Olá meu nome é Thalles. Hoje eu vou começar a relatar a minha história. Mas primeiro vou falar um pouco sobre mim.
Tenho 17 anos, sou loiro e tenho olhos verdes (Graças a mamãe) que ficam um pouco apagados por causa dos meus óculos, não são aqueles óculos enormes, são mais delicados. Meu corpo é normal. Definido, mas não muito forte. Moro com meus pais, meus dois irmãos e minha irmã. Só quem sabe da minha sexualidade são meu amigos e meus irmãos. Inclusive um dos meus irmãos também é gay, o Tadeu.
Era uma manhã de segunda e eu estava me dirigindo à escola na companhia dos meus BBF’s.
- Vou dar rosas pra Gaby hoje. Disse o Filipe.
- Ai, que inveja! Queria ter um namorado. Disse a Luara.
- Credo, Luara. To até com medo agora.
- Do jeito que você é piranha, duvido que consiga ficar com um homem só. Eu digo.
- Ai que bicha recalcada. Você não é piranha e ta com algum?
- Você sabe que eu não gosto que me chame assim.
- E eu adoro quando você me chama de piranha, né?!
- Mas eu não to mentindo.
- E eu to, bicha?
- Bicha é aquele senhor cujo esperma fecundou o óvulo da sua mãe.
- É pra botar o pai no meio? Então vamos lá.
- Não vamos a lugar nenhum. Parem de brigar. Disse o Felipe.
- Foi ela que começou!
- Você me chamou de piranha.
- Shii! Os dois quietos.
Chegamos à escola e fomos para a quadra aberta, onde todos ficavam antes de começar a aula. Eu sentei na arquibancada e logo avistei um Deus.
Um garoto lindo, moreno claro, cabelo castanho, curto e espetado e um sorriso lindo de derrubar qualquer um. O corpo infelizmente não pude ver ele estava de uniforme.
- Aluno novo? Pergunta a Luara.
- Parece. Eu nunca vi aqui. Diz o Filipe.
- Será que é da nossa turma? Espero que sim! Pergunta ela animada.
- Não sei. Mas ele já ta bem a vontade. Deve conhecer alguém.
- E você, Tha, acha o que?
- Sobre o que? Digo tirando meu foco do garoto lindo.
- Sobre o garoto novo.
- Ah, ta! É lindo. Eu vou no banheiro. E depois vou pra sala. Encontro vocês lá. Beijinho. Digo me despedindo.
Eu cheguei ao banheiro, fiz o que tinha que fazer e fui lavar minhas mãos. Ao ligar a torneira vi, pelo espelho, a porta atrás de mim se abrir. E saiu aquele mesmo aluno novo que achei bonito lá fora.
Não disse nada e ele também não.
Quando estou saindo escuto ele me chamar.
- Thalles?
- Oi!...Você me conhece?
- Na verdade não. É que você deixou sua pulseira cair.
- Nem percebi. Obrigado!
- Por nada.
Isso e só.
Fui pra sala e me sentei. Peguei o celular e fiquei mexendo.
Quando o sinal bateu, entre os poucos alunos que tinham minha turma, o lindo garoto da quadra entrou.
- Ele é da nossa sala. Diz a Luara toda animada se sentando na cadeira a frente da minha.
- Acho que deu pra ele perceber Lua. Diz Filipe se sentando do meu lado.
- O que importa é que ele é lindo.
- Mais que isso, né colega?! Eu digo enquanto.
- Good afternoon! Diz a insuportável professora de inglês ao entrar.
Ao começar a aula escutei alguém chama-lo e pude ouvir o nome dele. Guilherme.
- O lindo se chama Guilherme. Diz a Luara.
- Eu ouvi, Lua.
- E quem não ouviu? Tainá não fala. Ela grita. Rebate o Lipe.
- Silêncio vocês ai atrás, please! Disse a professora.
- Desculpa, Professora! Responde a Lua.
As três primeiras aulas passaram bem lentamente.
Quando finalmente chegou a hora do intervalo resolvi ir comprar meu lanche.
Fui em direção a cantina. Comprei meu lanche, mas quando estava me virando esbarrei em um ombro e deixei cair tudo no chão.
- Desculpa! Eu compro outro pra você. Diz o Guilherme com aquele sorriso.
