Chegamos no meu apartamento, meu pai não estava, fui tomar banho e Luke pediu comida chinesa. Saí do banho, com uma toalha secando meus cabelos quando quase infarto.
- Luke! Você quase me mata do coração – eu disse, ofegante.
- Seu coração é forte o suficiente – ele disse, me beijando – e eu já não aguentava mais ficar sem você.
- Seu bobo! – eu disse, batendo no peito dele – Eu queria ver se eu tivesse infartado, você seria viúvo antes de nos casarmos.
- Está me pedindo em casamento, é? – ele disse com leve cinismo na voz – Pois eu aceito, meu lindo – e começou a me fazer cócegas.
Saí correndo e ele me seguindo pela sala, ele me segura pela cintura e eu caio no sofá, ele por cima de mim, nós dois rindo como bobos. Fomos parando de rir, seus olhos colados aos meus, eu nem sequer piscava.
- Eu te amo – Luke falou – não sei como consegui viver tanto tempo sem você.
Eu permanecia mudo, embora eu sentisse o mesmo eu simplesmente não consegui falar nada. Na falta de verbos eu parti para a ação e o beijei, com pressa. Luke correspondeu ao beijo, me acariciando o rosto, sempre delicado e gentil.
Não sei dizer como foi ao certo, porque aconteceu de forma tão espontânea, mas nós dois simplesmente estávamos agora no sofá, ele sobre mim, ambos sem camisa. Sentir o corpo de Luke, suor escorrendo pelo seu pescoço, o contato de sua pele com a minha... foi incrível. Minhas mãos passavam por todo seu corpo, e as dele pelo meu, ele beijava minha boca, meu pescoço, meu peito...
- Pai?! – meu pai acabava de entrar pela porta da sala, eu morrendo de vergonha me escondi sob Luke.
- Oi criança, trouxe comida... – ele se interrompeu, quando viu Luke sobre mim – O QUE É ISSO MARC?
- P-pai... er, não é nada disso, eu só estava – eu suava frio, gaguejava, não havia nada que eu pudesse dizer para me abonar.
- Eu sei o que você estava fazendo, use o quarto da próxima vez – meu pai disse, largando a comida na mesa e batendo a porta de seu quarto.
Luke olhou em meus olhos, seus olhos verdes penetravam minha alma, eu o compreendia mas mesmo assim ele falou:
- Marc, me desculpe, foi tudo culpa minha, eu avancei o sinal.
- Não seja bobo Luke – respondi, instantaneamente – eu queria isso tanto quanto você.
- Eu sei mas, se eu não tivesse ido adiante... – o interfone toca, era a comida chinesa.
Vestimos nossas camisas e fomos comer, eu estava faminto! Não me alimentava tinha horas, e no hospital eu só havia comido um sanduíche de atum, que não tinha me saciado muito. Luke parecia que ia morrer de fome, ele devorava toda a comida sem nem mastigar direito, eu comi apenas metade da minha refeição, já estava satisfeito. Quando Luke terminou a dele...
- Você vai comer mais Marc?
- Não, não vou, você quer? – perguntei, já sabendo a resposta.
- Manda pra cá! – ele disse, puxando a caixinha pro seu lado – Eu posso dormir aqui? Não estou com vontade de ver meu pai hoje, você sabe, depois do que aconteceu ontem “I'm over it”.
- Pode sim Luke, você sabe que é sempre bem vindo aqui – respondi – só vamos ter que nos apertar na cama, ela é pequena.
- Melhor para mim – ele disse, piscando o olho – fico ainda mais perto de você.
Terminamos de comer e dei uma toalha e roupas de dormir para Luke, para ele se lavar antes de dormirmos. Enquanto isso fui arrumando a cama, pegando mais travesseiros e fazendo todo esse housekeeping chato.
- MARC! – Luke gritou, do chuveiro – Não tem sabonete aqui!
- Ok, vou buscar.
Fui até o depósito e procurei um sabonete novo, não conseguia achar... Putz! Será que tinha acabado o sabonete? Eu só tinha uma saída.
- Pai?
- O que foi? – disse meu pai, rispidamente.
- Posso pegar o seu sabonete? Acabou o meu e não tem nenhum no depósito.
- Você acabou de tomar banho, está com o cabelo molhado, para que quer outro sabonete?
- O sabonete não é para mim – respondi, com a voz trêmula – é para Luke.
Meu pai nem se dignou a responder, fingiu que não me ouvia mais. Entrei no banheiro dele e peguei o sabonete, ele não disse nada.
- Luke! - chamei, da porta do banheiro – Trouxe um sabonete.
- Teve que sair pra comprar? – ele perguntou, rindo – Ou teve que fabricar um?
- Para de ser bobo, vem pegar logo.
- Traz para mim?
Abri a porta do banheiro, que já estava cheio de vapor, quase não o enxergava. Abri o box e fui entregar o sabonete para Luke, que me puxou para o chuveiro com ele.
- Luke! Eu estou de roupa!
- Vamos arrumar isso então – ele disse, abrindo minha camisa.
Luke me despiu completamente, e nos banhamos juntos. Tirando o fato dos beijos e amassos que demos no chuveiro, não aconteceu nada demais. Nos enxugamos e fui pegar uma roupa para vestir, no que Luke veio atrás de mim, me beijando a nuca.
- Somos só nós dois, não precisa se vestir.
- Lu-Luke, ainda n-não estou...
- Não vamos fazer nada, ainda não, não há nada de errado em dormirmos assim.
Nos deitamos, Luke abraçado a mim quando começo a sentir algo me tocando, algo que não eram as mãos de Luke...