Wont Power - Produções™ e Eduardo Sampaio: O PRIMEIRO CONTO DE BAD BOY SAGA, O CORAÇÃO DE PEDRA.
Bad Boy Saga 1
O Coração de Pedra
Parte 3
Encostei minha cabeça na mesa e adormeci ali mesmo em cima dos livros e do caderno e logo parti para o mundo dos sonhos. O melhor mundo que existia. É claro que tudo aquilo era um sonho. Eu estava no centro da quadra do meu colégio. O lugar era cinzento, morto e destruído. Olhei para trás e um garoto com uma capa negra estava em pé a poucos metros de mim. Eu não via o rosto dele, mas tinha certeza que ele me encarava. Ele segurava algo em sua mão direita e logo ele mostrou o que era. Era um pingente que tinha um coração de cristal vermelho como enfeite. O lugar pareceu se tornar mais sombrio e então percebi que o cristal do coração no pingente estava se tornando um tipo de rocha escura. Aquilo doía em mim. O coração se quebrou e explodiu em milhões de pedacinhos. O garoto levantou o capuz e então eu acordei assustado. Eu não acredito que eu tinha dormido em cima da escrivaninha e ainda eu estava babando. Minha mãe batia na porta do meu quarto e berrava para que eu me levantasse e fosse me arrumar para ir ao colégio. Levantei da cama passando á mão no meu rosto e depois no meu cabelo que deveria estar horroroso e então fui fazer as necessidades higiênicas. Tomei um banho quente e depois coloquei o uniforme do colégio e uma calça jeans escura. Quando terminei de arrumar meu material, desci para a cozinha e comi um pão com presunto e mussarela que minha mãe tinha preparado.
- Bom dia querido. – Disse minha mãe entrando na cozinha já usando o uniforme da firma e que ela trabalha. Minha mãe é branca e tem os cabelos castanhos iguais a da Gina e os olhos dela são verdes. Hoje o cabelo dela estava soltos, acho que era para mostrar as outras mulheres que ela havia feito alisamento. – Filho não se esqueça de pegar o dinheiro do lanche que deixei dentro do pote que fica em cima da geladeira.
Ela acha mesmo que eu iria esquecer de pegar o dinheiro? Os pais pareciam que tinham a mente corrompida pelas músicas nos anos 90. A Gina entrou na cozinha tropeçando no balde de lixo.
- Tudo bem filha? – Minha perguntou encarando ela.
- Eu estou morrendo de sono, estou com dor de cabeça de tanto ter ouvido à senhora gritar ontem e ainda por cima o James não respondeu nenhum dos meus 15 torpedos que envie á ele durante a madrugada. – Gina disse mal-humorada e depois pegando um dos sanduíches que a mamãe preparou. – Sim, estou ótima.
- Vai ver ele não respondeu por que ele não te merece querida. – Disse minha mãe.
- A para. A senhora não admiti mesmo que odeia o James não é. – Disse Gina se sentando á mesa. – Mas ele é um gato, sarado, rico e ainda é fofo. Então não vou terminar com ele.
- Você é uma idiota se acha que riqueza e beleza te trazem felicidade. – Disse Andrew entrando na cozinha e já indo se sentar á mesa para lanchar. – Continue pensando assim e logo vai levar uma facada nas costas desse cara. Vamos combinar que ele só quer brincar com você.
- Cale essa boca Andrew! – Berrou Gina. – Daqui á alguns anos quando você souber o que é amor, ai você vem discutir comigo sobre meu relacionamento.
- Gina, felizmente seu irmão tem razão. – Disse minha mãe.
- Nem falo nada. – Eu disse.
- Ué o Junior estava aqui? – Disse Gina.
- Muito engraçado maninha. – Eu disse me levantando e indo pegar minha mochila que eu havia deixado no quarto.
Meu celular tocou quando entrei em meu quarto. Era o Josh.
- Oi Josh. – Eu disse ao atender o celular.
- Eu estou quase chegando à sua casa. – Ele disse. – Vou passar ai pra gente podermos ir juntos para o colégio. Tudo bem?
- Claro. Já estou saindo de casa. - Respondi e logo depois desliguei o celular.
