Ela me abraçou, me deu um beijo no rosto e se despediu. Ela foi embora e eu fui correr, mas não conseguia tirá-la da minha cabeça. E não entendia porque só pensava nela.
Duas semanas se passaram desde o dia em que conheci Marie. Nesse período ficamos bem próximos, ela passou a se sentar ao meu lado na escola e eu a apresentei aos meu grupo de amigos, todos pessoas alegres, brincalhonas e de muito bom caráter. Saímos juntos várias vezes, algumas acompanhados de amigos, outras sozinhos, mas sempre como amigos. Agora voltemos ao conto.
Naquela noite haveria uma festa na casa de um conhecido, e Marie, assim como alguns outros amigos, ficou de passar na minha casa pra irmos juntos, já que ficava no caminho. Ela foi a primeira a chegar e ficamos conversando até meu pai chegar.
-Oi!-ele disse- quem é sua nova namorada Marcos?
-Ela não é minha namorada pai... é só uma amiga, o nome dela é Marie.
-Muito prazer então, amiga Marie.
-Muito prazer...-ela respondeu envergonhada.
-E o que ela veio fazer aqui a essa hora?-meu pai perguntou.
-Ela e alguns outros amigos vão passar aqui e daí vamos pra uma festa.-respondi.
-Ah sim, a festa... bom eu vou deixar vocês dois a vontade.
Meu pai saiu e ficamos sozinhos na sala.
-Seu pai parece legal...-ela disse.
-Ele é, na maioria das vezes.
Continuamos conversando até que os outros amigos chegaram e fomos a festa que não ficava muito longe.
Estava relativamente calma quando chegamos e continuamos conversando até que alguns amigos me puxaram. Queriam ajuda com o som e coisas do gênero, eu fui ajuda-los. Demorou algum tempo mais terminamos de montar o som e a música começou a tocar. Fiquei conversando com os amigos até que me lembrei de Marie e a procurei com os olhos, mas não a vi, então pergumtei a um amigo.
-Você viu a Marie?
-Não, por que?
-Nada, só faz tempo que não vejo ela.
-Qual é o lance entre vocês dois?
-Não tem lance, ela é só uma amiga...
-Sério mesmo?
-Por que?
-Porque tem uma gata que não tira os olhos de você desde que chegou...
-Sério? Quem?
-Não conheço... mas ela ta vindo na sua direção, até mais.
Ele saiu e eu fiquei meio sem entender até ouvir uma voz atrás de mim.
-Oi gatinho!
-Oi...-respondi me virando, ela era realmente muito bonita.
-Meu nome é Ana Paula, mas todos me chamam de Aninha.
-O meu Marcos.
-Eu sei...
-Sabe? Como?
-Uma amiga me contou?E também contou que você tá sozinho hoje...
-Na verdade eu vim com uns amigos.
-Você sabe o que eu quis dizer.
-Sim, eu sei...
-Não quer dançar comigo?
-Eu não sou um bom dançarino.
-Ninguém é!
Ela riu e me puxou pra onde havia se formado uma pista de dança e começou a dançar. Eu não estava prestando muita atenção nela, continuava tentando encontrar Marie.
-O que você tá procurando?-Ana perguntou.
-Uma pessoa.
-Pra que? Eu já estou aqui contigo.-finalmente achei Marie, ela estava rodeada de outras garotas e olhava em minha direção.
-Mas eu devia estar com outra.
Eu disse saindo, ela ainda segurou meu braço e tentou me puxar devolta, mas eu consegui me livrar e ir em direção a Marie. Ela parecia bem desconfortável com a presença daquelas garotas, eram 4, riam e falavam coisas a Marie. Eu finalmente cheguei aonde estavam.
-Oi meninas!-disse quando cheguei.
-Oi Marcos!-respondeu a que parecia ser a lider do grupinho.
-Estou interrompendo alguma coisa?
-Nada não... Depois a gente se fala Marie.
Elas sairam rindo e conversando.
-Elas estavam te incomodando?
-Não...
-Não mesmo? Você me pareceu bem desconfortável quando te vi.
-É serio, elas não fizeram nada...
-Então por que você tava, tá, assim? O que elas te falaram?
-Elas só vieram me dizer que eu tenho muita sorte...
-Sorte? Por que?
