K:Mãe o que aconteceu com o Rodrigo?
Minha mãe mal conseguia pronunciar uma palavra devido ao choro, vendo ela assim fiquei mais apreensivo ainda então chamei um taxi e fomos para casa e no caminho ela só chorava silenciosamente, resolvi não ficar perguntando, em casa conversamos com mais calma quando ela melhorar e assim que chegamos eu fiz um suco de maracujá para ela já que é um calmante natural e enquanto isso eu tentava imaginar o que estava acontecendo com o Digo, voltei na sala e esperei ela tomar e se acalmar e quando vi que ela já estava em condições de conversar eu resolvi perguntar o que estava acontecendo.
K:Mãe...
M:Meu filho você lembra do seu avô João... meu pai?
K:Sim mãe eu lembro, mas o que ele tem haver com o D...
M:Lembra da doença dele?
Minha mãe me olhava nos olhos enquanto falava, e eu tentava me lembrar da doença do meu avó, foi quando lembrei que ele sofria dos rins.
K:Ele era doente dos rins?
M:Era e foi isso que o matou...Carlinhos o seu irmão tem a mesma doença do seu avô, já faz dois anos que ele foi diagnosticado com insuficiência renal crônica, e desde então ele estava fazendo tratamento, mas não resolveu ...o medico que esta cuidando dele disse que ele precisa de um doador urgente, ele já esta na fila de espera a seis meses, mas o seu irmão não esta conseguindo aguentar esperar, ele ta morrendo... a cada dia eu sinto que eu estou perdendo um dos meus filhos...todo mundo fez o exame e todos foram considerados inaptos a serem doador... seu sangue é o mesmo do seu irmão...o medico disse que há boas chances de você ser um doador em potencial...me ajuda meu filho...não deixa ele morrer...deixa a magoa de lado eu te imploro...
Eu ouvia tudo em estado de chock nunca podia imaginar que isso estava acontecendo e quando escutava minha mãe chorando e contando o que estava acontecendo com o Digo eu logo me lembrei do pesadelo que ele estava no caixão, não eu não podia deixar ele morrer, não isso nunca.
K:Mãe fica calma...por que que a senhora não me contou isso antes...
M:Seu irmão me fez prometer não te contar...ele não queria...
K:Eu não acredito... Aquele idiota imbecil egoísta só pensa nele...
M:Carlinhos por favor...
K:Desculpa...
M:Então Carlinhos...
K:Ao contrario dele...eu nunca daria as costas para meu irmão, mesmo ele sendo um fdp comigo...vem mãe eu vou arrumar o quarto e a senhora dorme e de manhã conversamos para ver como vai ser.
M:Carlinhos...
K:Mãe...eu sei que a senhora me ama, mas muitas vezes já deixou claro a preferencia da senhora... desde criança eu soube, mas mesmo assim eu amo muito a senhora então... vamos tentar dormir e amanhã eu dou um jeito de comprar uma passagem para amanhã mesmo coisa que eu duvido por causa desse caus aéreo...
A noite passou arrastando, só consegui dormir já passava das três da manhã, na minha cabeça só tinha o Digo, me perguntava com ele estava e o medo de ele morrer estava consumindo meus pensamentos e claro eu jamais hesitaria em ajudá-lo e até pedi a Deus para que eu seja compatível e assim ter condições de ajuda-lo mesmo ele não merecendo.
De manhã preparei o café, logo minha mãe acordou e comemos em silencio, agradeci aos seus por não deixarem o Deivison aparecer naquela hora, e outra preocupação tomou conta, a Jake mesmo ela estando bem eu me preocupava com ela afinal gravidez requer cuidados e ela sendo uma cabeça de vento me deixava com cabelos brancos.
Enquanto tomávamos café, a Jake havia saído, e eu precisava falar com ela antes de qualquer coisa e ainda tinha o fato de minha mãe até aquele momento ainda não saber da gravidez da Jake e após pensar muito resolvi não dizer que o filho não é biologicamente meu, com certeza minha mãe iria achar que é uma loucura, então para evitar maiores problemas para todos os efeitos o filho é meu.
Enquanto eu esperava ela chegar aproveitei para conversar melhor com a minha mãe, tinha alguns pontos que eu queria esclarecer com ela antes de embarcar.
K:Mãe antes de qualquer coisa eu quero deixar bem claro algumas coisas.
M:Que foi meu filho?
K:Primeiramente não quero ter nenhum contato com o Rodrigo, nem chegar perto, se a senhora quer que eu o ajude vai ter que ser assim...
Visivelmente podia notar uma expressão de decepção em minha mãe, deve ser difícil para uma mãe ver seus dois filhos tão distantes um do outro.
