Cap.3
Lembram quando Avenida Brasil terminava, com aqueles congelamentos, eu estava me sentindo assim.
- Deve tá me achando um viado agora né- ele parecia que tinha ficado sóbrio de uma hora pra outra
- Não. Eu só tô, surpreso- sorri
- Eu vou embora. Esquece o que eu te falei aqui
- Tá, mas perai- quando fui tentar impedi-lo ele já estava longe. Acabei indo dormir. Sonhei a noite, um sonho em que eu estava abraçado ao Danilo, e podia ver a terra de longe. De repente acordei, olhei pra minha cueca, estava molhada. O que será que estava acontecendo comigo. Porquê eu estava sonhando essas viadagens. Aqueles tipos de sonhos foram se tornando mais frequentes. De abraços, a caricias, de caricias a beijos. Quando via Danilo na faculdade, meu coração palpitava. Quando eu estava perto dele, qualquer coisa era motivo de uma risada boba, eu ficava nervoso. Eu estava extremamente desatencioso nas matérias e estava prestes a reprovar. Matemática acabava comigo, e meu novo coração amoroso estava tirando a atenção do meu cérebro.
- Você parece aflito Luiz
- Eu estou um pouco preocupado com minhas notas numa matéria aí Danilo
- Qual
- Matemática
- Deixa eu ver qual é o assunto- ele deu uma olhada e fez uma cara alegre- eu sei tudo sobre isso Luiz, porquê você não falou antes
- Como um estudante de Direito vai saber matemática.
- Eu só faço direito por causa do meu pai, meu sonho mesmo é ser professor de Matemática, mas meu pai diz “ Ser Professor não dá dinheiro”, então fui obrigado a fazer Direito.
- Então, você tem tempo livre
- No sábado, eu posso passar o dia todo lá na sua casa, ai a gente estuda bastante e esclarece todas as suas dúvidas sobre isso
- Tem certeza que eu não te incomodo
- Não, vai ser um prazer- neste momento ficamos alguns segundos olhando um no olho do outro.
- Nossa, seus olhos são lindos
- O quê- ele olhou pra mim com uma cara de quem ficou envergonhado com o que ouviu
- Esquece
- Você disse que meus olhos são lindos, os seus também são- ele olhou pro chão. Eu já percebi que quando ele fica com vergonha, olha pro chão. Aquilo fez meu coração acelerar. Porquê, porquê... Eu estava me apaixonando por aquele garoto inocente e doce. Mas eu não consigo aceitar, não consigo acreditar. Batia minha cabeça na parede várias vezes, gritava “Sai, sai, sai”. Mas não saia, eu continuava com meu coração saltitando. Eu continuava apaixonado. O sábado chegou. Eu comprei algumas cervejas, e coloquei algumas coisas na geladeira, afinal, geladeira de adolescente já viram né, só tem Cup Noodles, e miojo. Esperei ele, e pontualmente às 10h ele estava lá. Quando eu vi ele cheguei a ter falta de ar. Ele estava parecendo este garoto http://i.capricho.abril.com.br/img/capricho/imagem552/30garotos532.jpg, mas vestido, ou seja, esta impecável, lindo, maravilhoso. Porquê eu não podia arrancar este sentimento do meu peito.
- Oi Luiz
- Oi Danilo, pode entrar- ele entrou, olhando pro chão.
Logo, começamos a estudar. Ele perguntou o que eu não entendia direito.
- Tudo
- Hahaha. Vou ter um longo trabalho aqui.
Ele pegou um livro e começou a explicação. Até que ele terminou e me deu um problema.
- Resolva
- Mas eu não sei resolver
- Vai aprender- ele pegou na minha mão, despertando mais palpitações, e começou a fazer a conta, me explicando. Ao final daquela conta, ele olhou pro meu rosto e me beijou...
Ah, quem dera se isso acontecesse realmente, minha mente anda muito fértil. Continuamos a explicação, rindo e vibrando a cada conta certa. No final eu percebi que o tema era muito mais fácil do que eu pensava, e talvez a paixão estava fechando a minha mente.
- Você reclama, mas é muito fácil, é só prestar atenção
- Eu sei. Mas você é um ótimo professor- agora ele parecia este garoto, http://31.media.tumblr.com/tumblr_lmc3rgkbHt1qcz5hwo1_500.gif. Muito fofo
- Obrigado. Bem, acho que meu trabalho aqui acabou. Tenho que ir
- Não, fica- falei involuntariamente.
- Tudo bem- ele voltou na mesma hora que eu disse isso, coincidência não...
- Bem, vamos ter que fazer o almoço agora. Vou fazer macarronada, você gosta.
- Gosto
Então comecei a cozinhar, e ele olhava atentamente pra mim
- Porquê você tá olhando pra mim, tem alguma coisa esquisita em mim
- Não. Você fica engraçado cozinhando, e eu acho que você está fazendo isso errado.
- Ah é bonitão, vem fazer aqui então.
- Tá bom- senti sua pele macia, tocar a minha mão novamente. Pra vocês qualquer toque parece ser supérfluo, mas para um hétero que estava se apaixonando por um homem era muito excitante. Ele olhou novamente pra mim, e novamente achei que ele fosse me beijar, mas ele tirou a colher- deixe para os mestres fazerem isso- ele falou se gabando.
E realmente parecia que ele sabia o que ele estava fazendo. Parecia que ele já tinha intimidade com as panelas. Agora era eu olhando pra ele, e eu não podia evitar de olhar pra seu corpo. Sentia um arrepio na espinha a cada vez que o olhava. Parecia que na minha cabeça aquela música In My Place, embalava nossos momentos. Logo vi ele terminar.
- Acabei
- Percebi
- Eu não vou te cobrar nada não
- Pelo quê
- Por te emprestar meus dotes culinaristicos- rimos os dois. Logo eu estava comendo e me surpreendi, ele cozinha muito bem.
- Caramba, porquê você não me disse que cozinhava bem, deveria virar mestre cuca kkkkkkkkk.
- Meus segredinhos- ele tem um sorriso lindo
Depois de comer tudo. Lavamos os pratos, e a cada toque de mão, meu coração saltitava na boca. Eu não tinha noção do que fiz, mas num último momento, parecia que nossos corpos se procuravam. Quando vi estava com as pernas entrelaçadas com ele, e com a língua na sua boca.
Continua
Gostaram...