Gostaria de agradecer as “comentaristas” deste seguimento de contos...e aos leitores anônimos pela paciência e atenção. Meu trabalho consome muito meu tempo...me restando apenas os finais de semana para escrever algo. Prometo fazer o possível para não demorar muito...e o principal: não interromper do nada a estória e sumir sem mais nem menos.
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Passei o resto da semana envolvida em meu trabalho. Mas não me conformava com a célebre frase de Ana e Joaquim “...diferentes que se tornam tão iguais”.
- Mas nem em sonho que me pareço com aquela garota! Pensava eu...às vezes do nada...rsrsrs.
Não preciso dizer que isto é típico de quem já se apaixonou por alguém que não queria se apaixonar. Acho que foi exatamente isto que aconteceu comigo...rsrsrs
Na volta à auto-escola, lembro-me muito bem, estava um temporal. Era praticamente impossível termos aulas de moto e como não era meu dia de praticar carro fiquei de cara pra cima...só aguardando o tempo melhorar para ir embora! Depois de algum tempo decidir arriscar a sair, afinal de contas uma garoazinha não mata ninguém, né? Engano meu...melhor ter permanecido onde estava! Quem aparece esguichando a água empoçada da rua em minha direção e de mais duas senhoras? A Bia...! Aquela garota que eu deveria manter quilômetros de distância... Aquela semi-motorista que parecia não ter o mínimo de noção de como conduzir um carro... Aquela garota com o olhar mais expressivo que eu já havia visto... e até hoje não encontrei outro de igual encanto!
Fiquei com cara de boba...sem nenhuma expressão aparente mediante a tudo que acabara de acontecer e a tudo que eu estava pensando. A Bia saiu do carro pedindo mil desculpas as senhoras...e eu só ali estática. Achei melhor entrar novamente na auto-escola e me lavar um pouco...Eu estava me sentindo estranha...sei lá...sabe aquela sensação de não conseguir entender as coisas a sua volta? De se questionar o que de fato está acontecendo? Era mais ou menos assim que eu me sentia...naquele momento eu não estava pensando em como esganar aquela garota. Eu só tentava entender o que se passava...
Senti uma presença...e pela reação do meu corpo deduzir ser a Bia. Me virei vagarosamente e confirmei minhas suspeitas. Ela estava recostada na porta que dava acesso a área de serviço onde nós estávamos naquele momento, ou seja, não sairia dalí sem a “permissão” dela.
- Adiantaria de alguma coisa se eu dissesse que foi sem querer? Disse a Bia.
A olhei bem...ela estava de fato super sem graça.
- Eu preferia um “me desculpe”! Falei enquanto concluía a limpeza dos pés.
- Bom como na semana passada não adiantou o “me desculpe” achei que deveria mudar o discurso!
- Eu sinceramente preferiria que você mudasse o seu alvo! Disse isso olhando-a bem nos olhos mas desviando assim que terminei a frase...
- Poxa vida garota! Em nenhuma das situações eu premeditei algo! Você está sendo super injusta e altamente radical comigo...
- Nossa! Agora de vítima eu passei a ser a vilã?! Façamos o seguinte...Você mantém distância de mim e eu lhe desculpo...
Enquanto eu falava a Bia olhava diretamente para mim de uma forma que eu não conseguia distinguir o limite do quero te encher de tapas ou não sairei daqui! O fato é que ela se aproximou de uma forma que nós estávamos a somente um palmo de distância...aqueles olhos que eu pensava ser negros eram na verdade castanho-escuros. O que de fato eram negros eram seus cílios, sombrancelhas e seus lindos cabelos presos em um coque que me permitia ver o formato delicado do seu rosto e sua pele branquinha e sensível. Sua boca estava semi-aberta e tinham uma cor naturalmente provocante.
Quando me dei conta que provavelmente eu estava me “passando”...desliguei meus pensamentos incoerentes com a situação e me foquei no momento. A Beatriz estava me olhando e eu estava começando a ficar aflita...
- Por que eu deveria ficar distante? Algo em mim te incomoda?
Eu só conseguia pensar na proximidade da Bia e nas reações adversas a que meu corpo estava submetido naquele momento... eu simplesmente me afastei e sair. Sem dizer uma palavra...não havia nada para ser dito! Eu não tinha uma resposta concreta para a pergunta dela...me senti uma leza. Mas de uma coisa eu tive certeza: a Ana Beatriz de fato é linda.
E eu me odiei por chegar a esta conclusão!