Capítulo 26
A noite foi tranquila e gostosa, e a despedida do Rio numa manhã um pouco nublada e abafada. Saímos do hotel por volta das 6h, nosso vôo partia as 8h30 do Santos Dumont.
- E aí velho? Vai fazer o que em Sampa hoje?
- Ah, cara... ficar de boa. E esperar que comece logo no trabalho né?
- Sim, vai dar certo. Eles te ligam hoje?
- Espero que sim. E você?
- Trabalho. Depois volto prá casa cedo. Cola lá...
- Vou sim... Me espera por volta das 7h da noite, ok?
- Oba... de volta ao lar.
Nos despedimos em Congonhas, fui direto prá empresa e ele voltou prá casa. Quando eram umas duas da tarde, recebi uma mensagem dizendo que ele já tinha a resposta, e que tinha conseguido o trabalho. Começaria na Quarta Feira. Eu tinha certeza disso.
Respondi que jantaríamos para comemorar...
Quando o interfone tocou, ainda estava no fogão.
Abri a porta, ele entrou com aquele sorriso delicioso, aquele gingado que eu amava. Foi me empurrando pro sofá...
- Epa, epa... tô todo fedido cara... Tem comida no fogo. Espera seu tarado...
- Hehehehe... saudade de ti. E eu tô tão feliz!
Dei um beijo nele, apertado.
- Também tô muito feliz por você cara! Parabéns.
- Quer uma ajuda aí?
- Claro... vem cá.
Fomos prá cozinha e terminamos nosso simples jantar juntos. Ele contava todo excitado a conversa com a moça do RH do banco, os próximos procedimentos... correr atrás de exames, documentos, tudo aquilo. O que o cargo oferecia, possibilidades, planos. Era lindo ver aquela empolgação toda...
- Sabe o que é mais legal nisso tudo Bruno?
- Hã?
- Vou me estabilizar. A gente vai poder fazer muita coisa juntos. Viajar, te mostrar outros lugares, conhecer outros juntos que sempre quiz ir...
- Oba.
- Tu vai ver cara...
Ele deixou a travessa de salada na mesa, tirou a faca da minha mão, me puxou pro seu corpo e me abraçou forte, suas mão em meu rosto, daquele jeito...
- Você ainda vai ter muito orgulho de mim!
- Tenho certeza disso. E já tenho...
O beijo veio quente, verdadeiro...
Era bom estar em casa...
Os dois dias seguintes foram muito corridos para ambos. Eu com o trampo acumulado, literalmente fodido e tendo que colocar tudo em dia. Chegava em casa um bagaço só, louco pra dormir e descansar.
Ele correndo atrás da burocracia toda, cópias, exame admissional, toda a chatice. A gente se falou por SMS e ligações à noite, mas não nos vimos.
Até isso gostava muito no Daniel. Apesar da saudade danada e vontade de estar junto, era uma vontade comedida, sem exageros e sem mela mela. Dava tempo de ter saudade. Havia espaço prá ela. Consequentemente, cada mensagem recebida e cada ligação era um alívio e não uma a mais. Eu gostava disso.
Apesar de já termos dito que nos curtíamos, que nos amávamos, que queríamos estar juntos e isso nos fazia bem, havia uma vida independente e autonomia. Autocontrole para que nos colocássemos um na vida do outro numa medida confortável, sem invasão mas sem espaço para sentir-se excluído.
Meu receio inicial em me parecer mais seguro, aquela mania de fingir que não sentia falta quando sentia, de não ligar querendo ligar, de manter um ar meio blasé, tudo isso se desmanchou junto com o amadurecimento da nossa relação. Junto com os pudores que eu tinha. Junto com tabus e paradigmas pré estabelecidos.
Tudo isso mudou junto comigo.
Eu percebia isso.
Ele também.
Era uma tranquilidade que há tempos não sentia. Boa. Salutar.
Quarta feira a tarde, eu envolto em trabalho e pensamentos. Tocou o telefone.
- Meu gato...
- E aí rapaz... como está sendo?
- Muito legal. Muita coisa! Tô meio assustado e ansioso.
- Normal cara. Relaxa.
- Preciso de ti Bruno...
- Fala meu lindo.
- Bastou o primeiro dia prá descobrir que preciso de roupa, velho... Fiz tudo, esqueci desse detalhe. Vou ao shopping saindo daqui. Não quer me dar um help?
Affee... Disso eu não gostava. Mas não dava prá negar...
- Claro. Onde você vai?
- Sei lá, qualquer um. Pode ser aqui perto mesmo. Tem o Paulista aqui, ou a gente pode se topar em outro, que acha?
- Beleza...
Fizemos como o combinado. Eu o encontrei no metrô, comemos em um junk food qualquer e fomos pro shopping. No caminho, feliz da vida ele me contava sobre seu primeiro dia, suas impressões, colegas de trabalho, o chefe "gostosão" e outras coisas... eu só ouvia.
- E aí, fala... o que você precisa exatamente?
- Então... Pelo menos uma calça social ou esporte fino, umas duas camisas, meias, gravatas, quase tudo, hehehe...
- Tem preferência de local?
- Não... Sendo um local que tenha tudo de uma vez, ótimo.
Na verdade, apesar da minha oferta para que comprasse em lojas separadas e colocasse no meu crédito, ele se recusou e quis parar numa loja de departamento grande, da qual tinha o cartão e podia parcelar. Ele era assim...
- Vamos lá. Você vai me ajudar né?
- Afe... Sou ruim prá caralho nisso. Prefiro te acompanhar só, sem palpite.
- Ah não! Quero sua opinião.
- Porque? Se eu disser que não gostei você não leva?
