serio? Ele diz rindo.
- Para de rir! É verdade.
- Quer que eu te ensine?
- Melhor não!
A gente ficou conversando sobre livros até a Tainá chegar e chama-lo.
- Não vai mais pra água?
- Só vou me refrescar já volto. Ele me disse e acompanhou a Tainá.
Logo que ele saiu o Felipe voltou.
- Quer sorvete? Ele perguntou olhando para o vendedor que estava passando.
- Quero! Eu disse pegando o dinheiro no bolso, mas nem deu tempo de entregar ao Lipe, quando eu me virei ele já comprando. Quando ele voltou eu tentei dar o dinheiro a ele, mas ele não quis.
Conversei um pouco com o Lipe e depois o Guilherme chegou.
- Voltei! Ele diz sacudindo o cabelo e me molhando.
- Ta molhando minha roupa.
- Cara, você ta na praia!
- E daí? É por isso que eu to bem longe da água.
Nós três ficamos um bom tempo ali conversando até o Guilherme voltar pra a água.
Eu estava distraído conversando com o Felipe até passar um garoto que, nossa, era perfeito. Ele estava com uma sunga azul clara, era bem branquinho, tinha um belo corpo e era loiro num tom bem parecido com meu.
Eu me hipnotizei e o Felipe percebeu.
- Thalles, olha a pinta! O Guilherme ta olhando. Ele sussurrou no meu ouvido.
- Eu tenho que e olhar. Não dá pra resistir. Eu disse e sorri ainda olhando pro garoto e fui retribuído, ele sorriu e piscou pra mim.
- Thalles!
Chama o Guilherme correndo em minha direção e me fazendo despertar do transe que tinha entrado.
- Oi?!
- Vamos comer?
- Onde?
- Você não sai mesmo, né?! Mora aqui a mais tempo que eu e não sabe que existe aquele restaurante ali. Ele diz apontando e me fazendo virar.
- A última vez que a Lua conseguiu trazer o Thalles na praia foi no inicio do ano passado. Ainda não tinha esse restaurante.
- Nossa!... Vamos?
- Ta! Eu já tava morrendo de fome mesmo. Eu disse e me levantei.
Enquanto esperávamos os amigos do Guilherme se aproximarem para irmos ao restaurante, um vendedor de picolé me entregou um picolé (Não me diga...) sem eu ter pedido.
- Não, obrigado!
- Não é pro senhor comprar. Já compraram pro senhor.
- Oi!?
- É. Foi aquele moço ali que mandou te entregar. E mandou isso também. Ele apontou para aquele garoto loiro que estava sorrindo sentado um pouco longe de mim e me entregando um papelzinho.
- Obrigado! Eu disse sem entender muita coisa e voltei a olhar pro garoto.
- Você conhece? Perguntou o Guilherme.
- Não! “Mas queria!” Pensei.
- E o que tem nesse papel? Perguntou o Felipe.
- Me liga!Miguel. Eu li o papel em voz alta e olhei de novo pro garoto que piscou pra mim.
- Eu falei que tava dando pinta. Sussurrou o Felipe rindo no meu ouvido.
O Guilherme não falou nada, os amigos dele chegaram e nós fomos para o restaurante.
Pedimos a comida e antes dela chegar eu chupei o picolé que eu ganhei.
Nós comemos e eu pouco falei. Na verdade, nem tinha o que falar. O Guilherme tava certo eles não falavam de outra coisa a não ser de FESTA.
- Não falei! Já to de saco cheio. Sussurrou o Guilherme no meu ouvido.
Eu apenas sorri.
Acabamos de comer e voltamos pra praia. Os amigos do Guilherme voltaram para o mesmo lugar e logo entraram na água e ele ficou comigo e com o Felipe.
Depois de um tempo admirando o mar alguém para na minha frente.
- Oi! Diz aquele mesmo garoto lindo do picolé. O Miguel.
- Oi! Digo meio sem graça.
- Posso falar com você?
- Claro! Disse levantando.
Nós nos afastamos um pouco dos meninos, acho que eles ainda podiam nos ver.
- Gostou do picolé?
- Tava gostoso!
- Tenho coisas melhores. Quer provar? Ele diz tentando me beijar.
- Oi?! Disse esquivando assustado.
- Pensei que você tinha gostado de mim. Ah, você tem namorado, né?! Ele diz olhando pros meninos que nessa hora fingiram não estar olhando pra nós.
- Não, não é isso. Eles são só meus amigos.
- Então o que é... Qual é o seu nome mesmo?
- É exatamente isso. A gente nem se conhece. Você nem sabe meu nome.
- E qual é?
- É Thalles.
- Só um beijo, Thalles!
- Acho melhor a gente se conhecer primeiro.
- Então vamos ali tomar uma água de coco?
Eu, realmente, não sabia o que responder. Se eu aceitasse o Guilherme e os amigos dele podiam desconfiar que eu era gay e se eu não aceitasse eu estaria dando um fora em um dos garotos mais lindos do mundo (E não é exagero).
- Aceita?
- Quer saber?! Aceito. Só vou pegar meus óculos (Que tava com o Felipe).
Eu resolvi aceitar e tava disposto a, finalmente, dar meu primeiro beijo e abandonar totalmente a idéia de que tinha que ser com uma pessoa especial. Eu não podia desperdiçar a oportunidade de ficar com um cara tão lindo.
- Meus óculos! Eu pedi para o Felipe.
- Pra onde você vai?
- Vou tomar água de coco.
- Com aquele cara?
- Depois a gente conversa, Lipe.
- Vai me deixar aqui sozinho?
- Fica com o Guilherme.
- Ta, mas olha bem o que você vai fazer.
- Já volto!
Eu achei estranho que o Guilherme nem olhou pra mim. Ele ficou apenas olhando o mar sem dizer uma palavra.
Nós seguimos para o quiosque e ele me pagou. Em meio a conversa descobri que ele tinha dezoito anos, estava no segundo ano e estudava na mesma escola que eu só que a tarde. Eu estava me divertindo conversando com ele até o Lipe aparecerem pra estragar.
- Thalles, ta tarde, vamos embora?
- Já?! Perguntou o Miguel.
- E o Guilherme?
- Ele já foi. Disse que tava se sentindo mal.
- Então eu tenho que ir!
- Espera! Tem facebook?
- Thalles Sulivan. Procura no grupo da escola. Eu disse e saí com o Felipe.
- A Lua não vai acreditar quando eu contar.
- Acreditar no que?
- Que você ta paquerando um garoto.
- Eu não to paquerando ninguém.
- Quem não gostou nada disso foi o Guilherme. Essa história de não ta se sentindo bem não colou muito. Ele ta com ciúmes.
- Ciúmes de mim? Não sei o que houve com vocês pra acreditarem que o Guilherme, que a pouco tempo me detestava, ta interessado em mim.
- Mais alguém já percebeu?
- Para de loucura.
Eu cheguei em casa e já eram quatro horas da tarde. Eu tomei banho e quando eu tava saindo do banheiro só de toalha fui parado pelo Tadeu.
- E aí? Beijou?Pra apimentar...
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