K:Tudo bem...
K:Outra coisa... Mãe eu vou ser pai...
M:O que?
K:Foi um descuido meu... mas não importa o que esta feito esta feito... e eu vou assumir esse filho que já esta com quase cinco meses e é um menino..
M:E quando é que você pretendia me contar?
K:Eu estava esperando um momento oportuno para falar diretamente pra senhora, não queria dar essa noticia por telefone.
M:Foi muita irresponsabilidade sua meu filho, você ainda esta novo para ser pai.
K:Mãe eu não planejei...aconteceu.
M:Quem é a moça, vocês estão namorando ou pretendem se casar?
K:Não mãe, somos apenas amigos...ela mora no apartamento em frente, quando ela chegar eu apresento para a senhora.
Enquanto a Jake não chegava minha mãe me interrogava sobre como conheci a Jake e enfim como tudo se sucedeu, eu não gosto de mentir para a minha mãe, mas não tive outra escolha, inventei uma historia pra ela que parece ter acreditado, mas eu notei um semblante mais feliz em minha mãe, era como se o fato de eu ter me relacionado com uma mulher a deixasse feliz.
Após algum tempo escuto um barulho no corredor e vou correndo para a porta e ver se era a minha amiga e quando a vi quase abrindo a porta do seu apartamento eu a chamei e rapidamente resumi a historia para ela que me olhava com uma expressão preocupada já que ela sabia de tudo que aconteceu comigo e com o Digo, após um longo abraço quando meus olhos deram sinal de lágrimas a caminho eu me lembro que minha mãe me esperava la dentro então peguei na mão da minha amiga e apresentei as duas, eu já havia apresentado as duas antes, mas como fazia algum tempo que acredito que uma não se lembrava da outra.
Qualquer um notava os olhos brilhando da minha mãe ao ver a barriga da Jake, nesse momento eu quis que aquela criança fosse sangue do meu sangue, não que isso faça alguma diferença, mas eu não sei explicar o porquê desse sentimento.
K:Jaque, eu estou indo, mas não sei quando eu volto e nem sei se vou ser compatível, enfim não sei como que vai ser, então na mesinha do lado da minha cama tem um envelope com um cartão que pedi pra você, e nem adianta fazer essa cara, é para se caso precisar pode usar, e na agenda tem os telefones da casa da minha mãe, e nem sei ainda se eu vou ficar lá, mas eu ligo para te falar onde eu estou e por favor se cuida, to indo com o coração na mão por te deixar aqui.
J:E nem precisa, me liga assim que chegar e pensa bem antes de fazer qualquer besteira...Kadu as pessoas mudam e todos tem direito a uma segunda chance...se você ver que ele mudou então da uma chance...escuta o seu coração...eu estou muito orgulhosa de você.
K:Eu não quero ver ele...só de pensar em voltar...
J:Eu sei, mas é como eu te disse esse ódio só vai te fazer infeliz, tenta ser superior e escuta o seu coraçãozinho.
Agradeci a minha amiga que me ajudou a fazer as malas, como havia dito antes eu iria ao aeroporto para ver se conseguia embarcar no mesmo dia, mas minha mãe já tinha feito as reservas bem antes de sair de São Paulo ¬¬, fazer o que né que mãe que não conhece o filho, enquanto eu me arrumava eu pensava no que me esperava até que a Jake entra no quarto me chamando para eu ir na sala urgente, assustado eu corri ate lá e o que eu vejo ou melhor o que eu escuto quase me deu um derrame junto com um ataque cardíaco.
D:La na minha escola eu sou como um Dom Ruan, basta entrar na escola que vem um monte de garotas me querendo...
M:É mesmo...
D:É sim, bom claro que foi por causa de uma foto que eu tirei...
M:Que foto.
D:A senhora quer ver? Eu dei uma para a Jaqueline no natal, ela se amarrou quando viu.
Meus caros leitores imaginem a cena Deivison sentado na sala conversando com a minha mãe que ao saber que ele tinha uma foto a coitada achava que era algo inocente, lembram-se da foto dele pelado que ele deu para a Jake no natal, então? E quando ele abriu a mochila para pegar a foto eu não me segurei...
K:DEIVISON...
Quando eu gritei minha mãe deu um pulo do sofá de susto e ele quase caiu também e me olhou com os olhos arregalados e rapidamente fechou a sua mochila e com as mãos para cima pedindo calma. Mas eu fiquei tão puto com aquele garoto que nem pensei direito e sai correndo atrás do moleque.
K:EU VOU TE ENSINAR A RESPEITAR MINHA MÃE....