Ainda estava com o fone na mão tentando entender o que era aquilo, até pensei que fosse uma brincadeira de muito mal gosto e logo logo ele entraria por aquela porta com o sorriso no rosto gritando surpresaaaa.
Mas eu sabia que não ia ser assim e sem mesmo saber o que eu ia fazer peguei o meu casaco e fechei a porta e tranquei a casa, fiquei na duvida se haveria algum taxi naquele horário, mas por incrível que pareça me aparece um meio bizarro diga-se de passagem, pois o taxista só ficava cantarolando “dingon bel” durante o caminho todo, e por falar em caminho onde eu estava indo? Resposta não sabia só sabia que tinha que encontrar o Digo de qualquer jeito e primeiramente fomos no restaurante e logicamente estava fechado, depois fomos ao apartamento dele que assim que cheguei na portaria o senhor João já foi me cumprimentando.
J:Feliz natal seu Carlos.
K:Feliz Natal seu João.
J:Eu pensei que já estava lá em cima com o pessoal.
Eu meio que já pegando o fio da meada já fui respondendo.
K:Pois é estou muito atrasado.
O cumprimentei novamente e já fui diretamente para o elevador que pra minha sorte estava no térreo, cliquei no numero doze e assim que cheguei no andar dele já se ouvia uma musica e som de varias pessoas conversando caminhei por aquele roll e quando fiquei de frente com a porta eu meio que travei, fiquei me perguntando se devia ou não entrar, mas por impulso toquei a campainha, tive que tocar três vezes devido ao barulho, respirei fundo e pedindo aos seus que me ajudasse. Eis que a porta se abre e surge uma mulher linda e sorridente que trajava um vestido longo vermelho próprio para gravidas.
Da:Kadu?
K:Oi Daniela tudo bem?
Da:Tudo ótimo vem vamos entrando, o seu irmão disse que você estava viajando.
K:Pois é resolvi vir mais cedo para a ceia, espero não ter me atrasado.
Da:Esta a quase uma hora atrasado, mas não importa entra, meus pais resolveram passar o natal aqui mesmo.
K:E faz tempo que eles chegaram?
Da:Não eles chegaram de surpresa ontem, quase nos desencontramos, já estava tudo preparado para viajar.
Fomos entrando e o apê estava cheio de gente, tinha amigos do Digo que eu conhecia da academia que ele frequentava, outros amigos lá do nosso bairro, alguns funcionários dele, e outras pessoas que eu não conhecia, havia também uma mesa enorme no canto da sala toda ornamentada de uma enorme variedade de frutas e doces, havia outra mesa de frios, fui caminhando entre os convidados e a Daniela me apresentou seus pais e assim como ela eram muito simpáticos o que só me deixava pior do que eu estava, ao me aproximar de outro canto da sala a Dani me pega pelo braço e me mostra o peru que ela mesma preparou junto com um pernil e outros assados, resumindo a ceia dela deixa a minha no chinelo, pois eu não sei cozinhar nada, já ela era uma mestra cuca, já experimentei muitas coisas que ela já tinha feito e acreditem a comida dela é maravilhosa.
K:Dani e o Digo?
Da:Ele deve estar no quarto dele, o Ted (amigo do Digo) esbarrou nele com a taça de vinho e derramou na roupa dele, deve estar tomando outro banho.
K:Eu vou lá falar com ele.
Da:Vai sim, e diga pra ele que o Luigi ligou.
Da:Kadu não demora, eu vou preparar um prato pra você, Você gosta de pernil?
K:Valeu Dani eu gosto sim.
Fui caminhando entre os vários convidados, alguns já meio alegres outros se entupindo de comida e me esquivando e cumprimentando quem eu conhecia cheguei no corredor e abri a porta do quarto dele que logo o vi de costas pra mim usando apenas uma cueca branca que deixava ele extremamente sexy, e ouvindo a porta se abrir acredito que ele pensou que era a Daniela pois aquela pergunta não era pra mim.
D:Amor você viu aquela calça preta?
E logo se virou pra mim com um sorriso que se desfez assim que me viu e de cara nota-se que ele ficou pálido só de me ver e com olhos arregalados.
