O Certinho e o Desleixado (Capítulo 9)

Um conto erótico de jsell
Categoria: Homossexual
Contém 1313 palavras
Data: 21/03/2014 19:04:22

Então, tô em casa e como não queria deixar vocês na mão, resolvi publicar o conto. Como eu to meio dopado, pode ter alguns errinhos de português, então tentem ignorar.

Quero agradecer a todos que votaram e comentário no capítulo anterior, cada dia curto mais escrever aqui na cdc. Um grande abraço.

- Filho, apareceram mais alguns coágulos no cérebro do Duda. - Disse meu pai.

Naquele momento a Marta já chorava muito, confesso que nunca me dei bem com ela, mas sentia pena dela. As olheiras nos seus olhos eram visíveis, então novamente pedi pra ver o Duda.

Segui em direção ao quarto de número 4. Abri a porta, entrei no quarto e dei uma olhada pra ver se não tinha ninguém (risos). Sentei na cadeira que estava próxima a sua maca e chorei. Por que aquilo tava acontecendo? Será que era castigo por tudo que ele tinha feito comigo? Dei um beijo nele, sai do quarto e fui em direção a capela do hospital.

Uma coisa que não contei é que minha mãe era muito católica, então eu tinha bastante fé. Orei bastante e fiz uma promessa: se o duda saísse daquela situação, eu desistiria do amor que sinto por ele!

Depois disso, confesso que me arrependi um pouco, desistir do amor que você sente por uma pessoa não é nada fácil, principalmente quando você vive debaixo do mesmo teto que e estuda na mesma classe que ela. Saí da capela e fui pra recepção, meu pai me levou pra almoçar e aproveitamos para conversar sobre o duda.

- Filho, não sei o que aconteceu entre você e o Duda pra vocês passarem a sair no tapa todos os dias e não preciso saber o que foi, mas peço que você ore pelo Eduardo.

- Olha pai, eu sei que deve ser difícil pro senhor aceitar dois marmanjos brigando sob o seu teto, mas irei orar por ele sim, pai! Eu vejo o seu sofrimento e o da Marta, e fiz até uma promessa na capela da igreja..

- E eu posso saber o que você prometeu?

- Se eu contar deixa de ser promessa.. - Falei levantando da mesa

- Já foi, pai, tenho aula hoje a tarde e já tô atrasado!

- Deixa que eu te levo, é caminho mesmo!

Fomos em silêncio no carro. Liguei a rádio e começou a tocar uma música que eu e o Duda odiávamos: Hip's Don't Lie - Shakira. HAHAHAH. Explicação: viajamos pra Venezuela em 2008 se não me engano e aí em TODOS os lugares que íamos essa música tocava, sem parar, durante quase 1 mês.

- Olha, essa música.. - Meu pai cantava o "mira en baranquilla se baila asi"

- Ai pai, me poupe.. sabe que eu odeio essa música! - Falei fazendo bico

- Essa música me lembra a viagem que fizemos pra Venezuela.. Você e o Duda eram tão amigos, lembro de vocês brincando e correndo por todo o hotel.. lembra quando voltamos e você pedia pra sua mãe me ligar pra você falar com ele? O que aconteceu meu filho, o que aconteceu com vocês? Foi alguma mulher?

- Não, pai.. não é nada disso, relaxa a mente aí! Se for pro senhor saber, você saberá!

Desci do carro, já estávamos na frente da escola.

- A benção, pai!

- Deus lhe abençoe meu filho. Boa aula, quando terminar me liga que eu te busco!

- Ok.

Não sei se já falei, mas depois que meu pai assumiu a administração de um hospital renomado da região, ele parou de ter tempo pra família.. eu não estranhei porque não convivi muito com ele, só o via nas férias, mas o duda e a Marta sim, inclusive dizem as más línguas que o duda virou o que virou por causa do meu pai e da sua mãe, que o mimavam demais em custo do amor que eles não lhe davam.

