Assim que Marie e Gisele ficaram prontas, eu me despidi do meu pai. Lídia estava trancada no quarto, não queria falar conosco. Eu prometi que ligaria todas as noites, e então entramos dentro do carro e partimos.
Já estava dirigindo há quase duas horas, não havia dito uma palavra desde que sai da casa do meu pai. Eu estava relutante, tentava encontrar motivos pra dar meia volta e buscar Lídia, algo que superasse "Ela é minha filha, eu não posso simplesmente me afaatar!". Mas no fundo eu sabia que se ela continuasse morando conosco, eu acabaria fazendo coisas de que não me orgulharia.
-Amor, você esta bem?-Marie me perguntou e eu sai do meu transe. Gisele dormia no banco de trás.
-Claro. Por que a pergunta?
-Bom... nós estamos a 130 quilômetros por hora...
-O quê?? Deus...-olhei para o velocímetro e vi, reduzi.
-Está tudo bem? Mesmo?
-Sim, sim, eu só... só estou um pouco estressado...
-Você tem que relaxar.
-Relaxar? Com todos esses problemas?
-Só esqueça os problemas! Pelo menos por um segundo.
-Eu realmente adoraria...
-Talvez eu possa te ajudar...-ela disse conferindo se Gisele ainda dormia.
-Como?
-Assim...-ela esticou o braço e tocou meu pau por cima da calça.
-Para Marie...
-Parar por quê?
-Porque eu estou pedindo. Eu não quero agora.
-Sério? Não é isso que o seu amigo aqui pensa...
-Pare Marie! Agora!!- eu gritei e puxei a mão dela pra longe.
-Ai! Você tá me machucando!
-Eu avisei pra parar!
-O que está acontecendo?-Gisele perguntou um pouco assustada.
-Nada. Nada...-eu respondi soltando o braço de Marie.
-Olha, se for por minha causa, eu...
-Não, Gisele, não tem nada a ver com você...-Marie respondeu.
-É sério. Se eu for algum incomodo...
-Não, Gisele. Você não é incomodo nenhum. Vai ser ótimo ter você morando conosco. É só que nós estamos passando por alguns problemas na família...-eu respondi.
-Foi por isso que Lídia ficou com nosso pai?
-Sim...
-Tudo bem, eu não vou incomodar vocês com esse assunto...
O resto da viajem foi quieto, Marie já não olhava mais pra mim. Quando chegamos em casa, ela saiu correndo do carro e entrou. Gisele me olhou e entrou em seguida, eu manobrei o carro e fui atrás de Marie.
Ela estava na cozinha, junto com Gisele. Eu me aproximei e toquei seu braço.
-Desculpe...-falamos ao mesmo tempo.
-Desculpe, eu não devia ter insistido...-Marie continuou.
-Não, eu que não devia ter reagido daquela forma. Me desculpe...-eu respondi a abraçando,Gisele saiu e nos deixou a sós.
-Então por que reagiu?-Marie perguntou.
-Bom é que... a Gisele...
-Ela estava dormindo. Não ia ver...
-Não. Não é isso, é que... foi assim que o acidente dela aconteceu...
-Como assim?
-Foi ela que me contou, ela estava "acariciando" ele, e... aconteceu o que aconteceu...
-Oh, me desculpe. Eu não sabia.
-Não foi sua culpa... eu devia ter falado antes... eu só não quero ficar brigado com você...
-Nem eu...
Nos beijamos. Eu fui apresentar o quarto de Gisele a ela, dividia parede com o nosso. Ela só trouxe uma mochila consigo, coisas pessoais, eu acho. Nenhuma roupa ou coisas do gênero.
-Se for algo sobre mim, pode falar...-Gisele disse sentando na cama.
-Não é sobre você. É só que... algumas coisas aconteceram, e nos temos que superar...
-Eu que o diga...
-Oh, me desculpe. Eu não tive a intenção.
-Tudo bem...-eu ia saindo.- Espera Marcos.
-Que foi?
-Eu só queria agradecer, denovo.
-Não precisa, afinal de contas, você é minha irmã.
-Ou quase.-ela riu- Eu espero que não te incomode...
-O quê?
-Eu, voltando a morar com você. Depois de tudo.
-Não se preocupe, Gisele. Passado é passado.
Nos abraçamos e eu sai. Fui pra cozinha. Marie estava preparando o almoço.