D:Kadu? O que você esta fazendo aqui?
K:Eu vim te ver... eu pensei que...
D:Você por acaso perdeu o juízo?
Rapidamente o Digo pegou uma bermuda e uma camiseta e contornou a cama que ficava entre nós e rispidamente pegou o meu braço e foi me levando ate a porta.
D:VAZA DAQUI EU JÁ NÃO TE FALEI...TODA VEZ EU TENHO QUE REPETIR A MESMA COISA?
K:Me larga ficou doido?
O Digo Já ia abrindo a porta e quando abril olhou pra fora e deve ter visto que ninguém estava por perto e saiu me puxando pelo braço e foi me levando para outro quarto e logo a trancou e pelo seu hálito ele devia ter bebido algumas, mas não o suficiente para deixa-lo bêbado muito pelo contrario ele estava bem sóbrio.
Ele foi jogo me jogando na cama e sua cara era de puro ódio, eu mesmo não estava entendendo porquê ele estava agindo daquela maneira.
K:Digo...
D:CALA A BOCA...PORQUE SIMPLESMENTE NÃO PODE FAZER O QUE EU MANDO?
K:Eu só queria...
D:Você quer é me fuder de verdade não é, esta aproveitando que os meus sogros estão por aqui e veio dar um jeito de me ferrar né?
K:Não, eu só vim pra.
D:Olha eu só quero que você vai embora daqui ...
K:Mas Digo...
D:Nem mais e nem meio mais.
K:Por que você esta fazendo isso comigo?
Ele ficou de costas pra mim e esfregou as mãos no rosto impaciente e encostou-se à porta continuando na mesma posição e após algum tempo voltou a olhar pra mim, mas não com aquele olhar de fúria, agora ele tinha um olhar de uma profunda tristeza que só de olhar assim já me desarmava completamente
D:Me perdoa... eu nem sei o que eu estou fazendo... eu sei que você deixou de fazer e sacrificou pra ficarmos juntos e preparou tudo sozinho e em cima da hora eu furei contigo e mesmo depois eu ainda te machuco...mas só tenta entender que pra mim esta sendo muito difícil tanto quanto para você.
K:Eu Não queria te atrapalhar eu só queria passar o natal com você.
Eu estava sentado na cama e ele se aproximou e pegou em minhas mãos me puxando para junto a ele e me abraçou fortemente, como quisesse que nós nunca mais se soltasse.
D:Eu sei e acredite...ninguém nesse mundo imagina o quanto eu queria estar bem longe daqui com você.
E entre as palavras ele deixava uns beijinhos em meu pescoço indo ate a nuca, não tinha sensação melhor do que estar em seus braços, mas logo ele desfez o abraço e voltou a me olhar firmemente.
D:Meu anjo não duvide do amor que eu sinto por você, me perdoa por ser um idiota e te magoar bem no dia de natal...eu não te mereço... mas vou fazer de tudo para te merecer pode acreditar em mim.
K:Eu acredito sim.
K:Feliz natal...
D:Feliz natal minha vida.
Voltamos a nos entregar a um forte e ardente beijo daqueles que te deixa sem ar, mas não durou muito, nos separamos com o som das batidas na porta.
Da: Rodrigo? Você esta ai dentro?
D:Estou sim e já vou.
Da: Algum problema? O seu irmão esta ai com você?
D:Esta sim meu bem, já estamos terminando de conversar aqui e já estamos saindo.
Depois que a Daniela parou de nos atrapalhar eu e o Digo voltamos a dar um ultimo beijo, pelo menos naquela noite rsrsrsrs.
K:Quer que eu vá embora?
O Digo me olhou por alguns instantes acho que pensando e logo me deu outro beijo e mais um abraço de urso.
D:Não... Agora você pode ficar ate porque ela pode desconfiar você aparecer aqui depois de ficarmos trancados aqui e você indo embora ela possa desconfiar de alguma coisa, é melhor tomarmos cuidado.
Ele pegando com as duas mãos em meu rosto e logo me da um selinho me pergunta.
D:Você ainda ta chateado comigo não esta? Eu te conheço Kadu.
K:Vai passar...
D:Eu te prometo que vou te recompensar e muito viu.
