A Primeira Vista [Revisado] 01

Um conto erótico de Igor Alcântara
Categoria: Homossexual
Contém 1719 palavras
Data: 02/03/2014 20:43:43
Última revisão: 14/11/2014 23:55:45

A primeira vista – Capítulo 1

Bom, meu nome é Igor Alcântara, hoje eu tenho 20 anos, mas na época que tudo ocorreu eu tinha 19. Branco, magro, razoavelmente alto, hoje mais forte pela prática de academia e cabelo preto. Vocês leram – se não leram, leiam – o conto “Um estranho” que conta a história de um outro casal – Lucas e Bernardo – mas que acabam se cruzando com os personagens desse conto aqui: Eu e meu namorado, o Kaio.

Esse conto já foi postado uma vez e eu o retirei do ar por achar que ele precisava de retoques e agora estou repostando. Espero que as mudanças o tenham deixado mais rico.

Sou acadêmico do curso de Direito, atualmente estou no sexto período do curso, quando a história toda ocorreu eu estava terminando o quarto período no fim do ano passado. Mas vocês acompanharão tudo com o passar do tempo. Boa leitura.

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Amores à primeira vista não existem. Isso é invenção de filme. Se eu realmente pudesse me apaixonar por alguém à primeira vista então a teoria das almas gêmeas seria verdadeira. Se ela fosse verdadeira você só poderia ficar com a pessoa certa, sua alma gêmea e ninguém mais. E não é isso que vemos por aí.

Era outubro de 2013, um calor insuportável, meu celular mostrava os 37°C com sensação de 39°C, 16h e eu no estacionamento do supermercado, cheio de sacolas tentando pegar o carro emprestado pelo meu irmão pra voltar pra casa. Eu tinha acabado de tirar carta de habilitação então toda e qualquer obrigação a se resolver no centro da cidade era sempre eu que tinha que ir. Eu não tinha carro, moro sozinho em um apartamento alugado, maus pais vieram com meu irmão mais velho passar um fim de semana comigo, eles não fazem isso com frequência mas aconteceu naquele fim de semana.

Ao chegar em casa já fui logo largando as compras no chão:

- Mãããe! Arruma as compras por favor e separe o que for da senhora. Eu preciso me arrumar pra faculdade. Que calor meu Deus...

- Vai pro colégio menino, que eu cuido de tudo.

Era incrível que com quase 2 anos de faculdade minha mãe ainda achava que eu estava no colegial. Enfim, filho caçula é assim. Cumprimentei meu pai, joguei as chaves pro meu irmão e fui pro banheiro. Banho, jantar e faculdade. Era uma linha de afazeres sempre inevitável.

Cheguei na faculdade e notei o ambiente mais cheio que o comum. Muita gente desconhecida. Muitos adolescentes desconhecidos pra ser mais exato. Fui pra sala e a aula ainda não havia começado.

- Fernanda quem são os novatos? A gente tá em outubro, não pode ter iniciado turma.

- São os aspirantes a novatos, amigo. Hoje é vestibular lembra? – falava Fernanda. Uma das amigas mais próximas na faculdade.

- Ih, é mesmo. Havia esquecido...

O professor entrou. Leis, leis, e mais leis. Na hora do intervalo eu decidi dar uma volta e ver se conhecia alguém do vestibular, mas todos estavam trancafiados nas últimas salas distantes de todos e os vigias na frente. Olhei por cima do ombro do vigia e vi pelo vidro que era muita gente. Não era a toa que todo ano as turmas de direito são enormes e depois com o passar do tempo diminuem drasticamente. As pessoas entram muito novas e sem maturidade pro curso, daí desistem no meio do caminho.

Os vestibulandos começaram a sair, alguns sorriam, falavam da redação, outros diziam que já era... Até que uma pessoa me chamou atenção. Um garoto moreno, cabelo preto liso, alto e um pouco malhado. Trajava uma camiseta preta, jeans e tênis. Ele saiu da sala do lado de um amigo, os dois riam e comentavam sobre a prova, atrás deles vinham duas garotas meio que seguindo os dois. A prova acabara e eles eram os últimos a entregar, por isso saíram juntos.

