Depois de uns minutos andando a 10km/h, chegamos ao tal motel... Quando passamos pelo funcionário, abaixei a cabeça e coloquei a mão na testa, não queria que vissem que eram dois homens... Rodrigo fez o pedido. Ele pediu uma suíte luxo, e achei isso estranho... Afinal, não estávamos ali querendo nada além de camas para dormir e um chuveiro para tomarmos um banho... Mas, não disse nada, eu só queria entrar logo naquele quarto. Chegamos, descemos do carro, peguei uma mala, e entramos para o quarto. Aquela era a segunda vez que ia a um motel... Sinceramente, nunca achei muita graça (talvez porque na primeira vez eu tenha ido com uma namorada, quanto tinha 17 anos, e não foi lá nenhuma “Brastemp”, se é que me entendem, hahaha)... Mas, o quarto era até bem bonito, bem decorado, cheiro gostoso. Chegamos, deixei minha mala perto da cama, e fui para o banheiro, precisava lavar o rosto e as mãos, além de fazer necessidades... Quando saio do banheiro, me deparo com o Rodrigo sem camisa. Bom, farei agora aquilo que muitos esperam, ansiosos, hahahaha. Rodrigo tinha 26 anos, alto, 1.85m, branco, mas um pouco queimado pelo sol, olhos castanhos. Seus músculos soam naturais, de quem os adquiriu com o trabalho mesmo, nada exagerado, apenas definido. No peito, pelos bem aparadinhos, baixos. Enfim, um homem com H maiúsculo. O corpo dele é semelhante ao do ator Emiliano D´ávila.
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Alias, eles se parecem um pouco, a diferença é que o cabelo de Rodrigo é um pouco menor. Enfim, Rodrigo estava deitado na cama, e zapeava os canais na televisão, passando, inclusive, por uns adultos... Como a cama ficava virada para o lado oposto à da porta do banheiro, ele não me viu. Eu, meio que sem perceber, analisei sei corpo de cima até em baixo... Era sim, um belo corpo, um belo homem... Mas, não era pra mim. Respirei fundo, e fui até minha mala, que ficava do outro lado da cama. Rodrigo parou em um dos canais adultos, e deixou. Em seguida, disse.
- Até que essa ideia não foi ruim, hein?! Tem tempos que não vejo um filme desses... – Ele terminou e riu.
Eu sorri, e fui mexer na minha mala. Ele desfez o sorriso, e disse.
- Desculpe, nem sei se você gosta de falar sobre essas coisas... Nem te conheço direito. – E mudou o canal.
- Relaxa, cara, quem não gosta, não é mesmo? Eu só estou cansado, ainda me adaptando ao fuso, e um pouco preocupado com o papai. – Eu disse, enquanto mexia na mala.
- Eu entendo... É, o Dr. Ricardo está um pouco fraco há uns dias... O médico dele, o Dr. Paulo foi lá logo que ele reclamou de cansaço, e de dor no peito. Sua mãe disse que ele trocou a medicação e recomendou repouso. E ele está fazendo, na medida do possível, né. Acho que você conhece seu pai, ele não consegue ficar parado... – Ele disse, sorrindo.
Nesse momento, eu havia parado de fazer o que fazia, e olhei para ele enquanto ele falava de meu pai. Quando sorriu, eu percebi como era bonito o seu sorriso, os seus dentes... Enfim, tudo nele parecia “ornar”. Quando ele terminou, eu disse.
- É, sei bem, o super-caipira tem uma energia invejável. Fico triste por ele ter esse problema no coração, por não poder fazer tudo o que quer... – Eu disse, e fui fechar minha mala.
- É verdade, mas, vamos esperar, né?! Seu pai é novo, tem tudo para conseguir se recuperar e viver mais uns bons anos.
Ele terminou, sorriu e se voltou para a TV. Estava sintonizado em um desses canais de filme.
- Eu terminei de mexer na mala, e fui mexer no celular... Me sentei na cama, posicionei um dos travesseiros, tirei os sapatos e me espichei na cama. O silêncio reinou por uns minutos... Era tudo o que precisava, gostava de falar, conversar, mais prezo bastante por uns minutos de silêncio, para ficarmos apenas com nossos pensamentos. Haviam algumas mensagens de Pietro em meu telefone. Parei e fiz as contas, se no Brasil o relógio marcava 20h03m, na Itália era pouco mais de meia-noite. Ele ainda deveria estar acordado. Eram 04 mensagens, falando que já estava com saudades, mandando fotos dele e da Carla, depois só dele, e desejando boa noite. Ele havia mandado um vídeo, mas, com o Rodrigo ali do lado, achei melhor ver depois. Respondi, falando que estava morrendo de saudades, e que estava tudo bem. Preferi não contar dos problemas, afinal, a história era longa, e estava cansado. Fiquei revendo as fotos dele e da Carla, e me bateu saudade... Pensei em tudo o que havia vivido com eles durante esses 5 anos, e me bateu a incerteza sobre o que aconteceria daqui por diante. Algo me dizia que minha vida não voltaria a ser o que era... De repente, Rodrigo corta o silêncio.