- Hummmm. Não. Se EU gostar, nem vou te perguntar. Levo e pronto. Só pro caso de uma dúvida.
- Hehe. Tá valendo.
E mal perguntou mesmo. Foi selecionando as peças, calça, camisas, separando tudo sem nem me perguntar nada. Fiquei até meio bolado,mas tava adorando. Na verdade, era fato que tudo ficaria lindo nele. Fácil assim.
- Você nem vai experimentar?
- Só a calça talvez. As camisas servem com certeza...
- Olha lá...
- E tu, não vai levar nada Bruno?
- Não, tô de boa... Só vim te acompanhar...
Aquele olhar sacana...
Medo.
- Tá... Tu que pensa. Pega isso aqui.
- Hã?
- Segura essa camisa aqui?
- Ei, nem quero. Não gosto.
Por um momento, pensei que fosse um presente, algo assim...
- Seu bobo, tu não acha mesmo que vai ficar me esperando aqui, enquanto entro no provador né?
- ???
- Hehehe... Loja vazia, você assim... tô louco prá te chupar cara...
- Daniel... Não.
- Sim! Agorinha... Vamos, me segue. Entra logo depois de mim.
Ele me largou e foi na frente, uma piscadela de lado, gingando em direção ao provador masculino
Fui logo atrás, claro!
Muito engraçado a avaliação que fiz de mim mesmo naquele corredor da loja, em menos de 1 minuto. Enquanto eu o via entrar no provador, lançando um sorriso devastador para a moça que controlava as peças, me dei conta...
Menos de um mês atrás, por mais que um lance desse pudesse ser parte de minhas taras, JAMAIS me meteria numa coisa doida assim. Talvez recriminaria a irresponsabilidade e infantilidade do ato...
Agora... Naquele momento... Não via a hora de entrar. Vai entender...
Fiz uma horinha e fui pro provador.
A mocinha sorriu simpaticamente, me deu a plaquinha com o "1"
- Só isso mesmo?
- Hã... Por enquanto sim.
- Fique à vontade.
Enveredei pelo corredor, e mais uma vez me dei conta que de tonto Daniel não tinha nada. Agora entendia porque aquela loja. Aquele provador. Era grande, um corredor comprido, cabines amplas... Fui andando e quase chegando no final, uma cortina semi aberta.
Entrei sem olhar prá trás, e cerrei toda a abertura. Ele, descaradamente, já sem camisa abriu um pouquinho, deixando uma fresta perigosa...
- cara...
- Psiu...
Me puxou e invadiu minha boca com sua língua. Beijava quente e forte, desabotoando minha camisa e segurando meu cacete, duro há tempos, apalpando-o com sua mão firme... desceu com sua língua pelo meu tórax, chupando meus peitos.
Com uma destreza incrível, libertou meu pau e começou a me punhetar. Por um dos espelhos que só faziam a situação mais excitante, eu vi que seu cacete também já estava para fora, duro, rijo, pulsando. E que ele me olhava, tesão puro...
- vai seu safado - falei baixinho - engole tudo!
- É prá já meu macho.
Caiu de boca no meu cacete e chupava entre gemidos. Sua mão desceu pelas minhas pernas, abrindo-as e procurando meu cuzinho.
- Ahah!
- Delícia...
Enquanto ele trabalhava sem parar, ouvi barulho no corredor. Dei um passo prá trás, assustado. Ele me conteve, sem tirar meu pau da boca.
Ouvi uma cortina se fechando, dois ou três boxes antes do nosso.
caralho...
Ele subiu devagar e mergulhou sua língua no meu ouvido. Gemendo veio o convite...
- Vamos lá? Ou prefere só chamar a atenção dele?
- Tá louco cara? Não!
Ele riu sem barulho...
- Vou sair !
- Não vai não.
Ele voltou a descer pelo meu corpo, me joguei prá trás. A sensação de perigo e sua boca safada me deixavam a mercê de sua loucura. E tinha a saudade...
Desencanei e segurei sua cabeça, fodendo sua boca. Decidi mudar a estratégia. Se eu o fizesse gozar logo, e gozasse também, tudo acabaria mais rápido. E sem frustrações.
Diferente das outras situações não podia gemer, nem provocá-lo, nem incentivá-lo verbalmente. Só tinha meu olhar prá transmitir o que estava sentindo. Ele já sabia fazer isso como ninguém. Eu era um mero aprendiz. Resolvi praticar.
Acho que me saí bem, primeiro porque era real. O Tesão que sentia pela situação e o tempo sem estar com ele só aumentavam minha necessidade. Meu pau cresceu na sua boca, ele sorria com os olhos e explorava minhas coxas, meu cu, meus peitos com suas mãos másculas... Eu segurava sua cabeça e colocava e tirava meu cacete de sua boca, me contorcendo.
Instintivamente, me curvei sobre seu corpo, descendo minha mão pela suas costas e invadindo sua cueca. Enfiei um dedo no seu cuzinho e comecei a fodê-lo com o dedo, enquanto arregaçava sua boca.
Deu certo. Ele acelerou o ritmo e começou a rebolar no meu dedo, se abrindo mais. Não demorou muito e esporrou em sua mão, recolhendo o leite na sua cueca.
Não aguentei. Com seus gemidos abafados e seu gozo abundante, senti o orgasmo vindo do fundo, sacudindo meu corpo e quase me jogando no chão. Ele engoliu meu pau até as bolas e senti meu leite invadindo sua garganta, meu corpo todo enrijecido e tremendo de tesão. Ele engoliu tudo, levantou-se, beijou minha boca e sussurrou em meu ouvido.
- Serviu?
Sorrindo daquele jeito sacana, abotoou sua calça, colocou a camisa e saiu assoviando, me deixando lá dentro.