Cheguei na escola, o Alexandre não tinha ido, aliás nas aulas da tarde quase ninguém ia, a sala tava vazia então consegui sentar bem na frente. Alguns colegas de classe que eu mal conhecia vieram falar comigo, já que no terceiro dia de aula meu nome já tava na boca da turma.

- Aí, tu mandou bem com o prof. viado, conta comigo faxa - Disse o Maurício, filho de um deputado da capital.

Todos falaram comigo, mas tinha um cara na sala que não falava nada com ninguém. Ele tinha o cabelo loiro com um topete, olhos mel, barba por fazer e usava aparelho móvel, tinha 1.82 de altura, os braços fortes e o olhar de parar o trânsito.

A Mariana sentou atrás de mim, então enquanto a aula não começava, começamos a conversar.

- E o duda, como ta?

- Ah Mari, ele tá meio mal.. apareceram mais alguns coágulos na cabeça dele, tá foda.

- É, meu pai disse. (O pai dela era o Dr° Henrique, amigo do meu pai que cuidava do caso)

- Ei, deixa eu te perguntar.. aquele menino ali sentado no canto da sala, quem é?

- Ah, é o Joaquim, um dos mais inteligentes da turma. O pai dele é médico e é amigo do meu pai, deve ser amigo do seu também.

- Hum, não sei.. mas e aí, ele não fala com ninguém mesmo não?

- Estudamos juntos desde a 1ª série e ele sempre foi assim, mas ele passou de mal a pior quando o melhor amigo dele morreu ano passado. Ele terminou o namoro com a Larissa e depois disso se fechou mais do que ele já era fechado. Todo mundo tenta puxar assunto com ele, mas ele só responde o básico.

- É? Puts, que barra, perder o melhor amigo assim.. depois vejo se falo com ele porque o prof chegou.

Assistimos a aula de redação que foi bem chata por sinal, as 15:45 fui liberado e quando vejo o meu pai me liga e, como meu celular estava com o brilho baixo , coloquei minha mão pra poder atender, mas esbarro com nada mais nada menos do que com o Joaquim, o caladão da sala, que tinha vários papéis e livros na mão.

- Desculpa - Falamos nós dois juntos.

- Nada, relaxa, acontece.. - disse ele.

O ajudei a pegar os livros e papéis que havia derrubado dele.

- Valeu man! - Agradeceu.

- Não há de que, eu que andei distraído mesmo! Vou nessa, flw

- Flw. - respondeu.

Meu pai já me esperava na frente da escola e fiquei curioso pra saber se meu pai era amigo do pai do tal Joaquim.

- Pai, sabe a Mari?

- A filha do Henrique?

- É.. então, a gente estuda na mesma turma aqui no colégio e tem um menino que é bem estranho e..

Meu pai riu

- É o filho do Pascoal? - Perguntou meu pai, sem nem me deixar responder.

- Não sei, o nome dele é Joaquim, queria virar amigo dele mas ele é tão calado e pra completar ainda esbarrei nele e derrubei os livros dele.

- Ah filho, ele passou por alguns problemas, a mãe dele é modelo e vive viajando e o pai dele você sabe, vive fora, assim como o meu pai e o da Mariana. Mas tente ser amigo dele, fiquei sabendo que o melhor amigo dele morreu há um tempo atrás..

- Tá bom, pai! E o Duda? - Perguntei

- Então filho, isso que eu queria te falar mas você me interrompeu, houve uma melhora de 70% nos coágulos dele, de 14 coágulos agora só temos 5, e isso é incrível. Se continuarmos assim, até o começo da semana que vem talvez ele já tenha saído do coma induzido e vai ficar só de observação na UTI, sóbrio!!

- Sua promessa deu mesmo certo hein filho - Disse meu pai com uma voz irônica. - Agora quero só ver qual o pagamento disso - Disse ele rindo.

Fiquei feliz e triste. Feliz porque o homem que eu amo e odeio ao mesmo tempo iria se recuperar e triste porque, pela promessa ou pela medicina, eu iria ter que me afastá-lo dele.

Continua..

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