O Primogênito. 41

Um conto erótico de O Autor k...
Categoria: Homossexual
Contém 2552 palavras
Data: 20/03/2014 10:50:33
Última revisão: 20/03/2014 11:22:12
Assuntos: Gay, Homossexual, odio, Romance

Em certos casos é bom ter amigos que se importam e cuida de você nos momentos difíceis de nossa vida, mas mesmo assim depois de tanta coisa ruim que aconteceu na minha vida é como se toda minha força e meu gás de continuar simplesmente acabou, eu não saia de casa, só saia mesmo para ir a faculdade ou ter que pagar alguma conta e comprar algo para comer, se bem que nem isso eu estava fazendo direito, nos primeiros meses eu não queria falar com ninguém, principalmente depois do fatídico réveillon o Digo passou a me ligar pelo menos três vezes na semana e ele com aquele jeito espontâneo que me custava acreditar, eu permanecia monossilábico.

K:Alô.

D:Oi Kadu?

K:Sim é ele, quem é? (como se eu não soubesse quem era)

D:É eu o Digão, tudo bem com você.

K:Até agora sim, o que quer?

D:Saber como você está.

K:Já disse que eu to bem.

D:É serio, sua voz esta estranha e essa noite tive um sonho ruim com você.

K:Deve ser a sua consciência pesada. Se bem que é meio tarde pra ela se manifestar, mas já é um progresso por que eu nem imaginava que você tinha uma.

D:Para com isso Kadu eu mudei de verdade...

K:E dai...O que espera que eu faça?

D:Eu não sei, bom agente podia... Esquecer o passado...

K:Sei, fácil falar né...

D:Eu sei que não é tão simples assim, mas...

K:Bom se era só isso, tchau. Tenho mais o que fazer.

D:Espera kad...

Tu tu tu tu tu tu.

Era mais ou menos assim no primeiro mês, mais ai eu fiquei de saco cheio das ligações dele e graças a minha bina eu parei de atender ele. Fora ele eu falava de vez em quando com a minha mãe ou com a Luana e o Bruno. E para todos eu dizia que estava tudo bem, mas na verdade mergulhei em um poço de tristeza e depressão, como disse antes minha vida era apenas uma rotina casa para faculdade e da faculdade para casa e com isso me afastei dos meus amigos de turma, na verdade eu tive muita sorte de ter conseguido terminar o ultimo semestre do curso, e nem participei dos eventos pré-formatura que o pessoal fez. Para muitos era uma conquista, mas para mim não tinha tanta importância, por que a pouco mais de cinco anos atrás eu tinha um sonho de esquecer tudo de ruim que tinha acontecido comigo e refazer a minha vida e eu quase consegui, por alguns meses eu tive uma família, um filho que me foi tirado sem ter chance de lutar por ele e depois disso vi minha vida desmoronar diante de mim, e todos os meus sonhos se foi pela janela.

Alguns me perguntavam quando seria a minha formatura e eu apenas disse que não iria participar, foi uma decisão minha, não tinha disposição para isso, apenas consegui concluir o curso, minha monografia foi razoável, porém suficiente para ser aprovado.

Depois de concluir a faculdade ai eu permaneci o tempo todo em casa, nunca saia pra nada e assim minha depressão piorou, lembro de uma vez estar saindo do elevador e senti uma fraqueza tão forte que praticamente cai no chão, por sorte o Deivison me ajudou e me obrigou a ir ao medico que passou alguns exames e tive que tomar ter bolsas de soro, depois disso em um intervalo de três dias não me lembro direito a hora só lembro de ter deitado na cama por que estava passando mal, pois só de ficar em pé eu senti uma fraqueza tão grande ai eu deitava e ai eu acordei com alguém arrombando minha porta e entra o Deivison e o Adriano com cara de preocupados e eles me ajudaram e me levaram para o hospital e chagando lá eles queriam me internar mais eu conversei com o medico e ele exigiu que eu fizesse os exames e eu para ir embora tive que prometer que os faria.

Depois dessa segunda vez melhorei um pouco , mas mesmo assim não tinha vontade de nada, o Deivison sempre que dava ele ia lá em casa e conversava comigo tentando me animar. Mas nem sempre dava certo. O Adriano também me visitava sempre e nas primeiras vezes que ele foi me visitar ele pensou que eu estava ficando naquele estado por causa do nosso rompimento, mas de cara deixei claro que não era nada disso e acho que ele entendeu. E por falar nisso eu percebi que eles iam me visitar com mais frequência para poderem namorar, sim depois de quase cinco meses de muito esforço o Adriano conseguiu fisgar o Deivison e demorou tanto por que o Deivison era paranoico demais achando que alguém poderia ver, ou contar para os seus pais, eu entendia o lado dele, ele ainda era menor de idade e seus pais sendo evangélicos e conservadores, era normal ele ter medo.