- Não precisa. Perdi a fome. Digo sem olhar muito pra ele e virando as costas.
- Ei, Thalles, espera! Ele diz correndo atrás de mim.
- O que você quer? Disse em um tom meio ignorante, que era o meu jeito.
- Que você aceite o lanche. Foi culpa minha você derrubar.
- Eu sei, mas eu perdi a fome, de verdade. Disse já querendo sair dali.
- Você é sempre assim?
- Assim como?
- Trata mal as pessoas que querem te ajudar.
- Me deixa, garoto. Digo e vou andando em direção a escada.
- Espera aí!
- Por que você não me deixa em paz agora e volta pra comprar seu lanche?
- Porque eu não fui comprar lanche. Eu fui te devolver isso. Dá próxima vez eu deixo no chão, e ainda piso, Thata. Ele diz me entregando minha pulseira e saindo.
- Que ódio! Digo ao ver aquele sorriso maravilhoso, mas irônico no rosto dele.
Eu fui pra sala me contorcendo de ódio. Lá eu encontrei a Luara se atracando com um carinha do primeiro ano.
- Ta fazendo o que aqui Thalles?
- Não se preocupem. Eu só vou sentar aqui, ouvir musica e entrar no face.
- Ta bom. Ela disse voltando agarrar o garoto.
Eu entrei no meu face e tinha uma nova solicitação de amizade. Sim, era dele.
‘Esse garoto deve estar querendo me irritar’ Eu pensei e dei um sorriso, não sei por que, mas sorri.
- Ta sorrindo por que? Pergunta a Luara enquanto se despede do garoto.
- Nada demais.
- Alguma coisa me diz que tem haver com homem.
- Eu não sou você, Lua.
- É verdade. Eu sempre quis ter um amigo gay. Quando eu arrumo um é você. Eu queria um gay escandaloso, que gritasse quando visse um boy gostoso.
- Eu nunca farei isso.
- Never say never! Mas voltando ao assunto, você ainda não me respondeu o por que do sorrisinho.
- Nada demais, já disse.
- Ta, vou acreditar.
Ela saiu e eu fiquei pensando se aceitava ou não. Acabei aceitando.
- Você ta aí, né?! Diz o Guilherme entrando na sala.
- Tava me procurando? Pergunto ironicamente.
- Pelo contrario, Thata, eu tava evitando te encontrar.
- Quer me evitar, mas me mandando solicitação no face. Acho lindo.
- Eu mandei antes de te conhecer, mas nem precisa aceitar. Na verdade não precisa nem falar comigo.
- Nem precisa pedir duas vezes. Eu faço questão de ignorar sua insignificante presença.
- Ótimo!
Ele se sentou no lugar dele, colocou o fone de ouvido e fechou os olhos.
Mais tarde a Tainá apareceu.
- O que você ta fazendo aqui? O intervalo já ta acabando, você não vai sair? Perguntou a Tainá.
- Não. To ocupado.
- Com o que?
- Nada tão importante. Ele diz fazendo um sinal com a mão que não levei muito a serio.
- Entendi! Ela diz me olhando e saindo.
Mais tarde o sinal bateu e todos entraram.
A Lua, o Lipe e eu conversamos bastante e as aulas passaram rápido.
- Não esqueçam de me chamar lá em casa amanhã. Diz a Luara.
- Ta bom! Tchau!
- O que você tava conversando com aquele garoto?
- Que garoto?
- O tal Guilherme, o aluno novo.
- Ele derrubou meu lanche e tava querendo comprar outro.
- Como assim?
- Ele tropeçou em mim e meu lanche caiu.
- E você aceitou?
- Não. Por que?
- Por nada. Só estava curioso. Deixa pra lá. Tchau! Ele diz ao chegar no portão da minha casa.
- Tchau!
Eu entro em casa, cumprimento meu irmão e subo pro meu quarto.
- Thalles, vem almoçar. Grita meu irmão.
- Já vou.
Eu desço e me sento.
- Te vi conversando com o filho do diretor hoje. Diz o meu irmão Thiago.
- Eu? E aquela coisa tem filho?
- É. O Guilherme.
- Ele é filho do diretor?
- Você não sabia?
- Não... Agora eu to ferrado.