Em busca do amor (Bônus)

Um conto erótico de Yuri
Categoria: Homossexual
Contém 2181 palavras
Data: 27/02/2014 15:35:10
Assuntos: Homossexual, Gay, Romance

Às vezes me pergunto se as piores coisas são para nos fazer sofrer, ou, ensinar-nos. Que a vida vai além de um sorriso falso para a pessoa que mais odiamos e abraços em pessoas que queremos dar uma machadada. Bom, para mim a vida ensinou que o melhor é mandar todo mundo para o inferno e viver o que tenho que viver.

Yuri Vega.

Capítulo 1

No caminho penso nos lugares em que posso levar Yuri. Na casa da mãe dele não dá. Ela vai passar mal quando ver o sangramento. E meu pai. Esse tem o dom de fazer tempestade em um copo d’água. Até em mim, ele vai por a culpa disso tudo. Só me resta o antigo apartamento da minha família. Ouço Yuri dar alguns suspiros, quando paro em um sinal fechado. Ele precisa se aquecer com urgência, são as mãos mais geladas que já senti em minha vida. Acelero para cruzar a cidade o mais rápido possível. O que não é fácil de fazer com toda essa chuva caindo e, a temperatura, cada vez mais baixa. Nunca senti tanto frio.

Deixando o carro na calçada seguro Yuri, pelos braços e o pego no colo. Nunca fico tão feliz por ele ser tão leve. Seu corpo magro é um cubo de gelo. Enquanto espero o elevador descer, beijo sua testa, meio suja de lama. Nada diferente do restante do seu corpo. Ele está sujo de lama, folha em decomposição e do próprio sangue. É desse sangue que tenho mais medo. Nunca vai parar de sangrar? Seu rosto está pálido e seus lábios tão roxos. Estranhamente posso compara-lo a um cadáver, se não fosse por sua inquietante respiração. Quando as portas do elevador finalmente se abrem, entro o mais rápido possível e tenho uma grande dificuldade. Apertar o botão no painel, com ele em meus braços. Depois de muito tentar consigo apertar o botão.

A primeira coisa a se fazer é dar um banho quente nele e, depois ver esse sangramento. Tiro seu short. Que coloquei as presas antes de sair do bosque. Só tendo um short como vestimenta é fácil deixa-lo nu. Tenho que ficar pelado também, para pode dar banho. Depois que toda a sujeira escorre pelo ralo, percebo que há varias marcas de arranhões por todo o corpo de Yuri. Boa parte do sangue que vi me misturar à chuva veio desses arranhões profundos. Que animal faria isso com ele? De repente sinto raiva de Leandro. Aquele desgraçado tinha que ter o ajudado. Como ele deixou tudo isso acontecer? Ao termino do banho, só falta tirar a terra das unhas de Yuri. Não é fácil fazer isso, o sento no chão, como fiz para falar seu cabelo. E seguro em sua mão esquerda. Depois de tirar o primeiro monte de barro, parece ter algo entre a sujeira que não deveria estar ali. Vou atrás da mesma coisa em todas as outras unhas. E encontro fragmentos de pele debaixo de cada uma delas. As marcas no corpo de Yuri foram causadas por ele mesmo.

— Ah, Yuri — digo com uma dor no peito. O puxo para perto de mim. Com meu abraço vêm algumas lágrimas. Só de pensar na dor que ele sentiu para ferir seu próprio corpo, sinto um calafrio. Ele desmaiou de dor, tenho certeza disso. Alguém nunca iria suportar algo assim. Agora olhando para as costas de Yuri, posso ver de onde vem o sangramento. Que me deixa com náusea. Vem de baixo, onde tenho mais uma vez a certeza. Que ele não quis deixar ninguém usar para obter prazer.

Não tenho coragem de vira-lo e ver qual é a real situação. Ficamos abraçados até que o sangramento pare. Graças a Deus, parece que agora posso esquenta-lo. Com cuidado, o levanto e o enxugo o máximo que consigo. Com tudo limpo e seco, entramos no quarto. O seguro perto da cama e puxo o edredom para trás. O corpo magro de Yuri pousa com graça. Seu rosto está com uma cor mais humana, todavia ainda está branco igual um cadáver. Depois de cinco minutos olhando para ele, coloco minha mão por baixo do edredom. A temperatura ali é igual ou pior que a de fora. Busco todos os edredons (todos os dois restantes), e jogo por cima dele. Posteriormente novos cinco minutos, faço o mesmo com minha mão. Agora sim tenho a certeza que: seu corpo não está produzindo calor, não o necessário para ele se manter aquecido.