- Não está se esquecendo de nada, Mateus?
Me bateu um estranhamento... Era a primeira vez que ele me chamava pelo nome, sem contar quando nos encontramos no aeroporto, e, além de soar estranho, soou com uma certa intimidade que eu não esperava... Mas, ignorei, e pensei se eu realmente me esquecia de algo.
- Não sei, o que? – Eu disse, meio seco, esperava por alguma brincadeirinha fora de hora (eu não estava em um bom dia, compreendamLigar para os seus pais avisando sobre o ocorrido, e que passaremos a noite em um... – Ele parou, pensou, e disse – aqui....
Era verdade, precisava avisar a meus pais. Não sei porque, mas, no meu subconsciente, era ele quem faria isso, afinal, ele foi o responsável por me buscar... Mas, não entrei nesse mérito, e disse.
- Poxa, é verdade, cara. Obrigado! – Ele sorriu, satisfeito.
Peguei o celular e disquei o número lá de casa. Mamãe atendeu.
- Alô?!
- Oi mãe, sou eu,
- Oi filho! Aonde estão? Estamos te esperando... – Ela disse, feliz.
- Então, mãe...
Eu parei, e pensei no que dizer.
- Deu um problema mecânico no carro, que depois o Rodrigo vai explicar pra vocês o que é, e, como o papai fez o favor de não fazer seguro, vamos ficar em um hotel aqui da estrada até amanhã, quando o Rodrigo vai tentar falar com algum funcionário daí para nos buscar.
- Ai, filho, não acredito... Seu pai, vou te falar, viu... Mas porque você não me ligou, eu dava um jeito de socorrer vocês...
- Não, mãe, só tem vocês dois ai, e o papai não pode ficar sozinho, e nem fazer tanto esforço. Amanhã de manhã nós estaremos ai. Ele tá ai perto?
- Tá sim, vou passar pra ele. Beijo, filho, se cuida.
- Beijo!
Papai pega o telefone e fala, com a voz fraca.
- Oi filho, aonde você tá?
- Oi, pai! Estamos em um hotel, porque o carro deu problema. Mas amanhã cedo nós chegamos ai. Se cuida, tá?!
- Tá bom, filho. Não demora, tá, o teu velho quer te ver, estou com muita saudade!
Meus olhos encheram de lágrima. Eu disse, com a voz embargada.
- Ôh, meu super-caipira, teremos muito tempo ainda pra matar a saudade! Agora vai dormir. Beijo.
- Beijo, seu pai te ama!
- Também te amo, meu velho! Muito!
Desligamos. Imediatamente comecei a chorar... Acho que foi um acúmulo, das saudades da Itália e da conversa com meu pai. Eu sentia que ele não estava bem... Rodrigo imediatamente se levantou, atravessou a cama e se sentou do meu lado.
- O que foi, Mateus? Fica calmo, cara, o seu pai é forte, ele vai passar por isso, você vai ver.
Eu só chorava, não conseguia e nem queria falar nada... Fui descendo pela cama, até ficar deitado. Rodrigo se levantou, levantou minha cabeça, sentou e ficou me consolando, falando para me acalmar, que tudo ia dar certo. Adormeci...
Acordei, peguei meu celular, haviam mais duas mensagens, provavelmente de Pietro. Deixei para ler depois. Olhei as horas, e o relógio marcava 03h56m. Havia dormido por umas boas horas. Olhei para cima, e Rodrigo parecia também ter adormecido sem ver, afinal, ele estava sentado e com a minha cabeça entre as suas pernas. Suas mãos estavam aninhadas em meus cabelos. Achei essa posição um pouco estranha... Levantei com cuidado, e o cutuquei. Ele acordou, me olhou meio perdido, e percebeu que havia dormido.
- Nossa, cara, dormi sem ver. – Ele disse, despertando.
- Sim, eu também. – Eu disse, saindo da cama.
- É, mas você eu vi dormir. – Ele disse, sorrindo.
