Vida de universitário é foda 15

Um conto erótico de Fael
Categoria: Homossexual
Contém 2095 palavras
Data: 21/03/2014 02:27:51

No outro dia, durante o café da manhã, as meninas sentaram com a gente, mas o Murilo e o Manoel não. Durante aquela noite eu tinha tomado a decisão de tentar ver com meus próprios olhos os dois juntos. Eles conversavam normalmente, entre eles ou com os outros que estavam na mesma mesa. Não demorou muito e recebi a primeira sms dele desde o dia anterior, e nela ele estava perguntando o que estava acontecendo. Respondi que não havia nada para ele se preocupar, que estava tudo bem. Ele pareceu não ter ficado satisfeito, porque mandou eu me levantar e ir com ele ao quarto dele.

Tentei dizer que não, mas ele insistiu, e sendo assim não tive escolha a não ser ir com ele. Chegando lá ele trancou a porta, o que me deixou um pouco incomodado.

_Vamos, me diga, o que está acontecendo?

_Cara, é coisa da sua cabeça! Tá tudo certo!

_Então por que tú foi dormir com o Victor?

_Por que ele deu a ideia, não queria ser grosseiro.

_Você está estranho. Frio, distante. Me fale o que está acontecendo.

_Não tenho nada pra te dizer, mas e você? Precisa me contar alguma coisa?

_.......eu? Por que eu teria?

_Não sei, só pensei que talvez você precisava me dizer alguma coisa.

_Você está louco. Mas vem aqui, não estou mais aguentando ficar sem você, ainda temos alguns minutos.

Logo veio me abraçando e tentando me beijar.

_Murilo, agora não. Tô enjoado.

_Blz.... não. Você nunca fica enjoado, além do mais você estava comendo agora pouco normalmente. Você não quer me beijar? Por que?

_Só não tô no clima.

Destranquei a porta e saí, o deixando sozinho. Voltei ao meu lugar junto ao pessoal, e logo ele mandou um sms dizendo que não estava entendendo o que estava acontecendo comigo.

Como ele poderia ser tão falso assim? Eu precisava tomar uma decisão, que seria falar com ele a respeito eu flagrá-los rapidamente.

Enquanto ainda estávamos no hotel procurei não ficar junto a ele. Sempre eu o pegava me encarando. Mas ele nunca ficava distante do Manoel.

Na parte da manhã fizemos a última etapa da visita técnica, e no almoço o Murilo fez questão de sentar comigo em uma mesa sozinho.

_Rafa, você está me evitando. Isso machuca, sabia? Eu te fiz alguma coisa? Se for alguma coisa comigo, fale.

_Engano seu. Só estou tentando não dar bandeira na frente de todo mundo.

_Então volta no mesmo banco que eu.

_Tá.

Logo depois de comer, já embarcamos na viajem de volta. Como prometido, sentamos juntos. Ele se apoiou em mim, e acabou dormindo. Depois de um tempo, percebi que o seu celular estava caindo do bolso dele, e foi então que eu tive a triste ideia de olhar as mensagens do celular dele. Galera, isso é uma coisa horrível, mexer nas coisas dos outros, ainda mais algo tão íntimo. Mas no momento, eu fui tomado pelo desejo de tentar resolver o caso. Como eu sabia o segredo do desbloqueio de tela, ficou fácil acessar a sua caixa de mensagens.

Fui em busca das mensagens que ele tinha trocado com o Manoel. A última delas tinha sido as 10 horas do daquele dia. Nela, o Murilo dizia: Blz, depois decidimos.

Acabei ficando curioso, e fui mais afundo. A partir de uma parte do diálogo, minha raiva só aumentou. O diálogo que eu mais observei dizia algo assim:

M: Você precisa se decidir logo.

Mu: Não é tão simples, ele é meu namorado.

M: Mas e eu, o que significo pra você?

Mu: Vc sabe que isso tudo é loucura, que não deveríamos fazer isso.

M: Vai dizer que está arrependido? Já foi!

Mu: Eu sei. Mas hoje vou ficar com ele, desculpa. Além do mais ele tá estranho, parece bolado com alguma coisa que o vitin contou pra ele na viagem. Preciso saber o que é.

M: Blz. Mas queria dormir com você hj.

Mu: Foi mal.

Essas mensagens haviam sido trocadas no dia anterior, no período da tarde, antes de irmos ao hotel. Sendo assim, era verdade. Eu estava com um bom par de chifres na cabeça, e para piorar, eu não sabia o que fazer.

Quando chegamos de viagem, ele dizia as coisas e eu não respondia nada. Na hora de dormir, fui pro meu quarto e tranquei a porta. Ele tentou abrir, pediu para mim falar o que estava errado mas eu não tinha coragem de encarar naquele momento.

No outro dia, segunda, teríamos aula normalmente. Então além de tudo, eu estava cansado. Quando acordei, ele já estava pronto para ir pra faculdade.

_Fala comigo, por favor.

_O que foi?

_Me diz, eu te fiz algo?

_Não sei. Me diga você.

Por um momento achei que ele iria confessar, mas ele pareceu ter mudado de ideia.