Peguei minha mochila e coloquei á nas costas. Desci e gritei tchal á todos da sala de estar mesmo. O sol estava nascendo aos poucos quando abri a porta de casa. O amanhecer sempre me deixava alegre todos os dias quando eu saia de casa para ir ao colégio. Aquela claridade misturada com a noite era fantástica. Não demorou muito para que o Josh chegasse até minha casa. Ele estava sorridente e usava uma calça jeans clara e um tênis branco da Nike.
- E ai? – Ele disse se aproximando de mim. – Vamos lá então?
- Sim. – Murmurei. – E você? Contou a verdade para sua mãe?
- Ainda não. Estou pensando em como vou chegar nela e contar. – Ele disse. – Sabe, tenho medo de que ela não me aceite e que eu e você tenhamos que nos afastar por causa disso.
- Que isso Josh. Sua mãe não seria tão cruel de fazer isso com você não é mesmo? – Eu disse. – Além disso, eu conheço sua mãe. Ela sempre foi de boa e ela sempre gostou de mim. Não acho que ela chegue á um ponto de separar a gente por causa disso.
- Mas sei lá... Ao mesmo tempo em que quero contar a ela, também não quero. – Ele disse. – Por que se eu estiver que escolher entre minha família e você...
- Você irá escolher sua família, é claro. – Eu disse antes que ele pudesse terminar de falar. – Quer dizer, espero que seja a sua família caso você tenha que fazer uma escolha.
- Não. É você. Minha escolha seria você. – Ele disse num jato. – Por mais que eu ame minha família, eu também amo você e não quero me afastar de você nunca.
- Droga Josh! Eu não quero ficar entre você e sua família. Se você contar a verdade á sua mãe e ela querer que você se afaste de mim, você terá que aceitar. A sua mãe te ama mais do que qualquer pessoa te amaria no mundo e não é justo você ter que escolher eu em vez dela.
- Junior eu te amo! – Ele disse parecendo nervoso. – Eu não te entendo. Parece que você não quer isso. Parece que não me ama e que quer se livrar de mim.
- Meu deus Josh, pare com isso. – Eu disse encarando ele. – Você sabe que não é isso.
- Então não vem me falar para eu ficar longe de você caso eu tenha que escolher isso por causa da minha família. – Ele disse. – Por que eu não vou fazer isso.
- Tudo bem então. – Eu disse. – Foi mal.
A escola não ficava tão longe de casa, o que era bom por que eu odiava andar de ônibus ou andar muito. O portão do colégio estava infestado de grupos de alunos conversando e um carro da policia estacionado na frente do portão.
- O que será que aconteceu? – Eu perguntei ao Josh quando cruzamos o portão do colégio. – Já faz quase três dias seguido que os carros da policia ficam rondando o colégio como se estivesse acontecendo alguma coisa.
- Eu não sei. – Respondeu Josh olhando para a guarita do portão do colégio. – Que estranho...
- O que? – perguntei.
- O Xisto não está na guarita. – Ele disse. – Ele sempre fica lá todas as manhãs.
Xisto era o guarda do nosso colégio. Ele cuidava do colégio durante o dia inteiro e ia embora tarde da noite para outro guarda ficar no lugar dele. Xisto era legal e já havia se tornado amigo de quase todos os alunos do colégio. Olhei para a guarita e realmente ele não estava lá.
- Vai ver ele está de licença. – Eu disse ao Josh.
Ranna se aproximou de mim e do Josh. Ranna era nossa colega de classe. Ela era ruiva e sempre dava um jeito de se intrometer ou de ouvir as conversas dos outros.
- Garotos vocês não vão acreditar se eu dissesse o que aconteceu ontem à noite com o senhor Xisto. – Ela disse.
- O que aconteceu? – Josh perguntou curioso. Estava para nascer alguém que resistisse ás “informações” de Ranna.
- Ele ficou doidão. – Ela disse. – Ele foi encontrado desmaiado hoje de manhã no banheiro masculino e quando o acordaram, ele disse que havia sido atacado por alguém enquanto estava usando banheiro.
- Nossa. – Eu resmunguei. – Mas quem iria atacar o Xisto tão tarde da noite aqui no colégio? E por quê?
- E tem mais. – Disse Ranna. – Uma parte do piso da quadra de esportes foi destruída. Alguém quebrou o piso da quadra com marreta.
- Quem atacaria o xisto e depois quebraria o piso da quadra de esportes? – Perguntou Josh confuso. – O que tinha no colégio ontem para alguém fazer isso. Vai ver essa pessoa que atacou o xisto queria cancelar as aulas de educação física do colégio.