Pouco mais de três semanas depois, na data marcada eu voltei ao medico para mostrar meus exames e eu não tinha melhorado muito e o medico dessa vez me internou e brigou comigo dizendo que eu estava com uma anemia muito forte que se eu não me cuidasse evoluiria para algo pior e eu sem escolha tive que ficar no hospital, liguei para o Deivison e avisei e pedi para que ele levasse umas roupas pra mim.

K:Alo, Deivison.

D: Oi Kadu, to aqui na porta do seu apartamento, abre ai.

K:Eu não estou em casa, to no hospital, eu vim mostrar os exames, mas o medico me obrigou a ficar internado, ai eu queria que você, trouxesse umas coisas pra mim se puder ainda hoje.

D:Tudo bem, eu ligo para o Adriano passar aqui ai mais atarde agente leva, me fala ai o que você precisa.

Falei pra ele o que eu precisava.

K:Tem uma cópia da chave naquele lugar, e pega minha agenda e liga para Maria (diarista) que não precisa ir amanhã, explica pra ela o por que e quando eu sair eu chamo ela.

D:Tudo bem, deixa comigo.

K:Entendeu tudinho?

D:Entendi sim.

Ainda conversamos mais algumas coisas e tive que desligar por que a enfermeira iria trocar meu soro e eu tinha que tomar uma medicação.

Enquanto isso...

Deivison que naquele momento estava em seu quarto foi fazer o que eu pedi e ele apertou o botão do elevador e assim que a porta se abre ele da de cara com o Digo.

Di: E ae cara...

De: Oi tudo bem.

Di: Mais ou menos, vim assim que soube, como é que ele está? Ele ta em casa?

De: Não ta não, ele acabou de me ligar, hoje ele foi mostrar os exames para o medico e ai eles resolveram internar ele. Eu ia lá no apê dele arrumar umas coisas que ele pediu.

Di: Sei...

De: Eu não sei mais o que fazer, ele não se cuida e fica o tempo todo em casa, muitas vezes eu peguei ele chorando, mas ele não conta o por que.

Di:Eu sei o porque...

De:E o que você vai fazer?

Di: Vim cuidar dele, se bem que eu estava pensando em levar ele para São Paulo.

De: Eu não sei se é uma boa ideia.

Di: Por que não.

De: Olha cara sem ofensa, mas você sabe que é a ultima pessoa no mundo que ele quer ver na frente, e que ele esta assim por culpa sua.

Di: Eu sei..., as eu mudei eu só quero cuidar dele, e vou mesmo ele não querendo e só saio de perto dele quando ele estiver melhor.

Enquanto eles entravam no apartamento o Deivison ajudou o Digo a levar as malas para o outo quarto e depois o Deivison arrumou as coisas que eu pedi e logo em seguida eles foram em direção do hospital e nomeio do caminho o Deivison ligou para o Adriano e explicou tudo e quando eles chegaram na recepção e ainda faltava pouco mais de uma hora para o horário de visita e nesse tempo o Digo conseguiu falar com o medico que estava cuidando de mim e o Digo sendo meu irmão o medico explicou tudo a ele e os possíveis riscos se caso eu não melhorasse.

D:Leucemia?

M:Sim, se ele não cuidar dessa anemia ele pode vir a ter uma leucemia futuramente.

D:Doutor não importa o quanto custe eu quero que o meu irmão tenha todos os cuidados que for necessário.

M:Não se preocupe com isso, ele esta sendo bem tratado e com acompanhamento psicológico, mas ele pode ter os melhores médicos do mundo e não adiantar nada se ele não querer melhorar. Já estabilizamos e acredito que amanhã ele pode ter alta.

D:Ainda bem...

M:A Dra. Ivone que é a psicóloga responsável por ele me relatou que ele não demonstra nenhum esforço em se curar.

D:Eu vou falar com ele, ele vai melhorar sim doutor pode ter certeza.

M:Assim espero.

D:Quando é que eu posso ver ele?

M: Agora mesmo, mas acho que ele esta dormindo.

Sabem quando você acorda após uma noite de cachaça, ai bate aquela ressaca desgraçada, pois é eu estava pior do que isso tinha um remédio que eles me aplicavam e dava muito sono e sinceramente não sabia para onde ia aquele tanto de soro que eles colocavam em mim, mas voltando eu acabei de acordar com a boca amargando e sentindo muita fraqueza e com a minha cabeça doendo muito, abri os olhos por um instantinho e vi uma pessoa de costas pra mim, mas nem reparei direito e fechei os olhos por causa da claridade e morrendo de dor eu pedi para a pessoa pegar um remédio.

K:Moço pede um remédio pra mim por favor, não estou aguentando de dor de cabeça.

O enfermeiro nem falou nada, mas pelo barulho da porta ele deve ter ido fazer o que eu pedi, mas aia como tava demorando tanto eu já comecei a ficar com sono de novo e quando já tava quase dormindo eu senti alguém do lado e a pessoa estava mexendo no meu soro e nem abri o olho para ver que era o enfermeiro ou sei lá quem, ai passa alguns instantes eu senti alguém tocando a minha testa tipo como para ver se eu estava com febre e logo depois foi para as bochechas e ai eu senti um carinho tão bom que logo peguei no sono.