Demos um novo ultimo beijo nos ajeitamos e saímos, o Digo voltou para o quarto e eu fui para a sala onde o pessoal estava e logo me aparece a Daniela com um prato grande com muita comida, agradeci a ela e logo veio me perguntando.
Da: Nossa aconteceu alguma coisa para vocês se trancarem naquele quarto e demorarem tanto?
K:Nada não Dani, eu fui falar com o digo sobre umas coisas que eu queria comprar nesse ano e como é ele quem cuida da grana.
Acho que nem eu acreditaria numa desculpa tão esfarrapada como essa, mas foi a única coisa que me veio na cabeça naquele momento, acho que ela engoliu pois logo depois ela começou a contar sobre a vinda do seu primogênito.
Não era um assunto que eu estivesse disposto a conversar, me incomodava muito ver o entusiasmo dela falando do bebe, vendo a felicidade dela me sentia culpado como se fosse um destruidor de família, pois eu era o pivô que futuramente desestabilizaria aquela nova família e o agravante é que a Daniela sempre me tratou muito bem, sendo sempre muito simpática não só comigo como com todo mundo em sua volta, ela é uma mulher que merece tudo de bom e essa simpatia toda dela só me deixava cada vez mais culpado do que eu já estava.
Por volta das duas da manhã eu me sentia meio deslocado e também pelo fato do Digo não se aproximar de mim só me deixava mais triste, o via conversando com seus amigos e convidados animadamente e ao seu lado sua noiva grávida, “céus no que eu estou pensando? Eu tenho que ir embora daqui” e foi o que eu fiz nem me despedi desci pelo elevador e nem cumprimentei o porteiro e chamei um taxi e fui embora e chegando em casa cai na cama pondo para fora toda a angustia e tristeza que estava sentindo dentro de mim, mas apesar de tudo dormi normalmente por incrível que parece e só acordei pouco mais de onze da manhã com o barulho do celular tocando e logo vi que era uma ligação da Luana e como eu estava de muito bom humor já fui logo falando.
K:Que foi?
L:Nossa que ótimo humor logo na manhã de natal...Te acordei foi?
K:Foi.
L:Finja que não te acordei como uma pessoa normal faria.
K:Fala logo Luana o que você quer?
L:Que você faça um favorzinho para a sua irmã postiça preferida.
K:Você é a única irmã que eu tenho Lu.
L:Então sorte sua, mas escuta vai lá em casa no meu quarto em cima da cômoda tem um papelzinho rosa com um endereço e preciso que vc me mande por e-mail o mais rápido possível.
K:Fala serio
L:Deixa de preguiça e vai logo.
K:E como é que eu vou entrar sem a chave ou melhor por que você num pede para o Pedro pegar pra você?
L:Bem que eu tentei, mas aquele mané nem atende o celular e muito menos o telefone.
K:Não gosto de você.
L:KKKK Eu também te amo meu lindo, mas deixa de conversa mole, tem uma chave com o porteiro e eu já liguei e autorizei ele a te entregar, e fica longe das minhas calcinhas.
K:Ta de sacanagem né, pra que eu vou querer pegar nessas calcinhas fedidas suas.
L:Fedidas é o seu toba, fala isso por que não gosta da fruta.
K:Ta bom Luana daqui a pouco eu vou lá.
L:Ok eu vou esperar e não demora muito, bjs te amo.
K:Bjs piriguete se cuida.
Já que estava de pé mesmo resolvi levantar de vez tomei um banho demorado e me arrumei e me sentei no sofá e olhei em volta e me lembrava de que sempre juntávamos a família e amigos aqui durante a noite de natal e no almoço, a casa ficava cheia de gente e agora eu estava ali sozinho e não sei se era carência ou sei lá só sei que me deu uma vontade de chorar, eu queria tanto que o Digo estivesse ali comigo, não precisava de mais ninguém só ele era mais do que o suficiente para ocupar aquele vazio.Mas ele não podia estar aqui comigo ele tinha que estar ao lada da sua mulher e sua família.