_Vou de ônibus pra facul. Té mais.

_Falou.

Demorei um bom tempo para ir, e quando decidi sair de casa, peguei o carro e fui sem a menor pressa. Chegando lá, já atrasado, resolvi ir pro meu bloco, mas antes passei no banheiro, tudo fazendo parte do plano de demorar mais para chegar na sala. Olhar para o Murilo já era difícil, mas eu não sabia o que eu iria fazer quando olhasse para a cara do Manoel. Mas o destino realmente não estava do meu lado, e chegando no banheiro vi a seguinte cena:

Murilo encostado em uma pia, com as mãos na cabeça e o Manoel encostado na parede, agachado com olhar pensativo.

Quando me viram, ficaram um bom tempo sem ação. Fui até uma pia, joguei água no meu rosto e saí como se não tivesse percebido a presença deles por lá. Nenhum dos dois disse nada também.

Já na sala, fui para o meu lugar. Logo, a Thaís puxou assunto:

_Fael, você sabe o que tá pegando com o Murilo?

_Não, por que?

_Não sei, ele chegou com uma cara estranha hoje, não demorou e já saiu da sala. Logo o Manoel foi atrás, mas nenhum dos dois voltou.

_Não deve ser nada.

Não aguentei ficar até a hora do almoço, quando deu umas 11hrs resolvi pegar o carro e ir pra casa. O Murilo também não tinha voltado pra sala, muito menos o Manoel. Chegando em casa, logo que entrei percebi que ele estava em casa, por que seu notebook estava ligado sobre a mesinha da sala. Devia estar no banheiro, então dei meia volta e sai antes que ele percebesse a minha presença.

Quando estava entrando no carro, vi o Manoel chegando a pé, e quando ele me viu veio em minha direção. Dei a partida e fui embora, não queria (eu ainda não podia) encarar nenhum dos dois, muito menos ambos ao mesmo tempo. Saí sem destino, e em pouco tempo a dor era tamanha que não aguentei e chorei. Um choro silencioso, de quem sentia-se enganado, usado por uma pessoa que até pouco tempo demonstrava ser alguém único em minha vida. Meu celular tocou várias vezes, e no computador de bordo do carro aparecia seu nome, e a cada vez que isso acontecia minha raiva crescia, até o momento em que desliguei o celular. Andei muito, tive que parar para abastecer e continuei sem destino, acabei pegando a saída da cidade e quando percebi, estava em uma cidade a mais de 60Km de casa. Minha vontade era ir para a casa dos meus pais, mas chegar naquele estado lá iria gerar muitas perguntas, das quais eu não desejava (e nem poderia) responder. Sendo assim, voltei para casa, decidido a me trancar em meu quarto e o ignorar até que eu tivesse coragem de resolver isso de uma vez por todas.

Chegando lá, ele estava dormindo no sofá, mas acabou acordando quando fechei a porta.

_....Rafa, rafa, pelo amor de Deus, eu preciso falar com você!!

_Ah, é?! Mas não deve ser nada importante, não é mesmo? Quer saber, tô cansado, quero dormir, não quero saber de conversar com ninguém, então me faça um favor? CALA A BOCA!

Essas últimas palavras eu gritei, e diante disso percebi que toda a vontade em conversar comigo foi dizimada, como se eu tivesse jogado água na chama de uma vela.

_Ok.

Quando cai na minha cama, as lágrimas silenciosas estavam lá mais uma vez. Eu sempre odiei chorar, porque ao meu ver é sinônimo de fraqueza, de vulnerabilidade e eu nunca gostei de estar vulnerável. Me sentia mal, tantas coisas bonitas havíamos passados juntos, vários momento românticos, muitos instantes felizes, que agora estavam em segundo plano, diante da atitude desprezível daquele que eu já chamava de melhor amigo e por último de namorado.

Essa situação me machucou muito, eu nunca tinha sido (que eu saiba) traído por ninguém, ainda mais de uma forma tão repugnante, tão covarde. Os dois pensavam que eu nunca iria descobrir?

Não dormi nada naquela noite, minha cabeça doía como nunca. Percebi que ele não foi para o seu quarto, deve ter dormido na sala. No outro dia, fui ao banheiro, fiz o que tinha que fazer por lá e saí.

Estava lá, jogado no chão, dormindo com uma garrafa de vodka vazia do lado. Vê-lo naquela situação me fez ver que ele devia estar no mínimo, com peso de consciência. Arrumei minhas coisas e fui para a universidade.

Chegando lá, vi o Manoel conversando com o Victor, e parecia estar exaltado, então resolvi chegar perto.

_O que está acontecendo aqui?

O Victor pareceu estar grato por minha presença.

_Cara, nada não! Não se mete!

_Olha aqui, vai se fuder! Tô de saco cheio de você Manoel, então se você tiver algum problema fala aí!.......Vamos lá Victor, bora pra aula.

O Manoel não foi pra aula, e logo soube o porquê. Ele estava pressionando o Victor a dizer o que ele havia me contado durante a viajem, mas o Victor não disse nada. Sendo assim, deve ter ficado com raiva e voltou pra casa.