- Vem cá... – Disse uma voz atrás da gente. – Você é o garoto que eu mandei convite no Facebook não é? O Junior.
Eu me virei e ele estava bem ali. Alexandre Evans, o garoto bonitinho que havia falado comigo ontem. Ele ficava bem mais jovem com o uniforme do colégio e com aquela calça jeans clara. Josh me deu uma encarada e depois saiu andando junto com Ranna e os dois sumiram pelo colégio. Alexandre se aproximou de mim.
- Nossa, olha só para você... – Ele disse me olhando de cima á baixo. – é bonitinho.
- Você é gay? – Perguntei.
- Na verdade sou bissexual, mas prefiro mais os garotos. – Ele respondeu parecendo orgulhoso dele mesmo. – E você?
A gente começamos a andar um do lado do outro. Ele parecia já assumido por mal me conhecer e já ir falando que eu sou bonitinho.
- Eu por enquanto não sei nem o que sou. – Respondi. – Mas diz ai, em que sala você vai estudar?
- O 2° E. E você?
- Estudo no 2° G, é duas salas á frente da sua. – Eu respondi. – De onde você era?
- Eu estava morando com meu pai em São Francisco, mas eu já estava enjoando de ficar lá então vim morar com minha mãe aqui. – Ele disse. – Quem sabe a gente pode ser amigos não é Black?
- É quem sabe. – Eu respondi. Eu odiava quando me chamavam pelo sobrenome. – Onde descobriu meu sobrenome?
- Ué, no Facebook ontem. – Ele respondeu parecendo nervoso.
- Estava fuçando o meu Facebook senhor Evans? – Eu perguntei rindo dele.
- Na verdade... Sim. – Ele disse meio sem jeito. – Eu achei você interessante e bonitinho e eu sempre reviro o face dos garotos bonitinhos.
O sino bateu. Geralmente eu reclamava todos os dias do sino do colégio, por que era irritante e barulhento demais. Alexandre me encarou.
- Acho que preciso ir para minha sala. – Ele disse. – Mas a gente pode ser ver no recreio quem sabe. Aceita?
- Claro, por que não? – Respondi. – Mas você terá que me prometer uma coisa.
- E o que é? – Ele perguntou curioso.
- Prometa que não vai se apaixonar por mim. – Eu disse soltando um sorriso.
- Acho que isso será fácil de cumprir Black. – Ele disse. – Afinal eu nem te conheço.
Ele se despediu e foi para a sala dele e eu fui para minha. Sentei-me atrás do Josh que logo se virou para mim e já começou a jogar dezenas de perguntas em cima de mim. Quando a professora Kelly entrou na sala, todos ficaram em absoluto silêncio. A professora Kelly tinha seu lado legal, mas tinha o lado super rígido também. Ranna me cutucou atrás de mim.
- Quem era aquele garoto Junin? – Ela perguntou curiosa. – Ele é bonitinho.
- Senhorita Ranna! – Exclamou a professora Kelly. – Talvez a senhorita queira se calar logo e parar de quebrar o silêncio da sala. Estou certa?
- Hã... Sim professora Kelly. – Ranna respondeu e logo depois ficou quieta, o que foi um alivio para mim.
Enquanto a professora fazia a chamada, uma bolinha de papel acertou minha cabeça. Olhei para o outro lado da sala e Thales deu uma risadinha para mim. Peguei o papel e o abri. Pude ler o que estava escrito na folha de papel amassada e escrito com caneta de tinta azul: “Oi amorzinho. Como foi sua manhã com o aluno novo?”. Amassei com raiva o papel novamente e depois chamei á professora.
- Sim Junior. O que foi? – Kelly perguntou.
- Professora queria perguntar se é permitido jogar bolinha de papel no outro, até por que é muita infantilidade. O que a senhora acha? – Eu perguntei.
- Isso é inaceitável e muita criancice senhor Junior. É coisa de moleque e eu não aceito isso durante minhas aulas – Ela respondeu. – Mas por que á pergunta?
- O Thales atirou esse papel em mim. – Eu disse mostrando a pequena bolinha de papel para a professora Kelly. – Embora eu não saiba o motivo.
Thales pareceu nervoso quando a professora o encarouCONTINUA
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Desculpe-nos os erros ortográficos e de gramática.
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