Um pouco mais tarde acordei um pouco melhor e quando me virei em direção a janela eu vi a ultima pessoa que esperava aparecer naquele quarto de hospital.

K:O que é que você esta fazendo aqui?

D:

Ele não respondeu, permaneceu olhando pra mim com uma expressão seria e ficamos nos encarando por alguns instantes e então ele caminhou em minha direção e quando chegou do lado da cama ele encostou a mão na parede e na hora por impulso eu fechei os olhos achando que ele fosse me bater, mas ele fez algo que eu não esperava e na hora eu travei, mas depois não sei o que houve que eu correspondi ao beijo dele, eu queria não corresponder, mas enquanto nossos lábios estavam unidos eu não conseguia pensar em nada, era como se meu cérebro tivesse dado Tilt (sabem aquela gíria que quando algo trava ai falamos “deu tilt”), mas ai escutamos um barulho no corredor e nos separamos e entra o medico que estava cuidando de mim.

M:Boa tarde senhor Carlos.

K:Oi doutor.

M:Bom espero que com a presença do seu irmão o senhor tome juízo e trate de se cuidar.

D:Pode deixar comigo aqui eu vou cuidar do meu irmãozinho muito bem.

M:Assim espero, mas vamos ver como o senhor esta...

Enquanto o medico me examinava eu olhava para o Digo tentando entender o que ele fazia ali, e também tentando entender o porquê ele estava fazendo aquele teatro de irmão interessado, ele nunca fez isso.

M:Muito bem, agora só vamos aguardar os exames e se tudo estiver bem, o senhor vai estar liberado amanhã.

K:Obrigado doutor, eu to loco para ir embora logo.

M:Bom eu não preciso dizer que o senhor só esta aqui por negligencia.

D:É isso ai doutor puxa a orelha desse moleque.

M:Acho que ele já entendeu não é mesmo?

K:Sim

M:Ok eu vou cuidar dos outros pacientes e qualquer coisa se sentir mal é só chamar.

Assim que o doutor saiu eu fiquei olhando pra ele com uma vontade de bater nele, mas nem com minha cara feia ele mudou sua pose de gostosão e depois de alguns instantes ele chegou perto de mim eu fiz um movimento de que se ele chegasse perto eu me levantaria da cama e acho que ele entendeu o recado e não se aproximou mais.

D:Você tem duas opções. A primeira facilitar as coisas e pular a parte que você briga comigo e colocar um sorriso nessa cara de bicho bravo e deixar eu cuidar de você. Ou você pode optar pela segunda que é me xingar e passar horas e horas falando o quanto eu sou desprezível e que eu não presto e ai você vai se lembrar de tudo de ruim que eu fiz com você e vai chorar a noite toda e depois eu ainda vou estar aqui como se nada tivesse acontecido então para economizar o seu tempo e o meu acho melhor você optar pela primeira opção.

Eu não estava acreditando em como ele podia ser tão cara de pau, e ele fala de um jeito se achando o gostosão, e o pior é que eu não consegui dizer nada só fiquei com a boca aberta olhando pra ele que sorria pra mim e depois se virou e pegou uma sacola que tava em cima da poltrona e tirou uma caixa fechada com um laço eu já sabia o que era, bom não sei se já disse aqui, mas eu sou chocólatra e ele sabia disso e comprou uma caixa de chocolate de uma marca que eu adoro e ele ficou com essa caixa na mão balançando pra lá e pra cá e pelo jeito ele estava se divertindo pois eu acompanhava com os olhos ele balançando aquela caixa de chocolate.

D:Gosta né, então qual das opções vai ser? Se for a segunda você fica sem o chocolate e ainda como tudo na sua frente kkkk.

K:Acha que vai me comprar com isso?

D:Claro que não eu só quero te ver bem, saudável e feliz e agora não é hora para falar do passado, é hora de pensar na sua recuperação. E então o que vai ser, hum?

Eu não disse nada, só estendi a mão e ele me deu a caixa e fiquei olhando para aqueles bombons e segurei para não rir, pra ele não ficar se achando, mas eu tinha que admitir que era estranho ver ele se comportando daquele jeito. E como se fosse outra pessoa que estava na minha frente me vendo comer aqueles chocolates e sorrindo pra mim.

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Comentários

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Cada vez melhor... Amanhã é o último dia... :-\ sentirei saudades.

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Que gesto lindo do digo,mas eu nao acho q ele devia ficar com o digo naum...bjs

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AMANDO.

É PELO JEITO O DIGO ESTÁ TENTANDO RECONQUISTAR O KADU.

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Ai que lindo estava torcendo para que isso acontece ai to torcendo pro kadu sair logo dessa barra .

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É PELO JEITO O DIGO ESTÁ TENTANDO RECONQUISTAR O KADU.

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