Não tenho mais ideias para mantê-lo aquecido. Eu não sou um grande herói, só o valentão que defende o melhor amigo de todos, porque o ama como amou suas namoradas. E agora mesmo o amando com toda minha vida. Não tenho uma boa ideia. Começo a pensar nos filmes que já assisti. Busco lembrar-se dos que tinha alguém com muito frio. O mais recente que tem algo semelhante é: Tristão e Isolda. É claro! Mas como eu sou um burro.

O jeito mais rápido de aquecê-lo é me deitar pelado ao lado dele.

Tiro um dos edredons para não sentir muito calor. E dou a volta na cama. Do outro lado, cismo um pouco antes de subir. Deixando qualquer pensamento infantil de lado, vou dando “pulinhos”, até chegar perto do corpo de Yuri. Ele está imóvel e bem mais gelado do que eu pensei. Viro sua barriga para mim e tento abraça-lo o máximo que posso. Sinto tanto frio ao lado dele. Que é provável, que se ele continuasse jogado no meio do bosque, iria morrer até o cair da noite. Imagino que há cinco meses, isso nunca teria acontecido.

— Le-Leandro — Yuri quase consegue fazer a pronuncia sem gaguejar. Os lábios poucos se mexem, a cor roxa some aos poucos. Sua pele não está tão clara como uma hora atrás. Meu corpo já aqueceu o dele, o necessário para tira-lo da zona de risco.

Para não sofrer com o que aconteceu agora, me apego às lembranças anteriores. Anteriores ao dia que salvamos Thiago. Depois dessa ação, Yuri, ficou estranho e começou a andar cada vez mais com Thiago. Em uma noite de chuva, ainda me lembro dos trovões e dos vultos correndo para dentro do beco, naquela noite, Yuri e Thiago fizeram amor. Eu senti tanto ódio. Ódio dele por ter feito isso com um completo estanho e ódio de mim mesmo por ter escondido meus sentimentos e de ter sido tão idiota quando ele finalmente fez algo comigo. Eu estava esperando por esse momento minha vida toda, mas meu ódio me fez fazer uma besteira maior. Após bater em Yuri, eu percebi que não tinha mais chances de sermos amigos. Eu o amo como nunca amei ninguém, mas ele estava com outro. Meu amor foi se transformando em raiva.

Logo depois, de ter pegado no meu pau e de ter começado a namorar Thiago. Yuri foi espancado, por alguém que não sabemos quem é. Isso o fez ir para a fazenda de seus avôs. Enquanto ele esteve nessa fazendo eu conheci Leandro. Um cara que conseguiu passar por cima do meu ódio. Leandro me fez abrir os olhos, e ver que eu realmente sou bissexual. Não importando em quem eu bata ou o quanto eu minta. Quando Yuri voltou da fazendo. Minha relação com Leandro mudou para pior. Afinal eu nunca amei Leandro como amo Yuri. Então brigamos no colégio, ele continuou indo no período da manhã e eu fui obrigado a estudar durante a noite. Não perdendo seu tempo, Leandro tratou de conhecer a pessoa que roubou seu amor. No fim das contas ele se apaixonou por Yuri. Como não se encantar com uma pessoa tão linda como ele, tão pura por dentro. Assim os dois começaram a namorar, tiveram uma linda história de amor. Que terminou em meus abraços. Depois de tudo isso que passamos ainda sinto como se Yuri fosse o meu primeiro amor, um amor segredo que ninguém poderia saber, mas ele não gosta de mim, assim esse amor se torna impossível. Eu até o beijei para ver como ele reagiria. Foi em vão, ele apenas me mandou embora.

Lembrar-se disso tudo, me faz chorar ao olhar para o lado e vê-lo assim tão frágil. Não consigo ver meu futuro sem ele. Yuri é e sempre será meu verdadeiro amor.

Estou sentindo fome. Quando saiu da cama, e ficar debaixo de tantos edredons me faz suar muito. Estou com muita fome. Na cozinha não encontro nada que possamos comer. Tenho que buscar alimentos em algum lugar. Todavia não posso deixa-lo aqui sozinho. Se Isabela não estivesse doente, ela poderia vir e me ajudar, porém isso não acontecera. O único amigo que me resta é Junior. Acho que ele não vai negar ficar aqui esperando eu voltar de casa e, preciso levar o carro do meu pai, antes que, ele de por sua falta.