Na metade daquela manhã o Murilo apareceu com a aparência de quem tinha sido atropelado a poucos instantes. Ele sentou-se no lugar de sempre, ao meu lado e disse um oi discreto para a galera. Quando eu não respondi, ele ficou me encarando, mas não liguei.

No horário do almoço, resolvi ir comer alguma coisa lá pelo campus mesmo, então fui com o Victor, a Paty e a Thaís. Lá, o assunto era Murilo e Manoel

Paty: Vocês viram, o Murilo tá com uma cara horrível!

Thaís: O que será que aconteceu? Ele nem veio aqui com a gente! Rafa, você sabe o que é?

_Sei, mas acho que ele mesmo tem que contar.

Victor: Gente, vamos mudar de assunto. Vocês viram o tamanho do trabalho que temos que entregar amanhã?Durante o almoço não conseguia prestar atenção em nada do que meus amigos estavam dizendo, então resolvi dar uma desculpa e ir pra sala. Quando cheguei lá, o Murilo estava sentado em seu lugar, de costas conversando pelo celular. Sua voz parecia abatida.

_.....você não entende, né? Ele já sabe! E agora, seu filho da puta! Olha o que nós fizemos!!!

Depois de dizer isso, ele se virou e me viu, parado na porta. Logo ele desligou o celular.

_.....Rafa!

_Diga.

_Eu tenho uma boa ideia do que te deixou assim..... e se eu estiver certo, eu sou a última pessoa que você quer ver.

_Percebi que apesar de tudo, você não ficou burro.

_Olha, eu nem sei o que te dizer.

_Seja homem, e diga na minha cara seu filho da puta!

_Eu.... eu... você sabe! Para que dizer?

_Além de tudo você é um covarde de merda! Vai se fuder com suas explicações então, me deixa em paz.

_Não, eu quero te explicar o que aconteceu!

_Diga.

Me sentei no meu lugar, virado para ele. Eu estava tão nervoso que chegava a tremer.

_Eu te traí, saí com o Manoel várias vezes, mesmo sabendo que eu estava fazendo algo errado,.....aconteceu. Mas era só sexo, só curtição, eu nunca senti por ele o que eu sinto por você. Eu não espero de você um perdão, mas.....

Antes de ele terminar a frase, concentrei toda minha força num soco só. Quando me virei, o Victor estava na porta, mas não me importei com isso e saí de lá correndo. Meu ódio só crescia, e se eu ficasse por lá iria acabar fazendo algo que eu iria me arrepender depois.

Bom galera, por hoje é só. Espero poder publicar o mais rápido possível. Comentem se puder, pois gosto de ver a opinião de vocês. Beijão galera!

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Comentários

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Nusssssss fortes emoções... To gostando demais!

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Cara, tu é forte. Todo esse mundo caindo em suas costas e ainda conseguia controlar certas atitudes. O conto tá Mil. Não para.

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Já passei por uma situação assim. Queria ter tido força pra ter dado um soco também... traição não é nada fácil.

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Muito boa sua história, nunca fui traído, mas posso dizer q detesto traição e sei lá, não sei como alguém é capaz de trair amando hehe Na minha opinião, e na minha vida é assim, quando eu amo, eu amo, até posso achar outros bonitos, mas a minha atenção e desejo é sempre somente o quem eu amo... Ainda não conheci a traição, e por mais q ela seja uma situação da vida, eu nunca quero conhecer!! hehe

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Eu só não entendo o por quê de ele ter feito isso. Ele não dizia que amava o Rafa ? Ele e o Manoel não estavam se odiando até o dia que o Rafa mandou eles conversarem ? Ou será que eles fingiram se odiar para o Rafa não desconfiar de nada ? Muita Safadeza isso. Os dois merecem sofrer , da forma mais dolorosa que possa existir. Hahahaha '

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Meu Deus, eu achando que era armação e era tudo verdade. Muita sacanagem do Murilo, sinceramente não esperava isso dele e tava torcendo pra ser alguém tentando te sacanear, que não fosse ele, óbvio. Enfim, agora é esperar pra ver o que vai acontecer. Continua aí que ta ótimo cara. Abraço

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Eu iria mandar o Murilo sair do meu apartamento e ir mora com o Manoel e que sejam felizes,bem longe de mim u.u , muito bom o conto,viciei kkkkkkkk

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Isso sim é uma dupla traição e vc levou um soco por causa do Manuel.

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Nossa agora aqui na CDC só há traições na melhores histórias...

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Que sacanagem, diz que traiu várias vezes e ainda diz que ama? Como assim? O soco foi desnecessário, mas quem nunca fez burrada na hora da raiva? Espero que o Rafa se recomponha e dê a volta por cima!

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Muito bom vei.

Continua logo. Abraço. Se cuida.

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Li todos os contos em sequencia e viciei! Cadê a parte nova URGENTE?! Hahaha. Não consigo acreditar que o Murilo tenha feito isso, é triste e frio demais. :( Espero que a história melhore daqui pra frente, sos. D: (PS: Nota 10, sem dúvidas. Escreves muito bem, parabéns!)

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