Deixando de lado um pouco as minhas lamurias peguei a chave da casa e tranquei e chamei um taxi e fui à casa da Luana e logo que cheguei o porteiro já foi me dando a chave e quando entrei fui direto para o seu quarto todo rosa, logo já vou o papelzinho em cima da cômoda e liguei o computador e mandei o e-mail com o endereço e quando terminei ja fui desligando o computador e quando saia do quarto dela levo um baita susto dou de cara com o Pedro só d cueca com cara de quem tinha acabado de acordar e sabem como todo homem levanta de manhã? De pau duro e era assim que ele estava aquele homem enorme de cueca boxer branca e de pau duro com uma expressão confusa.
P:Kadu? Ta fazendo o que aqui?
E eu ainda sem tirar os olhos da mala dele e viajando na maionese feito um retardado.
K:Hum???? Quem?
P:Quem o que?
K:Desculpa...eu vim pra...pra...
P:Pra?
K:Pra fazer um favor pra Luana, ela me pediu pra pegar um endereço que ela esqueceu no quarto e como ela não conseguiu falar com você ela resolveu me ligar...e é pra isso que eu estou aqui.
P:A ta...meu celular ta desligado e nem ouvi o outro telefone.
O fato de ele estar ali parado na minha frente e bastante excitado estava me deixando nervoso devido a minha carência e um forte tesão que ele involuntariamente ou não estava me despertando.
P:Nossa cara desculpa te receber assim, é que eu nem esperava ninguém e eu sempre fico pelado ou de cueca em casa quando não tem ninguém então...
K:Que isso sem problema eu também não sabia que você estava em casa.
P:Pois é cheguei quase cinco da manhã, mas deixa eu só vestir uma bermuda só um minuto.
K:Precisa não, eu já to indo embora, volta a dormir.
P:Vai não, eu já dormi o suficiente por hoje, espera ai só um minuto que eu já volto.
Ele foi para o seu quarto vestir a bermuda por mim ele ficava pelado mesmo, mas fazer o que né.
P:Você já tomou café hoje, se quiser eu preparo um banquete pra gente rapidinho.
K:Rsrsrs precisa não, já tomei, mas fique a vontade.
P:Já esta quase na hora do almoço nem vou comer nada...e ai como foi a sua noite de natal?
K:Foi boa... e a sua?
P:Muito boa também juntamos uma turma e fomos para um sitio de um brother nosso.
K:Bacana... eu passei com o Digo e seus amigos.
P:Vai almoçar com ele?
K:Não e você já tem planos?
P:A turma de ontem ia se reunir, mas hoje não to muito afim, quer companhia para o almoço?
No caminho pra casa o Pedro foi contando como foi sua infância, eu chorava de tanto rir das traquinagens que ele contava, chegando em casa eu fui direto para cozinha, eu só ia esquentar o que tinha feito no dia anterior e olha que era muita comida e enquanto isso o Pedro ligou o som da sala abriu uma cerveja e ficou comigo na cozinha conversando e era interessante o tanto de assunto que agente tinha pra conversar e o papo fluía bem.
P:Tem certeza que não precisa de ajuda?
K:Não precisa não...já esta tudo pronto é só esquentar?
P:E esse banquete, você fez tudo isso só pra você?
Eu já esperava que ele fosse me perguntar sobre isso, afinal aquele tanto de coisa intocada so para uma pessoa comer.
K:Foi eu mesmo... eu tinha convidado um pessoal .... mas não deu para eles virem.
P: Esta tudo bem Kadu? Algum problema?
K:Não...não ta tudo bem porque?
P:Por nada não...é que de repente você ficou serio.
K:Não eu só me lembrei de uma coisa aqui, mas esquece...e ai Pedro e a namorada?
P:Eu já te falei que eu to só curtindo.
O papo continuou e ele foi contando sobre seus relacionamentos anteriores, o relógio já marcava quase duas da tarde e eu já estava terminando de preparar a salada enquanto o Pedro arrumava a mesa. Peguei o Peru coloquei no centro da mesa e ao lado tinha uma travessa de arroz com uva passa, salada de maionese, feijão, salpicão , três tipos de salada e uma garrafa de vinho que deveria ter sido aberta na noite anterior, mas naquele momento eu queria esquecer aquela noite.