- Prazer, Pietro – Falou com a mão estendida para me cumprimentar. Será se eu der um golpe de judô nesse moleque alguém ia perceber? Que cara de pau. Fingiu que nunca tinha me visto!
- O prazer é meu – Disse lhe apertando a mão, muito macia por sinal. (Claro que é Hector! Deve fazer porra nenhuma da vida.)
Pietro sentou-se ao lado do pai, de frente pra mim, com seu já típico sorrisinho de canto de boca...
- Bem, como eu ia te dizendo, - falou Raul – Felipe tem um habito horrível de se apresentar como Pietro. É que eu escolhi o nome Felipe e fui obrigado pela mãe dele a por esse nome de Pietro.
- O senhor sabe que eu prefiro Pietro papai. – Disse Pietro em direção ao pai.
Nossa, quis me botar à maior moral, mas não passa de um filhinho do papai. Rindo desse moleque. Já que ele fingiu que nem me conhecia, vou entrar na brincadeira... Mas do meu jeito.
- Bem, agora o que ele chegou nós podemos pedir algo pra comer.
Pietro fez uma cara, como se eu tivesse o ferido a morte.
- Olha, eu cheguei atrasado porque tive que resolver alguns problemas na ACC.
Sei bem qual "problema", devia ta comendo alguma secretaria no almoxarifado, isso sim.
- Que estranho, porque não sai a muito tempo de lá. E nem te vi na reunião da diretoria...
Raul se manifestou dizendo: - É verdade meu filho. Hector estava me dizendo que reuniu a diretoria da ACC e pelo jeito, ele não lhe viu mesmo. Porque não foi? – Perguntou Raul, e Pietro ficou das cores da bandeira da França.
- Papai, ninguém me avisou.
Era a minha deixa pra fazer um inferninho básico na vida dele.
- Mas minha secretaria garantiu que ligou pra todos os diretores – Disse o cortando. Se Pietro tivesse os olhos do Super Man eu estaria pulverizado naquele momento.
- Já sei o que houve, acho que minha secretaria não me passou o recado. – Disse Pietro, tentando se justificar.
- De quem foi à culpa não importa agora. Mas você deve um pedido de desculpas a Hector. – Falou Raul
Eu estava me divertindo...
- Mas, pai, eu não fiz nada de errado. Foi apenas uma falha de comunicação!
- Felipe! – Falou Raul fechando a cara.
- Me desculpe Hector, isso não ira se repetir – Disse Pietro serio.
Eu por minha vez, dava cambalhotas de diversão por dentro, porém mantive a cara de paisagem e aceite as desculpas deleCom licença, eu vou ao banheiro – Disse eu me levantando daquela mesa. Estava me sentindo incomodado e até cansando. Pensei que nunca mais iria precisar fazer isso: dissimular.
Assim que entrei no banheiro, fui em direção a pia mais próxima, abri a torneira e levei um pouco d’água ao rosto.
Quando olhei pelo reflexo do espelho que estava a minha frente, vi Pietro de braços cruzados e com cara de poucos amigos um pouco atrás de mim.
- Eu não fui avisado de reunião alguma, porque você mentiu?
- Eu não menti – me virei em direção a ele – Eu acabei de te conhecer, por que eu mentiria?
Vi os ombros dele retensarem de raiva. Tentei sair do banheiro, mas minha saída foi bloqueada por ele.
- Me dê licença – Disse calmamente.
- Não, você me deve um pedido de desculpas.
Eu sorri, tentei ao maximo imitar o sorriso que ele me lançou horas atrás. Queria ver ele irritado, assim como eu fiquei.
- Eu que digo não. Agora sai do meu caminho.
- Peça desculpas!
- Não!
- Você pediu por isso! – Fechou a mão direita e lançou em direção ao meu rosto. Eu estava próximo dele, mas consegui desviar. Ele, surpreso, cambaleou um pouco pra frente. Eu aproveitei a oportunidade e passei-lhe uma rasteia. Ele caiu como uma fruta podre, mas rapidamente se levantou.
- Isso foi jogo baixo! – Gritou – Você me paga! – Da sua boca escorreu um filete de sangue.
Novamente partiu em direção a mim. Percebi que ele não tinha a menor técnica, era até patético brigar com esse moleque. Mas se ele queria brincar um pouco... Ele veio em minha direção e deixei que ele me acertasse um soco. Pegou de raspão. Fingi que apaguei.
Ele se aproximou de mim e me cutucou com a ponta do sapato. Assim que ele abaixou a guarda, tive a oportunidade perfeita de acabar com essa palhaçada. Num movimento que nem eu mesmo sei descrever, consegui me levantar em um pulo e passar-lhe uma gravata.