-Elas disserão que te conhecem a bastante tempo mas que você nunca tinha dado bola pra elas, mas eu mal havia chegado e já havia arrumado o namorado mais... mais bonito...
-Mas nós não somos namorados...
-Foi o que eu disse, mas elas disseram que não adiantava negar, que nos viram conversando na escola e que sabiam que eu ia na sua casa...
-Mas isso não quer dizer nada...
-E foi isso que eu disse denovo, mas ai elas me perguntaram o por que, então, de você ter se aproximado tanto de mim, mesmo nunca tendo me visto, e eu não saibia como responder...
-Eu não sei, eu só achei que você precisava de alguém, um amigo...
-Não precisa se explicar, Marcos. Você ja me disse isso. Depois disso elas ficaram um pouco caladas e depois começaram a rir, então me disseram que era melhor não sermos namorados mesmo, e eu perguntei por que, então elas me mostraram você dançando com aquela garota...
-Aquilo... não era nada, eu...
-Eu já disse que não precisa se explicar. Quando eu vi aquela cena, eu não sei porque, mas eu senti... senti ciúmes... e elas viram como eu fiquei e riram mais ainda e então você chegou...
-Eu realmente não sei o que dizer Marie...
-Não precisa dizer nada, só...-ela pegou na minha mão- só me... só me... me leva pra casa.
Ela me puxou e saimos da festa, eu estava sem reação depois daquela conversa, ela gostava mesmo de mim? Eu não sabia a resposta, e não tive a coragem de perguntar. Continuamos o caminho sem se falar muito. A noite estava fria e eu passei em casa e peguei uma blusa pra mim e outra pra ela, ela agradeçeu, e continuamos sem dizer uma palavra até chegarmos a sua casa. Ficamos parados na frente da casa dela, quietos por um tempo.
-Desculpa...-ela disse.
-Pelo o que?
-Pelo o que aconteceu na festa, eu não devia me intrometer na sua vida...
-Não tem pelo que se desculpar, é isso que os amigos fazem, se preocupam com eles gostam...
-Você e aquela garota...
-Não, não. Nunca tinha visto ela antes.
-Ela é muito bonita...
-Não mais do que você...-eu disse segurando na sua mão.
-MARIE?!?- a mãe dela gritou, estava parada na porta vendo tudo- Entra! Agora!
-Espera um pouco mãe!-ela disse repreendendo-a.
-Não vai embora Marcos, espero um pouco.
Ela disse aquilo e entrou na casa dela, só então eu me dei conta do que disse , e que queria ter dito muito mais, eu me dei conta que estava apaixonado. Eu esperei alguns minutos e ela voltou.
-Aqui está sua blusa Marcos.-ela disse a estendendo a mim.
-Pode ficar com ela.
-Tudo bem, então... até amanhã.
-Espera Marie.-eu disse a segurando pelo braço.
-Que foi?
-Aquilo que eu disso agora pouco... é verdade.-Eu disse pegando na sua mão- Eu realmente te acho linda, a mais linda que já vi. E nestas duas semanas, eu não sei porque, não consigo pensar outra coisa que não você...
-Marcos, eu...
-Tudo bem se você não sentir o mesmo...
-Não! Não é isso, eu só... queria dizer que eu também só penso em você...
-Marie...
Eu passei a mão em seu rosto e a senti arrepiar, então eu a segurei pela nuca e a beijei. A beijei como não havia beijado ninguém, desde que Gisele partiu. Senti em sua boca, na forma como beijava, que ela também sentia o mesmo que eu. Depois do beijo, ficamos nos olhando, pensamentos e desejos vinham e iam na minha cabeça, mas só um era permanente, e eu o busquei.
-Marie... Quer namorar comigo?
-Quero... é tudo que eu quero!
Nos beijamos novamente, mais intensamente e por mais tempo, não queria que aquilo acabasse mas acabou, a mãe dela estava parada na porta denovo, não sabia e nem me importava a quanto tempo.
-Acho que eu tenho que entrar... até amanhã, meu namorado...
Ela me beijou denovo e entrou saltitante em sua casa. Eu fiquei lá parado por um tempo, me sentindo a pessoa mais feliz do mundo, e fui pra minha casa da mesma forma, eu estava apaixonado pela mais bela garota que havia visto e agora sabia que ela sentia o mesmo.
Continua