Eu terminei de sair da cama, olhei para ele, achando graça da frase, e sorri. O volume em sua calça estava relativamente alto... Tive a impressão de que ele estava excitado. Ignorei, e fui mexer na minha mala, precisava de um banho. Peguei minhas roupas, e fui para o banheiro. Lá dentro, confesso, pensei na imagem de Rodrigo excitado, pelo menos era o que parecia. Achei melhor esquecer, e entrei no box. Tomei meu banho, que, confesso, foi demorado. Pensei em tudo o que estava acontecendo, e tudo o que poderia acontecer na minha vida. Terminei, me sequei, e vesti a samba canção que uso para dormir. Arrumei meu cabelo, e saí. Ao sair, Rodrigo, que estava sentado na cama, já na posição para levantar, meu olhou, e, sim, com toda certeza, me fitou de cima em baixo. Bom, agora irei me descrever... Tenho 1.86m (sim, 1 cm maior do que ele, hahahah), branco (branco mesmo!), 24 anos, magro, corpo apenas definido naturalmente, sem pelos, e cabelos preto e curtos, olhos verdes (cor de folha seca, sacam?)... Com quem me pareço? Bom, dizem que com o Miguel Rômulo, ator da Globo (sem barba nessa época, já Rodrigo tinha, mas bem ralinha, tipo a do ator mesmo).
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Eu fui saindo em direção à minha mala. Ele parou de olhar meu corpo, se levantou e foi para o banheiro. Guardei as minhas coisas e, quando já ia fechar minha mala, me lembrei que ele não iria ter roupa para dormir... Então, tirei um short de dormir que também tenho, desses bem confortáveis, e deixei em seu lado da cama. Fechei a mala, me deitei e fui ver o que havia na televisão. Achei a Globo, e passavam os desfiles das escolas de samba de SP (era sábado de carnaval). Deixei, sempre gostei de ver os desfiles, apesar de preferir muito mais os do Rio. De repente Rodrigo saiu do banheiro, e vestido com a mesma calça jeans... Achei graça.
- É sério que você dorme de calça jeans, cara? – Disse, com um sorriso irônico. Ele estava lindo com aqueles cabelos molhados...
- Dormir, eu não durmo... Mas, tem gente ai que é incapaz de oferecer uma bermuda para o coleguinha... – Ele disse, provocando.
- Retardado. Tá ai, óh. – Eu disse, mexendo a cabeça em direção ao short.
Ele sorriu...
- Até que enfim, moço!
Ele sorriu, e, para a minha surpresa, se trocou ali mesmo, na minha frente...
- Se importa se eu me trocar na sua frente? Não tenho saco pra essas frescuras não... Só não se apaixona pela minha bunda, tá, porque ela é muito linda! – ele disse, e deu risada. Eu também dei.
Ele tirou a calça, a cueca, e eu vi a sua bunda... Sim, por mais que tentasse disfarçar, eu olhei para a sua bunda, de relance... Era bonita, com uns pelos, e num tamanho médio. Ele vestiu o short.
Ele dobrou a sua roupa, colocou em uma mesa que havia no quarto, e foi se deitar. Ao ver que eu assistia aos desfiles, ele reclamou.
- Ah, para de graça, me dá isso aqui.
Ele disse, e realmente pegou o controle de minha mão. Achei falta de educação, mas o jeito dele me divertia. Ele achou um canal adulto e deixou... Logo depois, me olhou, com um sorriso sacana. Eu sorri, mas sem a mesma empolgação. Não achava muita graça nisso. Ele deixou por uns 2 minutos, e até mexeu no pau... Achei demais, afinal, o short era meu, e ele estava sem cueca. Depois, ele mudou, e deixou em um canal de filme. Passava X-Men. Não gosto muito, vi uns minutos, e logo dei boa noite. Adormeci.
No outro dia, acordei por volta das 08 da manhã. Rodrigo já havia pedido o café da manhã, tomamos, e estava bem gostoso. Ele já havia ligado para um dos funcionários quando acordou, e algum tempo depois ele chegou, já com um reboque. Pegamos minha mala, fomos para o carro, pagamos a conta, e, há poucos metros dali, nos encontramos com o rapaz. Rebocaram o carro, e fomos no outro carro. Algum tempo depois, chegamos em casa. Ao sair do carro, me deparo com papai na varanda, sentado em uma cadeira de rodas, e minha mãe atrás dele, guiando-o... Meu coração apertou, e vi que Rodrigo percebeu. Ele pegou a mala da minha mão, e eu fui ao encontro de meus pais. Nos abraçamos forte, todos emocionados.
No próximo episódio.
- Mateus e Rodrigo vão para um baile de carnaval, e a primeira aproximação acontece.
Ficou grande, mas espero que tenham gostado. Vote, comente, indique!
Beijundas.