Vasculho minhas roupas jogadas no banheiro e encontro um celular todo sujo. Ainda funciona. Ligo para Junior, o plano é dar uma geral de tudo que está acontecendo. E ver se ele aceita ficar olhando Yuri, enquanto eu não volto. Por sorte, Júnior é apaixonado por mim e dificilmente ira negar. Como planejado explico com calma tudo para ele, assim que ele me atende, vou dizendo tudo. Ele não hesita em pedir o endereço do apartamento. Agora tenho que espera-lo chegar.

Vou para o quarto ver como Yuri está. Entro e sento na beira da cama. Aliso seu rosto e beijo sua boca, seus lábios estão quentes como os meus. Tiro um pouco o edredom para ver novamente as marcas das unhas. Essas agora são roxas com uma pré-camada de pele por cima. Levo minha mão para alisar todo o corpo de Yuri, já sei que ele está aquecido, mas não resisto à ideia de apalpar seu corpo que tanto me excita. Vou segurando cada parte e sentindo meu pau formigar. Só depois que fico completamente excitado percebo que estou pelado. E logo Júnior estará aqui, tenho que vestir alguma coisa.

No banheiro só encontro nossas roupas sujas de lama e sangue. Não vai dar para vestir isso. Fico olhando para elas até o frio me faz correr pelo quarto e me jogar sobre os lençóis. Fechos os olhos e, penso no que dizer para Fernanda. Ela vai querer saber onde Yuri está. Melhor ligar e dizer que ele e Leandro foram para uma casa no campo e só voltam na segunda-feira, assim tenho tempo de pensar em outra desculpa. Sim é isso que tenho que fazer. Pego o celular e passo a mentira para ela, que parece acreditar.

***

Pouco tempo depois...

Com as batidas na porta da sala. Levanto-me e vou ver quem é. Só pode ser Junior. É ele e sua expressão apaixonada de sempre, agora com um olhar de preocupação. Quando peço para que ele entre imagino qual vai ser sua reação a me ver pelado. Seu queixo cai, deixando assim a baba escorrer pelo seu maxilar. Ele fica vermelho e não diz nada. O levo para o quarto e digo o que tenho que fazer para deixar Yuri aquecido. Relutante ele finalmente concorda em se despir. Com as roupas nas mãos ele volta do banheiro. Seu rosto queima mais que o meu.

— Não acredito que estou fazendo isso! — diz ele me entregando as roupas. Vou usa-las para ir até minha casa buscar mantimentos e roupas para passar o final de semana. Quando estamos próximos o suficiente para sentir o halito um do outro. Ele joga um olhar para a cama, depois olha para mim. Com toques brandos ele vai alisando meu corpo, poucos segundos depois meu pau se movimenta entre seus dedos. Eu não gosto de fazer isso com ele (nem com ninguém), mas estou excitado por estar deitado, ao lado de Yuri, pelado. É melhor me aliviar agora do que aproveitar dele enquanto ele dorme.

— Júnior — digo, segurando minha voz para não gemer quando falo. Tarefa impossível. Começo a gemer na mão dele. Não vamos além disso. Ele da mais um pequeno passo e segura na minha bunda. Adoro quando outro cara começa a pegar na minha bunda, sinto excitação como se estivessem me penetrando. — Vou gozar — sussurro gritos no ouvido. Instantaneamente ele fica de joelhos e engole meu membro. Solto jatos assim que sinto os lábios puxarem a cabeça do meu pau para trás.

— Como queria ter feito isso antes — o ouço durante o tempo que fico curvado para colocar o short. Eu nunca quis ter feito isso, todavia, melhor com ele do que com Yuri desmaiado de dor. — Agora vai lá — ele termina me dando um beijo na testa.

— Ok — digo mantendo um fraco sorriso. Além de não gostar de gozar na boca de alguém que não seja Yuri, não tenho clima pra sair rindo.

Pego as chaves sobre a mesa, na cozinha, e desço. Já estou sentindo falta de ficar ao lado de Yuri, e do seu corpo cheiroso.

Em casa coloco tudo que preciso dentro de duas grandes malas e chamo um táxi. Com a desculpa feita e mantimentos para o fim de semana, só falta esperar Yuri acordar.

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