Ao passarem por mim no corredor ele deve ter percebido que eu o olhava. Ele me olhou de volta de forma muito rápida com um sorriso de canto. Meu Deus, ele era lindo. Devia ser novinho. Fernanda chegou do meu lado com os braços cruzados e passou o dedo no meu queixo.

- Limpa aqui!

Eu sorri, e voltamos pra sala. A noite passou normal, a não ser pelo fato dele não sair da minha cabeça. Era tão lindo, tão lindo. Eu não conhecia aquele garoto e olha que ele não passaria despercebido em lugar nenhum. Fui embora ainda imaginando o resultado do vestibular, se ele passasse seria muito agradável vê-lo todas as noites na faculdade.

Na semana seguinte o resultado saiu. Particular é assim, mal fez a prova o resultado já sai logo. Uma lista com 35 nomes pra Direito. Olhei a lista não conheci ninguém. Será que ele havia passado. O mural fora mudado de lugar. Agora estava na entrada na faculdade e muitas pessoas o rodeavam procurando seus nomes e nome de conhecidos. Quando vi que não conhecia ninguém decidi entrar, Fernanda me chamou do portão pedindo que a esperasse. Olhei pra trás e a vi, mas também vi o garoto da semana passada. Pronto, meu coração disparou. Segurei o braço da Fernanda.

- Espera... – peguei o celular do bolso como quem ia conferir algo. Fiquei observando, até que um outro cara tão bonito quanto ele porém mais forte chegou junto. Não pude evitar, minha boca abriu. Eram gêmeos?

- Eu já sabia! – Disse o mais forte puxando o menor pro abraço.

Eles riram juntos. O garoto que eu observava sacou o celular e ligou pra alguém, os dois saíram pra um canto.

Eu entrei com Fernanda.

- Kaio. – falou ela no corredor.

- Oi?

- Kaio, amigo. O nome dele é Kaio. Ele é filho do dono da empresa Azevedo. – disse olhando pra frente, com um risinho e segurando os livros contra o peito.

- Como você sabe?

- Uma amiga minha fez o vestibular e me falou dele no dia da prova. Acho bom pegar a senha. Ele é disputado por todas, e por todos pelo visto. Aquele que o abraçou é irmão. Marcos, a única coisa que sei é que é mais velho e vive com o mais novo em todo canto. Eles não se desgrudam.

- Ao menos ele passou.

- Tô até vendo o intervalo do ano que vem, você babando por aí... – ela falou convencida.

Eu ri.

Eu tenho uma moto, mas naquela noite eu havia saído de casa a pé mesmo. No caminho um carro meu seguiu e parou do meu lado. Era um primo, Fábio.

- Tão sozinho, môdezu. – falou fazendo bico.

- Que foi? – ele sempre me fazia rir.

- Vamo comer pizza? Morrendo de fome aqui e já são dez horas, mais um pouco e eu desmaio.

- Vamo sim. Só que você paga porque eu tô fraco. – já entrando no carro.

Começamos a passear por aí olhando as pizzarias pra escolher a mais agradável. Uma das mais famosas da nossa cidade e também a maior estava um pouco cheia, da pista dá pra ver as mesas. Ele passou bem devagar na frente e eu pude ver uma mesa com uma família reunida. Os dois irmãos estavam lá, um do lado do outro, um senhor por voltas de 50 anos já grisalho e uma senhora muito elegante, cabelo ruivo curtinho. Havia um menino também, devia ter uns 13 anos.

- Fábio, aqui. – Falei já tirando o cinto. Ele começou a estacionar.

Desci do carro e me senti meio desesperado. “Qual é, eu só o vi uma vez!” - eu pensava - “Isso não é saudável”. Quem tem essas “apaixonites” sabe como a gente se sente idiota.