Ofegante disse: - Se eu quiser te faço desmaiar agora, moleque!
- Moleque é você – Disse ele falado com dificuldade, porque eu estava o estrangulando.
Ele tentava se soltar, mas era em vão... Nesse instante aconteceu algo que me surpreendeu.
Peguei-me sentindo o quão bom era o cheio dele. E confesso, me excitei com isso. O soltei imediatamente e sai dali sem sequer olhar pra trás.
Fui em direção a mesa onde estava o seu Raul. Parecia até obra do destino, mas ele estava dormindo. Deixei uma boa quantia em dinheiro encima da mesa, para pagar a conta, e sai dali.
Entrei em meu carro e dirigi rumo a minha casa. Durante toda a viagem, pensei em apenas uma coisa: Pietro. O cheiro dele... Não, eu não podia me permitir...
Hector, você só pode estar ficando burro! É isso! Pensa Hector, você esta há trinta anos vivo e nunca beijou alguém, normal se excitar com mais facilidade... Se bem que, quem não se excitaria com aquele moleque...
Minha mente estava me enlouquecendo. Eu queria qualquer coisa que me fizesse apagar. Assim que cheguei na mansão, pedi a Jean que me trouxesse um calmante. O tomei e simplesmente apagueiAcorda Hector!
As cortinas do meu quarto foram abertas e o sol o invadiu por completo. Meu Deus, eu dormi demais.
- Que horas são? – Perguntei a Fred.
- Hora de moleque preguiçoso acordar!
Nem me fala em moleque. Olhando o Fred agora, vejo o quanto o ele e o Pietro são semelhantes fisicamente. Cacete, eu aqui pensando de novo nesse ser...
- Serio que horas são?
- Umas oito da manha...
Sentia meu corpo todo reclamar. Acho que peguei pesado com o calmante.
- Toma – disse Fred me dando uma caixinha de presentes azulada – Já que eu não cheguei a tempo, seu presente de aniversario esta ai.
- Serio? Obrigado. – Disse o abraçando. Ele retribuiu o abraço envergonhado.
- Abre ai – Disse ele apontando pro presente. O abri e encontrei uma foto, de nós dois quando tínhamos sete ou oito anos. Ao olhar a foto eu me senti mal... Lembrar que um dia tudo foi tão calmo... Não consegui evitar que algumas lagrimas descesse pelos meus olhos.l
- O que você tem Hector? Você esta tão estranho...
Fred me olhava com aquele olhar de paizão, sabe?
- Nada, é só que é estranho saber que um dia eu já fui bom...
Ele se sentou ao meu lado e falou:
- Você sempre foi bom...
- Não – discordei – Desde que eu me descobri assim, gay, eu nunca mais fui bom... Eu nunca mais tive um segundo de paz...
E mais lagrimas teimavam em escorrer dos meus olhos. Me sentia tão idiota em falar isso, em pensar assim, mas era o que eu sentia...
- Olha, eu sei mais do que ninguém o quanto você tentou lutar contra isso. Você é assim. O que aconteceu na sua vida foi que você teve o azar de nascer num lar preconceituoso.
- É que...
- Sabe que você precisa? – questionou Fred, eu fiz que não com a cabeça – De um amor.
Eu não consegui responde-lo, eu comecei a chorar a ponto de soluçar... Era um misto de coisas, coisas essas mal resolvidas. Fred me puxou pra um abraço e fiquei ali, molhando a fina camisa de algodão em que ele estava vestidoEu sei, eu sei: “Demorou pra postar!” “Tá curto!”. Apesar disso, peço que me entendam, eu estou em semana de provas. Todo o tempo que tenho é pra estudar e ouvir minha musica de cada dia... Agradeço a todos que comentaram no conto anterior: fabi26, chicao02, Lucas M., ofpm, Edu19>Edu15, Jimmy lucas, Dhcs, Drica Telles(ametista), dani3l, Perley, Pyetro_Weyneth.
MOMENTO: PATROCINIO (SÓ-QUE-NÃO!)
Gente, conheci há pouco tempo o curta “Eu Não Quero Voltar Sozinho” (segue link pro curta: http://www.youtube.com/watch?v=1Wav5KjBHbI). Assista, eu digo que vale a pena.
Pra quem já assistiu ou assistiu agora, tenho uma noticia ótima. Esse curta foi adaptado pra um filme que ganhou o nome de “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho” (segue link pro trailer do filme: http://www.youtube.com/watch?v=lpHKXyko358&list=UUwvhmhEPbDVFnOk5w3D3SdA&feature=c4-overview). Esse filme será lançado dia 28 de março. É isso, eu só queria dividir a minha paixão por esse curta/filme (risos).
Um abraço,
De Um Velho Leitor