-Quando você vai conversar com o HP?-ela me perguntou.
-Amanhã. Na hora do almoço...
-Na hora do almoço?
-Sim, algum problema?
-Não, não...
-Você pode levar a Gisele no shopping amanhã?
-Posso, claro.
-Não precisam se incomodar comigo.-Gisele disse entrando na cozinha.
-Eu já disse que não é incomodo algum.-eu disse segurando sua mão- Além disso, você não vai poder usar essa roupa pra sempre.
Rimos. Marie terminou de preparar o almoço, eu sempre adorei a comida dela, e ela sempre adorou cozinhar. Almoçamos, conversamos bobagens, e, pela primeira vez desde que ficou viúva, Gisele gargalhou. Ficamos conversando por um bom tempo, enquanto eu lavava a louça.
-E então o que vamos fazer hoje a tarde?-Marie perguntou.
-Podiamos levar Gisele pra conhecer a cidade.-Sugeri, não que já não tivesse vindo outras vezes, mas essas ocasiões costumavam ser em datas especiais, então acabavamos fazendo um churrasco, ou indo jantar em algum restaurante.
-Eu acho que prefiro ficar aqui...-Gisele respondeu.
-Então vamos pra piscina!-Marie falou se levantando.
-E o meu gesso?
-É só não entrar muito na água.
-Mas eu não trouxe biquíni.
-Isso não é problema, eu tenho vários, posso te emprestar um!
-Então tá.
-Os meus biquínis não tapam quase nada, espero que não se incomode.-Marie disse me olhando.
-Não me incomodo não, os meus também eram assim.
As duas riram e subiram juntas, animadas, pareciam duas adolescentes. Eu ria das duas, Gisele parecia esquecer a tragédia que aconteceu a pouco, e isso me parecia ótimo. Subi um pouco depois, bati na porta.
-Pode entrar!-escutei Marie responder, entrei e ela estava só de calcinha.
-Cadê a Gisele?-perguntei um pouco surpreso.
-Tou me trocando!-escutei Gisele gritando do banheiro.
-Ela ficou com vergonha. Depois que eu tirei a blusa...
-Você não tem jeito mesmo, né?
A abracei por trás, e beijei seu pescoço, ela se arrepiou. Eu ergui as mãos, procurando seus seios e apertei de leve os mamilos, ela suspirou e segurou minhas mãos, as apertando contra seu corpo. Eu a virei de frente e nos beijamos com desejo, eu continuei brincando com os seios com uma das mãos e com a outra busquei sua bunda e apertei, ela me apertou contra seu corpo e passou a mão no meu pau por cima da calça, eu dei um sonoro tapa em sua bunda, até me assustei com o barulho, e olhei pra porta do banheiro, e qual não foi minha surpresa quando vejo o vulto de Gisele batendo a porta do banheiro, assustada.
-Ela já estava olhando a gente faz um tempinho...-Marie sussurrou me beijando.
-E você não falou nada?
-E por que falaria?
-Você é maluquinha mesmo...
Nos beijamos denovo, mas não passou disso. Peguei uma sunga e fui me trocar no banheiro ao lado. Fui pra piscina e me deitei na cadeira, acabei cochilando, estava muito cançado. Acordei com os olhos tapados por duas mãos.
-Adivinha quem é...-escutei a doce voz de Marie.
-Marie, vocês demoraram...-eu disse pegando um das mãos e a beijando.
-Errou!!-Marie gritou e olhei pra cima, era Gisele. As duas começaram a gargalhar.
-Tá bom, vocês me pegaram... Por que demoraram tanto?
-E quem disse que a gente demorou? Você que tava dormindo aí.
As duas se deitaram em outras duas cadeiras e ficamos tomando sol. Pela primeira vez em alguns anos eu olhei para o corpo de Gisele, e ela continuava linda como na nossa primeira vez, não parecia ter envelhecido um dia. Eu fiquei relembrando os nossos momentos, os bons, os ruins. Mas em nem momento eu pensei em relembrar a nossa história, eu amava Marie com todas as minhas forças, e minha meia irmã voltar a morar comigo não seria a maior provação que já passei.
