Cap.10
O voo decolou, e, infelizmente fiz a viagem. Depois de uma conexão em Brasília, enfim, chegamos no acanhado terminal de Vitória. E dentre várias pessoas, vi meus pais me esperando. O inferno recomeçaria, ou não... Pegamos todos os nossos trecos e lá fomos nós.
- Meu Deus, filhos, eu estava morrendo de saudades de vocês, como foi em Recife, espero que tenham gostado dessas férias ultra prolongadas.
- Foi tudo bem mãe-falei já empurrando o carrinho pra fora do terminal. Logo estávamos no caminho de casa. Ela começou a fazer milhões de perguntas.
- E a Josi, ainda tá doidinha ? E você ?- ela olhava no retrovisor
- Ela ainda está doidinha, e eu continuo o mesmo, apenas emagreci.
- E aquele problema ?
- Não mudou nada mãe- começaria as perguntas.
- Eu não acredito Luan
- Você não quis acreditar em mim, eu falei sim que nada mudaria.
- Tinha que mudar. Já disse que você não é gay- olhei pro Juan, e gesticulei, como se quisesse dizer " Vai começar..."
Chegamos em casa e eu e ele tiramos nossas coisas do carro. Cada um foi em direção ao seu quarto. Logo mamãe bateu na porta.
- Quem é ?
- Sou eu
- Quero que você vá em lugar comigo
- Aonde ?
- Você vai ver. Vamos ?
- Ok, vou pegar meu casaco.
Pegamos uma estrada de terra extremamente sinistra. Foi quando paramos em frente a uma casa de madeira, bem feia. De repente sinto uma mão pressionar minhas narinas e apago. Quando acordo, vejo que estou amarrado a uma cadeira. Parecia uma cadeira de choque. Me desesperei ao ver diversos cabos interligados na cadeira. Comecei a me debater mas não conseguiria sair. Vi uma TV na minha frente. Foi quando escutei uma voz, a voz era da minha mãe.
- Tenha cuidado doutor
- Pode deixar senhora- de repente ouço o barulho de uma porta abrindo e aparece na minha frente um senhor de idade vestido com um jaleco- Olá. Meu nome é Fabiano Cruz, sou bastante conhecido no país por aplicar terapias intensivas de choque para homossexuais- ao ouvir isso, quase desfaleci- Você foi deixado aqui por sua mãe que quer que você seja curado da homossexualidade. Tudo o que estamos fazendo é pro seu bem, e tenho certeza que vai me agradecer depois.
- Eu nunca vou agradecer você por isso.
- Vai sim. A terapia consiste na seguinte ideia, diversos cabos serão ligados a sua cabeça, pra que possamos saber qual será seu grau de excitação. Iremos passar imagens de homens e mulheres pelados naquela TV. Se você se excitar por mulheres, nada irá acontecer, mas se excitar por homens, 5 segundos de choque serão aplicados ao seu corpo.
Meu Deus, isso era desumano, eu não podia acreditar que minha mãe tinha me colocado nisso. De repente a primeira foto apareceu, era de uma mulher de calcinha com os peitos a mostra. Eu não senti nada, então uma dose dolorosa de choque foi aplicada ao meu corpo, e me fez tremer como um vibrador. E assim foram por longas e infernais uma hora. Ao fim desse tempo, eu me sentia fraco e desestabilizado. Meu corpo todo doía, e eu acho que estava prestes a ter um colapso. Enfim me libertou daquela cadeira. Eu só conseguia pensar em como alguém podia fazer auqilo. Tentei me levantar da cadeira, mas não consegui e acabei desmaiando. Acordei, dentro do carro, com minha mãe dirigindo.
- Como você foi capaz de fazer isso comigo ?
- Isso é pro seu bem...
- Pro meu bem ? Dispenso a sua preocupação comigo. Olha a que ponto seu preconceito me levou. Eu nunca vou te perdoar por isso. A partir de hoje, eu não tenho mais mãe !
Continua
Gostaram ??? Os contos estão curtinhos porque ando um pouco atarefado. Obrigado por lerem e aceitarei apenas os comentários com críticas construtivas.