Cap.3
Quando ele viu que eu estava morrendo de dor, veio me ver.
- Ai, me perdoa, me perdoa. Você me assustou Luan. Deixa eu ver, olha pra mim- eu olhei pra ele, com a mão no rosto- tira a mão- tirei- ai, me perdoa- ele passou a mão no meu rosto, como se quisesse aliviar a dor- Porquê você não me disse, que gostava de mim.
- Porquê eu não sei o que você iria pensar, agora eu sei, vou com meu coração e rosto partidos pra outro quarto
- Não. Não vai não, deixa eu ver. Me perdoa por ter te batido, você me assustou, foi isso- ficou um silêncio incrível- eu, eu... Me beija de novo
- O quê? - de repente sinto uma mão puxando meu pescoço, e sinto seus lábios tocando os meus. Começamos a rolar na cama, mas de repente, sinto uma virada e ele saindo de cima de mim.
- O quê, o que eu tô fazendo. Eu, você. Irmãos. Não posso te beijar- ele olhou pra janela. Eu me levantei e coloquei minha mão no seu ombro
- Você, sente alguma coisa por mim ?- ele balançou a cabeça em sinal de concordância- então que mal tem nós nos beijarmos, ein- eu apertei ele, como se nunca quisesse larga-lo.
- Eu estou muito confuso, eu, eu...- ele pegou e quebrou um vaso, em seguida ele veio pra cima de mim, me deu medo. Ele me pegou e me pressionou na parede- porquê você não sai da minha cabeça- eu o beijei agora. Nosso beijo era quente, lento, e amoroso.
- Ei- tirei ele de perto de mim- não tem nada demais, em sentir amor. É amor. Você já viu alguém ser condenado por amar outra pessoa.
- Não
- Então. Eu não vejo nada de errado- eu o beijei novamente. E agora nós dois caímos na cama. Logo senti ele parar.
- Eu, eu não tô pronto pra... você sabe, transar com você. Eu ainda estou confuso, eu preciso pensar. Eu..., nós..., ah. Quando eu comecei a sentir desejo por você- ele sentou e começou a conversar- eu queria tirar aquilo da minha cabeça. Mas, não saia. Não saia- ele me sacudiu ao falar isso- A todo tempo, eu te quero, mas a consciência pesa. Porquê eu não posso te amar direito.
- É só você querer Juan. Eu estarei aqui te esperando.
NARRADO POR JUAN
Meu coração batia nos mais fortes batimentos possíveis. Eu estava confuso. Mil coisas passavam a minha cabeça. A figura do meu irmão somente conseguia me dar prazer, nos últimos tempos. Aquela figura fraterna tinha ido embora. Mas, o parentesco, a palavra irmão, fazia minha consciência pesar. Precisava pensar. Peguei e sai sozinho pelo Recife. Fui andar. Fui pra beira da praia. Sentir a brisa tocando meu rosto me acalmava de uma forma incrível. E eu ficava pensando. Pensando em como nós crescemos juntos. Em como nós nunca nos desgrudamos. Sempre fomos irmãos muito parceiros, muito juntos. Desde quando éramos criança, sempre fomos bons irmãos. Do estilo que não se soltavam. A adolescência chegou, com ela a descoberta da minha sexualidade. O homossexualismo, seria a minha sexualidade. Com a chegada da adolescência, eu descobri coisas novas. A masturbação, a pornografia. E com a chegada da adolescência, coisas que eu sempre fazia com meu irmão, como tomar banho ou dormir juntos, passaram a ser mais difícil de ser feitas com ele. Porquê. Simplesmente porquê eu sentia atração por ele, atração pelo meu próprio irmão. Sempre que via ele andando pela casa, com seu corpo a mostra, eu me excitava. Sempre que podia olhar diretamente para seus olhos castanhos-laranja, eu ficava fascinado. Mas não conseguia, não consigo aceitar. Porquê não posso ama-lo, porquê. Depois, ele se assumiu, eu não tinha, tenho, coragem. Aquilo, de certa forma, me fez criar coragem pra fazer algumas coisas. Pra tentar alguma coisa. E nesta última noite, eu tive uma surpresa. Me peguei sendo beijado por ele. Me assustei e acabei batendo nele. Mas não resisti. O amor falou mais alto, o único amor da minha adolescência, estava ali na minha frente. Nos beijamos. Muito. Eu quero mais. Mas não tenho coragem. Porquê simplesmente não viramos amigos. Depois de muito refletir, voltei pra casa. E ele estava na sala, com os olhos inchados. Meu instinto preocupado falou...
- O quê houve Luan
- Eu estou com medo de não ter o que eu quero.
- E o quê você quer.
- Você
Aquilo foi o estopim para o tesão falar mais alto, e eu o beijei na mesma hora.
- Eu te quero, eu te quero- ele me abraçava fortemente, recostava sua cabeça no meu ombro. Eu me abalava com aquilo, podia sentir seu cheiro, me desnorteava.
- Eu também te quero- soou como um sussurro- Ele não me largou ao ouvir aquilo.
Tentei me levantar, ele reclamou. Acabei levantando ele pelos braços, e fui trazendo ele pro quarto. Me deitei na cama, com ele abraçado a mim. Apenas dormimos. Dormi fazendo cafuné na sua cabeça. Parecia naquele momento que tínhamos voltado ao nosso momento de crianças. Em que ele dormia abraçado a mim, sobre o meu peito. Quando criança não tinha maldade, depois, era motivo de excitação, então tratei de cortar isso. Mas hoje não, hoje eu queria ele ali, eu queria ter meu irmão pra mim, só pra mim.
Continua
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