"Segundo ano de faculdade, eu e HP já eramos ótimos amigos, sempre saiamos juntos, algumas vezes com Marie, a maioria não. HP é um cara alto, quase 2 metros, 2 anos mais velho que eu, branco e de cabelos curtos, e, naquela época, bombado. Eu o conheci na academia, mas nunca conversei de verdade com ele, até que entrei na faculdade, pra minha surpresa, ele também entrou no mesmo ano que eu. Como nos já tinhamos nos conhecido acabamos por sentar perto e por conversar, e eu descobri um cara muito diferente do que eu imagina. Apesar da pose de malandrão que ele tem, ele é uma ótima pessoa, extrovertido, engraçado, e um amigo de verdade. O maior problema dele era a facilidade que ele finha com as mulheres, obvio que não era problema pra ele, mas pra mim.Ele ficava me empurrando pras meninas, ou as pedia pra me provocar, mas o pior era quando elas vinham por vontade próprio, pois quase todas sabiam que eu era casado, e vinham com o objetivo de mudar isso. Eu sempre tentava me esquivar delas, mas pelo amor que sentia por Marie do que por vontade própria, mas eu não posso negar que com algumas eu acabei ficando, não mais do que isso.
Em uma das fatídicas festas de faculdade, estavamos bebendo,somente eu e HP, algumas cervejas.
-Sabe quem eu peguei ontem??-HP disse rindo.
-Não faço nem ideia, não sei se tem alguma aqui que você já perdoou.-falei em tom de deboche.
-Não serio, sabe a Gabi?
-Qual?
-A da nossa sala, qual mais??
-Vindo de você, eu esperaria mais umas 10 Gabis!-rimos-Mas por que você ta se gabando, pelo que sei, ela é a vagabunda da facul...
-Aí é que você se engana, apesar do que dizem, ela diz que só tem olhos pra um.
-Os olhos são pra um, os peitos pra outro, a bunda pra outro...-gargalhamos muito.
-Pois é, eu sei a imagem que ela passa, mas acho que é só encenação dela.
-Pois então ela merece um oscar, ela dá em cima de mim desde quando veio pra nossa classe, mesmo sabendo que sou casado e tudo...
-Mas é isso mesmo, ontem ela falou comigo, me pediu pra facilitar pra ela, tentar te convencer...
-E eu até sei o que você pediu em troca, e depois ela não é vagabunda.
-Eu tô falando sério cara, acho que ela gosta de você.
-Azar o dela!
-Ou o seu!-ele disse e saiu rindo. Eu fiquei meio sem entender, até que ela apareceu.
-Oi, Marcos!!
-Oi, Gabi...-Gabi é loira, 1.70 mais ou menos, olhos azuis, seios e bundas bem grandes, uma "cavalona" pros mais chucros.
-Nossa, tá desanimado?
-Não, só um pouco desconfortável...
-Com o quê?
-Sei lá, esse som tá meio alto, a cerveja tá meio quente, e você tá aqui.
-Nossa me desculpa se minha presença é tão repugnante...-ela disse saindo mas eu segurei seu braço.
-Gabi, o HP me contou o que você pediu pra ele.
-E aí?
-E aí que não, pela milésima vez. Por favor para com isso, já tá me enchendo o saco essa insistência. Você sabe que eu sou casado, só ta perdendo seu tempo.
Ela se soltou e foi embora. Aquela garota já estava me enchendo de verdade. A festa continuou, um pouco sem sal. Eu e HP bebiamos, ele saia quando alguma mulher o chamava e quando me chamavam eu rejeitava, o roteiro de todas as festas que ia sem Marie, e eu sempre me perguntava como HP me convencia a ir a elas. Já era quase 3 da madrugada e eu estava indo embora quando Gabi vei até mim novamente.
-Marcos...
-Tchau, Gabi.
-Não, espera!
-Por que?
-É o HP, ele tá muito mal.
-Eu duvido...-disse saindo, mas ela me segurou.
-É sério, ele tá jogado num quarto, vomitando, todo destruído.
-E como eu vou saber se é verdade?
-É só acreditar em mim! Você tá vendo ele aqui?? Vai mesmo deixar seu melhor amigo na mão??
-Ok, aonde ele tá?
Ela foi me levando com a mão até onde ele, supostamente, estaria. Eu fiquei meio receoso, mas cruzamos a festa inteira e eu não vi HP, comecei a ficar preocupado de verdade. Finalmente chegamos no tal quarto, era uma pequena casa afastada do local da festa, parecia mais um depósito, só com uma janela gradeada e uma porta, entre aberta. Entrei estava muito escuro, não conseguia ver muito além do meu narix, fui avançando, tropeçando em alguns móveis, e chamando por HP, nenhuma resposta, depois de um tempo ouvi um som, a porta sendo trancada.