Entramos e sentamos numa mesa próxima. Mais uma vez ele me olhou rapidamente, meio que percebendo que eu era o mesmo cara da faculdade de mais cedo. Deveriam estar comemorando a aprovação. Enquanto Fábio pedia eu escutava alguns pedaços da conversa da mesa do lado. Tentei ficar o mais quieto possível pra ver se ouvia algo útil.

- Vamo pra Luís Correia esse fim de semana? Tô a fim de uma praia. Só tem calor nessa cidade. – perguntou o mais velho.

- Um rum – o mais novo tentando responder com a boca cheia e tentando se aliviar com um gole de coca.

- Obaaaa! Adoro praia com vocês. – o menino jogou as mãos pro alto.

Os senhores apenas riam.

Após comermos e eles lá só sorrindo e comemorando. O Fábio estranhou o porquê que estava calado, eu só queria escutar algo sobre ele. Eu não ia puxar papo com ele do nada, sem nem ter noção do que ele gostava, do que ele fazia, de onde ele vinha. Quem tem coragem pra essas coisas ganha meu respeito.

Em um dado momento ele se levantou e foi em direção ao banheiro, eu óbvio, fui junto. Me sentia tão ridículo! Mas fui. Entrei no banheiro e fui lavar as mãos, ele estava de costas no mictório, veio lavar as mãos também.

- Boa noite. – ele falou com um risinho, apenas cumprimentando. Hoje eu vejo que na verdade alí, ao segui-lo até o banheiro, eu me entreguei na missão secreta. Na época eu me achava a pessoa mais discreta do mundo. Um James Bond perfeito.

- Boa noite – sorri de volta.

- Você estuda na faculdade que fui aprovado hoje. – uma sobrancelha mais alta que a outra – Lembro de você.

- É sim.

- Tô bem ansioso pra iniciar no ano que vem, cara. Sempre quis fazer Direito.

- É um ótimo curso e a faculdade tem uma boa estrutura.

- É sim. Você faz que bloco lá? – ele encostou na pia.

- Quarto.

Um silencia pairou.

- Olha eu já tô indo embora com meus pais e meu irmão tem que levar nosso primo pra casa dos meus tios mas eu queria saber mais da faculdade e do curso. Amanhã nesse mesmo horário você tá livre de novo? Digo... a gente podia sair e beber algo pra conversar. Seria bom iniciar já conhecendo alguém.

- Sim, com certeza. Amanhã após a aula. – já falei rindo demais. Me contive quando percebi.

- Tá certo então. Meu nome é Kaio. - Estendeu a mão.

- Igor. Igor... é isso. – Cumprimentei.

- Me espera na faculdade amanhã... Igor. Falou. – ele saiu rindo e fazendo sinal de legal com o polegar.

Eu olhei no espelho. Não acreditei. Ri. Enxuguei as mãos e sai, Fábio estava sozinho e a família tinha ido embora. Agora era esperar ansiosamente pela noite seguinte. Que fácil, não?

kazevedocdc@gmail.com

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Comentários

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Uau! Resolvi ler esse também. Que início envolvente!

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Gostei do seu conto e já quero ler o restante da série. Parabéns!

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Que bom que você o repostou não conhecia seu conto, agora terei um conto de qualidade pra ler, finalmente.

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Muito bom, que bom que está repostando, tá muito bom mesmo, eu tenho a história salva no meu computador kkk, mais é bom ler aqui porque está revisado!!!

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Não conhecia esse conto. Estou gostando!

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Finalmente você voltou,essa revisão so deixou o texto melhor do que já era. Agora finalmente posso reler meu conto favorito

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Meus parabens pelo maravilhoso conto a historia de amor de vcs é mto linda parabens e nota 10 pelo conto e pela linda historia

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bem legal o começo... pareceu rolar uma ótima química envc e o Kaio... vamos ver no q dara isso ;)

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Obrigado pessoal! É ótimo receber comentários assim. Digam o que não gostarem. Acho que o tamanho dos demais vai se manter assim. Já tenho mais capítulos escritos. Posto o novo amanhã.

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