-O que aconteceu??-corri até a porta, tentei abri-la, em vão.
-Calma, foi eu que tranquei...-Gabi disse passando a mão no meu peito.
-O quê??
-Agora você não tem pra onde correr...- ela sussurrou e mordeu minha orelha.
-Abre essa porta agora Gabi!
-Nem fudendo. Quer dizer, SÓ fudendo...-ela agarrou meu pau por cima da calça.
-Me dá a merda dessa chave! Eu não vou transar com você!!
-Então não vai sair também, só vai achar a chave depois que a minha última peça de roupa estiver no chão.-ela me disse e me beijou.
Só podia estar maluca, e o pior, tinha o controle da situação, eu não sabia como livrar, pensei um pouco, e a única forma de sair dali era entrar nessa brincadeira. Eu comecei a corresponder o beijo e a passar a mão sobre seu corpo, principalmente sobre a coxa e a bunda, procurando pelos bolsos, não achei nada além de camisinhas. Ela me beijava com muito desejo, enquanto com uma das mãos me punhetava por cima da calça, com a outra me arranhava.
Ela tirou a minha camisa e depois a própria, estava com um sutiã roxo que mal tampava seus seios, se ajoelhou na minha frente, abaixou minha calça e minha cueca, e segurou meu pau. Ela o olhou, depois olhou pra mim, sorrindo, e o abocanhou. E como chupava bem, me fazia ir a loucura, eu estava praticamente esquecendo toda aquela situação, esquecemdo Marie, e me entregando a aventura. Estava quase gozando e ela percebeu, e logo parou e se levantou, tirou o sutiã e a calça, ficando só com uma calcinha fio dental roxa também, mexeu na bolsa e pegou algo, que pensei ser uma camisinha, mas logo descobri que não, ela ficou de quatro no chão, abeixou a cabeça e empinou a bunda o máximo que pode, abriu a mão e deixou a chave cair no chão, ao seu lado.
-Você escolhe...-ela disse com muito safadamente.
Eu estava me entregando, esquecendo tudo, me aproximei dela e comecei a abaixar sua calcinha, ao que ela respondeu gemendo, mas quando ela já estava no meio da bunda, eu escuto.
-Marcos!!-era a voz de HP, do lado de fora, me trazendo devolta a realidade, me despertando do transe e me fazendo ver a burrada em que estava prestes a me meter. Eu peguei a chave e vesti a calça numa velocidade que mal acreditei, precisava sair de lá rápido, senão, não conseguiria sair. Peguei minha camisa, mas não a vesti, estava cheia de graxa, caída em cima de algo que não consegui identificar. Abri a porta e sai rapidamente até encontrar HP.
-O que aconteceu??
-A maluca da Gabi me trancou com ela. Você salvou minha vida!
-Ou estraguei sua noite!-ele disse debochado.
Fomos embora logo após. Gabi continuava me provocando, e mesmo mais cauteloso, quase cedi algumas vezes. Pra minha tranquilidade, Gabi não passou naquele semestre e seu pai trancou a matricula."
Eu apresentei Aninha a HP alguns meses depois. Assim como Marie, ela ficou gravida cedo, mas seu namorado acabou falecendo em um acidente, ele bebeu muito depois que soube, e acabou capotando o carro e caindo de uma ponte com ele. Ela ficou destruída e veio pra Curitiba, pra casa dos tios, tentar recomeçar, por pura insistência dos pais.
Eu nunca acreditei que ela e HP fossem ter algum tipo de relação maior do que algumas sobrancelhadas. Ele, o malandro pegador, ela, a mãe soltera desiludida. Mas acabou acontecendo e HP melhorou muito, nem parecia o mesmo de quando o conheci, só pensava nela, se dizia apaixonado, o que foi bom pra mim também. Alguns anos depois finalmente se casaram, e HP criou Samantha como se fosse sua própria filha, ou era o que eu pensava até dois dias.
O dia correu tranquilo, Marie e Gisele convensavam, e eu acabei durmindo denovo. Acordei depois de algumas horas, o sol ja estava baixo, mas meu corpo ardia um pouco, ela já não estavam mais lá.
Entrei em casa, as procurando, estavam no nosso quarto. Marie mostrava álbuns de família e as duas conversavam e riam olhando as fotos, e eu estava muito feliz de ver as duas se dando tão bem.
Eu fui pra sala, assistir alguns filmes. Pedimos uma pizza, Marie e Gisele não praravam de conversar. Comeram rápido e voltaram a subir, eu me divertia vemdo as duas agindo como adolescente. To.ei banho e assisti a outro filme, qua acabou lá pelas 10:30 da noite. Como ia trabalhar no dia seguinte, fui pro quarto. Mas quando chego lá as duas estavam dormindo na cama, de pijamas, sobre alguns álbuns. Eu ri da situação, tirei delicadamente os álbuns de baixo delas e os guardei, as cobri com um lençol e ia saindo.
-Dormi aqui com a gente...-escutei Marie falando sonolenta.
-Você tem certeza?
-Claro, vem aqui...
Ela foi pra um dos lados cama e eu me deitei no meio das duas. Marie se deitou sobre o meu peito, e dormimos.
No outro dia acordo um pouco assustado. Marie me abraçava e eu abraçava Gisele. Me levantei com cuidado, pra não acorda-las, e fui ver as horas, pensando estar atrasado, pra minha sorte, ainda me sobrava algum tempo.
Me arrumei relativamente rápido e fui pra cozinha, só tomei um café, um pouco amargo, mas não tinha muito tempo. Estava saindo de casa quando Gisele apareceu na sala ainda de pijamas.
-Bom dia!-disse pegando a chave do carro.
-Bom dia.
-Dormiu bem?
-Com você do meu lado? Obvio!
Eu dei um beijo na sua testa e fui para o trabalho. Foi uma manhã tranquila, o que não era muito comum, mas naquele dia eu achei perfeito, teria que falar seriamente com HP, e me estressar no trabalho não ia ajudar.
Chegando a hora do almoço, liguei pra ele, disse que queria falar algo importante, ele logo aceitou o almoço. Almoçamos num restaurante perto da empresa onde eu trabalhava, era costume almoçarmos lá.
Eu cheguei primeiro, mesmo não sendo uma adepto de bebida tão cedo, pedi uma cerveja, pra aliviar um pouco a tensão. Alguns minutos depois HP chega.
-Fala, Marcão!-ele disse me comprimentando.
-Eae, HP...
-Tu queria falar comigo?
-Pois é, eu não sei nem por onde começar...
-Vá direto ao ponto!
-Ok... A Samantha contou pra Lídia que vocês dois já... já se relacionaram...
-Meu Deus...
-Pois é...
-Ela disse pra mais alguém??
-Isso você tem que perguntar a Samantha...
-Meu Deus... eu não sei nem como te explicar...
-Não precisa. Não é comigo que você deve conversar, é com ela. E com a Aninha.
-Com a Aninha?? Não, não. Ela nunca me perdoaria...
-Olha HP, eu sei que o que você fez não é certo, mas não pode esconder dela.
-Mas... eu não sei... a verdade doi muito as vezes...
-Sim, e só tem uma coisa que doi mais. A mentira. Você tem que contar pra ela, se souber de você, se ouvir de você um pedido de perdão, talvez ela te perdoe. Mas eu posso te garantir, se ela souber por outra pessoa, nunca mais olha pra você.
-Ah cara... eu amo ela demais... eu nem sei por que fiz isso...
-Eu também não sei, mas não se pode mentir desse jeito pra quem se ama, a confiança é uma coisa difícil de conquistar, e quando é quebrada assim, só a verdade pode traze-la de volta...
-Você tem razão, mas... eu não faço idéia de como dizer a ela...
-Você vai encontrar uma jeito...
-Pois é, não se pode mentir pra quem se ama... só... me de um tempo...
-Eu te dou todo o tempo, mas e a Aninha?
HP se levantou e foi embora cabisbaixo. Talvez eu tenha sido muito duro, mas ele precisava ouvir aquilo.
Nem almocei naquele dia, voltei pro escritório rápido, por que queria sair rápido de lá também.
Quando chegiei em casa não tinha ninguém, imaginei que ainda estavam no shopping. Fui pra cozinha, comer alguma coisa, estava faminto. Não demorou muito até ouvir o barulho do carro de Marie, e depois as risadas das duas. Aquele som era música pra mim, sabia que pelo tempo que Gisele morasse aqui, ia ser sempre assim.